2005/06/30

 
DOIS ANOS DE ABRANGENTE AGITAÇÃO!

No dia 1 de Julho de 2003, o Abrangente entrou para o clube do Blogger, que
à altura fazia o marketing do Google. Foi o tempo da explosão dos blogues, quando
ainda se optava pelo alojamento no blogspot.com/ ou pelo blogspot.com.br/. O mes
de Junho terá sido o mês em que o Blogger registou o maior número de adesões.
Hoje já existem alguns alojadores em português e uma oferta diversificada vinda de
outros países. Há dois anos, os blogues eram essencialmente de texto, mas hoje a
fotografia e as imagens multimédia dão uma grande animação à blogosfera. Houve
uma evolução enorme e muito positiva. Até o Blogger evoluiu, levando a que, um
ano depois, em 2004, colocasse a sua galinha dos ovos de ouro -- o Google -- na
Bolsa de Nova Iorque (num tempo de crise e incertezas), com acções a 85,00
dólares, as quais, ultrapassaram esta semana os 300 dólares!... Sucesso financeiro,
mas não só, porque o Google é, e continuará a ser, o mais potente motor de busca.

Em 1 de Julho de 2003, George Bush tinha altos índices de popularidade devido
à queda de Bagdade. Hoje, os americanos não lhe dão esse benefício por causa do
alto preço do petróleo; nem os iraquianos, por não terem água nem electricidade.


Há dois anos, para alem do bombástico "Processo Casa Pia", viviamos uma
crise financeira, gerida por Manuela Ferreira Leite, que na altura gozava de altos
índices de credibilidade, superiores mesmo aos do primeiro-ministro Barroso,
que a partir do seu"discurso da tanga, proferido no Parlamento, nunca mais teve
oportunidade de refazer a credibilidade do seu programa político. Era o tempo em
que Paulo Portas ainda era conhecido como o Paulinho das Feiras. No que diz
respeito à blogosfera, assistiu-se a "fusões e aquisições", à "deslocalização" de
prestadores de serviço, à "alterações de templates", à remodelação de outros, a
"blogues-fogacho", a "blogues-heterónimos", a desistências e a "falências" por
causas diversas. Lamento o desaparecimento do Arcabuz, do Marasmo do Cáos,
do Abre-Latas e seus sete heterónimos, País Relativo, Blogouve-se, Cidadão Livre
e tantos outros, que o Abrangente não acompanhava e com quem não se aliava.
O futuro da comunicação vai passar por aqui, pela blogosfera. O tempo fará com
que os estudos de opinião, as sondagens e outros inquéritos, tenham que começar
por aqui. Até mesmo a imprensa, terá que dar lugar à opinião que corre por aqui.
Apelo aqui, aos mais jovens, no sentido de trazerem mais gente para a blogosfera.

Não, não é a última ceia... Trata-se de um convívio de jovens bielo-russos
após a realização de um festival em Irana Kupala, arredores de Minsk.

2005/06/29

 
A presente crise económica, financeira e social que toca a grande parte dos
portugueses, está a mostrar como algumas das instituições criadas para defesa
dos trabalhadores -- e constitucionalmente protegidas -- estão desfasadas no
tempo e como, com a sua actuação, podem levar ao aumento dos conflitos sociais
sem que daí resultem vantagens para os trabalhadores, antes pelo contrário, pois
com a globalização muitas das reivindicações acabam por levar à deslocalização
de fábricas, ao fim da laboração e ao aumento do desemprego nacional. Vem isto
a propósito do que já aqui foi dito, e para realçar o artigo de M Fátima Bonifácio,
Coisas que dão que pensar, publicado hoje no "Público", onde refere exactamente
os casos da Auto Europa e da Ford, que aqui comentei a propósito das negociações
levadas a cabo, com sucesso, pelas CTs e à revelia dos sindicatos. Uma aberração
referida por Fátima Bonifácio é o caso dos "sindicalistas" que vivem apenas para
a actividade sindical... mas que são pagos pela entidade empregadora, sem nada
fazerem de produtivo para a economia nacional. Tal como os partidos que lhes
dão apoio político, os sindicatos não foram capazes de evoluir; pararam no tempo.

Numa Europa unida, onde as velhas querelas, conquistas e dorrotas
deveriam ser esquecidas, vem Sua Magestade lembrar-nos que a força está
do seu lado... Tanto dinheiro desbaratado assim, nestes tempos de crise.


Desejo que os madeirenses sejam poupados ao espectáculo de senilidade que
a velhice de Alberto Jardim irá inevitavelmente dar, se acaso chegar à idade do
galego que agora foi afastado do poder. Fraga chegou ao fim da sua carreira de
político com uma figura senil, sem energia, sem uma chispa de vida. O homem já
era um cadáver adiado, mas agarrou-se ao poder como se este fosse a sua salvação.
Saiu sem honra, sem festa, sem homenagens... até ao dia do seu enterro. Quando se
atinge aquela senilidade, falta o respeito pelos outros e pela função do lugar. Falta
o sentido de humor, o desprendimento pelo efémero: o poder. Como disse Anxon
Quintana, durante a campanha eleitoral, "Fraga sempre viu a Galiza de dentro de
um carro oficial". A esta nota assertiva, respondeu a senilidade de Fraga: "Que se
vá ao carago"... Esta é, a matriz do caudilhismo. Chegou ao fim o franquismo.

Já ninguem tem respeito por si próprio e muito menos pelo seu corpo.
Praia de Zandoorf, Holanda, concurso de tatuagens para o Guiness Book.


ANIVERSÁRIO: Parabens ao Nuno Peralta e ao Leonel Vicente
por terem completado 2 Anos de actividade intensa na blogosfera.

2005/06/28

 
Um erro é um erro, mas tambem pode ser um lapso. E quem é que não comete
erros?. O erro no mapa descritivo do OER poderia não ter passado, se acaso não
tivesse sido enviado para a AR ao fim do dia de sexta-feira. Se o Governo tivesse
guardado aquele doc até segunda-feira, e procedido à sua revisão, já o ex-secretário
Frasquilho não teria ficado em casa, de lupa na mão, a ler aquelas listagens, ansioso
por encontrar pecados, faltas de pontuação, alinhamentos de texto e erros de soma.
Um "pecado" assim, não devia ser perdoado, nem com orações de arrependimento.
Mas, como estamos no reino dos homens, e rodeados de uma crise sem fim, o mais
sábio será admoestar o "pecador" e continuarmos a procurar uma saída para a crise.
O nosso pessimismo é tanto e o futuro tão incerto, que não devemos ficar quietos e
mudos perante os ressabiados de ontem; o futuro exige de todos nós trabalho duro,
sacrifícios e esperança em dias melhores. Não deve o Governo perder o rumo, nem
desanimar com as "trapalhadas" que a "contra-governação" vai continuar a referir.

Para os que se entretêm a fazer oposição ao Governo, só pelo prazer egoísta
de vingar o "passado", vale a pena olhar mais além para termos uma perspectiva
do futuro europeu, lugar "onde" nos encontramos, mas "de onde" raramente
projectamos as nossas expectativas. Perspectivamos sempre a pensar em "mini".
O ITER-International Thermonuclear Experimental Reactor, vai ser instalado na
Europa, no sul de França, em Caradache. Ao fim de dois anos de negociações com
o Japão, a França conseguiu este sucesso. Fazem parte deste projecto a China, o
Japão, a Russia, a Coreia do Sul, os EUA e a UE. O custo do projecto está orçado
em 10 mil milhões de euros e irá criar 4.100 postos de trabalho directo. A séde vai
ser na Catalunha, pois a Espanha, ao contrário de Portugal, não vive de costas para
os centros de inovação europeia. O ITER pode trazer-nos a energia limpa e barata.

Outro projecto europeu que agora conheceu luz verde para avançar, e no qual
Portugal tem participação simbólica, é o Galileu, uma rede de 32 satélites europeus
colocados em órbita para prestar múltiplos serviços de radionavegação, gestão de
trânsito, posicionamento por satélite. A instalação será feita entre 2006-2007 e
vai criar cerca de 140 mil empregos e tornar a UE líder no segmento. É um sistema
mais sofisticado que o GPS americano ou o Glonass russo, já que estes dois eram
inicialmente sistemas militares, tendo sido adaptados para as actividades civis.
Resta acrescentar que a colocação dos satélites em órbita vai estar a cargo de um
cientista português, que chefiará os respectivos trabalhos e tem estado em estágio.

Quando Mário Soares disse que, para acabar com o terrorismo, deveria-se
dialogar com todos, foi considerado uma blasfémia. Agora é Rumesfeld e George
Bush quem coloca essa hipótese. Entretanto Bush continua a tratar a democracia
iraquiana, como se ela fosse o seu jardim... mas num terreno árido e desértico.


STOP AO TERROR NO IRAQUE:
A sul de Bagdade, hoje morreram 8 pessoas (1 parlamentar) e 13 ficaram feridos.

2005/06/27

 
À medida que aumenta a contestação ao Governo, pelas medidas tomadas, vão
aparecendo os políticos santanistas, a fazerem chinfrineira e a acusar o executivo
de cometer trapalhadas. À falta de ideias, na ausência de sentido de Estado, alguns
dos contestatários vêm fazer chicana política, para se vingarem das "trapalhadas"
cometidas por Santana Lopes... Gente mesquinha, agarotada e irresponsável. Ouvi
esta tarde, na TSF, o ex-governante Frasquilho, falar das trapalhadas do Governo
de José Sócrates. O jóvem turco (mais parece um emir, de barbicha e mosca bem
aparadas), está a pôr-se em bico-de-pés, e fala sempre de "trapalhadas", em lugar
de criticar as medidas tomadas pelo Governo. Ele vitupera, está raivoso, e cego
de desnorte... Não precisa de fazer tanto alarido, pois a sua figura já é sobejamente
conhecida -- que mais não seja pelo cómico nome de Frasquilho. Mas ele insiste,
sobrepõe-se ao discurso de Marques Mendes, de Manuela Ferreira Leite, e de
Bagão Félix... De facto, as medidas de Sócrates, podiam ter sido tomadas pelo PSD.
Mas nunca o foram, por falta de coragem, e por causa do secretário Frasquilho.

Vamos ter um "Verão Quente". À boa maneira do "Partido do Proletariado".
O defunto e esquecido grupo da ala maoísta, o MRRP-Movimento Reorganizativo
do Partido do Proletariado, fundado por Arnaldo Matos, esse grande educador do
povo português, reuniu este fim de semana, em comunhão de ideias com o
PCTP-Partido Comunista dos Trabalhadores de Portugal. Do conclave saiu um
apelo aos trabalhadores portugueses, para organizarem uma greve geral contra
o Governo. Para quem diz que o comunismo acabou, este apelo dos maoístas vem
mostrar que ainda há muita gente ligada ao nosso proletariado... E não desistem
de fazer de Portugal uma república do proletariado, com uma economia de dois
sistemas: socialismo e capitalismo. Alberto Costa que se cuide. Este verão vai
ser de suor e pancadria, assaltos a sédes partidárias, ocupação de terras em Cuba
e Vidigueira, controlo operário na ex-Sorefame e boicote aos hipermercados....
(Irra, que o alarido e chifrineira tomou conta do burgo. O ambiente está poluido,
com dióxido de carbono, mas tambem por mosquitos e insectos de toda a espécie.
Não se pode viver nem medrar, com tanta "mosca" a morder-nos a carne viva!).

É uma ironia... A invasão do Iraque foi preparada para haver mais petróleo
no mercado e a preços mais estáveis. Nesta altura o barril ultrapassa os 60 Usd.


STOP AO TERROR NO IRAQUE:
Dia 27, em Bagdade e Tikrit: 28 mortos, 27 feridos e um heli Apache abatido.

2005/06/26

 
No seu 1/4 de página no "Público" de hoje, o avater Vasco P Valente, vem
explicar "a futilidade do exercício [feito pelo Governo] de salvar a pátria pela
educação". Diz o Vasco: "as crianças sabem por irmãos, por primos, por amigos,
que o esforço e a disciplina de estudar não as leva longe. As famílias, que sabem o
mesmo, não insistem". Depois, a concluir a sua prédica, diz o Vasco: "a educação
escolar, nunca em parte alguma conseguiu acabar com o atraso". E remata ainda
com o seguinte: "o atraso provoca a incompetência, a ignorância e a ileteracia".
Soluções? Não. O Vasco não tem ideias. Vive encafuado, com uma corja de diabos.

Já o grande mestre da perífrase, António Barreto, faz um "Retrato da Semana"
sobre a "energia do poder" [de José Sócrates], que até mereceu o reparo de José
Manuel Fernandes no seu editorial, apelidando-o de "diagnóstico pertinente" aos
100 dias de Governo de José Sócrates. Enquanto o JMF diz que "o estilo não é
tudo", Barreto diz que Sócrates, com o seu discurso, tem obrigado os previligiados
e os corpos profissionais a reagir e a sair da toca. O que Sócrates pretende, diz
Barreto, é solicitar o apoio do povo contra os "malandros". O que Barreto chama
de "malandros", são os funcionários públicos.
António Barreto, não parece viver neste país. Na verdade ele ainda não se deu
conta "dos aumentos de impostos, do IMI, das propinas, das portagens, da água,
dos combustíveis, dos transportes"[...] "Esse dia ainda não chegou"-- escreve AB.
Apesar de tudo, António Barreto, neste seu retrato, parece-me mais justo para
com José Sócrates. Talvez por AB estar em Vila Real, no solar da Casa de Mateus,
num ambiente mais propício á reflexção e ao contemplamento das coisas reais.
Barreto acha que o primeiro-ministro é "franzino, mas Sócrates sabe o que vale
a energia", que em inglês se escreve power. Barreto está melhor, mas ainda não
apresenta sugestões. É possivel que um dia lá chegue...

Nos dias que passam, faltam-nos algumas referências, mas sobram-nos
outras, como "mercado", "neo-liberalismo", "liderança". Na China, esquecida
e enterrada que está a "Revolução Cultural", cuidam agora dos ícones da sua
herança histórica, sem deixar de avançar pelos caminhos do desenvolvimento
económico e social. No noroeste, em Shenyang, tratam do restauro da pintura
do "Grande Timoneiro" Mao Tze Tung, fundador da República Popular da China.


STOP AO TERROR NO IRAQUE:
Mossul, dia 26: 3 explões, 29 mortos, 26 feridos.

2005/06/24

 
TRES PERSONAGENS EM CONFLITO...

Atravessamos um momento crítico. Vivemos uma grave crise económica.
Temos um Estado gastador, com um défice de 6,8 nas contas públicas. O Governo
procura -- de uma vez por todas -- tomar medidas para acabar com o descontrolo
financeiro e incentivar a economia. Contra estas medidas legislativas protestam os
sindicatos, que já se movimentaram e ameaçam continuar. "Haverá saída?... Tenho
as minhas dúvidas" -- escreve Miguel Sousa Tavares, no "Público" de hoje, onde se
insurge contra os que, nesta emergência, protestam e não deixam que ninguem se
atreva a mexer nos seus "direitos adquiridos". O Miguel está desanimado, e pede
desculpa pelo seu pessimismo negativista. Enquanto isto, na mesma página, temos
o inefável Eduardo Prado Coelho, preocupado com os locais de leitura: "Ler mas
onde?" -- pergunta o académico, depois de saber que a livraria "Ler Devagar", sita
no Bairro Alto, vai fechar as portas para dar lugar a um condomínio para habitação.
O EPC tem o gosto de ler nas livrarias, em tertúlias, com multidões à sua volta.
Já o comentador surrealista, António Barreto, está em "meditação transcendental"
lá para o norte, nos arrabaldes de Vila Real, na lindíssima Casa de Mateus, tendo
agora chegado à conclusão de que o PS ganhou as eleições de 20-Fevereiro, graças
ao "voto reactivo"... Para um país com tantos problemas a resolver, que preocupam
todos os portugueses e pessoas como MST -- que até já quer desistir por falta de fé
-- temos agora a grande "descoberta" feita por AB, que parece viver longe daqui.
De facto, este país está tão doente, que só um lunático aqui consegue viver feliz.

A Companhia de Ballet Maurice Bèjart comemora 50 anos de carreira.

Confesso que esperava de MST mais resistência, mais maturidade perante a
adversidade, maior coragem para lutar por um ideal, mais perseverança na luta.
Todos nós temos momentos de desânimo, mas a vida é assim: por vezes temos de
passar pelas sombras do vale, para podermos chegar ao cume da montanha. Nessa
experiência, acabamos por dar mais valor à vida e saborear o sucesso por termos
superado a crise e o desânimo. Depois da noite escura, chega outro dia luminoso.
Além disso, e como dizia há dias numa entrevista o cientista português, António
Damásio, "as emoções e os sentimentos" negativos, condicionam a nossa saúde --
uma verdade de há muito conhecida na China, desde há cinco séculos. Refiro-me
ao taoismo e ao livro das mutações I Ching. A ciência está a "demonstrar" aquilo
que até agora só podia ser "afirmado". Os portugueses são melancólicos, tristes
(fado é tristeza), pessimistas? Não admira, que assim, sofram de tanta doença.
Portanto, é bom não vivermos continuadamente no limbo do pessismismo e da
"tristeza franciscana". Devemos cultivar a esperança e assumir o positivismo.

Festas pelos 2549 anos do nascimento de Buda, em Seul, Koreia do Sul,
templo de Chogye. A cor é benéfica para o espírito e o bem-estar físico.

2005/06/23

 
A GRANDE COMÉDIA NA GREVE DA PSP...

A greve é a última arma a ser utilizada numa luta de carácter sindical.
Não devem os trabalhadores, por isso, abusar da sua utilização e menos ainda
para servir de comédia. Mas é isso que tem vindo a acontecer, e foi isso mesmo
a que assistimos ontem com a greve da PSP. Encenaram um espectáculo para a
comunicação social que mais parecia uma festa de Carnaval do que um protesto
para reivindicar fosse o que fosse. Assistimos ao "funeral" de um agente da PSP,
devidamente acompanhado pelo "padre" que o ia abençoar e rezar pela alma do
infortunado; vimos um polícia de "60 anos" barrigudo e bem anafado, mas com
uns óculos de pitosga in extremis; lemos cartazes a dizer que, um polícia aos 60
anos não pode correr atrás dos ladrões ou dos assaltantes. Enfim, uma enorme
manifestação, que mais parecia a "queima das fitas" do que uma reivindicação.

Para além das justificáveis razões que possam levar os agentes de segurança
a enveredar pela greve, importa anotar o seguinte: a) muitas vezes nos têm dito
que a falta de policiamento, se deve ao facto de muitos agentes estarem ocupados
a desempenhar tarefas burocráticas; b) dizem que um polícia com 60 anos nunca
poderá correr atrás de um delinquente; c) que a maioria dos polícias é aposentado
aos 47/50 anos de idade. De facto há aqui situações bizarras que importa alterar.
Se os polícias forem reformados aos 65 anos de idade, como todos os demais
trabalhadores, o Estado poupa dinheiro (pela produtividade individual) e mantem
a PSP operacional, deslocando os agentes com mais de 45 anos para a rectaguarda,
(nas secretarias, nos serviços burocráticos) e mantem os mais novos em operações
de segurança e vigilância. Assim, os agentes com 50, 60 ou mais anos (quando já
são quase todos barrigudos!), não têm que andar a "correr" atrás dos bandidos...
Quanto à actual forma de aposentação, ela é irrealista em termos de produtividade,
pelo que não se deve manter. Os agentes que agora se reformam aos 47/50 anos,
vão trabalhar em empresas de segurança, ou fazer biscates como vigilantes. Por
isso eles querem continuar a manter este previlégio absurdo, imoral e desonesto.

Condolezza Rice fala aos insurrectos e bombistas do Iraque, enquanto na
rectaguarda ficam George Bush e Tony Blair. Hoje, os insurrectos, responderam
com mais atentados em Bagdade, morrendo 38 pessoas e ferindo mais de 40...
A vida e a morte, naquelas paragens, são a coisa mais banal deste mundo.


Enquanto os países do G-8 se preparam para "perdoar" o remanescente das
dívidas (ou do seu serviço) de alguns países pobres, as ONGs ligadas aos Direitos
Humanos, vêm acusar os países ricos de hipocrisia, afirmando que estes continuam
a vender armas e material de guerra aos países pobres, os quais vão pagar depois
com o mesmo dinheiro que era para pagar as dívidas... É o efeito de Lavoisier...

Depois de abandonar "O caminho para Bagdade", o abrupto J Pacheco Pereira,
vem hoje no "Público" com mais um folhetim semanal, desta feita para mostrar o
que JPP disse há um ano atrás, e que (oh céus!) se está a verificar, segundo opinião
do abrupto. "Eu disse... Eu anotei... Eu escrevi... Eu avisei..." -- escreve o profeta
J Pacheco Pereira, que se julga uma cópia do Bandarra, o Nostradamus português.

Com a chegada do verão e as férias escolares, muitas famílias deslocam-se
para a praia e o campo. Mas há quem prefira a beleza de um grande lago, onde
possa pescar, nadar e remar... O encontro com as origens e a Mãe Natureza.

2005/06/22

 
O aperto que os funcionários públicos estão a sentir, já atingiu os trabalhadores
com carreira nas empresas privadas. Começou há uns quinze anos, quando o novo
mundo das tecnologias chegou ao mercado de trabalho. As empresas modernizaram
a sua gestão, com a aquisição de software e equipamentos, e a reciclagem de parte
dos recursos humanos. Foi um tempo dificil para esses trabalhadores, pois tiveram
de acompanhar a modernização das empresas, vendo-se obrigados a estudar novos
métodos de trabalho e a acompanhar cursos de formação, quantas vezes em regime
pós-laboral. Muitos ficaram pelo caminho, por inaptidão, outros foram dispensados
ou reformados antecipadamente. O "emprego para toda a vida", chegara ao fim...
E para as empresas envolvidas na modernização, tambem foram tempos críticos;
muitas vezes tinham adquirido bom equipamento, mas faltava-lhes o pessoal com
experiência, com o know-how; nalguns casos, a formação foi oferecida a pessoal
com mais de 55 anos, ou mesmo 60 anos de idade, donde o investimento feito não
chegou a ser produtivo, já por que um empregado com aquela idade não consegue
ter a agilidade de um outro com 25/30 anos de idade, já por que, noutros casos,
houve quem não conseguisse "integrar-se" e optou, de seguida, pela pré-reforma.

A onda de protestos dos funcionários públicos, motivada em parte pela perda
de regalias e a suspensão de previlégios, acaba por se enquadrar no movimento
de modernização e de racionalização dos custos, que atingiu os trabalhadores das
empresas privadas a partir de 1990. À data, mais trágicamente: houve lay-offs,
contratos a prazo, salários mais baixos, não entrega dos descontos para a SS por
parte de algumas empresas, uso e abuso dos "recibos verdes", ilegibilidade para
o subsídio de desemprego por descontos não efectuados, trabalho precário sem
direito a férias, assistência médica ou medicamentosa restrita ao SNS, etc.
Não há dúvida que, actualmente, ser funcionário do Estado, é ter um vencimento
mensal razoável, assistência médica única, e a certeza de que a solidez financeira
da "empresa/patrão" não é afectada pelos ciclos de mercado nem de produto,
pelo que o ordenado está garantido. Além disso, nas empresas privadas, para
termos um aumento de ordenado, é preciso merece-lo. Só por bom desempenho.
Conheço alguns funcionários públicos, competentes e dedicados à causa, que se
queixam de fazerem o trabalho de outros... que ora estão ausentes, ora de baixa.
A FP é um mundo complicado. Ressalvo, por isso, que não podemos julgar todos.

Aqui está uma ideia para o "projecto" que Manuel Maria Carrilho tem para
Lisboa, embora ele tenha já 38.760 ideias de caracteres... Roma, segue a moda
de Paris. Este ano disponibiliza praia e piscinas improvisadas nas margens do
rio Tibre que banha a Cidade Eterna. Seria bonito de ver, entre Belem e Santos.


O dia de hoje, em Bruxelas, foi dedicado ao Iraque. Trata-se de uma reunião
entre a UE, os EUA e o Iraque, com vista a "angariar" fundos para a reconstrução
daquele país... Que ironia! O país que é considerado o 4/5º país com as maiores
reservas de petróleo, anda a estender a mão, a pedir donativos, para ajudar na
reconstrução. Quer dizer, a coligação Bush/Blair, invadiu o Iraque, empregou no
terreno 150.000 homens (empregos), "queimou" todo o material de guerra que
era considerado obsoleto, destruiu estradas, cidades, ocupou palácios, escaqueirou
património mundial, e agora vêm pedir aos europeus uma esmolinha.... Afinal,
quem beneficia com a reconstrução? É Dick Chiney e outros com a RKB a vender
refeições ao Pentágono; é a indústria americana, com material de bombeiros, a
reparação de linhas eléctricas, a venda de assistência técnica aos oleodutos, etc.
Onde estão os contratos para as empresas portuguesas, prometidas por Durão
Barroso, após a Cimeira das Lages? Quantas sacas de cimento vai vender a
Cimpor ou a Secil? Contratos para a EDP e PT?... Nicles. Que hipocrisia esta!

Missão cumprida... Fim da "Operação Spear" junto à fronteira da Síria,
onde o exército americano fez estragos. Esta imagem lembra-me o Vietname,
quando os GIs faziam fogo sobre nada, para apresentarem serviço. A guerra
continuada e sem fim, leva os soldados à loucura. Não espanta o que vemos.

2005/06/21

 
"Com mais ou menos dificuldade, com mais ou menos dedicação à causa pública
e aos seus alunos, conselhos executivos e milhares de professores frustraram quase
por completo os objectivos da greve. O que mostra que em Portugal há muitos
professores que não desmerecem essa nobre profissão. Não surpreende por isso
que, o dia de ontem se tenha traduzido numa colossal derrota [dos sindicatos]".
Quem isto escreve, é José Manuel Fernandes no seu editorial de hoje no "Público".
Subscrevo estas afirmações, e mais uma vez verifico como os sindicatos de hoje, em
vez de servirem os associados, procuram defender políticas partidárias irrealistas.

Hoje foi um dia de muito calor. Mas tambem é o dia mais longo do ano.
Em Stonehenge, Inglaterra, houve quem dormisse naquele mítico lugar para
acordar de madrugada, ao raiar da aurora, e poder festejar o solistício de verão,
quando o sol chega ao ponto mais alto a norte do equador. Acabou a primavera.


O inefável Eduardo Prado Coelho, depois de um "Fio do Horizonte" apologético
do vídeo da família Carrilho, Bábá e Diniz, vem hoje falar de "O naufrágio". Eu até
percebo o EPC: deve estar desorientado com a crítica da Ana de Sá Lopes, e mais
alguns críticos do candidato "gelatina" à Câmara de Lisboa. Mas penso que EPC,
como homem de muitos afazeres e pensares, deve andar provido de um calendário
ou de uma agenda electrónica, estilo pocket-book. Para que não escreva loucuras
como as de "O naufrágio". O intelectual EPC escreve sobre o Liedson, o Polga,
Beto e Douala -- como se o campeonato não tivesse terminado há semanas! Mais:
escreve sobre o tio Zeca e a tia Olímpia, mais os falhanços do Ricardo... Até cita
o grande timoneiro dos Leõs: "Só fazem falta os que cá estão". "A continuar por
este caminho, o desastre é certo" -- profetiza EPC, não sei a que propósito. Mas
não era suposto que a coluna do "Público", "Fio do Horizonte", subscrita por um
"Professor Universitário", escrevesse sobre temas de mais elevado nivel cultural?


O ACNUR, António Guterres, já está em missão, no norte do Uganda, onde
se encontram milhares de refugiados de diversos países da África central.
Em Ikafe, Guterres foi saudado por este grupo de refugiados sudaneses.

2005/06/20

 
A greve dos professores, numa altura destas, é inapelável. Porque prejudica os
alunos, revolta os pais, e confunde os portugueses. Por mais razão que tenham, os
sindicatos perdem, mais uma vez a sua credibilidade. Porque utilizam os inocentes,
para fazer vingar as suas reivindicações. Porque dão a ideia aos alunos, de que isto
é tudo uma cambada de irresponsáveis, de egoístas, de gente que utiliza todos os
meios para atingir os seus fins. Por mais razão que tenham, ao levarem por diante
esta greve, em época de exames, os professores e seu sindicato, perdem o respeito
por si mesmos, pelas familias, e pelos alunos -- por quem, afinal, trabalham, fazem
carreira, dizem ser mestres, e são pagos pelo Estado. Com "mestres" assim, que
podemos nós esperar das gerações futuras? Espera-se que o bom senso mostrado
até agora por muitos professores, faça reflectir outros no sentido de completarem
o trabalho do ano: fazer os exames. Foi para isso que prepararam os seus alunos.
Depois, podem cuidar das suas reivindicações, lutar pelas suas justas aspirações.

A nível internacional, continua a verificar-se uma grande indiferença pelo que
está a passar-se no Iraque. Inicialmente, tinhamos notícias em directo, com as
televisões a transmitir imagens da invasão e mais tarde com a caça às figuras que
constavam do "Baralho de Cartas" inventado pelo Pentágono... Já lá vão mais de
dois anos, após a proclamação, feita por George Bush a bordo de um porta-aviões,
do final das operações. Com o 11 de Março, o sequestro de Beslan, o "tesumani" na
Ásia e o "genocídio" no Darfur, a comunicação social bem como os "apóstolos das
guerras preventivas", cansaram-se da cruzada de Bush e Blair no Iraque. Todavia,
a guerra no Iraque mantem-se, e cada vez mais violenta e com mais estragos.
Banalizou-se de tal forma a violência, que hoje já ninguem se comove ou espanta
com a vertigem da escalada de atentados bombistas, onde morrem diáriamente
30/40 pessoas e ficam dezenas feridos. Já não há abalos emocionais nem gritos de
dôr capazes de comover as pessoas... Só os iraquianos sentem o inferno da guerra.
E não se vê solução para o conflito. Tal como no Vietname, o Iraque é um atoleiro
para os exércitos invasores. De tal forma que, nas fileiras do partido republicano,
já se ouvem vozes a reclamar a retirada. O senador John McCain, que votou a
favor da invasão, já se mostra inquieto. Condolezza Rice, em viagem pelo Médio
Oriente, já diz que é preciso reduzir um exército cujo inimigo não se vê, não tem
frente de batalha... No meio deste rumor, Porter Goss, o patrão da CIA, veio hoje
dizer que "tem uma ideia interessante" sobre o paradeiro de Osama bin Laden...
Sempre se disse que a família do chefe da al-Qaeda era próxima de George Bush.
Não admira que, tres anos depois do "nine-eleven", bin Laden continue à solta.

George Bush recebe Abdullah, o príncipe saudita, no seu rancho de Crawford.
Negócios de Estado ou petróleo? Repare-se no pormenor: dar as mãos, é um
gesto de amizade, entre os muçulmanos. Mas nós, ocidentais, não gostamos
de gestos tão íntimos. Bush está desconfortável, não abriu totalmente a sua
mão para segurar a mão do príncipe. Protocolo e petróleo oblige...


PARABÉNS aos altermundistas pelo 2º Aniversário do Fórum Social Português.

2005/06/19

 
O iluminado sociólogo, António Barreto, que cada vez está mais afastado da
realidade portuguesa, vem hoje, no "Público", escrever sobre "Quatro Funerais",
assim como outra qualquer luminária poderia escrever sobre 'O Bando dos Quatro',
julgando estar a viver, ainda, no tempo da Revolução Cultural de Mao Tze Tung.
Sem respeitar os mortos, nem grande parte do povo português, Barreto embrulha
no mesmo caixão Champallimaud, a irmã Lúcia, Cunhal e Vasco Gonçalves. Depois
de os "enterrar", deitando pela borda fora Eugénio e Corino de Andrade, Barreto
escreve que, aqueles quatro, "quando eram vistos, pensava-se logo tratar-se de
uma aparição". Nesta sua alucinação, Barreto diz -- convencido de que é o novo
Bandarra -- que a irmã Lúcia, "beata será". Elogia Chapallimaud, por este ter
morrido rico (creio que Barreto, chora por não ter sido nomeado curador de "cuja
Fundação foi estabelecida há dias"); de Lúcia, Vasco e Álvaro, o Barreto diz que
"morreram pobres", como "os portugueses gostam" (só Barreto gostava que eles
tivessem morrido ricos. Barreto prefere os políticos que engordam e enriquecem
à custa do serviço público. É o meu entendimento, ao ler o xamâ António Barreto).

"Nas avenidas de Lisboa, naquela quarta-feira de nojo, era possivel ver,
além das bandeiras do município, de Portugal e da União Europeia, as de vários
bancos, companhias de seguros e empresas privadas ou públicas a meia haste de
luto" -- vitupera, certamente cheio de nojo, o extra-terrestre António Barreto.
Pelo que leio, o sociólogo e comentador político, AB, além de mostrar desprezo
pelos mortos, é ignorante na sua arte. Barreto está fora da realidade portuguesa,
pensa tudo pelo que vê na TVI, e, alem de ausente, mostra-se incapaz de entender
os portugueses. Aquele funeral, aquela multidão, aquelas bandeiras a meia haste,
mostram o desprezo que os portugueses têm por estes políticos, medíocres, sem
palavra, que vivem à sombra do Estado, com bons ordenados acumulados com
uma ou duas pensões, ajudas de custo e luxuosos carros de alta cilindrada. Mas
Barreto não compreende este fenómeno sociológico, até porque é um entusiasta
dos políticos que morrem ricos, com contas na Suiça, e casas por todo o país...

Estes comentaristas, com a o jaez de Barreto, precisam de ser varridos dos
jornais, das rádios e da televisão. Já corremos com os políticos medíocres, agora
devemos exigir a "renovação" dos comentadores e analistas com mais de trinta
ou quarenta anos de "serviço". Fora com os Barretos, os Pulidos, os Delgados, os
Vascos, os Neves e quejandos. O país mudou, os meios de informação mudaram,
os comentadores e analistas estão na blogosfera. Não precisamos de "bezerros
sagrados" na imprensa, nem de professores marcelos na televisão. Considero
esta gente uma corja de oportunistas que, não sendo intuitivos nem argutos,
julgam que são uns iluminados, e passam o dia a enxamear o nosso ambiente.
Nota final: a antítese dos comentários estapafúrdios de Barreto, encontra-mo-la
no trabalho de Mário Mesquita, que já foi jornalista, director do DN e agora dá
aulas de jornalismo numa universidade da capital. Preciso, isento, arguto, culto,
viajado, humilde, mestre na escrita. Não se compara com os outros "papagaios".

2005/06/17

 
O ressabiado e manhoso Vasco, no seu 1/4 de coluna no "Público", vem dizer
à Nação, que "Portugal não se respeita". É verdade, o Dr. Vasco P Valente, acha
que os comunistas devem estar calados, pois andam a dizer que, Álvaro Cunhal,
foi uma figura "importante", "central", "ímpar" do século XX português. E replica:
"Parece que Estaline, Hitler e Salazar foram importantes, coerentes, espartanos
e inteligentes." Ora, seguindo o raciocínio do Mestre Vasco Pulido Valente, temos
de admitir o seguinte: a) Se António Ferro foi escritor, amigo de Salazar, inventor
do Secretariado da Propaganda e cronista, então o que é o Vasco? b) Se o Bocage
foi um poeta satírico e controverso, o que é o Vasco? c) Se o Antero foi filósofo,
poeta, crítico e acabou por dar um tiro na cabeça, o que é o Vasco? d) Se Margarida
P Rebelo é escritora best-seller, dá entrevistas e tem livros nas bibliotecas, o que
é o Vasco? e) Se o Tino de Rans é calceteiro e uma celebridade, o que é o Vasco?...
"A originalidade indígena, desta vez, passou os limites da decência. Obviamente,
Portugal" deve respeitar os mortos... e tratar dos doentes loucos esquizofrénicos.

"Cresceu, mas, pelos vistos, cresceu mal. Poderia ter sido por "o controleiro"
lhe ter cortado os livros de "Os Cinco" de Enid Blyton e o obrigar a ler Gorki,
Jorge Amado e Pablo Neruda, entre outros [Ver pormenores descritos na pág.11
do "Público" de 14 de Junho]. Ora, o que o Vasco Pulido Valente devia saber, com
a idade que tem e com a vasta cultura que exibe e ostenta, é que problemas desse
foro se tratam na especialidade médica competente, ou, para quem prefere, nas
psicoterapias alternativas, que as há para todos os gostos. O que VPV tambem
já sabia, independentemente da opinião que se tenha sobre este ou outro assunto,
um comentador analista político não deve misturar-se com a matéria que está a
tratar
, por evidentes razões de várias ordens: ética, estética ou, simplesmente,
de boa educação, de sensibilidade e bom gosto. E ainda deveria o VPV saber que
eu e, provavelmente, a maioria dos leitores do "Público" têm mais que fazer do
que perderem tempo a inteirarem-se dos pormenores da vida de um "analista
político" que faz análise política centrado no seu umbigo e traumas adjacentes".
(Texto parcial de Natália Bravo publicado no "Público", na secção "Cartas ao Director")

É como eu digo: o Vasco anda desorientado, já não atina com as ideias, anda
a tropeçar nos predicados, já não respeita os sujeitos, esquece os atributos, vai
caminhando para o narcisismo. Toda a gente pode constatar a decadência moral
e intelectual do Vasco. Só o José Manuel Fernandes é que não quer ver isso. Já
investiu muito no Vasco, deu-lhe o espaço equivalente a 1/4 de folha, numa das
mais importantes páginas do "Público", a última, que tambem é uma primeira.
Não entendo. O Vasco deve estar a ser exibido por JMF como um trofeu de
caça. Sim, não esqueçamos que o Vasco foi, durante muito tempo comentador
"a uma coluna", no DN, o jornal de direita, onde é escriba o incrível Luis Delgado.

No 46th Air Show de Bourget, em França, o negócio vai correndo a favor
da EADS, que tem vendido muitos Airbus, e não só. O projecto "Eurofighter"
está em marcha, e foi apresentado numa arriscada e surpreendente exibição.


2005/06/16

 
Os líderes da União Europeia estão reunidos, a partir desta tarde, em Bruxelas
para decidirem o destino do TCE. O dia de amanhã será destinado à discussão das
finanças públicas da EU. Pelas notícias que vão chegando, sabe-se que o encontro
vai ser atribulado, já que os países que mais têm pago, querem pagar menos. Neste
tempo de incerteza, quando a maior parte dos estados membros se defronta com
índices de desemprego elevados, crescimento económico quase nulo e a principal
fonte de energia - o petróleo - a custar mais do dobro do que custava há tres anos,
torna-se muito dificil chegar a acordo na distribuição dos dinheiros do orçamento.
Difícil para os países mais pobres, que esperam mais, mas tambem para os países
mais ricos, que agora têm menos riqueza e estão a ser penalizados pelos eleitores.
Por mais análises sociológicas que os analistas apresentem, o problema prende-se
fundamentalmente com a crise económica que a Europa (e não só) está a viver.
Se houvesse empregos, crescimento da economia, com baixas taxas de juro e uma
moeda estável, tudo eram rosas!... Mas não vivemos nessa ventura; vivemos uma
crise que toca a todos. E quanto à PAC, que até 2012 não deve ser alterada, temos
que julgá-la despropositada, igual ao "cheque" britânico, uma herança tachteriana.

A guerra da bananas já lá vai... O que se trata, aqui, é de uma passagem de
modelos integrada na semana "Rio Fashion-Moda Primavera-Verão 2006"
que está a decorrer no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Alegria!


Eu aposto no adiamento do TCE, e o falhanço na aprovação do orçamento
plurianual comunitário para 2007-2013. Por causa do choque que inevitavelmente
vai acontecer entre Blair e Chirac. A Inglaterra, 20 anos depois do acordo aceite
para lhe devolver parte do dinheiro, é hoje um dos países mais ricos da UE. Mas
nem por isso quer "reduzir" ou prescindir do "cheque" numa União a 25 países,
alguns com metade do PIB inglês. Tony Blair prefere dar "esmola" aos países com
baixos recursos (em África ou Ásia), mostrando que é magnânimo e rico... Chirac,
por outro lado, tem as contas da PAC aprovadas e aceites até 2012... Não é nada
que não possa ser alterado. Só que a França, sendo um dos países fundadores, está
cansada de "alargamentos" e, mostrou a Chirac que está descontente. Se Chirac
tivesse que ceder na PAC, a troco do "cheque" de Blair, os franceses não aceitariam
esse recuo, já que os agricultores estão à espera dos subsídios. É a crise económica.

VAI UM COPO?...

"Mulheres são como vinho: com o passar dos anos,
enquanto umas refinam o sabor, outras azedam.
As que azedam, é por falta de rolha..."

(Jack Biblot, via Dhuvi-Luvio, Curitiba)

2005/06/15

 
Celebrar a morte, é celebrar a vida, dizem os esoteristas. Porque a morte,
dizem, é renovação. Portanto, não devemos permanecer no choro, no lamento e
na dôr provocados pela ausência do que passou. Mas não é fácil esquecer, o que já
já não está, e já foi. Nestes dias,temos assistido à partida de muita gente. Primeiro,
foi o Vasco, logo a seguir foi Cunhal, no mesmo dia, soubemos que o poeta Eugénio
se tinha calado; ontem, foi o Bertholo a deixar cair a paleta; hoje, foi o pioneiro dos
"outdoors" em Portugal, José Carranca Redondo, da Lousã, que abandonou a sua
destilaria do "Licôr Beirão"... Não há dúvida, o "passado" está a passar, fechando
um ciclo geracional. O país continua, com gente mais nova, num mundo diferente.
Que saibam igualar ou superar os que já passaram, em talento e bem-fazer.

Cá dentro e lá por fora, assiste-se à luta contra a pedofilia e à defesa dos direitos
humanos. Cá, o processo Casa Pia, arrasta-se há uns tres anos... mas nos Açores
conseguimos fazer justiça em pouco mais de seis meses. Na Califórnia, o "pop-star"
bacôco, chamado Michael Jackson, livrou-se da cadeia, mas não da desconfiança.
No que toca a "direitos humanos", estamos conversados: é apenas um convénio,
usado pelas grandes potências para ameaçarem ou defenderem os seus interesses
comerciais. Quando os seus mercados estão em risco, ignoram os Direitos Humanos,
e sacodem as reclamações para debaixo do tapete... Uma hipocrisia descarada.

Depois do acordo laboral celebrado há um ano na Auto-Europa, para manter
a laboração possivel, sem despedir, até chegar o novo cabriolet, foi agora a vez do
pessoal da Opel, na Azambuja, se pronunciar em referendo promovido pela sua
Comissão de Trabalhadores, a favor da proposta da Administração. Quem não
gostou, foram os Sindicatos do sector. É curioso verificar, como as CT conseguem
negociar acordos que satisfazem ambas as partes. Talvez seja por as CT terem
membros menos comprometidos com a linha de alguns partidos. Este acordo foi
bom para os trabalhadores, mas tambem para o país, já que grande parte da
produção da Opel (General Motors), se destina à exportação. E, embora a GM
(e a Ford) estejam em grave crise, tendo anunciado o despedimento de 15.000
trabalhadores nos EUA e Europa, a fábrica da Azambuja, poderá assegurar a
montagem de um novo combo, cuja exportação pode atingir os 60 por cento.

Na vizinha Espanha tambem estão aflitos com a seca. Têm as barragens
a 55 por cento, mas nesta altura do ano as consequências já são trágicas.
No sul da Andaluzia, em Crevillent, as represas apresentam total secura...

2005/06/14

 
Quem não respeita a morte do adversário, é covarde ou então inveja o defunto.
A morte de Álvaro Cunhal tem sido comentada por toda a classe política, amigos e
inimigos do ex-dirigente do PCP, mas tambem por envergonhados felinos e muitos
anti-comunistas. No "Público" de hoje, Vasco P Valente, esse pequeno Lord nascido
no seio de uma família burguesa, nos tempos da pobreza franciscana gerida pelo
Botas de Santa Comba, vem explicar como cresceu, azucrinado pelas referências a
"o Álvaro". Pulido Valente, em vez de expressar o seu ponto de visto sobre Álvaro
Cunhal, fica-se pelas ninharias relatadas do género "memórias da minha infância"
para não se comprometer e ficar de bem, com Deus e o Diabo. É assim que fazem
os pusilânimes de carácter. De resto, o historiador Vasco Valente nunca teve nível
intelectual, isento e honesto, para exprimir uma opinião lisa e clara sobre alguem
e muito menos sobre a personalidade e a vida de Álvaro Cunhal. Por isso, o felino
Valente, quedou-se pelas minudências, que só ele afirma, e a ninguem interessam.
"Crescer com o Álvaro", foi o título das minudência que o Vasco coligiu e escreveu.

Limpeza da vitrine com "O Juízo Final", tríptico do flamengo Jeronimus
Bosch em exposição no Museu de Belas Artes, em Bruxelas. Esta obra-prima
da pintura, lembra-nos que o "julgamento" dos mortos pertence ao Criador.


Sempre que morre alguem, escritor, político, militar, fadista ou estrela do
"show-bizz", assistimos a infindáveis confissões sobre a personalidade do defunto.
Sempre apologéticas e laudatórias. Coisa que, em vida, quase ninguem é capaz de
endereçar a um amigo, familiar ou conhecido. E quantos destes, no percurso da
sua vida, não careceram de apoio e reconhecimento pelo seu mérito, para vencer
estados de alma que enfraqueciam a tomada de decisões! É em vida que devemos
ser generosos, em palavras e actos, para com os outros. Depois da morte, de nada
serve tudo o que, de feliz ou infeliz, se possa dizer sobre alguem. Serve apenas para
aliviar a nossa dôr, para afagar a nossa tristeza. Mas, a falta de atenção para com
a existência, faz com que a maioria de todos nós, "passemos por cá", e cheguemos
ao fim da corrida sem darmos conta de nós, quanto mais dos outros!... Esta vida
é breve, e nós andamos tão distraídos do que nos rodeia, que chegamos a viajar
ao volante do carro, de casa para a cidade, e chegamos ao fim da viagem sem
termos dado conta dos locais por onde passámos... Somos autênticos robôs...
Não admira que, nas relações interpessoais, não haja amizade nem solidariedade.

Eles tudo fazem para acabar com os humanos... Não querem ouvir falar
de sentimentos, de emoções, de anseios. A máquina toma o lugar do coração.
Cena de baile com robôs desenvolvidos por estudantes pós-graduados na
Universidade de Tohoku, Japão... Que dirá o estudante à sua parceira?...

2005/06/13

 
Tony Blair ainda não conseguiu recuperar do fiasco iraquiano, onde afundou a
sua credibilidade, tal como o amigo americano, e anda agora à procura de uma
tábua de salvação. Ocorreu-lhe uma ideia: perdoar o remanescente das dívidas de
alguns países, e convencer os colegas do G-8, a fazerem o mesmo. Tony Blair pensa
que, assim, vai passar à história como o salvador dos pobres. É uma hipocrisia, esta
acção. Em vez de ajudar os países pobres a criar condições para desenvolverem as
suas economias, dão-lhe apenas esmola. Dizem aos pobres para irem pescar, mas
não são capazes de lhes darem a cana de pesca... Assim, os países pobres, nunca
vão sair da pobreza, continuando os ricos a emprestar-lhes dinheiro para armas,
maquinaria e carros de luxo. Contribuem, assim, para alimentar a corrupção e o
tráfico de influências entre os governantes dos países pobres. De resto, em alguns
casos, o remanescente da dívida, pouco mais será do que o "serviço" (juro) da dita.

Na Bolívia, onde a indústria petrolífera descobriu enormes reservas de gas,
até o povo indígena se revoltou, pois "sente" que o dinheiro das petroléfras
poderá ser desencaminhado pelo Governo, ou gasto em material de guerra.


É um sistema imoral, que pouco serve às populações mais necessitados, e que
não leva ao desenvolvimento social nem conduz à implementação de um sistema
económico, para emancipar os países pobres. É imoral, porque Blair pretende, com
isto, tirar proveito próprio e fazer campanha para melhorar a sua imagem. É imoral
porque, sendo a Inglaterra um país rico, Tony Blair vai continuar a pedir à Comissão
Europeia, o "cheque" de reembolso de verbas, quando na UE há parceiros que têm
metade do rendimento da Inglaterra...
Nestas circunstâncias, não parece que Tony
Blair esteja a ser honesto. Como primeiro ministro de um país rico, Blair pede aos
europeus mais pobres, que lhe passem um cheque de bónus; e aos países pobres do
terceiro-mundo, em vez de lhes oferecer escolas, hospitais e fábricas de cimento,
perdoa-lhe o "serviço" da dívida -- abrindo caminho a mais empréstimos da parte
do FMI, BM, BERD, etc., etc. e até mesmo por intermédio de companhias como
as petrolíferas Shell, Chevron ou as mineiras Rio-Tinto e outras exploradoras...

O PASSADO VAI PASSANDO...

Com a morte de Vasco Gonçalves, Alvaro Cunhal e Eugénio de Andrade,
o país de Abril vai esquecendo os protagonistas da Revolução dos Cravos, que
deixaram de estar connosco. Vasco e Cunhal, foram dois grandes protagonistas
da gesta do 25 de Abril, e Eugénio foi o poeta do povo deste país libertado.

2005/06/12

 
O arqueológico comentador, António Barreto, está de tal forma delirante com o
NON/NEE dado pelos franceses e holandeses ao TCE, que até viu neste resultado
a paralaxe de todos os angulos formados pela "nega" dos referendos. Neste delírio,
AB continua a mostrar a sua paralexia mental, e já prevê que, na Cimeira que se
realiza a 16 e 17 em Bruxelas, os alemães "vão bater nos franceses e holandeses".
Barreto lembra aos adeptos do SIM, que há muito haviam sido advertidos:
a)"De que estavam a ameaçar a União; b) "De que provocariam movimentos;
c)"De que a Constituição era inútil; d)"De que a consagração... e)"De que era mais
importante... f)"De que a distância que... g)"De que era preciso dar tempo...(Isso
mesmo: 8 vezes "De que"). Barreto, nesta paralexia mental, descobriu erros na
Constituição, dos quais só agora tomou conhecimento. Fala em "ridículo" e em
"absurdo" (para corroborar a sua paralaxe) e semear a confusão da sua paralexia.
"É a mais grave crise da história da União [...] inutilmente preparada pelos autores
e defensores da Constituição. Uma derrota como esta, colossal e sem precedentes,
pode aconselhar humildade e razão, mas tambem pode ditar vingança e azedume".
(Soluções?... Barreto não tem ideia nenhuma a propor. Está paralexico.)

Gravuras de Picasso na China, onde o pintor cubista não parece ser muito
apreciado, e é pouco conhecido. Não perdem nada por isso, já que a oeuvre de
Picasso não passa de um vómito contra os cânones da Arte. Só o oportunismo
dos investidores, há falta de melhor activo, tornaram esta mercadoria vendível.


A grande "luminária" que é o Dr. Pulido -- epíteto que usa amiudadas vezes,
quando fala dos outros -- vem hoje escrever, no seu 1/4 de página, no "Público",
que o "problema financeiro [do país], é um problema perene desde o séc.XVIII".
Encafuado na sua visão antropológica da história, Vasco Pulido, já não acredita no
futuro. Cita de raspão Sérgio [António Sérgio], de quem diz não ter estima, para
falar de "obsessão com o emprego público, o clientelismo partidário e o absurdo
do inchaço dos salários" no OE. O vencido da vida e derrotista Vasco Valente, fala
de coisas arqueológicas, que em nada ajudam o país actual a sair das dificuldades
em que se encontra. "Na essência as coisas continuam na mesma", conclui VPV,
que ainda deve andar de bengala, monóculo, fio de ouro no colete, cartola e caixa
de rapé -- como era moda no séc.XVIII... E assim terminou a sua croniqueta.
(Valha-nos Santo António! O Dr. Vasco, julga-se um comentador ao nivel do
defunto Walter Lippman; o paraléxico Barreto, não sendo um Raymond Aron,
entretem-se a enumerar predicados, sujeitos e adjectivos, como se estivesse a
fazer ponto-de-cruz. Não há paciência para aturar estes escribas de papiro).
">
Enquanto as luminárias do lado NON ao PCE festejam, antes do tempo,
a paragem da bicicleta, atingida com dois furo no pneu, é preciso reparar os
estragos e continuar a percorrer os caminhos do futuro da União Europeia.

2005/06/09

 
Todos conhecemos a crise que o país atravessa. Para superá-la, o Governo está
a tomar medidas drásticas, que todos reconhecemos serem necessárias, mas que
cada um recusa em nome dos direitos adquiridos. Mas, numa situação de falência,
os portugueses teriam que pagar mais e durante muitos mais anos. Vamos aceitar
o mal menor. Assim, enquanto se exige este sacrificio, devemos empenhar-nos em
superar a crise, e não em torpedear e sabotar o esforço que está a ser feito. Nestas
circunstâncias, não posso apoiar a luta de Ilídio Trindade, conforme solicita no
e-mail que recebi hoje. E não aceito por entender que, acima dos interesses de
cada um, deve sempre colocar-se a nossa honestidade profissional, devendo cada
um desempenhar as suas funções com competência, até porque é pago para isso.
Ora, o que o Ilídio Trindade propõe, é um boicote às aulas: "Toca (a campaínha),
entro na sala de aulas, sento-me e digo Bom Dia aos meninos! Depois, mando-os
falar, por exemplo de bola, coisa de que todos gostam. Aguardo que o tempo passe.
Toca (para saída), e até amanhã meninos. Nas avaliações, atribuo notas positivas
a todos. Ninguem vai dar por nada".
Já assim é, agora, por boa parte de alguns professores. Não admira pois, que assim
vá acontecer nos próximos dias. Isto dá razão a alguns encarregados de educação.

Vivemos tempos dificeis, e as dificuldades estão a chegar. Para acabar com a
irresponsabilidade e o "deixa-andar" confessado por alguns funcionários públicos,
o Governo é aplaudido por tomar as medidas anunciadas. Certamente que, nalguns
casos, a tutela terá que rever algumas dessas medidas, para que não aconteçam as
previsões de Sérgio Claudino, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa:
"Receio o aparecimento de uma nova categoria de professores formadores:
docentes oportunistas que, a pretexto de não serem recompensados pelo seu
trabalho e da necessidade de se efectuarem regências, utilizem os estagiários para,
fundamentalmente, assegurarem as aulas das turmas que lhes foram atribuidas".
Por aqui se vê que, o Estado, alem de patrão, deve ser polícia, para zelar pela "coisa
pública". É por isto, e por muitas coisas mais, que os alunos e os encarregados de
educação chegam a acusar os professores, pela falta de aproveitamento escolar.
Não são muitos, os professores com competência, sabedoria e honestidade moral.
Estes dois casos, referem-se a dois níveis de ensino diferentes, mas ajudam-nos
a perceber a situação socio-profissional do meio, numa altura próxima de exames
e num tempo em que o Governo tem uma série de medidas restritivas a tomar.
No caso do estágio dos professores dos ensinos básico e secundário formados nas
universidades "o Governo deve ponderar os passos que vai dar e reagir de forma
sensata" -- como refere Sérgio Claudino, da Faculdade de Letras da U. de Lisboa.

Imagem publicada pelo "Sidney Morning Herald", Austrália, a informar que,
ontem, em Viana do Castelo, norte de Portugal, e no resto do país, mais de 500
bombeiros combateram os incêndios provocados pela vaga de calor e pela seca
prolongada que tem atingido o nosso país. Refira-se que, nesta altura do ano, é
inverno na Austrália, mas nem por isso chove. O governo federal está a tomar
medidas para controlar a abertura de poços e a poupança de água.

2005/06/08

 
Ouvimos o banqueiro apelar à contestação da lei que vai acabar com o segredo
fiscal, e não entendemos o que pretende dizer Fernando Ulrich, quando afirma que
está muito admirado por ninguem contestar. Numa conferência promovida pelo DE,
o presidente do BPI diz que a lei que vai permitir o fim do segredo fiscal é o maior
atentado contra o mundo económico
feito até hoje. Não entendo o que preocupa o
banqueiro Fernando Ulrich. A disponibilização das declarações de IRS na Internet,
serão um sinal de transparência. Quem estiver contra esta medida, parece que tem
algo a esconder... Afinal, as "reformas em curso" na AP e fiscal, não são do agrado
de alguns banqueiros. Estamos a falar do segredo fiscal, não do "sigilo bancário".
Se alguns banqueiros preferem fazer as coisas em segredo, a coberto do anonimato
somos levados a pensar que alguma coisa estão a esconder. Ou não será assim?

"Passada a raiva percebi duas coisas: que a raiva me passa cada vez mais
facilmente e que tende a ser cada vez mais justa, à medida que se encurta a sua
duração" -- escreve o Besugo, em desabafo vertido no blogame mucho, a propósito
do assunto que relatei aqui, ontem. Ainda bem que o clínico "reparou" na força da
raiva e tomou nota como é possivel lidar com ela. De facto a raiva é um sentimento
humano, que não devemos ignorar ou contrariar. Não é um defeito, mas um alarme
que protege o nosso ego. Devemos aprender a lidar com a raiva, para que ela não
ultrapasse os limites da razão. E é muito fácil consegui-lo, obtendo o efeito que o
Besugo sentiu: ela passa, torna-se mais justa. Mas é preciso ter consciência disto.
Quando a raiva se manifesta, quando ela sobe e toma conta do nosso cérebro, deve
reagir-se calmamente; não a contrariar, ela existe, vive connosco, não devemos
censurá-la. Perante um assomo de raiva, basta parar, sentir e "falar" com ela como
se estivessemos a falar com a nossa consciência: "olá, eu sei que estás aí! Sossega,
eu tomo conta da situação." Com a prática, resulta e todo o nosso corpo se relaxa.
Tratem a raiva como o vosso ego, não se deixem ultrapassar por ela.
Quanto ao resto, o bom-senso acabou por perdurar: todos os "caminhos" que nos
levavam até ao blogue do desespero, foram apagados não deixando rasto.

Tudo o que consideramos sagrado se quer limpo... Lá para os lados do
"tecto do mundo", no Tibet, o lago Namtso (Lago do Céu) é zelosamente
cuidado, limpando as suas margens de todo o lixo que possa aparecer.

2005/06/07

 
MALDADE E DESESPERO NA BLOGOSFERA...

Em 25 de Março deste ano, escrevi um post onde me insurgia por a direita
blasfemar contra Freitas do Amaral, por este ter aceite o convite de José Sócrates
para o cargo de ministro dos NE. Nesse mesmo post, referia-me a um comentador
que havia escrito no "Público" uma série de disparates cheios de azedume contra
Freitas do Amaral. O comentador, era Luis Aguiar-Conraria, Assistente no Dep. de
Economia da Universidade do Minho, Doutor em Economia pela Cornell University.
Dias depois, encontrei o blogue gerido pelo LA-C que, no essencial, não dizia muito
mais do que já dissera, como comentador do "Público". Muita teoria, pouca súmula.
Hoje, numa breve passagem pelos blogues que me acompanham, verifico que toda
a classe médica e o SNS, foram enxovalhados e denegridos com epítetos que me
dispenso de citar, precisamente pelo comentador Luis Aguiar-Conraria.

Fazendo como eu, o Besugo andou a navegar na Net, e visitou o diario digital,
onde acabou por ficar de queixo caído com a verve do incrível Luis Delgado, que
apologeticamente defende a Selecção Nacional e Scolari, por serem o símbolo do
optimismo que este país precisa. Depois, Besugo ameaça: "às tantas é mesmo desta
que deixo esta pequena aventura" por ter lido isto na casa em obras do amigo João.
"Uma pessoa que sofre pode desabafar, mas não pode esperar grande merda
quando desabafa ofendendo sem explicar o critério, e de forma global, todo um
grupo profissional". Eu compreendo bem o Besugo, que é médico e trabalha no SNS.
Por isso, os desabafos espelhados em A Destreza das Dúvidas, mais os coments
que se lhe seguem, ainda que produzidos em desespero de causa, não podem ser
assacados a toda uma classe profissional que, por mais que se diga, ainda continua
a ser o antídoto, a palavra amiga, o conforto moral, a esperança e o alívio de todos
quantos entram num hospital em estado crítico, e encontram um médico para lhe
aliviar as dores físicas, ouvir as suas queixas, e dar ânimo para vencer a doença.

Pela escrita do Besugo, acho que ele é um profissional sim, mas é tambem um
humanista, que sente o pulsar da vida quando ela flui saudavelmente, que sabe
escutar as palavras de quem sofre, que conhece a importância da palavra e o
sorriso humanos no processo de tratamento e da cura dos males que afligem as
pessoas. Por isso achei maravilhoso o post da Lolita, que reagiu com serenidade
e justeza às acusações feitas em A Destreza das Dúvidas, afirmando o seguinte:
os desabafos fazem-se com quem privamos. Nunca em público, nem num blogue.
Por mim, está concluido o circuito. E quero dizer que, na vida, por mais tristes
e desesperados que nos encontremos, não é agindo com desespero, praguejando,
acusando tudo e todos pelos males e situações que nós criámos, que conseguimos
superar a desgraça. As partidas que a vida nos prega são, na maior parte dos
casos, fruto exclusivo dos nossos actos irreflectidos. Não podemos culpar alguem,
nem atirar as culpas para os outros. Só os justos estão certos e precavidos.

2005/06/06

 
Em tempo de crise, todos se queixam, tudo o que de pior acontece vem à tona
de água através dos lamentos de cada um. Não bastou o queixume dos boticários
por causa dos medicamentos de venda livre; a denúncia dos juizes contra a redução
das suas férias para apenas um mês; a revolução de rua planeada pelos sindicatos
da FP contra a redução de regalias; a candidatura à presidência de autarquias por
"independentes" como o "major" Valentim e o "tio" Isaltino; as justas aflições que
nos chegam da seca e árida planície alentejana; as provocações e epítetos dirigidos
aos comentadores de jornais pelo "pensionista" Alberto Jardim... and so on, e ainda
temos que ouvir o santana lopes que anda por aí, a reclamar do BP os números do
défice à data em que largou de S. Bento... e os habituais trotzquistas e leninistas
que, em vez de assegurarem a manutenção de postos de trabalho, ameaçam com
greves e manifestações de rua... e, pior ainda, até um tal Pinto, jogador de bola,
vem ameaçar que vai para o estrangeiro, já que aqui não tem futuro... Este sujeito,
há uns tres anos, tambem esteve "desempregado"-- numa altura em que o Vale do
Ave enfezava -- e andou a reunir conferências de imprensa, para dizer que estava
no "desemprego"... Mas, o sujeito será mesmo inocente? Ou fez o tirocínio na loja
dos emerrepêpês? É que a criatura, de tempos a tempos, sempre que há uma crise
económica e social, vem para os jornais, em grandes parangonas, lamentar-se, como
se fosse da FP ou costureiro no vale do Ave, dizendo que está no "desemprego" e já
não tem por onde fazer uns biscates. Mas dizem que é casado com uma modelo...
E os jornais, como o "Público", ouvem-no e reservam uma página para se lamentar.

Uns atiram pedras para a água, outros reclamam de tudo e mais alguma
coisa. O efeito é sempre o mesmo: o ruído, a confusão, o cáos... que não permite
a avaliação correcta das prioridades a tomar por quem tem o poder de decidir.

2005/06/05

 
O Abrangente sempre foi muito crítico de José Manuel Fernandes, sobretudo
quando ele escrevia editoriais laudatórios da "guerra preventiva" que George Bush
inventou para poder invadir o Iraque. No entanto, JMF escreveu um editorial no
"Público" de ontem, com o título "Política, Moral, Inveja", que me comoveu pela
coragem e frontalidade com que vem defender o ministro das Finanças, Campos
e Cunha, numa altura em que este governante está a ser acusado por acumular a
pensão do BP com o ordenado de ministro. "Os ministro ganham pouco"-- diz JMF.
"Menos, muito menos, do que alguns dos jornalistas justicialistas que tanto falam
de 'moral'. Menos tambem do que eu, director deste jornal" -- escreve JMF que,
"aceitar ser ministro não implica fazer voto de pobreza", como referiu o banqueiro
internacional, António Borges, ex-candidato a líder do PSD no último congresso,
citado agora pelo director do "Público".
Depois de referir que Campos e Cunha não terá avaliado o risco político ao não
abdicar da sua pensão, torna agora mais dificil explicar os sacrifícios que se estão
a pedir a todos, "mas isso não dá razão aos seus críticos, nem autoriza que se faça
política invocando a moral, para, no fundo, apenas explorar um dos mesquinhos
sentimentos que fazem a mediocridade nacional: a inveja" -- atira, certeiro, JMF.
Numa altura em que José Sócrates está a tomar medidas de fundo para combater
o descontrolo das finanças públicas -- coisa que nenhum outro governante, até
hoje, teve a coragem de fazer -- é bom verificar que, figuras importantes da
comunicação social, como é JMF, se exprimam claramente, sem falácias nem
demagogia, para que todos possamos avaliar o que está em causa. O país precisa
de um Governo forte, que crie as reformas que outros apregoam, mas não foram
capazes de concretizar; que lembre aos portugueses que não é só o Estado que
está endividado -- são todos os portugueses. As medidas em curso vão acabar
com as mordomias do funcionalismo público, nomeadamente o caso das pensões
como é o caso de Campos e Cunha. Por isso, aqueles que apontam o dedo, devem
apoiar o ministro das Finanças para que este leve, até ao fim, a reforma do actual
regime de pensões. Antes que tudo se torne pior, e tenhamos que pagar mais caro.

Uns com tanta, outros sem nenhuma... Chuvas torrenciais têm caído em
Cuba, provocando estragos materiais. Na 5ª. Avenida, em Havana, um taxi
mostra a altura das águas. Que pena a Cuba alentejana não ter sorte, assim!

2005/06/03

 
O ataque a Campos e Cunha, por acumular a sua reforma do BP com o ordenado
de ministro das Finanças, serve de vingança à direita derrotada, e a todos aqueles
que se sentem lesados pelas medidas de austeridade tomadas pelo Governo para
controlar as despesas públicas. O côro revanchista está a subir de tom, mas não se
fala de Alberto Jardim, de Mira Amaral e de todos aqueles que já gozam de regalias
permitidas por lei. Quando o Governo começa a tomar medidas para acabar com as
mordomias que o Estado dava aos seus servidores, é natural que a imprensa falida,
os jornais de investigação, procurem tirar proveito com a revelação de "fait-divers"
de gestão corrente, a fim de minar a credibilidade do executivo. Conhecemos bem
os métodos utilizados. O Governo não deve ceder na sua acção reformista. O ponto
de "ruptura" cria sempre contestação, e, neste caso, o primeiro-ministro precisa ser determinado e categórico. Até agora, ninguem sabia de nada, ou então ninguem se
interessava pelas mordomias que o Estado dava. Quando o Governo procura alterar
a situação, começam a surgir os lóbies, para pressionar o adiamento das reformas.
Vivemos em "ruptura", num tempo de mudança. O Governo deve atirar ao alvo.
Não pode distrair-se com o chilreado das aves de rapina. A reforma do Estado é vital.

Estrada de ferro para Lhasa... De um total de 1.142 kms, estão prontos
878 kms de via férrea que vão ligar toda a China ao Tibete. Chega ao fim o
isolamento de Lhasa, a capital, e todo o território que é montanhoso e tinha
escassas vias rodoviárias. A região dos Dalai-Lamas deixa de ser um mistério.


EFEITOS DA GOLObalização...
Bastante agastado com as más arbitragens que terão prejudicado o clube na
época passada, Pinto da Costa ameaçou deslocar o FCP e as casas de alterne que
lhe estão associadas para a China ou para o Bangladesh se as coisas continuarem
como estão. Falando em mais uma inauguração de uma casa de diversão nocturna,
desta vez em Felgueiras, o presidente do clube portuense garantiu que jamais
admitirá aquilo que se passou nesta época com os árbitros que, segundo Pinto da
Costa, ficaram de tal forma amedrontados com o processo do "Apito Dourado" que
nem ao café iam com medo que a empregada de mesa fosse brasileira. Os sócios
mostram-se apreensivos quanto ao futuro do clube, mas a maior parte até acha
boa ideia. "Já mandámos metade da equipa para a Rússia, por isso pode ir o resto
para a China", referiu um dos associados. (Se não aconteceu, podia ter acontecido)
In "O Inimigo Público".

2005/06/02

 
O "NEE" holandês foi mais uma vingança contra os seus governantes, do que
própriamente uma rejeição do TC europeu. Aliás, já em França tinhamos verificado
esse fenómeno. No entanto, na Holanda, é mais visivel no eleitorado urbano, que
se queixa de nunca ter sido consultado sobre a UE; foi referido tambem que, com
a entrada no Euro, a Holanda desvalorizou prèviamente a sua moeda, e, depois da
adesão, os preços aumentaram cerca de 10 por cento. Para além disto, já tinham
passado pelo fenómeno eleitoral Liga Pin Fortuim, ao assassínio deste, pouco depois
e, mais recentemente, ao assassínio de Theo Van Gogh. A agravar o medo causado
por estes episódios, correu ainda o boato de que, o TC europeu, proibiria o aborto,
a eutanásia e a venda de marijuana, que a lei holandesa dá como direitos adquiridos.
Ao fim e ao cabo, as desculpas apresentadas para votar NEE, outra coisa não são,
que os fantasmas da crise económica que abala as economias ocidentais. Se a data
do referendo acontecesse em tempo de "vacas gordas", como foram os últimos
anos do final de século, teria sido mais fácil, pois a abundância dava generosidade.
As pessoas, em tempos de crise, são mais exigentes, menos confiantes no futuro.

No meio de tanta crise, ainda há coisas que nos deslumbram... A canadiana
Natalie Glebora, foi eleita "Miss Mundo", num concurso realizado em Bangkok,
capital da Tailândia que, por ser um país com muitos muçulmanos, teve protestos
tumultuosos contra o evento. O curioso é que, as multinacionais produtoras de
produtos de beleza que financiam e mantêm estes eventos, viraram-se para os
países asiáticos e africanos, na busca de novos consumidores. A Max Factor, a
L'Oreal e a Estée Lauder seguem os caminhos da globalização, e arriscam-se a pisar
terrenos proíbidos, como é o caso dos países árabes. Para quando o Afganistão?

2005/06/01

 
A vida está dificil. Eu não gosto nada de lamúrias, mas a verdade é que, nestes
dias, o registo dos acontecimentos tem sido demasiado sombrio, e um homem, por
mais optimista que seja, acaba sempre por "amolecer" e parar, para ver e sentir
donde e para onde corre o vento. O optimismo exagerado, nestas situações, pode
levar ao colapso do cidadão desatento. Só os loucos ou os imbecis é que não pensam
um pouco a fim de avaliarem a crise que vivemos. Se é verdade que pouco ou nada
podemos fazer para mudar o mundo, ao menos ficamos com o controlo da situação,
na perspectiva de que, se o mundo vai mal, pelo menos nós ficamos em condições
de prosseguir o caminho que nos parece certo, e evitamos, desse modo, entrar na
vertigem da confusão total, na perda de controlo dos outros e de nós mesmos.

É verdade que só o homem se preocupa com o futuro. A restante Natureza não se
preocupa com o dia de amanhã. Vivem apenas o momento que passa. A existência,
por outro lado, dá-lhes tudo. E todos se alimentam, brincam e são felizes. O homem
aprendeu a pensar, evoluiu, abandonou o meio ambiente natural para viver em
grandes comunidades urbanas, e hoje vive num mundo com problemas, criado por
ele mesmo, do qual não é capaz de priscindir, mas onde nunca conseguirá ser feliz.
A felicidade não é uma coisa que se consiga alcançar. Ela é apenas um sentimento
que alterna com a insatisfação, o vazio do nada. A felicidade actual é a satisfação do
ego. A felicidade requere harmonia ambiental, paz, ausência de mente. Ora, tudo
isto é o contrário do mundo que criámos. Por isso, cada vez há mais loucos, mais
esquizofrénicos, mais neuróticos, mais stressados, e mais criminosos. O eco da vida
está contido num profundo silêncio... aqui, e no espaço sideral. Em vez do culto do
silêncio, vivemos numa algaraviada, numa algazarra, num ruído constante, onde
cada um berra cada mais alto, mas não consegue fazer-se ouvir... Ninguem se ouve,
ninguem se escuta, seja pela fala, pela escrita. Vivemos num mundo de sound-bites.

Sombras negras sobre Amesterdão... Uma incineradora de resíduos sólidos
expele para a atmosfera fumos negros... Não sendo brancos, só podem dizer NEE.

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