quinta-feira, 31 de março de 2011

Vídeos

Postado por Acir Antão on quinta-feira, março 31, 2011 with Faça um comentário

quarta-feira, 30 de março de 2011

Aniversariantes

Postado por Raphael Vidigal on quarta-feira, março 30, 2011 with Faça um comentário
Os aniversariantes musicais da semana são Zizi Possi e Hermínio Bello de Carvalho!



Zizi Possi





Nome completo: Maria Izildinha Possi

Data de nascimento: 28/03/1956

Naturalidade: São Paulo, SP

Profissão: cantora e compositora

Sucessos: "Nunca" (Lupicínio Rodrigues), "Meu Amigo, Meu Herói" (Gilberto Gil), "Asa Morena" (Zé Caradípia), "Perigo" (Nico Rezende e Paulinho Lima), "Per amore" (Mariella Nava), "Pedaço de mim" (Chico Buarque)

Começou a estudar piano e canto durante a infância, e foi para Salvador estudar composição e regência. Gravou alguns jingles comerciais e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu o produtor Roberto Menescal, que a levou para assinar contrato na Polygram. Por volta de 1990 rompeu com a Polygram. Em 1993, "Valsa Brasileira", pela Velas, com repertório apurado e cuidados técnicos colocou a cantora no rol das grandes da MPB. Em 1999, lança "Puro Prazer", álbum só com voz e piano indicado ao Grammy Latino em três categorias. Devido à problema pessoais, Zizi se afasta dos palcos durante um processo de depressão que durou quase três anos. Somente em 2005, a cantora ressurge com um novo trabalho: “Para inglês ver...e ouvir”. E em 2010, lança os DVD´s "Cantos e Contos", volumes 1 e2.



Hermínio Bello de Carvalho



Data de nascimento: 28/03/1935

Naturalidade: Rio de Janeiro, RJ

Profissão: compositor, produtor musical, escritor e poeta

Sucessos: "Alvorada" (com Cartola e Carlos Cachaça), "Noites Cariocas" (com Jacob do Bandolim), "Doce de coco" (com Jacob do Bandolim) "Sei Lá, Mangueira" (com Paulinho da Viola), "Chão de Esmeraldas" (com Chico Buarque), "Mudando de conversa" (com Maurício Tapajós)

Desde cedo, Hermínio Bello de Carvalho conviveu de perto com a música e os músicos brasileiros. Em 1964, com a inauguração do bar Zicartola, no Rio de Janeiro, aproximou-se de Cartola e de alguns de seus futuros parceiros. O ano seguinte foi pródigo. Hermínio apresentou ao público uma empregada doméstica que um dia descobrira cantando numa taberna na Glória: Clementina de Jesus. Nesta época, produziu o antológico show "Rosa de Ouro", que, além de Clementina, trazia os então iniciantes Paulinho da Viola, Elton Medeiros e Nelson Sargento. Com Edu Lobo, agrupou Nara Leão, Caetano Veloso e Torquato Neto no show "Feira de Música Popular". Hermínio foi o primeiro a produzir discos de Cartola, Nelson Cavaquinho e Carlos Cachaça e deixou a Funarte em 1989 após 13 anos no cargo de diretor adjunto da Divisão de Música Popular Brasileira. Neste período, esteve à frente dos seguintes projetos: Almirante, de recuperação de arquivos e gravação de discos pouco comerciais; Lúcio Rangel, de biografias de MPB; e, o mais conhecido, o Pixinguinha, de shows, uma reedição nacional do Projeto Seis e Meia, que reuniu duplas inesquecíveis para cantar pelo país. Além disso, foi membro fundador do Conselho de Música Popular do Museu da Imagem e do Som.

terça-feira, 29 de março de 2011

Dica Musical

Postado por Acir Antão on terça-feira, março 29, 2011 with Faça um comentário
Minha dica musical para hoje é escutar Tô voltando, de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós!



Tô voltando (samba, 1979) – Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós



Cheios de fome e de som, Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós criaram em 1979 um dos sambas mais gostosos da música brasileira. “Tô voltando” fala sobre saudade. Saudade de casa, das carícias da mulher, do som na vitrola e daquele feijão preto que só ela faz, que não se encontra em nenhum outro lugar do mundo. É um samba sobre amor, paixão, desejo, e em meio a tudo isso a falta que faz aquela comidinha feita em casa. “Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto, eu tô voltando...”

Texto de Raphael Vidigal

segunda-feira, 28 de março de 2011

Receita

Postado por Raphael Vidigal on segunda-feira, março 28, 2011 with Faça um comentário
Receita enviada pelo ouvinte Daniel Contarini.

Frango recheado austríaco



INGREDIENTES:

80g de cogumelos fatiados
1 cebola média bem picada
1 colher (sopa) de óleo
2 1/2 xícaras (chá) de arroz cozido, frio
1/2 xícara (chá) de ervilhas
1 1/4 colher (chá) de sal
1 1/4 colher (chá) de pimenta do reino
1 1/3 colher (chá) de folhas de tomilho
1 1/4 colher (chá) de manjericão
1/4 colher (chá) de canela
1 ovo
2kg de frango
2 xícaras (chá) de molho de tomate

MODO DE PREPARO:

Refogue os cogumelos e as cebolas numa frigideira grande com o óleo, até que todo líquido tenha evaporado.
Deixe esfriar à temperatura ambiente.
Junte as ervilhas, os temperos e o ovo, ao arroz cozido.
Recheie o frango com essa mistura.
Prenda a cavidade do frango para que o recheio não saia.
Coloque numa assadeira e asse no forno a 160C por 2 1/2 horas ou quando o frango estiver macio.
Retire do forno.
Retire o recheio com a ajuda de uma colher e coloque em uma travessa.
Trinche o frango.
Sirva com o molho de tomate ao lado.

Rendimento: 6 porções

domingo, 27 de março de 2011

A Hora do Coroa

Postado por Acir Antão on domingo, março 27, 2011 with Faça um comentário
Homenagem que fizemos à Ernesto Nazareth, texto de Raphael Vidigal




Quando o Brasil começou a fazer música brasileira e deixou de apenas importar contribuições externas, Ernesto Nazareth estava lá, com seu piano e sua humildade. Fã declarado de Chopin, o músico se notabilizou por não negar a qualidade musical que emergia de fora, mas inserir a esse contexto o que havia de mais Brasil e mais buliçoso em termos de musicalidade erudita e popular; ao mesmo tempo; sem barreiras limitantes. Muitos foram contra e a favor seu espaço em ambas as categorias, mas sua música ultrapassava ao conquistar unanimemente ouvidos e corações de figuras tão acaloradas quanto detentoras de status para certificar o real caráter de Nazareth, “a verdadeira encarnação da alma musical brasileira” para Villa-Lobos, com quem tocou, “um virtuoso do piano”, segundo Mário de Andrade, “genial” para tantos.



Odeon

O menino Ernesto Nazareth teve com a mãe as primeiras lições de piano, instrumento que conferia luxo e glamour para quem o possuísse no Rio de Janeiro do século XIX. Após a morte prematura da primeira professora, Ernesto intensificou os estudos com profissionais da área e fez das teclas suas ferramentas de trabalho. Apresentando-se na sala de espera do tradicional cinema Odeon a partir de 1910, dedicou a ele o que ficou conhecido como um de seus mais famosos “tangos brasileiros”, uma mistura de suas influências populares como o choro e o maxixe, com o cancioneiro erudito. Letrada inicialmente por Ubaldo para Dircinha Batista cantar, a música recebeu nova poesia em 1968, de Vinicius de Moraes, para interpretação de Nara Leão.



Brejeiro

Embora aclamado pelos mais renomados entendedores da área, que aplaudiam a obra de Ernesto Nazareth justamente pelo enlaço popular que ele produzia à sua técnica erudita, o próprio compositor não se orgulhava de tal feita. Insistia em rechaçar a influência do maxixe, considerada música pecaminosa à época, e em tocar composições do mestre Chopin em detrimento das suas, quando podia. Há inclusive relatos de que o pianista saíra chorando de uma apresentação de Guiomar Novaes, lamentando-se por não ter estudado na Europa. Seja como for, por querer ou não, ele produziu no ano de 1893 outra peça estupenda de seu largo repertório, também denominado “tango-brasileiro”, Brejeiro.



Ameno Resedá

Outro gênero bastante acolhido por Ernesto Nazareth foram as polcas. Delas compôs uma estimada quantidade para a música brasileira. A vigésima sexta recebeu o nome de “Ameno Resedá”, escrita em 1912 em alusão ao mais famoso rancho carnavalesco da cidade do Rio de Janeiro, cidade da qual o pianista apenas se ausentou para receber emocionantes consagrações em São Paulo e apresentar-se no Rio Grande do Sul e Montevidéu, no Uruguai.

Apanhei-te cavaquinho

Inicialmente designada como polca, “Apanhei-te cavaquinho” ganhou letra famosa de Darci de Oliveira e interpretação virtuosa da “Rainha do Choro”, Ademilde Fonseca, recebendo então, a nova designação. Tal feito ocorreu em 1943, tendo sido antes composta no longínquo 1915. A quantidade de regravações e exaltações feitas à referida música exemplificam o valor irrevogável da obra de Ernesto Nazareth.



Bambino

Ernesto Nazareth começou a ter problemas de audição quando caiu de uma árvore, ainda criança. Desde então, eles passaram a acompanhá-lo tal qual o piano. Diagnosticado com sífilis em estado avançado e já praticamente surdo, teve que ser internado na colônia Juliano Moreira, dedicada a pessoas com certo grau de loucura. Não foram raras as vezes em que fugiu e foi encontrado tocando compulsivamente um piano. Até que não mais voltou e faleceu nas águas de uma represa, dizem, em posição de criar mais uma das obras clássicas brasileiras, a exemplo de “Bambino”, o tango brasileiro que recebeu em 1913 letra de Catulo da Paixão Cearense, e mais recentemente, no ano de 2002, novos versos de José Miguel Wisnik, e a interpretação arrebatadora de Elza Soares.



Samba-rock & Jorge Ben Jor, texto de Raphael Vidigal




Um balanço ritmado por cuíca e guitarra. Nos embalos de sábado à noite e nas manhãs de carnaval nasceu na periferia de São Paulo uma dança trazida ao gosto popular por Jorge Ben, garoto do Beco das Garrafas que na metade da década de 60 mostrou ao mundo seu “sacundin sacunden”. Virou samba-rock a adesão de batidas elétricas a temas acústicos e universos distintos, como a bossa de João Gilberto e o canto falado do blues, a partir de histórias simples cantadas com entusiasmo. De uma vertente criou asas a pilantragem de Carlos Imperial e Wilson Simonal. A ala soul teve liderança de Tim Maia, Cassiano, Hyldon, e mais tarde, Sandra de Sá. Completava o time, seguidores fiéis que acompanhavam o ritmo, como o Trio Mocotó (formado por Nereu Gargalo, Fritz Escovão e João Parayba), Branca di Neve e Bebeto, além de eventuais flertes com artistas de searas amplas, como os tropicalistas da banda Mutantes, que em 1968, gravaram A Minha Menina, sucesso instantâneo de autoria de Jorge Bem Jor, o pai que sem assumir a cria (jamais aceitou o termo samba-rock) viu os frutos espalharem-se na música brasileira.



Mas, que nada

“Mas, que nada”, foi lançado num compacto simples de 1963, o primeiro de Jorge Ben, e dava o gosto da mistura que o artista iria experimentar, através dos versos “esse samba que é feito de maracatu, samba de preto velho, samba de preto tu...”

Cadê, Teresa?

A batida inventada por Jorge Benjor atingiu seu auge num dos melhores e mais populares álbuns de sua carreira. Lançado em 1969, o disco em que era acompanhado pelo Trio Mocotó trouxe vários sucessos, entre eles “Cadê, Teresa?”, música que traça uma história de amor tendo como pano de fundo o samba do morro. “Cadê, Teresa? Onde anda minha Teresa? Teresa foi no samba lá no morro e não me avisou, será que arrumou outro crioulo, pois ainda não voltou...”



País Tropical

“País Tropical” fez um sucesso tão grande que tornou-se prefixo musical do Brasil no mundo. Exaltando as belezas de sua terra, ao modo de Ary Barroso, Jorge Ben fez uso de sua vasta gama de influências para criar essa pepita do cancioneiro brasileiro. A idéia de não pronunciar a segunda parte das palavras no decorrer da música marcou mais uma vez a criatividade do artista. Wilson Simonal foi um dos que a regravou com maior êxito comercial.

Charles, anjo 45

“Charles, anjo 45” denota a clara influência do blues americano no modo de contar uma história musical, falando as palavras. Na letra, Jorge Ben enaltece as qualidades de um morador do morro que acabou preso, mas que voltará para rever os amigos, saudosos de seu “Robin Hood...rei da malandragem, protetor dos fracos e oprimidos”. O tom de tristeza e indignação é ressaltado também na gravação de Caetano Veloso.



Fio Maravilha

“Fio Maravilha” ganhou o Festival da Canção da TV Globo em 1972. A música composta por Jorge Ben foi interpretada pela folclórica Maria Alcina. Outro personagem folclórico, o atacante João Batista de Sales, do Flamengo, time de coração do músico, era que dava nome ao sucesso. Ao contrário do que se esperava Fio não gostou da homenagem, e processou Jorge Ben, que teve que passar a cantar “Filho” no lugar do verdadeiro apelido. Anos depois, em 2007, Fio voltou atrás e concedeu para Jorge Ben o direito de cantar a música tal qual havia sido composta.



W/Brasil [Chama o Síndico]

Em 1989, Jorge Ben alterou o seu nome artístico para Jorge Benjor. Algumas especulações como a numerologia e a carreira internacional do artista, que não queria ser confundido com o músico norte-americano George Benson, foram levantadas. Certo é que no ano seguinte ele lançou uma música que seria estouro nas pistas de dança. “W/Brasil” fazia uma brincadeira com uma famosa agência de publicidade brasileira, e aproveitava a deixa para prestigiar o amigo Tim Maia, conhecido como “Síndico” da canção no Brasil.

sábado, 26 de março de 2011

Atrações grátis em BH

Postado por Raphael Vidigal on sábado, março 26, 2011 with Faça um comentário
- 27 (domingo) – Teatro Infantil “A Bela e a Fera”, no Espaço Cultural da Concessionária Recreio, ali na Avenida Barão Homem de Melo, ás 10:30h.

- 27 (domingo) – Festival Internacional de Improvisação, na Praça da Liberdade, ás 11h.

- 27 (domingo) – Feira de música de Minas Gerais, na Serraria Souza Pinto, das 10h ás 21h.

- 27 (domingo) – Diálogos musicais no Museu de Arte da Pampulha, ás 11h.

- 27 (domingo) – Espetáculo de rua “Acontecimento em vila feliz”, na Praça JK, ás 16h.

- 27 (domingo) – Cantação de histórias no Centro de Cultura Lagoa do Nado, bairro Itapoã, ás 10h. Informações: 3277-7420

sexta-feira, 25 de março de 2011

Notícia

Postado por Acir Antão on sexta-feira, março 25, 2011 with Faça um comentário
O ministro estreante Luiz Fux, em sua primeira participação numa votação do Supremo Tribunal Federal desapontou toda a nação brasileira, ao decidir desempatar o julgamento da chamada lei da ficha limpa, colocando-a como uma lei do futuro, votando com os argumentos do relator, que considerou que sua vigência deve valer para as próximas eleições e que nenhuma lei pode vigir no mesmo ano em que é votada. Ok. Mas os candidatos que se submeteram à eleição do ano passado, haviam sido julgados porque infrigiram lei, praticaram corrupção e assim não poderiam nem mesmo terem sido candidatos. Então, a lei do ficha limpa, nada mais fez que reconfirmar uma situação que já existia de direito.

Então, nada mais justo que a lei do ficha limpa estivesse vigindo para as eleições que se processaram ano passado. Ou seja, se um cidadão qualquer cometer um ilícito penal, tenha sido processado e julgado, só poderá cumprir sua pena no ano seguinte, porque o ato foi cometido no ano de julgamento? A decisão do ministro Luiz Fux é passível de discussão.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vídeos

Postado por Acir Antão on quinta-feira, março 24, 2011 with Faça um comentário

quarta-feira, 23 de março de 2011

Aniversariantes

Postado por Acir Antão on quarta-feira, março 23, 2011 with Faça um comentário
Os aniversariantes musicais da semana são Renato Russo e Jorge Ben Jor!



Renato Russo



Nome completo: Renato Manfredini Júnior

Data de nascimento: 27/03/1960 - 11/10/1996

Naturalidade: Rio de Janeiro, RJ

Profissão: compositor e cantor

Sucessos: "Eduardo e Mônica", "Pais e Filhos" (com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá), "Faroeste Caboclo", "Tempo Perdido", "Índios", "Há tempos" (com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá), "Vento no litoral"(com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá), "Que país é esse?", "Geração Coca-Cola"

Despontou para o sucesso em Brasília. Professor de inglês, criou em 1978 o Aborto Elétrico, grupo influenciado pelo punk rock inglês. Em 1982, depois de se apresentar como Trovador Solitário, montou a Legião Urbana. Seus discos solos não apresentaram composições próprias, mas standards americanos e italianos, em que confirmava sua voz possante (muito comparada à de Jerry Adriani). A aposta em um repertório alheio foi uma tentativa de não misturar sua carreira solo com a da Legião. Em 1994, o título de seu primeiro disco solo — The Stonewal Celebration Concert — foi uma homenagem ao ativismo gay americano, que comemorava 25 anos. Além disso, o trabalho teve 50% da vendagem revertida para os projetos sociais da Ação da Cidadania contra a Miséria e a Fome. Em 1996, Renato morreu vítima de doenças decorrentes da Aids, após seis anos portando o vírus HIV. Depois de sua morte, não faltaram homenagens de fãs e artistas.



Jorge Ben Jor



Nome completo: Jorge Duílio Lima Menezes

Data de nascimento: 22/03/1942

Naturalidade: Rio de Janeiro, RJ

Profissão: compositor, cantor e instrumentista

Sucessos: "Mas, que nada", "Por causa de você, menina", "Zazueira", "Cadê, Teresa?", "País Tropical", "Charles, Anjo 45", "Fio Maravilha", "W/Brasil (Chama o Síndico)"

A música de Jorge Ben Jor tem uma importância única no cancioneiro brasileiro por incorporar elementos novos no suíngue e na maneira de tocar violão, trazendo muito do soul e funk norte-americanos e ainda com influências árabes e africanas, que vieram através de sua mãe, nascida na Etiópia. Suas levadas vocais e instrumentais influenciaram muito o sambalanço e fizeram escola, arregimentando uma legião não só de admiradores como também de imitadores. Foi regravado e homenageado por inúmeros expoentes das novas gerações, como Mundo Livre S/A (em "Samba Esquema Noise") e Belô Velloso (em "Amante Amado"). Carioca de Madureira criado no Catumbi, desde pequeno gostava de cantar no coro da igreja e participar de blocos de carnaval.

terça-feira, 22 de março de 2011

Dica Musical

Postado por Acir Antão on terça-feira, março 22, 2011 with Faça um comentário
Minha dica musical para hoje é escutar Torresmo à Milanesa, de Adoniran Barbosa e Carlinhos Vergueiro!



Torresmo à Milanesa (samba, 1979) – Adoniran Barbosa e Carlinhos Vergueiro



Adoniran Barbosa, cronista da fala e poeta da cidade, compôs ao lado de Carlinhos Vergueiro em 1979 o samba “Torresmo á Milanesa”, que fala sobre a dura realidade dos trabalhadores da obra. Os dois, ao lado de Clementina de Jesus, cantam um dos poucos momentos de prazer desses trabalhadores, quando o enxadão da obra bate onze horas e eles podem sentar na calçada, conversarem sobre isso e aquilo e principalmente comerem suas marmitas com ovo, arroz com feijão e o torresmo à milanesa da Tereza! Esse momento tão aguardado do dia é retratado nos versos de Adoniran com a simplicidade e beleza que tem a hora do almoço, que mesmo que aconteça na calçada e não tenha mesa, continua sendo sagrada e merecida.

Texto de Raphael Vidigal

segunda-feira, 21 de março de 2011

Receita

Postado por Acir Antão on segunda-feira, março 21, 2011 with Faça um comentário
Receita enviada pelo ouvinte Mauro Viana.

Bolinhos de carne



INGREDIENTES:

750g de carne moída
1 pacote de sopa de creme de cebola
2 colheres de maionese
2 gemas
suco de 2 limões

MODO DE PREPARO:

Misture todos os ingredientes. Faça bolinhos e coloque-os em forma untada.

Leve ao forno por 25 a 30 minutos. Sirva bem quente.

domingo, 20 de março de 2011

A Hora do Coroa

Postado por Acir Antão on domingo, março 20, 2011 with Faça um comentário
Homenagem que fizemos aos 100 anos de Assis Valente, textos de Raphael Vidigal




Artista de circo é difícil de achar. Artista espontâneo, que não toca instrumento e sabe rimar letra com melodia. Artista que faz arte até de dentadura, e é desenhista de mão cheia, embora os bolsos permaneçam vazios. Artista de circo desequilibra na corda bamba, como quem disfarça estar em perfeito estado de alegria, acostumado com tristezas natalinas. Assis Valente teve coração de artista e na Praia do Russel morreu em público. O povo cantou sua travessia: “Brasil Pandeiro”, “Uva de Caminhão”, “Fez bobagem”, “Camisa listrada”, provam a eternidade do artista de circo.

Boas Festas

A canção natalina de maior sucesso nacional em todos os tempos é a triste constatação da solidão feita por um melancólico Assis Valente. Nascido no interior da Bahia, o compositor morava no Rio de Janeiro no Natal de 1932 quando teve inspiração para compor a música. Gravada um ano depois por Carlos Galhardo, com acompanhamento da Orquestra Diabos do Céu, regida e arranjada por Pixinguinha, faria sucesso inúmeras vezes nas vozes de Maria Bethânia, Roberto Carlos, Luiz Melodia e mais recentemente o grupo mineiro Pato Fu. Em versos, Assis Valente declara seu pedido não atendido por Papai Noel, pois para ele a “felicidade é brinquedo que não tem”.



Cai, cai balão

As festas juninas brasileiras também tiveram a intervenção pontual de Assis Valente. Para a comemoração do mês de frio ele compôs a suave marcha “Cai, cai balão”, lançada por Francisco Alves e Aurora Miranda no ano de 1933. Os versos lançam enredo de uma sagaz sabedoria popular: “quem sobe muito, cai depressa sem sentir”, e expressam um teor implícito na personalidade de Assis: a desconfiança das glórias, que segundo o próprio, numa explicação a Ary Barroso de uma das tentativas de suicídio, não “resgatam letras”.



Maria Boa

O primeiro sucesso de Assis Valente registrado por um grupo vocal foi o samba “Maria Boa”. Lançado pelo “Bando da Lua” no carnaval de 1935 ele acompanhou os foliões com a mesma alegria que o grupo iria acompanhar Carmen Miranda, musa inspiradora para quem Assis dedicou vários versos posteriores. A letra esbanja a sorte do autor de ter se encontrado com a Maria do título, que segundo ele, não ia “com a cara do homem quem tem a falinha macia”. Em 2001, Ney Matogrosso a regravou no álbum “Batuque”.



Camisa listrada

A camisa presente nas passarelas de rua do carnaval de 1938 foi a listrada de Assis Valente. Nela é possível perceber o desespero da mulher que vê o seu homem desfilar na avenida vestindo suas roupas, sua saia e sua combinação. A música é uma combinação entre alegria e tristeza, e mostra de forma debochada e simples o contraste entre a fantasia do homem que sai para se divertir e a preocupação da mulher que assiste àquilo com ares de repreensão. A música retrata o descompasso do amor entre a mulher que sofre em vão e o homem que vai à folia do carnaval. É um apelo que a mulher faz para que seu homem não se fantasie.



...E o mundo não se acabou

Depois do estouro de “Camisa listrada”, Carmen Miranda gravou outra jóia do repertório de Assis Valente, no mesmo ano de 1938. “E o mundo não se acabou” é um samba-choro que brinca com a possibilidade milenar do fim do mundo. Alardeado por boatos de nova guerra mundial e coalizão de cometas contra a Terra, o caso virou gostosa música que premeditava o arrependimento daqueles que acreditavam no fim, caso a confirmação não viesse: “beijei a boca de quem não devia, peguei na mão de quem não conhecia, e o tal do mundo não se acabou”.

Uva de caminhão

A vida de Assis Valente foi cercada de polêmicas e contradições. Muitos especulam sobre provável homossexualidade reprimida e gastos com amantes que o levaram ao endividamento, inclusive pessoas próximas, como a cantora Marlene que gravou o primeiro LP só com músicas de Assis, e seus biógrafos Francisco Nunes Silva e Dulcinéa Nunes Gomes. Uma das músicas de seu repertório que desperta interpretações controversas é o samba-revista “Uva de caminhão”. Segundo o jornalista Moacyr Andrade, a iminente ingenuidade da recitação de sucessos carnavalescos como “Florisbela”, “Flauta de Bambu”, “Pirulito” e “A Pensão da Dona Estela”, escondem a intenção do autor de falar sobre gravidez e aborto. Já para o pesquisador musical Rodrigo Faour, a música explicita a confirmação dos desejos homossexuais do compositor. Lançada mais uma vez por Carmen Miranda, “Uva de Caminhão” foi o último sucesso da dupla antes da Pequena Notável embarcar para os Estados Unidos, em 1939.



Recenseamento

A última música de Assis Valente gravada por Carmen Miranda foi o samba “Recenseamento”, em 1940. Nele a história verídica do censo geral determinado por Getúlio Vargas servia de mote para a crônica sentimental do compositor, que aproveitava o tema para dar o seu pitaco irreverente sobre a medida. E a favela, que já lhe prestara homenagens com o morro de Mangueira a cantar suas músicas, era o plano de fundo ideal, na voz da moradora que listava seus bens: céu azul, Pão de Açúcar sem farelo, e outros.

Brasil Pandeiro

Acarajé, cuscuz e abará, todos esses pratos preparados com o molho da baiana, fazem com que o Tio Sam do samba de Assis Valente não resista ao sabor da comida e do samba brasileiro. Composto em 1941, “Brasil Pandeiro” dedica seus versos a cantar as delícias do Brasil, como seu samba, seu terreiro, sua gente bronzeada e sua rica culinária, que desperta até o interesse dos distantes norte-americanos. A música havia sido feita para Carmen Miranda, espécie de amor platônico de Assis Valente, que acabou recusando, supostamente por possuir versos que exaltavam a ela própria. Por conta disso, foi lançada pelos “Anjos do Inferno”, grupo vocal que emplacaria diversos êxitos da lavra do compositor, e mais tarde renovada na interpretação dos “Novos Baianos”, em 1972.



Fez bobagem

Um mês depois do lançamento de “Brasil Pandeiro”, Assis Valente atirou-se do Corcovado e ficou preso em uma árvore, o que salvou sua vida do suicídio. Naquele mesmo ano, em janeiro, havia nascido sua única filha, Nara, fruto do casamento com Nadyle da Silva, 15 anos mais nova. O casamento não durou muito tempo, ao contrário da relação com a filha, que teve o nome tatuado no corpo do pai, na época considerada uma subversão. Os desentendimentos amorosos foram mais uma vez retratados em música por Assis, no ano de 1942, em samba intitulado “Fez bobagem”, lançado por Aracy de Almeida. A letra escancarava o desacordo de um enciumado triângulo amoroso, e recebeu versões de Elza Soares, Teresa Cristina e Caetano Veloso. A dor trazida por Assis era dedilhada em versos: “dá vontade de chorar, e de morrer”.



Boneca de pano

O derradeiro sucesso popular de Assis Valente foi o samba “Boneca de pano”, gravado pelos “Quatro Ases e um Coringa”, em 1950. Ele que estava acostumado a portar sempre foto e caneta para distribuir autógrafos já não convivia com o sucesso de perto, devido à época que se abria para a bossa nova na canção brasileira. A música trazia o relato de uma vivência de Assis, como era por costume em suas letras, o encontro com uma moça da Lapa que tivera trágico final. Como viria a acontecer com o próprio autor, que deixou órfã de seu talento a arte brasileira de inventar melodias e versos, por decisão própria, diante do espanto admirado daqueles que presenciaram sua essência musical. 100 anos depois de seu nascimento, foi-se o espanto, permanece a admiração.

sábado, 19 de março de 2011

Atrações grátis em BH

Postado por Acir Antão on sábado, março 19, 2011 with Faça um comentário
- 20 março (domingo) - Musical “O Negro, a Flor e o Rosário”, no Centro Cultural Vila Marçola, ás 17h.

- 20 março (domingo) - 29º Bienal de São Paulo, expõe obras selecionadas de arte contemporânea, no Palácio das Artes, das 16h ás 21h.

- 20 março (domingo) - “Dia Harmonia e Luz”, terapias naturais e mini-cursos na rua Chapecó, 223, bairro Prado, das 9h ás 19h.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Notícia

Postado por Acir Antão on sexta-feira, março 18, 2011 with Faça um comentário
HÉLIO COSTA – O PMDB parece que esqueceu rapidamente de quem ontem simplesmente era o Ministro das Comunicações do Governo Lula e figura de proa do partido em Minas e no Brasil. O ex-ministro e ex-senador por Minas Gerais, não tem merecido a atenção que deveria do seu partido e do governo que se instalou no país com a vitória de Dilma Rousseff. O que se houve falar de Hélio Costa é que ele está devendo alguns milhões da campanha que o derrotou na disputa pelo governo de Minas. Parece que o dinheiro gasto foi somente pelo Hélio Costa e ninguém mais que estava na campanha teve responsabilidade.

Outro dia mesmo, eu informei aqui que o PT era um gato escaldado que tinha medo de água fria, pois ficou de quitar as dívidas da campanha de Hélio Costa, até porque o candidato a vice era um petista, o também ex-ministro Patrus Ananias. Lembrei que a falta de palavra do então ministro José Dirceu com o PTB, gerou o que popularmente chamamos de “Mensalão”. Hélio Costa é um nome de Minas, que precisa do respeito do seu partido para com sua história.

JAPÃO - A catástrofe que se abateu sobre a nação japonesa, com o terremoto e mais tarde um maremoto veio mostrar ao mundo, quanto são educados os japoneses que nesse momento de dor, respeitam fila, atendem ao governo sem reclamar e não praticaram nenhum ilícito diante da tragédia que vivem. Um jornal de circulação nacional disse outro dia em manchete, que os japoneses vão demorar 10 anos para se recuperarem com a reconstrução das cidades devastadas pelo maremoto. Aí me lembrei que estamos aqui em Minas há mais de 30 anos esperando o término da construção de uma linha de metrô e vivemos assistindo mortes numa rodovia como a 381 norte, entre Belo Horizonte e Monlevade e para se instalar uma lombada eletrônica no Anel Rodoviário da Cidade nas imediações do Bairro Betânia, foi necessário a criação de uma frente com todo estardalhaço, porque um órgão público como o DNIT, não cumpriu sua função.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Vídeos

Postado por Acir Antão on quinta-feira, março 17, 2011 with Faça um comentário

quarta-feira, 16 de março de 2011

Aniversariantes

Postado por Raphael Vidigal on quarta-feira, março 16, 2011 with Faça um comentário
Os aniversariantes musicais da semana são Elis Regina e Nat King Cole!



Elis Regina



Data de nascimento: 17/03/1945 - 19/01/1982

Naturalidade: Porto Alegre, RS

Profissão: cantora

Sucessos: "O Bêbado e a Equilibrista" (João Bosco e Aldir Blanc), "Como nossos pais" (Belchior), "Fascinação" (versão Armando Louzada), "Águas de março" (Tom Jobim), "Alô, alô Marciano" (Rita Lee e Roberto de Carvalho), "Madalena" (Ivan Lins), "Ponta de areia" (Milton Nascimento e Fernando Brant), "Romaria" (Renato Teixeira), "Folhas secas" (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito)

Desde os 11 anos se apresentava na Rádio Farroupilha, cantando. Fez parte do elenco fixo da emissora, onde trabalhou por algum tempo. Em 1959 assinou o primeiro contrato profissional, na Rádio Gaúcha, e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro compacto, pela Continental. A mesma gravadora em 1961 lançou seu primeiro LP, "Viva a Brotolândia", com calipsos e rocks. Tornou-se conhecida nacionalmente em 1965, ao sagrar-se vencedora do I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, defendendo a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Ao lado de Jair Rodrigues que apresentou um dos programas musicais mais importantes da música brasileira, O Fino da Bossa, estreado em 1965 na TV Record. Participou de festivais e de movimentos político-musicais, como a "passeata contra as guitarras", que visava à preservação das "raízes" da MPB contra a invasão estrangeira. É considerada por muitos a maior cantora brasileira de todos os tempos.



Nat King Cole



Nome completo: Nathaniel Adams Coles

Data de nascimento: 17/03/1919 - 15/02/1965

Naturalidade: Montegomery, EUA

Profissão: cantor e pianista

Sucessos: "Mona Lisa" (Jay Livingston e Ray Evans), "Stardust" (Hoagy Carmichael e Mitchell Parish), "Unforgettable" (Irvin Gordon), "Nature Boy" (Eden Ahbez), "The Christmas Song" (Mel Torme e Robert Walls), "Quizás, Quizás, Quizás" (O. Forbes)

Sua voz marcante imortalizou várias canções, algumas das quais nas línguas espanhola e portuguesa. Suas músicas românticas tinham um toque especial junto a sua voz associada ao piano, tornando-o assim um artista de grande sucesso. Nat King Cole aprendeu a tocar piano na igreja onde seu pai era pastor. Desde criança ele esteve ligado à música, tocando junto ao coral da mesma igreja. A mãe foi a única professora de piano que Nat teve em toda sua vida. Aprendeu tanto jazz como música gospel, sem esquecer a música clássica. Cole lutou contra o racismo durante toda a sua vida, sempre recusando-se a cantar em platéias com segregação racial. Um de seus últimos trabalhos foi no filme Cat Ballou, onde canta a balada da personagem título, interpretada por Jane Fonda. Pai da cantora Natalie Cole, também atuou em alguns filmes.

terça-feira, 15 de março de 2011

Dica Musical

Postado por Acir Antão on terça-feira, março 15, 2011 with Faça um comentário
Minha dica musical para hoje é escutar O preto que satisfaz, de Gonzaguinha!



O preto que satisfaz (MPB, 1979) – Gonzaguinha



Em clima de festa, Gonzaguinha convida o papai, a mamãe, o filhinho e a filhinha para comerem o famoso feijão brasileiro, “O preto que satisfaz”. A música composta por ele em 1979 faz uma verdadeira homenagem ao feijão, uma das refeições preferidas dos brasileiros, e ainda o mistura ao arroz, o pão, a farinha e o macarrão, aproveitando para falar também da união que se faz entre as pessoas na hora de apreciarem o feijão, o “famoso pretão maravilha”. A música foi tema de abertura de novela na voz das Frenéticas e invadiu os lares brasileiros assim como o requisitado ingrediente, provando que o que Gonzaguinha falava estava certo: “Dez entre dez brasileiros preferem feijão...”

Texto de Raphael Vidigal

segunda-feira, 14 de março de 2011

Receita

Postado por Acir Antão on segunda-feira, março 14, 2011 with 1 comentário
Receita enviada pelo ouvinte Gilberto Rodrigues.

Filé de peixe com ervilhas



INGREDIENTES:

2 latas de ervilhas
1/2 kg de filé de peixe
2 colheres (sopa) de azeite
2 colheres de manteiga
limão
sal
pimenta
cebola

MODO DE PREPARO:

Limpe bem os filés de peixe,temperando com limão e sal. Deixe nesse molho durante meia hora. Coloque numa assadeira os filés e a cebola.

Junte um pouco de água, leve ao forno e deixe cozinhar. Escorra a ervilha e doure na manteiga bem quente.

Num prato ou travessa, arranje com cuidado os filés. Ao lado, coloque as ervilhas douradas e enfeite o prato com folhinhas de salsa.

domingo, 13 de março de 2011

A Hora do Coroa

Postado por Acir Antão on domingo, março 13, 2011 with Faça um comentário
Homenagem que fizemos aos 100 anos de Synval Silva, textos de Raphael Vidigal




Carmen Miranda seguiu seu cortejo final ao som de música. A música escrita por Synval Silva, o motorista que conferiu sucessos inestimáveis para os quais a Pequena Notável foi eternamente grata. Muito mais do que os contos de réis que ela pagava para Synval, sua real recompensa foi o nome gravado com pérolas na música brasileira. “Adeus, adeus, meu pandeiro de samba, tamborim de bamba, já é de madrugada...” é o tom da despedida que saúda os 100 anos do compositor mineiro entronizado carioca, com anel de samba, cidadão legítimo do ritmo dessa gente bamba.

Adeus, batucada

Carmen Miranda prolonga chorosamente as frases do samba de 1935, composto por Synval Silva. Apresentado à cantora através do amigo Assis Valente, Synval compôs “Adeus, batucada” como uma espécie de tributo à farra que ele desde criança aprendeu a adorar, e agora passa adiante para que outros passem a admirá-la: “E do meu grande amor sempre eu me despedi sambando...” poetiza o compositor perene; compõe o poeta latente.



Coração

Antes de “Adeus, batucada”, Synval Silva já havia dado a Carmen um grande sucesso. O samba “Coração”, também de 1935, trazia nos versos finais o prenúncio da poesia que ele iria praticar: “esperando no mar desta vida, embarcação à procura, de um porto feliz de salvação...”. O coração de Carmen foi facilmente conquistado pelas notas melódicas do compositor.

Ao voltar do samba

As primeiras composições de Synval Silva encomendadas por Carmen Miranda foram “Alvorada” e “Ao voltar do samba”, ambas em 1934. A segunda impressionava pela tom magoado que marcava o ritmo das falas da sambista vencedora do arlequim de bronze. O motivo é o amor desfeito com um mulato que agora lhe dá prazer ao chorar em público: “chora mulato, meu prazer é de te ver sofrer, para saber quanto eu te amei e quanto eu sofri para te esquecer”.



Gente bamba

“Gente bamba” é uma proclamação do samba, do sapateado, da cuíca e do morro da Formiga, entre outras riquezas brasileiras que Synval Silva presencia. Nessa música de 1937 o compositor homenageia o morro onde criou residência e todas as outras virtudes do modo de viver brasileiro. Salve, salve a alegria. Salve, salve Synval Silva!

sábado, 12 de março de 2011

Atrações grátis em BH

Postado por Acir Antão on sábado, março 12, 2011 with Faça um comentário
- 12 de março (sábado) - Carnaval de rua com o bloco "Vira o Santo", na Praça Cairo, bairro Santo Antônio, às 15h.

- 12 de março (sábado) - Exposição fotográfica, "De olho nos parques", no parque Orlando de Carvalho Silveira, rua Juruá, 860, bairro da Graça.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Notícia

Postado por Acir Antão on sexta-feira, março 11, 2011 with Faça um comentário
A Jornalista de economia Rita Mundim, revelou outro dia em seu comentário na Rádio Itatiaia que o Rio de Janeiro está reagindo a tantas notícias negativas e fez um belo carnaval, não só na Marquês de Sapucaí, mas toda a cidade com seus blocos que saíram nos bairros mais tradicionais, voltando a ter novamente aquele carnaval de rua que o carioca estava saudoso.

No momento em que Rita Mundim falava sobre a reação do Rio de Janeiro, que viveu crises e mais crises nos últimos dias com também as intempéries da natureza, com a chuva dizimando vidas na região Serrana, me lembrei de que todo o ano, eu recebo em meu programa o pessoal da Secretaria de Turismo daquele estado, que vem falar aos mineiros sobre "O RIO É DE VOCÊS", uma campanha do governo fluminense junto às agências de turismo de Belo Horizonte, onde os empresários daquele estado fazem demonstração dos produtos turísticos do Rio para o mercado mineiro.

Eles fazem isso todos os anos, acreditando na recuperação econômica do Rio, junto com o trabalho para melhorar a segurança pública. Fico imaginando, se tivéssemos em Minas a mesma vontade política. Só para ilustrar, o Prefeito Márcio Lacerda foi, depois de Pimenta da Veiga, que administrou a cidade no final da década de 80 do século passado, o próximo prefeito a ver o carnaval de Belo Horizonte. Mesmo assim, ele assistiu o desfile de duas escolas de samba, as que são comandadas por vereadores de sua base na Câmara, Léo Burguês e Hugo Thomé.

Conversei longamente com o presidente em exercício da Belotur, o ex-vereador Artur Viana e ele disse que parece que todos são contra tudo e pra fazer o carnaval no Boulevard Arrudas, ele teve uma luta árdua, pois desde a BHTRANS e as próprias secretarias que regulam coisas na cidade, criam todas as dificuldades para se promover qualquer evento por aqui.

Os ouvintes do meu programa na Itatiaia me ligaram denunciando o descaso com as estradas para o balneário de Furnas, na região de Pimenta, com carros atolando em estradas que têm um grande movimento e que ainda não receberam qualquer tipo de asfalto para facilitar o turismo na região. Ainda precisamos de vontade política para realizar e melhorar nosso estado.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vídeos

Postado por Acir Antão on quinta-feira, março 10, 2011 with Faça um comentário

quarta-feira, 9 de março de 2011

Aniversariantes

Postado por Raphael Vidigal on quarta-feira, março 09, 2011 with Faça um comentário
Os aniversariantes musicais da semana são Tetê Espíndola e Roque Ferreira!



Tetê Espíndola



Nome completo: Teresinha Maria Miranda Espíndola

Data de nascimento: 11/03/1954

Naturalidade: Campo Grande, MS

Profissão: cantora, compositora e instrumentista

Sucessos: "Escrito nas estrelas" (Arnaldo Black e Carlos Rennó), "Na chapada" (com Carlos Rennó), "Esquinas" (Djavan), "Vida cigana" (Geraldo Espíndola), "Semente de som" (com Chico César)

Na década de 70 integrou o grupo Luz Azul tocando craviola (instrumento de cordas concebido e inventado por Paulinho Nogueira). Em São Paulo trabalhou com Arrigo Barnabé e participou do festival MPB Shell em 1981. Seu terceiro álbum, lançado em 1982, foi "Pássaros na Garganta", denominação que o poeta Augusto de Campos deu ao ouvir sua voz aguda e extensa. Passou a ser conhecida nacionalmente em 1985, quando foi a vencedora do Festival dos Festivais, promovido pela TV Globo. Participou de festivais internacionais ainda na década de 80. Em 2001 participou do CD "Acústico Brasil" juntamente com Amelinha e Cláudia Telles, entre outras, com versões acústicas para sucessos populares dos anos 1970 e 1980.



Roque Ferreira



Data de nascimento: 12/03/1947

Naturalidade: Nazaré das Farinhas, BA

Profissão: compositor, cantor e escritor

Sucessos: "Água da minha sede" (com Dudu Nobre), "Bolero" (com Batatinha), "Coração valente" (com Edil Pacheco), "Doce de cajá", "Triste regresso", "Pro amor render" (com Dudu Nobre), "A sangue frio" (com Telma Tavares), "Acesa"

Começou a compor aos 14 anos, quando mudou-se para Salvador. Ao lado de Riachão, Edil Pacheco, Ederaldo Gentil, Nélson Rufino, Batatinha, Panela e Walmir Lima, é considerado um dos mais importantes compositores do samba baiano. Publicitário, trabalhou em várias agências durante 20 anos, abandonando a profissão para dedicar-se somente à música. Como escritor tem inéditos os livros "As sete faces da lua" (Contos) e "Ossos de borboleta" (Romance). Em 2009 Roberta Sá, Pedro Luís, Marcello Gonçalves e Fernanda David deram início a um documentário sobre a vida e a obra do compositor, dirigido pelo cineasta Felipe Lacerda. No ano de 2010, Roberta Sá e o Trio Madeira Brasil gravaram um disco em homenagem ao compositor baiano.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dica Musical

Postado por Acir Antão on terça-feira, março 08, 2011 with Faça um comentário
Minha dica musical para hoje é escutar Feijoada completa, de Chico Buarque!



Feijoada completa (samba, 1978) – Chico Buarque



É com muita fome e a elegância habitual de suas canções que Chico Buarque, acompanhado de seu batalhão, pede para que a mulher bote água no feijão, jogue o paio, a carne seca e o toucinho, além de fritar os torremos, separar a laranja e a farofa e preparar a indispensável couve mineira. “Feijoada Completa”, samba de 1978, remonta às tradicionais e festivas feijoadas de domingo onde não falta boa comida e bebida, além da presença dos amigos. Aquela feijoada gostosa que cheira à distância é o prato principal da música de Chico e não há nada melhor do que saboreá-la ouvindo seus versos.

Texto de Raphael Vidigal

segunda-feira, 7 de março de 2011

Receita

Postado por Acir Antão on segunda-feira, março 07, 2011 with Faça um comentário
Receita enviada pela ouvinte Maria do Carmo Silva.

Peixe com leite de coco



INGREDIENTES:

1 xícara (chá) de óleo
2 cebolas picadas
2 dentes de alho esmagados
1/2 colher (sopa) de vinagre
1 colher (café) de molho de pimenta
1 xícara (chá) de suco de tomate
1kg de peixe cortado em postas
2 cubinhos de caldo de galinha, dissolvidos em 1 xícara (chá) de água fervente
1 vídro (200ml) de leite de coco

MODO DE PREPARO:

Leve ao fogo o óleo, as cebolas e os alhos. Quando estiverem dourados, adicione o vinagre, o molho de pimenta, o suco de tomate e o caldo de galinha.

Tampe a panela e deixe ferver por 5 minutos. Coloque as postas de peixe e o leite de coco neste molho.

Deixe ferver em fogo médio por 10 minutos ou até que o peixe fique bem macio. Se for preciso, adicione sal. Acompanhe com arroz branco.

domingo, 6 de março de 2011

A Hora do Coroa

Postado por Acir Antão on domingo, março 06, 2011 with 1 comentário
Carnaval, texto de Raphael Vidigal



Hoje é carnaval.
Amanhã já é carnaval.
Não porque esteja próxima uma quarta-feira de cinzas.
Nem porque virou farra o som de buzinas.
Mas porque carnaval está além de data no calendário.
É a heróica alegria da bagunça e da patuscada.
De se fantasiar e mascarar e perceber o desarrumado cenário belo de fantasias, máscaras e perdidas ilusões brilhantes.
No carnaval, face desordeira da humanidade.
Face divertida, bem resolvida, com muito alarde.
Se tudo arrumado perde contato com a superfície mais fina de uma mera alegria, não deixe de brincar no carnaval.

“Anda Luzia, pega o pandeiro, vem pro carnaval
Anda Luzia, que essa tristeza lhe faz muito mal
Apronta a tua fantasia
Alegra teu olhar profundo
A vida dura só um dia, Luzia
E não se leva nada desse mundo”


Eu quero é botar meu bloco na rua

Com sua loucura lúcida, como disse Lygia Fagundes Telles de Caio Fernando Abreu, Sérgio Sampaio criou uma das mais emblemáticas canções de carnaval de todos os tempos. Em meio à ditadura militar que se instaurara no Brasil, o compositor baiano, tido por muitos como maldito, dá uma aura lamentosa à festa popular mais famosa do país, ao entoar versos confessionais em tom melancólico, emendando logo na sequência o refrão esperançoso que garantiu o sucesso da canção: “Eu quero é botar meu bloco na rua, brincar, botar pra gemer...”. Além do conteúdo sexual abordado no refrão há também referências ao uso de drogas, tudo feito com muito deboche, misturando lamento e alegria e dando seu aval definitivo à festa máxima brasileira: o carnaval.


Camisa listrada

Uma camisa presente nas passarelas de rua do carnaval foi a listrada de Assis Valente. Nela é possível perceber o desespero da mulher que vê o seu homem desfilar na avenida vestindo suas roupas, sua saia e sua combinação. A música é uma combinação entre alegria e tristeza, e mostra de forma debochada e simples o contraste entre a fantasia do homem que sai para se divertir e a preocupação da mulher que assiste àquilo com ares de repreensão. A música retrata o descompasso do amor entre a mulher que sofre em vão e o homem que vai à folia do carnaval. É um apelo que a mulher faz para que seu homem não se fantasie.


Balzaquiana

A gíria criada por Nássara para denominar as “mulheres depois dos trinta anos” foi tirada de um conhecido romance de Honoré de Balzac. Fazendo uso de sua conhecida perspicácia, Nássara percebeu ponto aberto para brincar com divertida preferência amorosa. Seminal grão da celebrada parceria entre ele e Wilson Batista, a marcha ecoou na voz do iniciante Jorge Goulart em 1950, e garantiu ao cantor seu primeiro sucesso. Dali em diante, Jorge se tornaria especialista em canções do gênero e gravaria novos sucessos da recém-formada dupla. A música alcançou tal proporção que foi traduzida pelo radialista e adido cultural da embaixada francesa no Brasil, Michel Simon. No país de origem do autor que dá nome ao título, a canção pôde ser ouvida em comemoração ao centenário do seu nascimento. Hoje, a versão francesa encontra-se na “Casa de Balzac”, museu que guarda as memórias do escritor francês.

Onde estão os tamborins?

O sumiço do sambista Cartola, fundador da Estação Primeira de Mangueira, deixou a escola quieta e sem o brilho verde e rosa que costumava ofuscar as outras. Foi essa fase pouco inspirada que levou o compositor Pedro Caetano a reclamar publicamente, em forma de samba lançado no carnaval de 1947 pelo conjunto vocal Quatro Ases e um Coringa, com grande sucesso de público que cantou na avenida: “Mangueira, onde é que estão os tamborins, ô nêga?”


Alô...Alô...?

Com vestimentas exóticas e coloridas e uma voz potente e grave, Maria Alcina sempre foi uma das artistas mais controversas do país, tendo sido censurada na época da ditadura e sumido definitivamente do imaginário do grande público devido ao episódio. “Alô...Alô...?”, de André Filho, foi gravada originalmente por Carmen Miranda e o Bando da Lua em 1941, e regravada por Alcina em seu disco de estréia em 1973. Alcina é uma das cantoras que mais regravou e se aproximou do estilo alegre e espontâneo da portuguesa enraizada brasileira e se tornou um ícone carnavalesco nacional, pois mesmo maldita, representa o carnaval na essência. Uma artista que foi perseguida e sofreu preconceitos e, no entanto , jamais abandonou a ousadia e a alegria, continuando a desfilar com plumas e paetês, confetes e serpentinas pelas passarelas do carnaval no qual ela transforma a vida.


Yes, nós temos bananas

João de Barro, o Braguinha, e Alberto Ribeiro, reafirmam seu orgulho do Brasil ao cantarem os versos da música: “Yes, nós temos bananas!”. A marchinha feita pelos dois em 1938 foi um dos grandes sucessos do carnaval daquele ano e trazia uma crítica bem humorada aos norte-americanos que insistiam em chamar os países da América Latina de “república das bananas”. Exaltando as qualidades da fruta que se tornou brasileira e ainda brincando com as exportações de café, algodão e chá mate, Braguinha e Alberto Ribeiro encerram a canção com os divertidos versos: “bananas para quem quiser!”


Florisbela

A favorita para levar o concurso de carnaval do Rio de Janeiro em 1939 era “A Jardineira”, de Benedito Lacerda e Humberto Porto e lançada por Orlando Silva. Mas a vencedora foi “Florisbela”, de Nássara e Frazão, na voz do seresteiro Silvio Caldas. No mesmo ano, as duas músicas foram citadas na obra-prima de Ary Barroso “Camisa Amarela”, que também trazia em sua letra o tema carnavalesco. Apesar disso, Nássara reclamava que a composição sobre as paqueras de um casal fosse pouco regravada.

É com esse que eu vou

“É com esse que eu vou” conclama o espírito carnavalesco a pisar na avenida sem menores distinções de raça ou classe. O importante é ir no embalo do samba que alegra o carnaval brasileiro. Uma festa que começou no caderninho de Pedro Caetano durante uma viagem de trem de Vitória para Belo Horizonte, passou pelas vozes dos Quatro Ases e um Coringa e chegou até Elis Regina, regravando-a 25 anos depois de lançada em 1948.


Máscara Negra

Máscara negra foi o grande sucesso do carnaval de 1967. A marcha composta por Zé Kéti se tornaria uma das grandes músicas cantadas por Dalva de Oliveira, e um dos últimos êxitos populares de ambos. Vencedora do carnaval daquele ano, a canção contava a antiga história dos laços amorosos entre Pierrôt, Colombina e Arlequim. A diferença é que nos versos de Zé Kéti a história ganhava contornos líricos e suaves, aproveitando-se do grande talento do compositor. Além disso, Zé Kéti corrigia um erro histórico e dava nova chance a Pierrôt, fazendo com que Arlequim fosse o rejeitado dessa vez. Máscara negra é uma das mais belas músicas de carnaval já escritas, provando toda a essência poética do trabalho de Zé Kéti, que jamais mascarou os problemas do seu povo, mas também não deixou de iluminá-los com seus sambas e suas atuações.


Lata d’água

“É a maior!” gritam os enunciados e admiradores da cantora que se apresenta no programa de Manoel Barcellos. E de fato, ela faz jus à exaltação. Marlene veio ao mundo Vitória e pisou na passarela de notas e versos já com a inspiração da atriz alemã que lhe emprestou o nome artístico. Caminhou sempre com nitidez de passos e o espetáculo que concede desde o início tornou-se sinônimo de autenticidade. Marlene tem no cantar uma marca que é só sua, própria, e inalcançável. E é com essa força da personalidade que ela dá vida à Maria do morro de Luis Antônio e Jota Júnior, no carnaval de 1952 que está gravado na batalha diária, sob o clamor que anuncia Marlene: “Lata d’água na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria, sobe o morro não se cansa, pela mão leva a criança, lá vai Maria”


Mundo de zinco

Crescido em ambiente carnavalesco, Nássara ajudou a organizar em 1932 o primeiro concurso de escolas de samba do Rio de Janeiro. Frequentador do “Ponto de Cém Reis” e do “Café Nice”, locais de encontro da boêmia, em 1952 ele compôs ao lado de Wilson Batista, um samba para Mangueira, escola que contava com sua torcida. Visualisando a história do morro, os versos finais da música são em tom de despedida e deixam clara a intenção dos compositores de exaltarem o que admiram: a glória do samba, o céu de Mangueira, os malandros e as cabrochas. Interpretada por Jorge Goulart, foi premiada como samba mais bonito do carnaval carioca daquele ano. De acordo com o jornal “Última Hora” da época, possuidora de “letra inspirada, bonita e ao mesmo tempo fácil de ser apanhada pelo povo; sua música é melódica, mesmo nas estridências necessárias do apito de trem, harmonizando-se em ritmo essencialmente vivo e vibrátil.”


Aurora

Antes de Amélia, houve na vida de Mário Lago uma outra mulher. Sorte que ela não fosse sincera, pois inspirou-lhe belas alfinetadas na sabida moça. Carmen Miranda alçou ao sucesso as qualidades de Aurora, que foi pela primeira vez cantada pela dupla Joel e Gaúcho. No carnaval de 1941, a marchinha de Roberto Roberti e Mário Lago alcançou glórias em terras brasileiras, inglesas e americanas, tornando-se inclusive, tema de filme estrangeiro.


Bloco do Prazer

O compositor Fausto Nilo conheceu os integrantes do “Pessoal do Ceará” ainda na década de 70, e desde então passou a ser gravado por cantores como Fagner e Belchior, e mais tarde, Chico Buarque, Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Geraldo Azevedo, e outros. No ano de 1979, o “Trio Elétrico Dodô e Osmar”, banda criada pelos inventores do Trio Elétrico na Bahia, lançou no carnaval a música “Bloco do Prazer”, parceria de Nilo com o novo baiano Moraes Moreira. O frevo, em ritmo acelerado, é uma conclamação desenfreada à alegria e à festa. Gravada por Nara Leão em 1981, tornou-se sucesso nacional na voz de Gal Costa, um ano depois. Era apenas o início do desfile daquele cearense de Quixeramobim.


Praça Onze

Em 1941, quando ficou sabendo da intenção da prefeitura de demolir a Praça Onze, abrigo dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, Otelo indignou-se e escreveu versos românticos e tristonhos sobre o fato. Então levou a letra para músicos como Wilson Batista, Max Bulhões e Herivelto Martins, a fim de que a musicassem. Nenhum deles se interessou muito, mas o azar de Herivelto era que esse o via todo dia, pois os dois trocavam-se juntos no Cassino da Urca. Herivelto dizia que não cabia samba naquela letra, pois o que Otelo tinha escrito era um romance, com versos do quilate de “Oh Praça Onze, tu vais desaparecer”. Eis que devido à insistência diária do noviço compositor, Herivelto irritou-se e começou a cantar de improviso versos sambados, dizendo para o humorista: “O que você quer dizer é isso: vão acabar com a Praça Onze, não vai haver mais escola de samba, não vai...”, Otelo empolgou-se e começou a escrever ali mesmo os outros versos da canção, enquanto Herivelto tocava a melodia no violão. Quando ficou pronta, a música foi gravada pelo Trio de Ouro com a companhia de Castro Barbosa, e trouxe na execução uma novidade inventada por Herivelto e que fez grande sucesso entre os foliões, o uso do apito para dar ritmo. Todos que sentiam a perda da Praça cantaram e dançaram na avenida a música que dividiu o prêmio de melhor samba do ano de 1942 ao lado da clássica “Ai que saudades da Amélia”, de Ataulfo Alves e Mário Lago. Grande Otelo ria como fazia rir, apesar da tristeza pela perda da praça, ele conseguiu o que queria.


Papai Adão

Blecaute colecionou muitos admiradores que adoravam seu jeito afável e de bem com a vida, esbanjando largo sorriso. Além disso, era conhecido também pela elegância, tanto dos passos como das vestimentas. A cronista Eneida dizia: “Olha que elegância de porte e que charme de sorriso.” Mas o traço mais marcante de Blecaute sem dúvida nenhuma era a espontânea simpatia, contida em sua maneira sinuosa de cantar ditados tão populares: “Papai Adão, Papai Adão já foi o tal, hoje é Eva quem manobra, e a culpada foi a cobra”. A divertida brincadeira sobre as relações conjugais é mais um exemplo da bem sucedida comunhão entre Blecaute e Klécius Caldas & Armando Cavalcanti.


Sereia de Copacabana

Filho de libaneses, o carioquíssimo Nássara iniciou sua carreira de compositor vencendo concursos em que participavam Lamartine Babo, Ary Barroso e seu vizinho de Vila Isabel, Noel Rosa. Consagrado através das marchas, Nássara proporciona animada disputa, dessa vez entre mulheres de vários países, mas seu coração acaba se decidindo pela sereia brasileira, em parceria sua com Wilson Batista. “Sereia de Copacabana” foi recebida pelo público através da voz encorpada de Jorge Goulart, no carnaval de 1951.

Jardineira, Pastorinhas, Máscara Negra & O teu cabelo não nega

Pode se estranhar que o mais famoso roqueiro brasileiro e a musa da Jovem Guarda estejam nessa lista, mas em 1979, quando gravaram juntos as marchinhas “Jardineira”, de Benedito Lacerda e Humberto Porto, “Mal me quer”, “Pastorinhas”, de Braguinha e Noel Rosa, “Máscara Negra”, de Zé Ketti e Pereira Matos e “O teu cabelo não nega”, de Lamartine Babo, nenhum dos dois estava mais no auge e nem representavam o primeiro time de cantores de marchinhas de carnaval daquele tempo nem de tempo nenhum. Esse dueto inusitado revela a invasão de dois ícones de gêneros completamente diferentes num dos mais fechados e protegidos patrimônios nacionais. Raul Seixas e Wanderléa cantando marchinhas tradicionalíssimas de carnaval são, portanto, dois marginais.


Prato fundo

Braguinha e Noel Rosa, dois dos maiores compositores da música brasileira, foram parceiros no grupo Bando de Tangarás e também em duas composições: “Pastorinhas”, que fez sucesso um ano após a morte de Noel, em 1938 e “Prato Fundo”, de 1933. Na música “Prato Fundo”, que acabou ficando pouco conhecida, os dois falam sobre os hábitos alimentares de uma família onde todos comem tanto que são precisos pratos fundos para agüentar tanta fome. Essa divertida marchinha foi lançada por Almirante, outro que participou do grupo Bando de Tangarás, e fala de comida do jeito que Noel Rosa e Braguinha melhor sabiam fazer: com inteligência e bom humor.


Alá lá ô

O folião Haroldo Lobo, apelidado de clarinete por sua voz agudíssima, era segundo o amigo Antônio Nássara: fabuloso. E tinha razão de ser. Criador de inúmeras marchinhas que se tornaram parte integrante da memória carnavalesca, ele pediu para o caricaturista completar uma despretensiosa composição do ano anterior. Como não podia deixar de ser, a música era em ritmo de festa e euforia e destacava versos que falavam de sol e caravan. Para isso, Nássara unificou uma divindade a um conhecido cartão postal africano, o deserto do Saara. Pronto, dali para Haroldo arrematar com o refrão entusiasmado foi um pulo: “Alá lá ôôô, mas que calor, ôôô...”. Faltava agora os arranjos e a orquestração, definidos com maestria e alta categoria por ninguém menos que Pixinguinha. Nas palavras de Nássara: "Pixinguinha tinha dividido a melodia em compassos marcantes, saltitantes, brejeiros, originais, vestindo-a com roupagem da alma popular. E eu tive uma sorte danada porque "Alá lá ô" ficou sendo uma das músicas mais tocadas no carnaval. Das que fiz, foi a única que me rendeu alguma coisa”. Embora tenha ficado conhecido como o Rei da Valsa, Carlos Galhardo era acima de tudo “O Cantor que dispensa adjetivos” e gravou com categoria sambas e marchinhas inesquecíveis de autores do quilate de Ataulfo Alves, Assis Valente, Hervé Cordovil, Braguinha, Haroldo Lobo e Nássara, inclusive a permanente Alá lá ô.


Formosa

Nássara era um encantador de formas. Mesmo antes das notas e dos versos ele já trabalhava em suas linhas melódicas. Em 1928, chegou à Escola Nacional de Belas Artes e começou a desenvolver os pilares de sua paixão. Lá, formou um conjunto musical com Barata Ribeiro, Manuelito Xavier, Jaci Rosas, Luís Barbosa, e J. Rui, que se tornaria seu parceiro na canção “Formosa”. Lançada por Luís Barbosa e gravada no carnaval de 1933 pela dupla Francisco Alves e Mário Reis, a marcha foi a primeira música de Nássara a estourar na boca do povo. Sob confetes e serpentinas não havia quem não cantasse os irresistíveis versos: “Foi Deus quem te fez formosa, formosa, ô formosa, porém este mundo te tornou presunçosa, presunçosa...”


General da Banda

Elegantemente trajando a farda que lhe foi ofertada, Blecaute se investe de alamares e dragonas para desfilar com alegria expressiva ao lado do Rei Momo, Rainha Moma, suas Princesas e Cidadão Samba. O ponto de macumba é sua criação refletida na fantasia que usa. Moldada por Sátiro de Melo, Tancredo Silva e José Alcides, começou a persegui-lo na rua. Até que ele foi certa noite em direção à batucada: “Chegou o General da Banda, ê! ê!, chegou o General da banda, ê! á!”. Em 1949, o pico de energia nas ruas chamava-se Blecaute.


Nós queremos uma valsa

Frazão foi sem dúvida o parceiro mais imponente de Nássara. Tanto no sobrenome sonoro, precedido por um extravagante Eratóstenes, como no que diz respeito ao número de sucessos. Entre todos eles, “Nós queremos uma valsa”, possui história das mais interessantes. A idéia criativa de lançar a música em pleno carnaval de1941 foi de Frazão, e trouxe alívio supressor à Morais Cardoso. Tudo porque o jornalista do periódico “A Noite” era simplesmente o primeiro Rei Momo do carnaval brasileiro, e como tal, cumpria o figurino de porções vantajosas em seu corpo portuário de cervejas. Os desfiles em ritmo de samba e marchas alucinantes deixavam seus pés enormes ainda mais inchados. Por isso, a novidade foi instituída de imediato pelo Rei Momo e tornou-se sucesso na voz de outro Rei, o da Valsa, Carlos Galhardo, também gravada ao acordeom por Luiz Gonzaga. Toques de clarim anunciam a entrada triunfante da música que saúda os patinadores.

Periquitinho verde

“Periquitinho Verde” é um desses casos onde Nássara faz uso de sua verve cômica e sua conhecida habilidade em incorporar frases famosas de outras canções. Nessa marcha de 1938 ele costura com bom humor os enlaces matrimoniais sob o ponto de vista da mulher, que diz que não atura “mamãe eu quero mamar”. Amigo do ventríloquo Batista Júnior, pai das irmãs Batista, Nássara teve a oportunidade de ouvir a menina Dircinha Batista cantar e definir que ela lançasse a música, uma de suas parcerias com seu professor de desenho Sá Róris, também compositor.


Maria Candelária

Grande Otelo era o inspetor de gafieira que exigia: “dança direito ou desce!”, no primeiro filme que Blecaute atuou, ainda como figurante, “Tristezas não pagam dívidas”. Depois, seguiu carreira bem sucedida no cinema, participando de 20 filmes, num deles, intitulado “Tudo Azul”, de Moacyr Fenelon, entoava a sátira “Maria Candelária”, calcada na conhecida fórmula de abuso por parte de algumas funcionárias públicas. Essas costumavam esperar ônibus no ponto que dá sobrenome à protagonista. Se bem que elas preferiam mesmo andar de pára-quedas, como sugerem Klécius Caldas e Armando Cavalcanti.


Pedreiro Waldemar

Blecaute elogiava sem disfarces o querido amigo Wilson Batista, “um mulato frajola, muito elegante, alegre, torcia pro Flamengo, por sinal, um garoto bacana à beça”. Foi ele, ao lado de Roberto Martins, o autor da marchinha de 1949 que elevou o garoto de Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo, ao primeiro trampolim na capital farrista. Durante a festa mais comemorada do ano havia unanimidade em saltitar a melodia espessa da dura vida do Pedreiro Waldemar, que “faz tanta casa e não tem casa pra morar, leva a marmita embrulhada no jornal, se tem almoço nem sempre tem jantar, (...) constrói o edifício e depois não pode entrar”. Você conhece?


Maria Escandalosa

O cantor Nuno Roland contracenou com Blecaute e Marlene no espetáculo Carnavália, encenado no Rio de Janeiro em 1968. Antes ele havia sido o responsável por apresentar o carnavalesco General à dupla Klécius Caldas e Armando Cavalcanti, nos corredores da Rádio Nacional. Dessa confraternização caiu na folia a desinibida “Maria Escandalosa”, que em 1955 Blecaute cantava rindo e dançando com os braços, como era de costume, mais um sucesso.


Piada de Salão

As dificuldades de fala eram tiradas de letra por um descontraído Blecaute que saboreava a gagueira do personagem com irredutível euforia. Ele que havia sido engraxate e entregador de jornais depois de ficar órfão aos 6 anos e antes de realizar o sonho de cantoria, era especialista em vencer barreiras. E por isso mesmo dava tom especialmente delicioso à “Piada de Salão”, da dupla que o municiava, Klécius Caldas e Armando Cavalcanti, no ano de 1954: “É ou não é, piada de salão, se acham que não é, então não conto não...”


Pirata da perna de pau

Braguinha nada tinha de pirata. Era um autêntico marujo do samba, que navegava com tranqüilidade por aquelas águas que ele bem conhecia, que ajudou a criar quando formou ao lado de Almirante, Henrique Brito e Alvinho, o conjunto Flor do Tempo, e depois com o adendo de Noel Rosa, com quem compôs a belíssima Pastorinhas, o Bando de Tangarás. Ao contrário do que dizia na marchinha, Braguinha também não tinha cara de mau. Pelo contrário, carregava na face uma expressão sempre alegre, tranqüila e serena. Como se todo dia fosse mais um dia de carnaval e como se toda expressão de vida merecesse uma marchinha.