12 de fevereiro de 2005

Maria, mãe de Jesus

Maria, mãe de Jesus

05/05/2003 - O que os espíritos superiores falam à respeito de Maria, a mãe de Jesus Cristo? Eu já ouvi pessoas dizerem que ela cuida de suicidas no Plano Espiritual, é verdade?
Caro amigo, os espíritos, colocando assim generalizadamente, falam muitas coisas diferentes. Entretanto, os espíritos que se comunicam para orientar o movimento espírita, tem pensamentos mais lógicos e harmônicos. Mesmo assim, dependendo das influenciações morais na formação do espírito, os pensamentos divergem ligeiramente, sem comprometer demasiado o pensamento espírita.
O que é ponto pacífico, é que Maria é espírito superior, iluminado pelo saber e pelo sentimento. Espíritos com longos estágios no catolicismo, logicamente não a tem como mãe de Deus, mas dão a ela o título católico de "mãe santíssima", alguns chegam até a usar o "virgem mãe", o que é evidentemente errado. Ela é respeitável em todos os sentidos, mas não é mãe da humanidade.
Foi mãe de Jesus e de seus irmãos e irmãs, pois Jesus os teve. Ivone do Amaral Pereira, extraordinária médium, que psicografou o livro, Memórias de Um Suicida, autoria espiritual de Camilo Castelo Branco, conta que Maria de Nazaré, tutela um hospital no plano espiritual, que assiste suicidas. Isto não é de estranhar porque os grandes espíritos sempre trabalham em favor dos mais atrasados.
Os nossos argumentos não são desrespeito à Maria, mas é criado pela lógica e bom senso do Espiritismo. Em muitos espíritas ainda existe uma forte influência católica. Em alguns centros ainda se reza a Ave Maria, com algumas pequenas mudanças, mas é uma prece católica, diríamos um mantra católico
Camilo Castelo Branco: Um Estudo de Fontes à Luz do Espiritismo
Carlos Luiz Cruz
INTRODUÇÃO
A Doutrina Espírita presta-se aos mais variados enfoques de estudo, especialmente os que tangem às Ciências Humanas. O momento do seu nascimento, o século XIX, é um campo fecundíssimo para tal: é a primeira vez em que o planeta, globalmente, se comunica, e que, graças a essa comunicação, todo o conhecimento humano é reavaliado e reestruturado. Antigas ciências adquirem abordagens mais profundas e sistematizadas, novas ciências se lhes juntam. Por toda a parte se estuda, pesquisa, desenvolve, produz. Assim é com os trabalhos da clássica História, da nascente Psicologia, do prometido Consolador. Tal como Darwin, Freud e Marx o fizeram nas áreas em que se destacaram, a obra do prof. Rivail reflete o melhor conhecimento desse século na sistemática de trabalho, no método de pesquisa a que recorre, na aliança entre a fé, a filosofia e a ciência.
CAMILO, PELA HISTÓRIA
Camilo Castelo Branco é um dos maiores nomes da literatura portuguesa no século XIX. Senhor de notável erudição - referência obrigatória para o estudioso da língua -, polemista notável, sua obra abrange campos tão variados como o jornalismo, o romance, a crítica, a história e a poesia.
No plano pessoal, entretanto, toda a existência de Camilo afigura-se como um desenrolar de profundos dramas: um observador não-espírita indagaria o por quê de tanta dor... O próprio Camilo não o sabe, mas se questiona, vive e trabalha, amadurecendo o fruto dessa dor em uma vasta obra. Cínico às vezes, outras variando da absoluta incredulidade até à credulidade mais pueril, seus temas são os da busca do amor, da felicidade, ou a demonstração da sua impossibilidade. De seus escritos provêm a sua subsistência e de seus familiares, e as dificuldades materiais forçam-no a escrever, escrever sempre mais...
Para os espíritas, o caso de Camilo suicida é mais eloqüente do que qualquer dissertação teórica, referência obrigatória para o estudo do tema, através da mediunidade de Yvone Pereira, no Brasil. Entretanto, ao iniciarmos este trabalho, espírita, historiador e admirador da prosa camiliana, a nossa premissa era mais ambiciosa, mais vivaz:
ordenar os fatos conhecidos da biografia "post-mortem" de Camilo, se possível confrontando-os com fatos conhecidos de sua vida no século XIX;
comparar os diferentes episódios dessa "biografia", apresentados por fontes mediúnicas independentes, distantes entre si quer no tempo, quer no espaço;
registrar coincidências ou discrepâncias significativas entre as fontes estudadas;
identificar possíveis pontos de contato entre as fontes em Portugal e no Brasil, bem como as características particulares dos respectivos trabalhos;
compreender o papel da FEB - Federação Espírita Brasileira, na preservação e unificação das obras, bem como os mecanismos legais para fazê-lo.
Por trabalharmos com um personagem conhecido e relativamente recente em termos históricos, é fácil verificarmos os fatos da cronologia de sua vida terrena: a bibliografia camiliana é imensa, tanto em Portugal quanto no Brasil. Ao mesmo tempo, pela permissão do Alto, as informações que se filtram em suas obras psicografadas, permitem uma reconstrução bastante precisa de sua existência no Além. Nessa espécie de quebra-cabeças de eventos, médiuns e obras, ao estudioso cabe o ajuste e a montagem das peças que estão separadas por fontes distintas entre si, no espaço e no tempo, recompensado pela beleza do mosaico que desvenda ante si. Para uma referência mais ágil às principais obras a que recorremos, utilizaremos as seguintes siglas: Memórias de um Suicida (MS), Nas Telas do Infinito (TI), e Do País da Luz, vols. I a IV (PL I a IV). Ao final do trabalho, um comentário bibliográfico referindo as edições consultadas, bem como as notas pertinentes.
CAMILO, POR CAMILO
01/jun/1890 - Após tomar conhecimento pelo médico de que sua cegueira era irreversível, Camilo dispara um tiro de revólver no ouvido direito. São 15:15h na sua quinta de São Miguel de Seide (N de Portugal): às 17:00h Camilo desencarna. 1
jan/1891 - Após meses vagueando sem destino em torno dos próprios restos mortais, Camilo é detido no Vale dos Suicidas (MS, p. 15), abrigo de réprobos oriundos de Portugal e suas colônias africanas, Espanha, e Brasil (MS, p. 18). É a data com que se inicia o Memórias de um Suicida.
20/set/1895 - Desenlace de Ana Plácido, segunda esposa de Camilo, a quem dera três filhos. Apesar de amá-la extremosamente em vida, inclusive se envolvendo em rumoroso processo que culmina em sua prisão na Cadeia da Relação no Porto (casada, Ana Plácido abandonou o marido para viver com Camilo), na biografia "post-mortem" do escritor não há nenhuma referência direta a esta, com quem passou a maior e mais fecunda parte de sua vida literária.
nov/1903 - Camilo se encontra há pouco tempo no Hospital Maria de Nazaré, da Legião dos Servos de Maria. A data é do episódio da visita de Jerônimo a Portugal (MS, p. 102). O ano de 1903 parece ser confirmado à p. 193 (MS): "dentre tantos que convosco ingressaram há três anos, (...)", com relação a acontecimentos descritos como tendo ocorrido em 1906.
1904 - Data provável da 1ª caravana com Camilo à crosta terrestre (vide 1906): trabalhos de conscientização de suicidas no interior do Brasil (MS, p. 149 - a referência é feita ao primeiro decênio do século XX).
1906 - cerca de dois anos após a primeira caravana (MS, p. 175), o médium português Fernando de Lacerda, por iniciativa própria, já havia entrado em contato com Camilo. As primeiras comunicações deste pelo médium, registram-se em 1906 (1906-02=1904, data provável da caravana acima), quando Camilo começa a ditar as cartas que originam a obra Do País da Luz (MS, p. 176). 2 É um ano de franca atividade para o escritor e seus companheiros de enfermaria: voltam à crosta terrestre - a Portugal - em uma segunda caravana com o fim de obter alta do Hospital Maria de Nazaré (MS, p. 373), e prosseguem as comunicações de Do País da Luz, que acendem viva polêmica (MS, p. 377 e segs.). Sem sucesso em Portugal, 3 Camilo e seus companheiros transferem-se para o Brasil (MS, p. 385) em busca de campo mais fecundo de trabalho, sem abandonar as comunicações de Do País da Luz (MS, p. 386). Nas próprias palavras de Camilo: "voltamos à Terra muitas vezes, permanecendo em suas sociedades, com pequenos intervalos desde os primórdios de 1906." (MS, p. 481).
28/out/1906 - 1ª carta de Camilo por intermédio de Fernando de Lacerda a Silva Pinto, conhecido de Camilo (PL I, p. 66).
18/nov/1906 - 2ª carta a Silva Pinto, pelo mesmo médium (PL I, p. 85).
20/nov/1906 - 3ª comunicação de Camilo (PL I, p. 95).
20/nov/1906 - 4ª comunicação de Camilo (PL I, p. 99).
20/abr/1906 - 5ª comunicação - Carta a Silva Pinto (PL I, p. 109).
05/dez/1906 - 6ª comunicação, acerca de Silva Pinto (PL I, p. 143).
15/jan/1908 - prólogo de Souza Couto ao Vol. I de Do País da Luz (p. 11). 4
29/abr/1908 - dedicatória de Fernando de Lacerda ao Vol. II de Do País da Luz (p. 7).
06/mai/1908 - prólogo de Souza Couto ao Vol. II de Do País da Luz (p. 11).
26/mai/1908 - prefácio de Fernando de Lacerda ao Vol. II de Do País da Luz 5 (p. 23).
1910 - após dez anos de internação (MS, p. 448) Camilo recebe alta da instituição hospitalar, ingressando na Universidade da mesma instituição. Nos primeiros tempos da Universidade, reencontra sua mãe, seu pai, e sua esposa falecida. Ele se refere a esse enlace como "matrimônio venturoso" (MS, p. 487), pelo que presumimos se trate de Ana Plácido, uma vez que a primeira esposa de Camilo, Maria do Adro, morreu de tuberculose, com pouco tempo de casados.
01/abr/1911 - carta de Silva Pinto na abertura do Vol. III de Do País da Luz (PL III, p. 11).
mai/1911 - prólogo de Fernando de Lacerda à 2ª edição do vol. I de Do País da Luz (p. 53). A 1ª edição havia-se esgotado em poucos meses (1908?). A 1ª edição do Vol. II já havia sido lançada em 1908. Esta 2ª edição do Vol. I sai com a reedição do Vol. II, e com a 1ª edição do Vol. III (PL I, p. 54), que também é de 1911.
jun/1911 - prólogo de Fernando de Lacerda ao Vol. III de Do País da Luz 6 (p. 13).
25/jul/1911 - Fernando de Lacerda chega ao Rio de Janeiro, no Brasil. 7
nov/1911 - desencarnação de Silva Pinto (PL IV, p. 37).
1912 - por volta desta data (MS, p. 486), dois anos após o reencontro com seus familiares, Camilo toma contato com as suas vivências passadas para fins didáticos (MS, p. 490, 493, 499).
07/ago/1918 - desencarnação, no Brasil, de Fernando de Lacerda.
1919 - copyright da FEB de Do País da Luz.
1919 - data provável do lançamento do Vol. IV de Do País da Luz. 8
1926 - Camilo se comunica no Brasil, em Lavras/MG, pela jovem médium Yvone A. Pereira, que trabalha com atendimento a suicidas. É o inicio de um trabalho que será compilado 20 anos mais tarde: o Memórias de um Suicida (MS, p. 7). 9
1930 - graduado na Universidade da instituição dos Servos de Maria, Camilo passa a servir na enfermaria do Hospital, em lugar de Joel, seu antigo enfermeiro, que reencarnara (MS, p. 546).
mai/1930 - Yvone A. Pereira inicia a novela O Tesouro do Castelo (TI, p. 61), narrativa assinada por Camilo (TI, p. 66).
1936 - Camilo está escrevendo após cerca de 30 anos, referindo-se a acontecimentos ocorridos cerca de três anos após seu ingresso na instituição-hospital (MS, p. 346). Cruzando essa informação com a datação de 1903 como seu ingresso no Hospital, temos o ano de 1936 como data aproximada de inicio da criação de Memórias de um Suicida. 10
1942 - "faz precisamente cinqüenta e dois anos que habito o mundo astral" (MS, p. 544): assim Camilo inicia o final de suas memórias...
1945 - data provável da reencarnação de Camilo. Segundo a diretriz-base traçada para essa nova existência, trabalharia como médium curador (MS, p. 546), devendo cegar aos 40 anos de idade (MS, p. 565) e desencarnar aos 60 anos (MS, p. 566).
1946 - Yvone A. Pereira reinicia os trabalhos de psicografia do Memórias de um Suicida. Na introdução da obra, ela nos informa que teve que esperar oito anos para prosseguir essa tarefa (MS, p. 10), já que impedida temporariamente, ao fim desse impedimento, Camilo só a procurou para lhe participar a sua (dele) próxima reencarnação (data do Copyright da FEB e do prefacio da 1ª edição = 1954 - 1 ano despendido no prefácio cf. pg. 10 = 1953 - 08 = 1945 data provável da reencarnação de Camilo).
18/mai/1954 - introdução de Yvone A. Pereira no Memórias de um Suicida (p. 12).
1954 - copyright da FEB da obra Memórias de um Suicida. 11
1955 - copyright da FEB de Nas Telas do Infinito.
1956 - 1ª edição do Memórias de um Suicida.
04/mai/1957 - prefácio da 2ª edição revisada, do Memórias de um Suicida (MS, p. 14).
1985 - aos 40 anos Camilo reencarnado, conforme a diretriz-base, deveria novamente arcar com a provação da cegueira (MS, p. 565).
2006/2007 - aos 60 anos, Camilo reencarnado, por aquela diretriz, deverá desencarnar (MS, p. 566).
CONCLUSÃO
Como afirmamos, do casamento de nossos interesses no espiritismo, na história e na literatura, surgiu o esboço do presente trabalho.
Mais do que descrever a rotina de um espírito após a desencarnação (e a imensa popularidade das obras de André Luiz é mais do que eloqüente para demonstrar o interesse que esse assunto desperta), a análise global da passagem de Camilo pelas lides do movimento espírita, serve de subsídio a estudos maiores a todos os que trabalham não só com o tema suicídio, mas também reencarnação, fisiologia da alma, vivências passadas com fins terapêuticos e outros, temas em grande parte, ainda carentes de estudos mais profundos. Nesse sentido, este trabalho não é o fim, mas apenas um modesto começo, e esperamos que ele tenha transmitido tanto prazer quanto a sua pesquisa proporcionou.
Registramos por último, nossos agradecimentos ao GEAE (http://www.geae.inf.br) pelo apoio em Portugal à pesquisa bibliográfica, e ao Alto pela constante inspiração, graças às quais este estudo chegou à sua forma presente, momento em que o repartimos com os leitores.
O QUE HÁ PARA SE LER
PEREIRA, Yvone A.. Memórias de um Suicida (5ª ed.). Rio de Janeiro: FEB, 1975.
Obra mediúnica, atribuída por Yvone Pereira a Camilo Cândido Botelho, talvez ainda pensando nas implicações jurídicas que o caso Humberto de Campos/Irmão X causou à época com o médium Francisco Cândido Xavier. Junto com o O Martírio dos Suicidas de Almerindo Martins de Castro (FEB, 1940), é obra básica para o estudioso do tema Suicídio. A autoria de Camilo Castelo Branco, entretanto, é clara para quem conhece a vasta obra em vida desse autor, quer pelo estilo, quer pelos fatos narrados, e mesmo pelos nomes componentes do pseudônimo que ocultam o real autor. É a primeira obra de Yvone Pereira publicada pela FEB (1954).
PEREIRA, Yvone A.. Nas Telas do Infinito (5ª ed.). Rio de Janeiro: FEB, 1978.
Também mediúnica, a obra enfeixa dois contos: o primeiro de Adolfo Bezerra de Menezes, e o segundo de Camilo, nesta edição consultada, já atribuído ao próprio autor. A obra é publicada no ano seguinte ao Memórias de um Suicida, em 1955.
LACERDA, Fernando de. Do País da Luz (4 vols.: vol. I - 6ª ed.; vol. II - 5ª ed.; vol. III - 4ª ed.; vol. IV - 3ª ed.). Rio de Janeiro: FEB, 1984.
Coletânea psicografada pelo médium português Fernando de Lacerda entre 1906 e 1918. Abrange mensagens entre outros, dos maiores vultos da literatura portuguesa do século XIX. A acirrada polêmica que causou à época, muito contribuiu para a divulgação do Espiritismo em Portugal, que vivia as agitações que precederam a proclamação do regime republicano naquele país (1910) e que viriam a sacrificar o próprio médium, que se auto-exila no Brasil por recomendação dos próprios espíritos. A FEB adquire os direitos da obra em 1919, e é no Brasil que ela sobrevive durante as décadas de regime salazarista em Portugal, quando manifestações de cunho religioso diversas da religião oficial do Estado - Católica - eram violentamente reprimidas. Obra relativamente pouco conhecida na atualidade (a edição consultada, de 1978, é apenas a 6ª do vol. I e a 3ª do vol. IV), é uma fonte interessantíssima para o historiador do Espiritismo, ou mesmo o amante da literatura. Se isso não bastasse, a obra contém entre outras, mensagens de Kardec (Vol. II, p. 176), Napoleão (Vol. I, p. 80), D. Pedro II do Brasil (Vol. IV, p. 263) e outros, particularmente interessantes por sua atualidade.
SOARES, Sylvio Brito. Grandes Vultos da Humanidade e do Espiritismo (2ª ed.). Rio de Janeiro, FEB, 1975.
Originalmente publicada em 1961, no ano seguinte seguia-se-lhe uma biografia de Bezerra de Menezes. Bastante proselitista, a obra é interessante como uma tentativa de comprovar que alguns dos grandes vultos da humanidade possuíam faculdades mediúnicas inconscientes, graças às quais teriam se projetado nos mundos literário, musical e cientifico. Inclui um perfil de Camilo, tornado vulto da Humanidade e do Espiritismo pelo autor e (principalmente) pela mediunidade de Yvone Pereira.
NOTAS
1. O periódico português "O Século" assim noticiou o evento: "Morreu o ilustre romancista Camilo Castelo Branco. Sabe-se a tortura contínua em que vivia por causa de seus padecimentos. Hoje, pelas seis horas da tarde, num momento de desespero, desfechou um tiro no ouvido, sobrevivendo poucas horas ao ferimento. A notícia espalhada aqui, tem produzido geral consternação." (Op. cit., 01/jun/1890). Para um depoimento pessoal de Camilo, vide MS, p. 33;
2. Para uma identificação mais precisa de Fernando de Lacerda (Fernando Augusto de Lacerda e Mello - *06/ago/1865 +07/ago/1918) vide MS, p. 303: caso de Albino, filho do suicida Jerônimo - alusão à rainha portuguesa Dna. Amélia (Dna. Amélia de Orleans e Bragança, esposa de D. Carlos I, assassinado a tiros em 01/fev/1908). Vide ainda as referências de Souza Couto no prólogo do Vol. I de Do País da Luz (p. 16), a excelente nota biográfica O Médium Fernando de Lacerda na revista Reformador de ago/1988 (p. 247-249) e a bonita mensagem Reminiscências psicografada pelo médium brasileiro Divaldo P. Franco a 21/set/1980 em Lisboa, Portugal, publicada pela revista Reformador de jul/1981 (p. 200).
3. Acerca das dificuldades que Camilo encontrou nas suas tentativas de comunicação mediúnica, vide ainda o depoimento de Yvone Pereira em Devassando o Invisível, FEB, Rio de Janeiro, 1963, p. 63-64.
4. São deste prólogo as referências à revista portuguesa Estudos Psíquicos, editada por Souza Couto, em ano que não nos foi possível localizar.
5. O Vol. II de Do País da Luz contém três mensagens de Camilo, das quais Fernando de Lacerda omite a data: p. 85, 91 e 222 (Camilo a Silva Pinto). Pelo teor são posteriores às do Vol. I.
6. No Vol. III de Do País da Luz há apenas uma mensagem de Camilo (p. 162). Nela se faz referência às experiências do Vale dos Suicidas, descritas no MS, e à invocação inicial de Camilo feita por Fernando de Lacerda, quando Camilo se encontrava ainda internado.
7. Esta é uma das informações mais interessantes do trabalho, uma surpresa para nós que a desconhecíamos: perseguido pela imprensa republicana em Portugal devido ao seu trabalho mediúnico, Fernando de Lacerda perde sua função pública em Portugal, transferindo-se para o Brasil, onde permacerá até ao fim de seus dias. Vide a revista Reformador, ago/1988, p. 247-249.
8. O Vol. IV de Do País da Luz é póstumo a Fernando de Lacerda, e não pudemos identificar se a primeira edição deste volume foi feita em Portugal como aparentam os anteriores da série, ou no Brasil, já pela FEB - a segunda hipótese é mais provável. O prefácio de autoria do próprio Fernando de Lacerda, é mediúnico, e a seu pedido, todas as datas são removidas, um dos motivos pelos quais não há ordem cronológica nas mensagens. A julgar pela de abertura, pela de Eça de Queiroz (PL IV, p. 13), e pela de D. Pedro II do Brasil (PL IV, p. 263), parte das comunicações são recebidas entre 1911 e 1918 - já no Brasil -, o que é corroborado pela data da desencarnação de Silva Pinto (nov/1911 cf. PL IV, p. 37), autor de algumas mensagens, e pela única comunicação de Camilo nesse volume, justamente a respeito desse desenlace (PL IV, p. 218).
9. O ano de 1926 é confirmado pela própria médium. Vide os Dados biográficos de Yvone A Pereira para a Federação Espírita Brasileira (Final) (p. 61) na revista Reformador de fev/82.
10. Há um conflito aparente nas datas, já que por essa indicação o início da criação do MS seria 1936. Entretanto, pelo depoimento de Yvone Pereira, essa obra foi recebida em fragmentos, finalmente compilados a partir de 1946, provavelmente pelo espirito de Leon Denis, autor do prefácio à segunda edição.
11. Para uma correta noção dos fatos que envolveram a publicação das primeiras obras pela psicografia de Yvone A Pereira, vide as próprias notas biográficas da médium na revista Reformador dos meses de jan e fev/1982.
(Publicado no Boletim GEAE Número 461 de 12 de agosto de 2003 )