Turbulência

Estimados leitores, boa tarde.

“Quem foi ao Barradão nesta estreia, já teve uma prova de como esse caminho até o retorno para a Série A será pedregoso, tenso e repleto de altos e baixos.

Para quem apostava que poderíamos começar goleando o “fraco” Vila Nova, teve uma “surpresa” e como já era de se esperar, a torcida (com toda a razão) bradou, xingou e vaiou em alguns momentos. O Vitória mostrou ser pior que o adversário em determinados lances do confronto.

Nosso time precisa de muitas peças para conseguir caminhar este ano, pois do contrário, poderemos nos engasgar principalmente com os “pequenos”, independentemente de onde sejam realizados os jogos.”

Os trechos acima foram retirados do texto escrito neste espaço em 22 de maio, ainda na primeira rodada desta edição da Série B. Estamos vivenciando o momento mais turbulento do Esporte Clube Vitória, onde todos somem e escolhem algumas “vítimas” para serem responsabilizadas pelos constantes e rotineiros insucessos.

O time já não era o ideal para a disputa da segunda (e eles sabiam disso) e ainda que estivéssemos na primeira, certamente estaríamos passando por maus momentos, pois ninguém se engane em pensar que o nível seria outro. Não seria! Conhecemos muito bem a Diretoria que temos e que quanto menos investimento puder ser feito, trazendo jogadores no chamado “custo zero”, vendendo nossos jovens destaques, para apenas fazer caixa e não investir em jogadores substitutos aos que sejam negociados e de qualidade, melhor.

O retrato da desunião, do estresse, do desinteresse e da falta de motivação parece se abater a cada dia que passa não só nos jogadores, mas em todos os que os rodeiam. Isso nos remete ao mesmo período do ano passado, quando precisamos lotar o estádio nas últimas rodadas para empurrar a equipe e torcer fervorosamente pela permanência na Série A. Mesmo com nosso incondicional apoio, ao fim daquela fatídica partida contra o Atlético Goianiense, um misto de revolta, raiva e impotência tomou conta de todos os Rubro-Negros. Fomos “expulsos” da nossa própria casa pelas autoridades, como se fóssemos todo aquele lixo que lá ficou por diversos dias, e após varrido, seria destinado ao seu devido lugar.

O que nós torcedores nos tornamos?! Simples marionetes, para sermos submetidos aos anseios da atual Diretoria Rubro-Negra, que continua tapando o Sol com a peneira e ainda quer iludir uma grande Nação, com mais uma de tantas falácias?! Sabemos que as chances existem, mas está cada vez mais difícil acreditar que triunfaremos em todas as partidas restantes e que apenas isso nos credenciará para o retorno à Elite. Por que temos que nos resignar com tão pouco?!

O Vitória está na UTI desde o segundo semestre do ano passado e parece que não quer mais tirar o braço da seringa, sendo apenas alimentado com um soro, que não surtiu nenhum efeito e só faz aumentar toda a crise que estamos vendo. Por que temos de aceitar isso?! Somos tão miseráveis, a ponto de vermos equipes de menor ou quase nenhuma expressão no cenário nacional, sendo elogiados e por merecimento, enquanto nos ridicularizam?!

Os Rubro-Negros não podem nem devem ser omissos! Foi neste projeto que mandaram botar fé? E o tal avião, para onde vai afinal?! Se essa turbulência permanecer, lamentavelmente ainda poderemos ver dias piores em 2011.

Não estou sendo radicalmente pessimista, mas encaro os fatos com a dura realidade. Não é a primeira vez no ano, que venho até este espaço para alertar a quem quer que seja sobre todas as coisas que poderiam acontecer conosco, se nada de grande relevância fosse feito. Repito novamente como já fiz em outras oportunidades – Não sou o dono da verdade, não tenho bola de cristal, apenas vejo as coisas no Vitória como tantos outros por aí, preferem não enxergar.

O Leão precisa mudar urgentemente, para ressurgir forte e temido por todos, como já fora um dia. Não adianta demitir apenas alguns Dirigentes e dispensar tantos outros jogadores, pois precisamos de uma nova proposta de gestão. Chega de amadorismo neste grande e apaixonante clube chamado Vitória.

Um abraço e até a próxima.

P.S. – Não joguei a toalha, mas o próprio clube não me permite ter tanto otimismo quanto gostaria neste momento.