2. Histórico

 

Sandra Hübner e Celson, pais de uma criança excepcional com deficiência mental profunda, procuraram a partir de janeiro de 1985 escolas, instituições ou associações, para que seu filho pudesse ser internado e receber a assistência adequada e dirigida ao grau de sua deficiência. Esta procura tinha como objetivo proporcionar bem-estar ao filho excepcional e aos seus outros filhos normais, cujo convívio em casa tornava-se difícil, devido ao crescimento e a gravidade da excepcionalidade. A garantia de futuro num ambiente adequado às necessidades da criança também era um fator de grande importância para resolver o problema.

Sandra e Celson visitaram algumas associações, como a AMAE, AME e APADEME e decidiram encontrar um grupo de pais com problemas semelhantes, dispostos a construir um lar para seus filhos excepcionais, onde houvesse a relação com o conceito de grande "família" e as preocupações e responsabilidades fossem divididas.

No mês seguinte, o casal Margarida Hlebanja e Frederico, a Sra. Ignes Tolomio Borges e o Sr. Niwton Seigo Koide, com problemas semelhantes, uniram-se e formaram o grupo das quatro famílias fundadoras da APICE. A idéia original era iniciar o funcionamento da Associação na residência de um dos familiares, investindo em reformas para receber os excepcionais.

Em junho de 1985, Frederico Hlebanja sugeriu que ao invés de 4 crianças, a casa comportasse até 10 crianças excepcionais. A partir de agosto, foi desenvolvido um projeto de ampliação da casa de uma das famílias para que a APICE pudesse começar as atividades em janeiro do outro ano.

O Sr. Yanes, presidente da Metal Yanes, tomando conhecimento desse empreendimento e sensibilizado pelo problema dessas famílias, resolveu doar em comodato (doação automática à APICE após cinco anos), um terreno de 2.000 m2 em Interlagos, Zona Sul de São Paulo, para que as famílias construíssem ali uma residência adequada aos excepcionais.

Com essa mudança, o projeto anterior foi descartado e os familiares decidiram construir uma casa adequada às atividades dos deficientes que ali passariam a residir.

Em janeiro de 1986, o projeto civil foi aprovado pelo grupo fundador da APICE e em fevereiro foi iniciada a busca de recursos financeiros para a construção desta casa. Nesta mesma época, novas famílias ingressaram ao grupo. Devido as dificuldades financeiras para a obtenção de recursos, a APICE promoveu vários eventos, feiras beneficentes e contatou empresas e pessoas que pudessem doar materiais para a construção, que começou no mês de novembro.

A conclusão da obra foi difícil, as doações não eram freqüentes, imprevistos e problemas surgiam a todo o momento. A construtora responsável pela obra abandonou o projeto, obrigando os pais fundadores a ficarem à frente da construção, contratando pedreiros, eletricistas e toda a mão de obra necessária.

A obra terminou em maio de 1989 e em 1o de julho os deficientes mudaram-se para o novo lar.

Não bastasse toda a dificuldade para a construção da casa, a fase de adaptação dos excepcionais e funcionários à nova residência foi um grande obstáculo a ser vencido. Nessa fase, o apoio das psicólogas Geraldine e Eliane Fazion foi de grande relevância.

Os investimentos iniciais em equipamento e treinamento de pessoal foram representativos e vão persistir durante toda a existência da APICE, para oferecer bem-estar aos internos e tranqüilidade aos familiares.

:: Associação de Pais e Irmãos de Crianças Excepcionais ::
Rua Guilherme Henschel, 137 - São Paulo - SP
CEP: 04826-130 - Tel: (11) 5928-1470
info@apice.org.br