terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A CASOTA DO CÃO

O mercado dos acessórios para cães é constantemente invadido por retalhistas franco-atiradores, gente que desconhece qual uso dos seus produtos e que ali se instala para se desenrascar. Outros há que aumentam os seus serviços e enveredam por uma secção de pet shop, vendendo trelas ao lado de grãos, pesticidas, regadores e comida para canários ou periquitos, ignorando de igual modo as necessidades da canicultura e da cinotecnia. E o mercado das casotas não escapa à regra, quer elas sejam de madeira ou cimento. O aumento da procura levou à industrialização das barracas, ainda que no início fossem fabricadas pelo aproveitamento dos caixotes das peças destinadas ao comércio automóvel, fazendo jus ao provérbio: “ no aproveitar é que está o ganho”. Mais tarde surgiram as casotas de cimento, vendidas nas olarias e nos viveiros de plantas, como complemento da decoração dos jardins, graças ao concurso das moradias. Em simultâneo, um “fenómeno” generalizou-se: os cães preferiam ficar à chuva do que entrar dentro das casotas!

Isso aconteceu porque os bichos não se sentiam lá bem, porque ficavam emparedados e tinham que sair de gatas, o que lhes dificultava tanta a saída como a entrada, porque naturalmente não rastejam sem presa à vista e apreciam uma evasão célere e segura. Nas propriedades onde havia gatos e galinhas a utilidade das barracas ainda se fez sentir, perante o olhar indiferente dos cães que procuravam outros abrigos. De vez em quando assistia-se à troca de casotas, porque alguns proprietários caninos ignoravam qual a curva de crescimento dos seus pupilos, nomeadamente aqueles que possuíam cães não padronizados. Para que isso não volte a acontecer, nos cães rectangulares que crescem até ao 1 ano idade, um cão que mede 48 cm de altura aos 4 meses, terá aos doze 65 cm. A partir deste valor, o recurso à regra “dos 3 simples” elucidará qual a altura média de cada cão. Voltemos às casotas.

Já existem no mercado algumas apropriadas, muito embora a sua variedade seja escassa e a abertura das suas entradas seja imprópria. Não lhes restando outra hipótese, muita gente acabou por adquirir casotas para outros fins, desde casas de jardim até casas para crianças à venda no “Toys “R” Us”, no “Aki” ou no “Leroy Merlin”. No nosso entender, a casota indicada para qualquer cão é aquela que considera o seu particular e é feita à medida. A comodidade das casas de madeira não pode ser substituída pela humidade das de cimento e nem pode ser comparada com a aspereza das de plástico. Somos defensores do modelo clássico, com um telhado impermeável de 2 águas e num ângulo de 45º, com uma abertura em arco e com o fundo destacado dos pés (pelo menos 5 cm elevado do solo). Todas as medidas da casota devem ser tiradas a partir da altura do cão em adulto, considerando em simultâneo a sua morfologia (se quadrado, se rectangular). A abertura da porta deve permitir a entrada e saída do cão sem se agachar, a largura da casota deve possibilitar a inversão de sentido ao animal, o seu comprimento deve permitir-lhe metade da área livre e a altura da barraca deve possibilitar-lhe a permanência de pé. A frente da barraca deverá estar orientada a Nascente e nunca a Norte.

Adiantamos as medidas de uma casota para um cão de 60 cm de altura, com mais 15% de comprimento sobre ela:
1. ALTURA – 129 cm
2. COMPRIMENTO – 133 cm (altura do vértice do telhado)
3. LARGURA – 94 cm
4. ALTURA DA ABERTURA – 86 cm
5. LARGURA DA ABERTURA – 45 cm
(As conversões poderão ser encontradas a partir da “regra de 3 simples”)

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