quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ficha- síntese do episódio "Inês de Castro" (9ºB)

Episódio “Inês de Castro” (estrofes 118 à 135)

Completa os espaços em branco tendo em conta as ideias chave do episódio e usando versos e / ou expressões textuais de forma a obteres um texto coerente.

Introdução (estrofes 118 e 119)

· Vasco da Gama anuncia que a história que se segue, na narração, era “ O caso triste e dino da memória” (v. 5, estrofe 118), cujo responsável é somente o Amor: “Tu, só tu, puro Amor, com força crua” (verso que apresenta o amor personificado) / “Deste causa à molesta morte sua” (vv.1 e 3, estrofe 119).

Desenvolvimento (estrofes 120 a 132)

Situação inicial (estrofe 120, 121 e 122-até ao v.4)

· As estrofes 120, 121 e 122 (até ao v.4) apresentam um quadro de tranquilidade e de alegria inicial e introduzem a personagem principal; Inês de Castro é caracterizada como “linda Inês” (v. 1, estrofe 120), recordando os bons momentos, as “memórias de alegria”, que passara com o seu príncipe. No entanto, na estrofe 120 – “Naquele engano da alma, ledo e cego, / Que a fortuna não deixa durar muito”(vv. 3 e 4) – é já anunciada uma certa atmosfera de fatalidade.

Peripécias (122-vv5 a 8, 123 a129)

· No v.6 da estrofe 122, é indicado o oponente ao amor de Pedro e Inês, o rei D. Afonso IV, caracterizado como “O velho pai sesudo” (v. 6) que “Tirar Inês ao mundo determina” (v. 1, estrofe 123), ou seja, condena Inês à morte (estrofe 123). O poeta usa o eufemismo para referir a sentença do rei.

·A estrofe 124 mostra já o dia fatal em que a sentença é executada. D. Inês é levada à presença do rei, que por ela sente piedade. Salienta-se a adjectivação anteposta dos homens que vão executar Inês, “horríficos algozes” (v. 1) realçando a sua falta de escrúpulos e de piedade, em oposição ao rei.

· Diante do rei, D. Inês, rodeada pelos seus filhos, profere um discurso em que apela à sua piedade e suplica-lhe que não a mate (estrofes 125 a 129); Inês não pede apenas que o rei seja justo, mas implora-lhe misericórdia: “A morte sabes dar com fogo e ferro, / Sabe também dar vida, com clemência” (vv. 2 e 3, estrofe 128). Repara também na oposição entre as ideias de morte e de vida: estamos perante uma antítese que pretende salientar o poder do rei.

·Inês lança mão dos argumentos que entende mais convenientes para demover o rei do seu intuito de a mandar executar: a compaixão das “brutas feras” e das “aves agrestes” pelas crianças em contraste com a crueldade dos homens (vv. 1 a 6, estrofe 126); a sua inocência (v. 8, estrofe 127 e vv. 4 e 5, estrofe 128); o exílio como alternativa à morte (vv. 6 e 7, estrofe 128).

Ponto culminante (estrofe 130 a 132)

· No discurso que profere, Inês de Castro revela enorme coragem, o que contrasta com a fragilidade inicialmente apresentada, de tal modo que, depois de a ouvir, o rei vacila na sua decisão e quer “perdoar-lhe” (v. 1, estrofe130), no entanto, “o pertinaz povo e seu destino” (v. 3, estrofe 130) não o permitiram e Inês será executada.

·Inês de Castro é morta pelos “brutos matadores” (v. 1, estrofe 132) (mais uma vez a anteposição do adjectivo a caracterizar os carrascos).

Conclusão (estrofes 133 a 135)

· Nas estrofes 133 a 135, o narrador tece alguns comentários ao assassínio cometido, realçando a referência à Natureza personificada (vv. 5 a 8 , estrofe 133) , que participa deste sofrimento e reflectindo sobre a morte de Inês que, agora, contrariamente à caracterização inicial, nos é descrita como sendo uma “pálida donzela” (v. 6, estrofe 134).
No final, alude-se à mítica Fonte dos Amores (vv. 7 e 8 da estrofe 135): “vede que fresca fonte rega as flores, / Que lágrimas são a água e o nome Amores”.

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