A ORIGEM DA ADMINISTRAÇÃO

Os primeiros trabalhos sobre a Administração de Empresas aconteceram no século XX, através dos estudos de dois engenheiros: Frederick W. Taylor - um americano, e Henri Fayol - um europeu. Os dois contribuíram para o que ficou conhecido como Abordagem Clássica da Administração.

Cada um destes engenheiros seguiram um caminho diferente e, embora tenham gerado teorias aparentemente antagônicas, eles se complementam entre si. Os trabalhos de Taylor ficaram conhecidos como Administração Científica, e os de Fayol, como Corrente Anatômica e Fisiologista da empresa.

Em seu primeiro trabalho, Taylor começou nas áreas mais baixas da organização: a área operária. Observava, pacientemente, como cada operário trabalhava e verificou que a maioria deles não produzia o esperado. Constatou que isso poderia ser um tipo de desmotivação, já que os funcionários percebiam que, quer eles produzissem mais ou não, o salário seria o mesmo. Taylor escreveu a sua experiência no livro Shop Management, onde propôs que a base para uma boa administração era salários altos e baixos custos unitários de produção, funcionários com as ferramentas adequadas e devidamente treinados.

Num segundo momento, Taylor pesquisou a Administração Geral, sem abandonar seu poder observador para com os operários. Conclui, aqui, que a gerência não tinha um conhecimento geral das rotinas de trabalho e do tempo para sua execução, cada membro da empresa usava um método de trabalho diferente e que havia disperdício de tempo durante as atividades. Tais observações projetaram o livro Scientific Management.

Com suas obras, apesar de constantemente preocupar-se com as atividades do operariado, ficou claro que Taylor tinha uma visão pessimista da natureza humana, pregando que o operário era, fatalmente, um irresponsável e só não   produzia mais porque era um vadio.

Em contrapartida, Fayol preocupou-se mais em estudar a estrutura da empresa, dividindo suas atividades em técnicas, contábeis, comerciais, financeiras, administrativas e de segurança. As atividades   da área administrativa, definiu Fayol, incluem prever possibilidades futuras, comandar os funcionários para obter o máximo de retorno possível, controlar o que está sendo produzido (para verificar se está de acordo com o planejado - é o famoso feedback), dentre outras.

Fayol, em seus trabalhos, expressou sua opinião de que, à medida de que descemos aos níveis mais baixos da hierarquia organizacional, prioriza-se a capacidade técnica (ou seja, a capacidade de FAZER as coisas); do contrário, subindo na hierarquia, a prioridade gira em torno da capacidade administrativa (ou seja, a capacidade de COMANDAR e ADMINISTRAR as operações dos níveis mais baixos). Também afirmou que a divisão do trabalho era um item muito importante e que cada operáro deveria ter seu grau de especialização, a fim de especializar-se apenas numa determinada tarefa da empresa. As atividades de cada um, somadas, deveriam chegar aos objetivos da empresa. Assim, ele proporcionou a idéia de que cada setor da empresa trabalha de maneira inter-relacionada, contribuindo para o resultado final.

Taylor e Fayol foram, portanto, as referências iniciais da Administração e os primeiros a estudarem-na, propondo princípios e métodos de trabalho.



HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DA PROFISSÃO

Embora antiga, a atividade de Administrador só ganhou contornos oficiais no Brasi com a promulgação da Lei nº 4.769, em 9 de setembro de 1.965, que instituiu profissão de nível superior. Até então , seus profissionais eram "Técnicos em Administração", denominação que propiciava apenas uma imagem de formação escolar de nível médio. Aqueles que já exerciam a função de administrador apenas tiveram suas atividades regulamentadas através da edição do Decreto nº 61.934, de 22 de dezembro de 1.967.

A regulamentação da carreira de Administrador de Empresas previu a criação de um órgão responsável pela disciplina e fiscalização do exercício profissional: o CRTA – Conselho Regional de Técnicos de Administração. Para sua implantação, o Ministério do Trabalho criou uma Junta Administrativa, instalada em junho de 1968 sobre a Presidência do Administrador Carlos José Malferrari.

A instalação do CRTA em sua primeira sede própria, em 14 de abril de 1.969,  tornou-se um marco na existência do Conselho. Sua sede situava-se à Rua Cincinato Braga, 59- 5º andar. Lá, ocorreu a primeira reunião no novo endereço, aos  7 dias de julho do mesmo ano, embora a inauguração oficial só ocorresse em 11 de dezembro de 1.970.

Durante o conturbado ano de 1.969, problemas de ordem federal levaram o Ministério do Trabalho a decretar intervenção nos Conselhos Federal e Regionais de todo o país, em 31 de dezembro daquele ano. Uma Junta interventora foi constituída por integrantes da própria categoria: Administradores Arnaldo Salomão - como Presidente - , Ernest Muhr e Raul Galvão. Sob intervenção (por um período que levou seis meses) , as atividades do CRA/SP prosseguiram, sendo a primeira reunião sobre esta nova condição realizada em 25 de fevereiro de 1.970.

Somente em 9 de julho de 1.970 o Ministério do Trabalho determinou a suspensão da medida e a recondução dos Conselheiros e seus mandatos. O processo foi extinto seis dias após, em sessão extraordinária do Conselho. Embora tenha sofrido com a medida extraordinária, o CRA 8ª Região saiu fortalecido desse episódio, pois a própria portaria do Ministério do Trabalho, que determinou o fim da intervenção, atestou que a entidade se econtrava em "perfeita ordem administrativa".

Concluído o processo , nova eleição de diretoria foi realizada, a fim de permitir o retorno às atividades regulares do CRA-SP. Foram eleitos os Administradores Roberto Carvalho Cardoso, para a Presidência ; Fausto Haroldo Ribeiro , para a Vice-Presidência; Demócrito Paganelli, para a 1ª Secretaria ; Marilinda Pereira Nunes, para a 2ª Secretaria; e Paulo Sampaio e Paulo Elysio de Andrade, respectivamente, 1ª e 2ª Tesouraria.

Crescendo com a profissão , consequência de trabalho de fortalecimento da atividade do Administrador , o CRA-SP concluiu a compra de um novo imóvel na Rua Estados Unidos, 889, sua atual sede. Mais tarde (em 1.994) a sede seria ampliada , com a aquisição do imóvel vizinho, na própria Rua Estados Unidos, 865. Batizada como a Casa do Administrador, a nova sede guarda com seus registros a data da primeira sessão ordinária: 28 de setembro de 1.983. Paralelamente às atividades do Conselho, foram criadas as bases para instalação de uma entidade Sindical. Em 1.971, nasceu o SAESP - Sindicato dos Administradores no Estado de São Paulo , que foi o primeiro da categoria no Brasil. Nos anos seguintes foram criadas Associações Profissionais de Administradores em várias cidades do interior (Piracicaba, Campinas , Ribeirão Preto, Santos , Araraquara , Jundiaí, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), que mais tarde se transformaram em Sindicatos.

Atuando em conjunto, em prol do fortalecimento da profissão , o CRA-SP e o SAESP obtiveram êxito em muitas empreitadas. Foram, por exemplo, os responsáveis pela organização dos 2º Encontro Brasileiro de Administradores, 1982, em São Paulo, evento de absoluto sucesso que marcou a instituição da láurea "Administrador Emérito"(título outorgado anualmente pelo Conselho a personalidade que tenha contribuído para a difusão e o prestígio da profissão).

Para manter a classe dos Administradores informada e atualizada quanto às novas tendências na profissão, o CRA-SP lançou em 1980 o Jornal "Administrador de Empresas" - título posteriormente mudado para "Administrador Profissional". Com uma tiragem expressiva para a época (25.000 exemplares) , o Jornal cresceu em tamanho e em tiragem: atualmente , em formato de tablóide hoje tem tiragem mensal de mais 55.000 exemplares, dirigidos a profissionais e empresas inscritos, a toda a imprensa nacional, Faculdades de Administração, Associações Profissionais , outros conselhos Profissionais e autoridades governamentais.

Outro avanço significativo foi obtido em 13 de junho de 1.985, com promulgação da Lei Federal 7.321, que alterou a denominação da profissão (de Técnico de Administração para Administrador), antiga aspiração de toda classe e que coincidiu com seu 20º aniversário. Questão aparentemente simples , a mudança demandou 10 anos de intenso trabalho , que culminou em uma vibrante campanha em 1.983, coordenado pelo CRA-SP, e que levou ao encaminhamento ao Ministério do Trabalho de manifestação de todas as instituições do País ligadas ao campo da administração , tais como, Universidades, Faculdades, Associações Profissionais, Sindicatos, além das assinaturas de milhares de profissionais e do apoio de centenas de Câmaras Municipais.

Em outubro de 1994, o CRA-SP inaugurou o Centro de Convivência do Administrador com a finalidade de promover eventos destinados à atualização e aperfeiçoamento dos administradores. Ainda antes da inauguração de seu auditório, com capacidade para cerca de 100 pessoas, em setembro de 1.995, o Centro já havia promovido seminários sobre administração pública , administração da produção e qualidade total , novas formas de organização do trabalho e recursos humanos e comércio exterior. Na área de treinamento a criação da Videoteca, tem permitido o acesso dos profissionais às mais novas tendências do mercado, seja pela troca de experiências em debates após cada sessão, seja pelos conceitos transmitidos posteriormente através do Jornal "Administrador Profissional". E, mais recentemente , a instituição do programa denominado "Convivência Viva", em que profissionais de reconhecido sucesso expõem e debatem , periodicamente , suas experiências perante administradores altamente interessados.

Igualmente na área acadêmica, o CRA-SP tem procurado atuar junto à comunidade , dando suporte às instituições de ensino nas revisões e adaptações curriculares, inclusive tendo participado da elaboração do novo currículo do curso de Administração.

Consequência do desenvolvimento do país no geral, e do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, em particular , ambas as regiões se emanciparam, criando sues próprios Conselhos Regionais . O primeiro foi Mato Grosso, em 1º de janeiro de 1.991, e três anos depois, seria a vez de Mato Grosso do Sul.

Hoje , abrangendo apenas a região do Estado de São Paulo, o CRA-SP conta com mais de 48.500 profissionais inscritos e cerca de 8.000 empresas registradas. Esses números atestam a magnitude alcançada pela profissão e o reconhecimento por ela conquistado no seio da comunidade e em especial no campo profissional paulista e nacional.