quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A ASTROLOGIA OCIDENTAL SEMPRE TERÁ 12 SIGNOS.

Recentemente astrônomos do planetário de Minnesota, nos EUA, afirmaram que, por causa da atração gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra, o alinhamento das estrelas foi empurrado por cerca de um mês. A implicação disso segundo os astrônomos é que tudo o que se sabia sobre horóscopo (na Astrologia) estaria errado.
Por exemplo, de acordo com os o grupo de astrônomos, um 13º signo deveria fazer parte da astrologia, que teria imprecisões desde o seu início. A explicação é que, na Antiga Babilônia, apenas 12 das 13 constelações foram levadas em conta, ignorando Serpentário, que tem como símbolo a cobra.

De acordo com os astrônomos de Minnesota, esta é o período correto que identificaria cada signo:Capricórnio: de 20 de janeiro a 16 de fevereiro
Aquário: de 16 de fevereiro a 11 de março
Peixes: de 11 de março a 18 de abril
Áries: de 18 de abril a 13 de maio
Touro: de 13 de maio a 21 de junho
Gêmeos: de 21 de junho a 20 de julho
Câncer: de 20 de julho a 10 de agosto
Leão: de 10 de agosto a 16 de setembro
Virgem: de 16 de setembro a 30 de outubro
Libra: de 30 de outubro a 23 de novembro
Escorpião: de 23 a 29 de novembro
Serpentário: de 29 de novembro a 17 de dezembro
Sagitário: de 17 de dezembro a 20 de janeiro

Para saber sobre essas alegações dos astrônomos de Minnesota, acesse o link: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/01/movimento-da-terra-mudou-signos-do-zodiaco-dizem-astronomos.html
Essa notícia causou grande polêmica no mundo virtual, em comunidades de redes sociais, no Twitter e na mídia de forma geral. Esse tipo de argumentação (ou de ataque) dos astrônomos contra os astrólogos, vai e volta de tempos em tempos, e os astrólogos parecem se perder em suas respostas aos astrônomos.
Um astrólogo tentou fornecer uma resposta que considero insuficiente, embora não esteja exatamente incorreta. O link de tal resposta é esse:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/01/nocao-que-os-astronomos-tem-de-zodiaco-e-falsa-diz-astrologo.html

Mas, a solução desse dilema é simples: deve-se entender que o “céu astronômico” tal como eles o representam é totalmente diferente do “céu astrológico”. A representação do céu dos astrônomos é uma figuração realista do cosmos, segundo seus instrumentos específicos como telescópios e cálculos físicos. Essa representação é útil para as finalidades que os próprios astrônomos modernos assumem.
O “céu astrológico” por sua vez, não é uma representação fiel ou real do céu, embora muita gente erroneamente pense que os astrólogos trabalhem com uma figuração real do cosmos. O céu astrológico é um representação pictórica de uma fórmula matemática que os antigos astrólogos usavam para representar um pedaço específico do céu, a partir de sua observação geocêntrica (isso é, da sua observação a partir da própria Terra). Ou seja, o “Céu astrológico” é uma representação “simbólica”, não é o céu real dos astrônomos.

Mais do que isso, o “céu astrológico” é um céu “MATEMATICAMENTE IDEALIZADO” segundo alguns cálculos muito específicos e complexos, e que tem servido como modelo intermediário para realizar comparações e erigir observações sobre o comportamento humano e outros fenômenos terrestres de caráter preditivo.
Embora não seja o céu real dos astrônomos modernos, os astrólogos ao longo de séculos têm constatado que seu “construto abstrato” (i.e., seu céu matemático-simbólico) tem sido eficaz para descrever fatos humanos e fenômenos terrestres com razoável precisão. Por isso, os astrólogos têm mantido seu “céu artificial” intacto ao longo dos anos, e assim continuarão a proceder, pois ele se mostra útil, até hoje, como referencial de comparação entre certas classes de acontecimentos e fenômenos em sintonia com as variações desse modelo astrológico (não-astronômico).

Isso implica que pouco importa que alterações os astrônomos incluam na sua representação de seu “céu realista”. Isso pouco afetará o modelo matemático-simbólico do céu astrológico. O único aspecto que pode interferir produzindo uma mudança nesse céu dos astrólogos é a descoberta de novos planetas, como já ocorreu com Urano, Netuno e Plutão.
Caso os astrônomos descobrissem mais um planeta, os astrólogos teriam que refazer alguns cálculos para “adaptar” a colocação desse novo planeta em seu modelo de “céu matemático-simbólico” procedendo à observação de como esse “novo planeta matematicamente colocado” corresponderia a certas manifestações comportamentais ou fenômenos terrestres. Mesmo esse novo planeta no céu dos astrólogos NÃO CORRESPONDERIA ao mesmo planeta no céu dos astrônomos, mas antes seria uma abstração matemática “inspirada” no novo planeta descoberto astronomicamente e simbolizada na representação gráfica do céu dos astrólogos.

Já a inclusão de novos signos, como um 13º ou 14º signo, não é cabível nas fórmulas dos astrólogos. O erro dos astrônomos consiste em achar que os doze signos do zodíaco são correspondências reais biunívocas da faixa de constelações abrangida pela eclíptica (a faixa do céu considerada pelos astrólogos; os astrólogos não consideram todo o céu astronômico, mas só uma faixa que é o caminho “APARENTE” que o Sol parece fazer ao redor da Terra, aos olhos de um observador localizado na Terra, quando na verdade, é a Terra que circula o Sol).
Acontece, porém, que não há uma relação direta entre os signos e as constelações, sejam essas em número de 12, 13 ou mais constelações. Infelizmente, os astrólogos deram aos signos os mesmos nomes aplicados às constelações, o que induz a um erro de percepção ou interpretação que é achar que os 12 signos são representações diretas das constelações, quando não o são. Os signos são apenas divisões da faixa da eclíptica, em partes iguais. Ao invés de nomes de constelações, os astrólogos antigos poderiam ter usado letras do alfabeto ou algarismos romanos.
Assim, ao invés de signos de áries, touro, gêmeos e etc, teríamos os signos A, B, C... ou os signos I, II, III. A confusão é de terminologia, que seria evitada se simplesmente os astrólogos dessem aos signos nomes diferentes das constelações.
Eles não fizeram tal distinção terminológica apenas para facilitar a memorização de algumas analogias simbólicas, o que foi um recurso interessante por um lado, mas abriu espaço para erros interpretativos como os gerados pelos astrônomos de Minnesota.

Enfim, resumindo: ASTRONOMICAMENTE, ou seja, em termos da representação real do céu, as observações dos astrônomos de Minnesota estão corretas. Mas, ASTROLOGICAMENTE, ou seja, em relação à representação simbólico-matemática do céu dos astrólogos, as corretas observações realistas dos astrônomos NÃO TÊM NENHUMA IMPLICAÇÃO OU CONSEQUÊNCIA. NÃO MUDAM NADA. CONTINUAMOS COM 12 SIGNOS E NÃO COM 13.
Não há relação entre o céu realista dos astrônomos e o construto abstrato expresso no céu dos astrólogos. A única alteração astronômica que afeta INDIRETAMENTE a representação do céu dos astrólogos seria a descoberta de um novo planeta. Fora isso, nada que ocorra no céu astronômico pode afetar o céu astrológico.
Tudo isso quer dizer que a Astronomia é um saber totalmente diferente da Astrologia, inclusive nas suas representações do “céu”. Quando isso for entendido, de uma vez por todas, os astrônomos vão perceber que a Astrologia está totalmente fora de seu escopo, assim como a Astronomia está fora do escopo dos astrólogos.

3 comentários:

  1. Dizem tambem que caso o Serpentario fosse considerado, ele seria válido apenas para os nascidos após o seu surgimento.. afinal a natureza é dinâmica, gostei do seu texto cara.

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  2. A VERDADE SOBRE O 13º SIGNO

    Recentemente, apareceu no “mercado americano” o 13º “signo” que os astrônomos chamam de Serpentário. Na realidade, Serpentário não é um signo e sim uma constelação que está entre Escorpião e Sagitário. No meu livro CONHEÇA A ASTROLOGIA PARA MELHOR SE CONHECER publicado pela Editora Baraúna lanço uma nova teoria sobre o zodíaco como sendo o próprio campo magnético terrestre ORIGINADO na FORMAÇÃO DA TERRA e IMUTÁVEL. Logo, se existiu sua influência ela foi incorporada às de Escorpião e Sagitário, ou então ela estava fora da eclíptica (caminho do Sol).

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  3. Não pratico a astronomia nem a astronomia. No entanto, interesso-me de modo muito diferente, por ambas. este texto foi importante para mim no particular de acrescentar um 13º.signo que, pelas razoes expostas, não deve fazer alterar o quadro tradicional zodiacal.
    Não posso acreditar que a posição aparente dos astros no céu que observamos, possa ditar destinos de alguém com uma precisão que chegue a pormenor de dias ou semanas.
    No entanto, o período de gestação e a data de nascimento de cada humano obriga-me a admitir que "marcará" para sempre, nem que sejam só por tendências, o carácter e a personalidade dos homens e mulheres. Isso, penso eu, um ser nascido quando a natureza está em plena explosão de vida na primavera, será diferente de outro nascido no inverno em que as plantas e os animais estão em ambiente descolorido e frio. Admito que a partir deste quase "facto", se pode estabelecer certo tipo de padrões de comportamento das pessoas que permita fazer algumas previsões para o seu futuro. Neste sentido, tenho desenvolvido bastantes estudos práticos que me revelaram ter alguma razão nesta espécie de teoria.

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