De acordo com o autor, O Evangelho do Subdesenvolvimento é dividido em duas partes. Na primeira, Abdias traça um painel onde mostra a transposição do termo econômico para a questão ideológica, tendo como ponto de partida a reformulação da Carta da ONU, que só passou a usar a palavra "desenvolvimento" em 1959, com o sentido mais aproximado ao que temos hoje.

Na segunda parte de O Evangelho do Subdesenvolvimento, Abdias Moura agrupou "nomes sagrados" do desenvolvimento regional: Dom Hélder Câmara, Rômulo Almeida, Celso Furtado e João Gonçalves de Souza, coletando frases importantes destas pessoas sobre o tema sob um "tratamento bíblico". Além dos quatro "evangelistas oficiais", Abdias Moura também compilou declarações de outros personagens — Aluísio Campos, Roberto Campos, Paulo Cavalcanti, Cid Sampaio, Guimarães Duque e Martins Filho — todas fornecendo visões particulares e até mesmo contrastantes sobre a criação da Sudene.

[ Diario de Pernambuco, 08.09.1990 ]