A corrida eleitoreira se aproxima cada vez mais do eleitor. Não a chamo de eleitoral porque muitos candidatos extrapolam a ética para se fazerem vistos pelo eleitor, distribuindo um saco de cimento aqui, uma consulta médica ali. É hora de aparecerem políticos que nunca vimos antes, beijando criancinhas pobres e remelentas e velhinhos decrépitos para se fazerem vistos como políticos “do povão” e, ao chegarem às suas casas, ninguém garante que não tomem um banho com álcool.
Como, graças a Deus, o TRE proibiu a distribuição de camisetas e limitou a publicidade, o eleitor pode ter um pouco de paz, pois não faltava candidato distribuindo uma profusão de material de campanha, até a invasão não autorizada do horário eleitoral, que é importante para conhecermos os projetos dos que nos representarão, mas não precisava ser todos os dias e tão repetitiva.
Mas eles descobriram uma nova forma de aliciar o eleitor: a internet. Não faltam agora blogs, perfis no orkut, facebook, twitter e tudo mais que atinja as massas. Não aguento mais abrir minha caixa de e-mail e encontrar todo tipo de candidato tentando conseguir meu voto. Gostaria de saber quem passa o nosso e-mail para essas criaturas. Aliás, até sei, pois vemos constantemente na televisão a venda de cadastros em CD, em especial nas ruas de São Paulo.
Ainda hoje, incomodada com essa invasão, devolvi a resposta a um certo candidato com o seguinte texto: “Professor ***, Gostaria de não ser incomodada através do meu e-mail, que não foi fornecido por mim ao seu comitê. Minhas convicções políticas ou partidárias são de cunho estritamente pessoal. Professora Niclécia”
Posso ter sido grosseira, mas paciência tem limites! Sou a favor da não obrigatoriedade do voto, o que tornaria, sem dúvida alguma, a nossa política mais digna e os candidatos certamente mais comprometidos com um projeto político que atendesse às reais necessidades da população brasileira.
Os assessores de comunicação e marketing dos nossos políticos deveriam ter um pouco mais de cuidado ao abordar os eleitores. Aproveitam a mídia para transformar o povo em massa de manobra para atingir seus objetivos não tão nobres, pois a maioria deles, se contamina com a corrupção e ao chegar ao poder advogam em causa própria, com raríssimas exceções.
É hora de pensarmos criticamente em quem vamos votar, se quem vamos colocar no poder representa, de fato, os interesses do cidadão. O voto é sim a arma mais poderosa do cidadão e enquanto não tivermos consciência do nosso poder, pois vivemos num estado democrático, sob a premissa de que o poder emana do povo, estaremos delegando esse poder aos mesmos grupos políticos
, que mudam de partido, mudam de candidatos, se aliam a quem outrora chamavam de “inimigos políticos” mas suas velhas estratégias de ludibriar o povo permanecem imutáveis.
Matéria: Niclécia Gama / Imagem: Google / Postagem: Salvo Horley