segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ainda sobre o cisne negro...a bailarina- louca?

Menos perturbada, acrescento um ponto que se destaca na minha pretensão de analisar o filme. O SUPEREGO tirano. Fica evidente a rigidez deste. Quando isso ocorre, não sobram mesmo muitas saídas para o sujeito. Acontece, que, ao mesmo tempo que o superego exige, ordena, ele é o que possibilita o sujeito gozar. Nese sentido, aonde tem excesso de gozo, tem desejo de menos.
O gozo da pressão, da idéia de alcançar uma perfeição. Um mundo sem falhas. Ufa! Que terror. Um mundo perfeito, se é que pode ser viável, não deixa o sujeito desejar. Tudo bem que ela queria o papel principal. É que o desejo, não me parece que seja da ordem do querer. Como ela poderia desejar se uma das condições de desejar é estar separado do outro?
A personagem, estava alienada no desejo materno. Qual seria seu desejo caso não estivesse alienada?
O ballet, se coloca aqui, como sua estrutura de transmissão psiquíca entre gerações: a mãe frustrada, a filha falo. Essa relação, encerra-se em um circuito imagináriamente dual, carente de significantes.
Alucinações provenientes desta forma de relação especular. Como se uma possível tradução fosse: Minha filha é o que eu desejo. A filha, pode até ser o que a mãe deseja, mas, nunca sem consequências.
Ela poderia fazer uma análise para após algum trabalho psíquico, se colocar neste lugar (de ser o falo da mãe), mas responsável por isso. Sabendo disto.
No caso, apareceu sua loucura, que nos deixa uma questão. O louco, precisaria passar por sua própria loucura para se curar? No caso da personagem, viver essa loucura,foi a morte. Tentando dar conta desta mãe, ela enlouquece.
Mas era louca de fato? Como se articula o superego na psicose? E as auto-flagelações? Masoquismo feminino? Punição do superego por atacar a mãe inconscientemente? Porque em suas alucinações não matou a mãe? Em nome do amor? O amor que leva a morte? Amor cortês?

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