A bandeira nacional de Angola divide-se horizontalmente numa metade superior vermelha e noutra inferior negra. O vermelho simboliza o sangue derramado pelos angolanos durante as lutas pela independência, enquanto que o negro simboliza o continente africano. O símbolo no centro é uma roda dentada e uma catana, cruzados, e uma estrela, que simbolizam os trabalhadores. A disposição destes símbolos assemelha-se, não por acaso, à disposição da foice e do martelo que se encontra na bandeira da antiga União Soviética, e é um símbolo de comunismo.

ONDE FICA LUANDA


Visualizar LUANDA em um mapa maior
Prima o rato na bandeira que chegas a minha casa

TRADUTOR

Seja benvindo. Você é o visitante

sábado, 30 de janeiro de 2010

Calulu de Peixe

Ingredientes:
1 Kg Peixe seco,
1 Kg Peixe fresco,
1 Cebola grande,
3 Tomates grandinhos,
½ Kg Quiabos,
1 Kg de folha de batata doce ou espinafre,
3 Dentes de alho,
2 Copos de óleo de palma,
2 Gorgetes.


Modo de fazer:

Deixa-se o peixe seco de molho mas sem deixar sair o sal todo, bem lavado.

Tempera-se o peixe fresco com alho, sal e vinagre ou limão de preferência.

Numa panela, vai-se intercalando, um pouco de paixe seco, um pouco de peixe fresco, cebola cortada aos bocados, tomate,quiabos e do espinafre ou folha de batata doce e gorgete até acabar. Junta-se o óleo de palma e leva-se ao fogo a cozer em lume médio até estar tudo bem cozido, serve-se com funge e feijão de óleo de palma, receita para oito pessoas.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

AS ZUNGUEIRAS

De cara, o que mais chama a atenção em Luanda, depois da imensa quantidade de carros, são as mulheres que andam pelas ruas vendendo todo tipo de mercadorias, que carregam elegantemente sobre a cabeça, com seus miúdos amarrados às costas.
São elas que me fornecem a banana-pão, que eu adoro comer pela manhã, além de toda a sorte de produtos que consumimos no dia-a-dia, inclusive livros escolares.


Esta e outras fotos e  informações sobre as Zungueiras eu encontrei no endereço abaixo.
Vale a pena conferir novas fotos e o texto:

Almoço de Hoje e outras histórias


Depois do almoço aproveitei o tempo livre para dar uma volta de reconhecimento na Vila Alice.
Não é que eu moro num bairro legal mesmo, pá!
O ditado que diz que está tudo embaixo de nosso nariz é correto.
A Vila Alice é um bairro fixe.

Passei em frente do King´s Club, um bar noturno de rock, a quatro quarteirões da minha casa. Conversei com os rapazes que estavam na porta e soube que o local abriria as 22 horas. Ok. Eu volto.

Snack Bar Esquimó
Apelidado de "Bar do Português" pelos meus colegas de trabalho, o Esquimó é um dos melhores lugares para se comer, beber e encontrar pessoas interessantes na Vila Alice.
Outro dia eu tiro uma foto de lá para vocês verem.

Tomei muito mais que as 4 Ekas recomendadas.

 

Quando eu já estava na sexta Eka apareceu uma rapaz vendendo DVD.
Perguntei se ele tinha filmes nacionais e ele me mostrou.



Deixei os DVDs em casa e fui com meu colega ao




Fomos muito bem recebidos pelo proprietário que nos franqueou a entrada e a bebida.
Lugar muito bom!
Voltarei outras vezes.
A entrada com direito a 4 Ekas é 2.000 kwanzas.
4 Ekas é o suficiente, eu garanto.

(assista a uma alegoria do que aconteceu comigo ontem e hoje)

 
Hora do almoço. É dia do Calulu Angolano.


Pode ser confeccionado com peixe seco e fresco ou com carne seca.
Ingredientes: tomate, alho, quiabos, batata doce, espinafre, abobrinha e o óleo de déndén.



Maria Carlos, preparou o calulu de peixe, intercalando camadas de peixe seco e de peixe fresco, com os demais ingredientes. Cozinha-se em fogo médio e é servido com funge bombô.








quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

EKA

Quatro pequenas Eka é o suficiente.


domingo, 24 de janeiro de 2010

25 de Janeiro. Luanda faz 435 anos.

Hoje é aniversário de Luanda.
É madrugada e eu ainda não acordei para saber das comemorações.

Procurei saber um pouco sobre a cidade.



"Luanda é a maior cidade e capital de Angola, sendo também a capital da província homónima. Localizada na costa do Oceano Atlântico, é o principal porto e centro administrativo de Angola. Tem uma população de aproximadamente 4,5 milhões de habitantes (estimativa da ONU em 2004), o que a torna a terceira maior cidade lusófona do mundo, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro.
As indústrias presentes na cidade incluem a transformação de produtos agrícolas, produção de bebidas, têxteis, cimento e outros materiais de construção, plásticos, metalurgia, cigarros, e sapatos. O petróleo, extraído nas imediações, é refinado na cidade, embora a refinaria tenha sido várias vezes danificada durante a guerra civil que assolou o país entre 1975 e 2002. Luanda possui um excelente porto natural, sendo as principais exportações o café, o algodão, o açúcar, diamantes, ferro e sal.
Os habitantes de Luanda são na sua grande maioria membros de grupos étnicos africanos, incluindo quimbundos, ovimbundos e bacongos. Existe uma pequena minoria de origem europeia, constituída principalmente por portugueses. A língua oficial e mais falada é o português, sendo também faladas várias línguas do grupo bantu, principalmente a língua quimbundo.
Luanda foi cidade acolhedora dos principais jogos da Copa das Nações Africanas de 2010".

(fonte: Wikipédia)


E olha só o presente que a cidade ganhou!


A idéia é da Boutique dos Relógios Plus e a Girard-Perregaux que resolveu lançar uma edição limitada do ww.tc Financial, o Luanda, que comemora 435 anos em 2010.

O ww.tc (World Wide Time Control) Financial permite ler o tempo em quatro praças bolsistas - Nova Iorque, Lisboa, Hong Kong e Tóquio, e também, de forma simultanea o tempo em 24 cidades. Inclui, pela primeira vez, a capital de Angola.

Cronógrafo automático, caixa em ouro rosa ou branco, de 43 mm, estanque até 50 metros. Edição limitada (ouro rosa, com mostrador branco, 10 exemplares); (ouro rosa, com mostrador ardósia, 50 exemplares); (ouro branco, 10 exemplares). À venda exclusivamente nas Boutiques dos Relógios Plus. PVP: 23.800 €


Candonga até a Ilha

Hoje me deixei levar pelas Candongas. 

Cheguei ao mar. 

Conheci o Nelson, dono do primeiro bar que conheço em Luanda, onde tomei um fino (chopp) Cuca por 60 kwanzas. Imagina! Meus colegas contaram-me que ontem pagaram 500 kwanzas pelo mesmo fino no Belas Shopping. Que diferença!

Antes de chegar ao bar do Nelson, eu havia descido da Candonga, que peguei na Mutamba, muito antes do ponto final. Sabia eu lá onde era o ponto final. Ademais, eu estava receioso de viajar de Candonga, pois, meus colegas aqui, que nunca entraram em uma Candonga, punham-me mêdo, dizendo que é perigoso e etc. Não há perigo nas Candongas, eu viajei super bem e os candongueiros foram atenciosos comigo. Sem falar que a tarifa da Candonga é apenas 50 kwansas (1 real).



"Juntamente com os carros importados, trafegam nas ruas alguns poucos carros mais velhos e uma infinidade de candongas. Vans de pintadas de azul e branco, nem sempre em boas condições e nem sempre legalizadas, as candongas são o transporte público de Angola. Os motoristas, chamados de candongueiros, geralmente alugam o veículo e pagam aos proprietários (que são poucos) pelo uso, diária ou semanalmente".
"A passagem, independente do destino e fora dos horários de pico, custa 50 kwanzas (menos de US$1). O preço é o mesmo na hora do rush, mas a viagem encurta devido aos engarrafamentos, então o custo para ir e voltar ao trabalho pode chegar a até 200 kwanzas. Caso haja demanda, os candongueiros também fazem viagens para as províncias do interior, por um preço maior. Não há itinerário fixo".
por Carlos Augusto de A. Dória




Foi bom ter descido no meio do caminho porque assim eu pude caminhar e ver de perto o litoral.
A certa altura avistei um sítio que deduzi ser um parque, uma reserva, algo assim, devido a vegetação abundante, muita árvores e, tamém, porque o muro e a porteira de entrada davam a impressão de se tratar da entrada de uma reserva.
Moravam ali algumas famílias muito pobres, e, mais adiante em minha caminhada dentro do sítio, avistei a o mar, era uma parte do Porto, onde alguns barcos de grande porte estavam ali naufragados e, outros, em terra, jaziam enferrujados ao lado de containers transformados em moradia,  carcaças de carros e pequenos barcos. Um cenário de cinema.

O parque é muito grande e eu não consegui encontrar a saída. Por fim avistei o muro e saltei por uma fenda da grade.

Depois disso é que cheguei ao bar do Nelson. Eu estava morrendo de sêde e não encontrava nenhuma portinha para comprar uma Coca, Cuca ou água, até que entrei em uma rua estreita que saia da avenida principal e cheguei ao bar.

Ali despontava, bem ao centro do bar, a bandeira do MPLA.



Tomei os dois finos muito bem servidos pelo Nelson e segui minha caminhada para conhecer a ponta da ilha onde estão os quiosques dedicados aos estrangeiros, nós, os pulas. Entrei em um destes quiosques apenas para ir ao banheiro. Não me senti a vontade naquele lugar alienígena. Os candongueiros me levaram de volta ao traballho.

Os Palancas cairam fora do CAN.
 Angola 0 X Gana 1.
Mas o angolano já é vitorioso pela organização da CAN 2010.






sábado, 23 de janeiro de 2010

Sábado ensolarado

Muito sol. Muito calor.

Acordei lembrando que hoje é aniversário de meu pai: 92 anos!

Fui ao Tacho (açougue) e comprei hamburguer (bem consistentes, diferentes dos que eu conhecia) e preparei o almoço agregando ovos, batatas cozidas, arroz e salada.

Maria, nossa secretária angolada, sentou-se para almoçar conosco. Eu notei que ela não achou graça nenhuma naquela comida. Depois, conversamos, e ela me contou que o bom mesmo é Funge Bombô (tipo uma polenta mais consistente feito a base de polvilho) e um peixe com molho. Combinamos de ela preparar um Caruru angolano na próxima segunda.

RECEITA DO CARURU ANGOLANO DA MARIA

Peixe fresco
Peixe sêco
Gimboa
Quiabo
Cebola
Tomate
Dendén
Gindungo (pimenta vermelha)

Servir com Funge Bombô.


Depois do almoço fui para o trabalho e saí de lá as 11 da noite. A cidade estava iluminada. Mas em casa faltava água, embora tenhamos comprado 25.000 kwanzas de água de um caminhão-pipa, porque a bomba d´água secou e entrou ar na tubulação. Fizemos uma sangria,  a água subiu e eu pude preparar o macarrão com molho de atum e degustar o vinho português de 800 kwanzas.



sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Caminhada iluminada pelos carros

19h30 sai do trabalho e vim a pé para casa. Cerca de 3 km.
As ruas estavam escuras. Apenas algumas casas com as luzes acesas graças ao ronco permanente dos geradores movído a gasoleo.
Os faróis das centenas de carrões importados iluminavam a via.
Foi boa a caminhada. Muita gente nas calçadas a conversar, beber e rir. O povo aqui é muito feliz, festeiro.
Hoje falei ao telefone com um conhecido que mora aqui há 5 anos. Ele me disse que Angola é muito mais que Luanda. É de se supor, eu tenho certeza.
Mesmo Luanda eu ainda não conheço.
Preciso trabalhar menos e passear mais. Gastar os meus kwanzas em outras paradas.
Este dia vai chegar e, então, eu vou contar aqui pra vocês.
Por enquanto eu ainda estou a trabalhar alucinadamente.
Hoje a Xuxa chegou a Luanda para o lançamento de seu filme "Xuxa e o Mistério da Feiurinha", que tem a participação de uma atriz angolana.
Eu não fui ao lançamento, mas, vou ver tudo pois vou editar a matéria para a tv.
Vida de editor é assim, a gente vê de tudo, mas, só pela telinha.

Em casa o nosso gerador já roncava há tempo. Ele tem acionamento automático.
Fui ao bar do português, que tem aqui perto de casa, e pedi um "bitoco" que é um bife a cavalo, arroz, fritas e uma saladinha de tomate, alface e cebola. Tomei 2 Cucas. Paguei 2.000 kwanzas = 40 reais.
Por sinal, ontem eu estive no mesmo bar e conheci um cara super simpático que me indicou onde eu posso comprar Maruvo. Estou louco para tomar Maruvo.

O que é Maruvo?

MALUVO( Marufo, Maruvo ) Bebida resultante da seiva fermentada das palmeiras, principalmente de palmito, bordão e matebeira. É uma bebida muito apreciada no Norte de Angola onde tem funções sociais precisas, como seja a cerimónia do alambamento, o final de uma maca ou o agradecimento ao voluntariado comunitário nas zonas rurais. Segundo uma lenda, o primeiro homem a extrair o marufo e a preparar o azeite de dendém foi Lenchá, escravo do Rei do Congo. A partir dessas descobertas nunca faltaram estas delícias na mesa do rei. Mas Lenchá levou as suas experiências ao ponto de deixar fermentar a seiva da palmeira, durante três dias. O rei achou o néctar delicioso e bebeu em doses elevadas. Apanhou a primeira bebedeira da sua vida . Com o rei viviam nove sobrinhos. Makongo, o mais velho, vendo o rei em tal estado julgou-o às portas da morte. Fez crer às mulheres do rei que tal situação resultava do veneno que lhe fora ministrado por Lenchá. Chamou os oito irmãos, levaram o escravo para longe de Banza Congo e queimaram-no vivo. O rei, ao acordar da bebedeira, estranhou a presença dos sobrinhos junto ao seu leito. Perguntou por Lenchá, o seu escravo querido. Posto ao corrente da situação proferiu sentença imediata contra a acção estúpida dos sobrinhos: seriam queimados, como o haviam feito ao seu servo. Antes, porém, que a sentença fosse executada, os nove sobrinhos fugiram da cidade e, atravessando o rio Zaire, formaram os nove reinos que passariam a constituir Cabinda.

Vendedeira de Marufo


"Esta é uma mulher mumuíla da Chíbia, Huíla, Angola.
Com o seu filho ao colo e a cabaça gigante, cheia de marufo, à sua frente, vende nas feiras nativas face à estrada, que vai do Lubango para a fronteira com a Namíbia. O marufo é a seiva de certas palmeiras. Faz-se um corte no tronco da palmeira e deixa-se escorrer para dentro de um recipiente. Quando fresco este liquido é um agradável suco; porém se fermenta, após umas horas é um liquido de elevado teor de álcool. Quando isso acontece é conhecido como vinho da palmeira, ou Marufo."

por:  camilo pina cabral


Eu gosto muito daqui. Sei que tenho muito aprender.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Tecido da Costa do Marfim

Eu estava no Al Dar, um restaurante árabe muito bom que tem aqui, a comer um pão círio com olmos, quando avistei pela porta de vidro duas mulheres com tecidos coloridos empilhados sobre a cabeça.
Fui negociar.
2.500 kwansas cada fazenda de 6 metros.
Comprei 2 fazendas por 4.000 kwanzas e guardei o telefone da Fenda, a mulher que me vendeu. Antes de retornar ao Brasil vou comprar mais.




Vou procurar um alfaiate para me fazer uma roupa com esta:



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Luanda com chuva

Hoje aconteceu o que todos me diziam que não aconteceria nesta época do ano.

Choveu em Luanda!



O ar ficou uma delícia! Deu para respirar profundamente sem o risco de encher o pulmão da poeira permanente da cidade. Pena que durou só uma manhã. A tarde tudo voltou ao "normal". É claro que na periferia aconteceram inundações. Mas nada comparado com São Paulo.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Vida e Morte

Esta noite faleceu uma vizinha do prédio onde eu trabalho.

Colocaram, na entrada do prédio, uma mesa arrumada com uma toalha de festa e, sobre ela, uma foto da garota, apoiada em um vaso de flores de plástico, para que todos os passantes vejam. Muitos param para olhar a foto.

Lá em cima, mulheres choram, escandalosamente, a morte da menina. Dá para escutar do meu trabalho, que fica um andar abaixo.

Durante uma semana eles ficarão chorando diariamente. Depois, haverá uma festa com comida, bebida e música. Todos alegres.

Trabalhamos normalmente.

A cidade parou ao meio dia. Tudo fechado. Ninguém nas ruas. As 17 horas começaria o jogo Argélia X Angola.

Empatou 0 X 0. O jogo foi muito fraco, mas Angola está classificada.


DIA SEGUINTE
No saguão de entrada do prédio estavam algumas meninas a preparar o leito onde o corpo da menina virá a repousar esta noite.
Os prantos continuavam. Gritos escandalosos se ouvia vindos do andar superior. Os choros acontecem em espasmos. Contou-me o motorista que nos levou para o restaurante que isto pode levar de 24 horas a 7 dias, um mês ou até seis meses, "vai depender do sentimento da família. Tem casos que em que, de tanto chorar, atiram-se ao chão e até se machucam", disse-me ele. E prosseguiu: "as vezes o chefe da família quer esperar que todos os parente se reunam". Enquanto isto não acontece, o corpo fica na geladeira do necrotério aguardando o momento para vir ao velório.
Muitas pessoas apareceram durante o dia para visitar a família.
Quando voltei do almoço a mesa para o caixão já estava pronta, decorada com cetim branco e roxo.
Encontrei o pai da garota, que eu havia conhecido sábado passado quando preparava a festa de aniversário para a mesma filha que agora estava morta, Apresentei os meus pesames, ele me abraçou e pediu qualquer contribuição em dinheiro para ajudar no evento.
A noite, quando sai do trabalho, havia pessoas aos montes. Na porta do prédio, onde está a mesa com a foto da garota, foi colocado um toldo, e por toda a parte, dentro e fora do prédio, pessoas conversavam e bebiam. Havia muita gente, parecia a porta de entrada de uma balada. Todos estavam a aguardar a chegada do corpo da menina para a grande festa que deverá por acontecer antes do enterro.
Amanhã saberei mais.

TERCEIRO DIA
Amanheceu chovendo. Coisa rara em Luanda nesta época do ano. Mas choveu.
Quem sabe para abençoar a menina morta!?
Na entrada do prédio já se aglomeravam algumas pessoas e por toda a escada, que leva até o terceiro andar, onde mora a família da falecida, muitas outras pessoas estavam sentadas, conversando e bebendo cerveja. Durante todo o dia e noite o movimento foi intenso.
Não havia mais choro, agora, as pessoas conversavam animadas e riam, subiam e desciam as escadas, mais gente chegava.
O vigia me contou que o enterro foi de manhã cêdo, que, os que ficaram durante a madrugada, acompanharam o corpo até a igreja e, depois, para o cemitério. De lá, vieram para o prédio para comer e beber.
A foto da menina continua sobre a mesa.
"- Que a Morte seja louvada com muita festa!!!"
Disseram-me que amanhã o evento tem prosseguimento.


QUARTO DIA
Não houve nada. Apenas a foto da menina permanece sobre a mesa decorada de cetim branco e roxo.

 QUINTO DIA

Foi tranquilo. Sem movimento. A mesa com a foto da menina morta continua exposta.

SEXTO DIA

Houve choro, mas pouco. Logo começou a festa. Desta vez tinha pouca gente. Mas tinha cerveja.




domingo, 17 de janeiro de 2010

Domingo de trabalho



Este ainda não foi o final de semana para eu conhecer Luanda.
O trabalho está atrasado e temos que dar duro para colocar o fluxo em dia.

É certo que não saimos cêdo. Meus colegas compraram picanha e liguiça e, quando eu acordei, já estavam terminando de preparar o almoço. Fiz apenas o arroz.

A tarde toda no trabalho.




Nosso colega Victor, cinegrafista, nos deu uma carona de volta para a casa.

Eu mostrei fotos de minha familia e ele me permitiu postar esta foto nossa.




Victor é muito gente boa e tem muita sensibilidade artísca.





Sai para comprar umas cervejinhas. A noite aqui está 28 graus celsius!




Na venda onde fui não tinha cerveja, mas, um fregues indicou o caminho, bem ao lado da venda um prédio, uma escada, segundo andar, um apartamento de família. Subi, bati na porta, e uma garotinha de cerca de 10 anos me atendeu.

- Disseram-me que aqui vende-se cerveja.

- Sim, vendemos. Só temos Carlsberg.

- Troca dolar?

- Sim, trocamos. Mas, no momento, não tem ninguém para trocar.

Desci à venda e troquei 100 dolares por 9.200 kwanzas.

- Dez cervejas. Está gelada?

- Sim, está gelada.

- Toma lá 1.000 kwanzas e me dê 10 cervejas.

Poucos minutos depois chega a mãe das crianças. Ela estava voltando do trabalho. Cumprimentou-me e entrou em sua casa, as criaças fizeram festa, ela fez festa, conversou, brincou.

Vou tomar esta cerveja com muito prazer, pensei.

Pão-cabaça



Em frente ao prédio há uma padaria, que eu observo desde que cheguei aqui, e que tem uma fila permanente para comprar pão. (A padaria, no caso, vende, apenas e somente, pão). E ainda vou tirar uma foto de lá para vocês.
Comprei 10 pãezinhos cabaça (porque eles tem formato de cabaça) por 120 kwanza e os trouxe para casa. Uma delícia estes pãezinhos!

Comemos com a sobra das carnes do almoço e as Carlsberg.

Seguimos a acompanhar os jogos da CAN 2010: Camarões 3 X Zambia 2

NÃO PERCAM! AQUI EM BREVE O MEU PRIMEIRO TRABALHO EM LUANDA.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Almoço no Panela de Barro



Hoje fomos almoçar no Panela de Barro em Maianga.

A paisagem de automóveis é corriqueira em Luanda.
Posted by Picasa

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A VIRADA

24:30 horas no ar. 
Acordei ontem as 7, iniciei o trabalho as 8
e só terminei agora. Não houve almoço. 
Apenas um sanduiche no árabe.
É a primeira virada em Luanda. 
Acho que vou tirar este fim de semana
para conhecer a cidade.


Consegui sair do trabalho as 10,
fui tomar um café na padaria árabe
vim pra casa e não consegui dormir.

Na porta de casa estavam os miúdos a brincar












quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Você vai ver Luanda


Vista da janela de meu trabalho

Finalmente vou saciar a curiosidade de meus queridos seguidores.
Vocês verão imagens de Luanda!!!

Não, eu não comprei minha camera digital. Mas meu colega de trabalho chegou ontem com a a camera dele e fez o mesmo percurso que eu do aeroporto 4 de Fevereiro até o trabalho.



Depois de curtir este visual eu sentei-me em uma mesa bem parecida com a qual estou acostumado e ali fiquei.


Afinal, vim aqui para trabalhar, não para passear.

Meu colega é cameraman e sua missão é sair a campo capturando imagens para eu editar.






Agora vou dormir porque amanhã as 7 eu volto para o meu trono:





E curtir o visual da minha janela




PALANCA NEGRA



A pedido de um amigo e frequentador deste blog apresento o animal simbolo de Angola.

A PALANCA NEGRA




Este magnífico animal é símbolo nacional de Angola.
Esta espécie única de antílope vive em exclusivo no centro de Angola (Kwanza e Luando). Foi descoberto em 1909 por Frank Varian, um engenheiro, durante a construção da linha de caminho de ferro de Benguela.
A Palanca Negra só existe em Angola.
Já os Palancas Negras, é a selecção nacional de futebol de Angola que, também, só existe aqui.
Como símbolo nacional, a palanca negra também está no símbolo da TAAG,
a companhia aérea de Angola que me trouxe do Rio de Janeiro para Luanda.



E que um dia vai me levar a de volta ou apenas a visitar meu querido Brasil! 







terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Meu dia hoje foi praticamente inteiro no trabalho

Tenho pouco para contar hoje.
Acordei as 6, comi uma banana-pão cozida e fui para o trabalho.
Chegaram os dois colegas que faltavam para o trabalho. Agora a casa está completa. Somos em quatro.
Breve pausa para o almoço no Caçarola. Comi peixe, molho, salada e funge de milho (igual o acaçá que nós comemos no Candomblé do Brasil).
Trabalhei até as 21 hs, passei no mercadinho e comprei um pacote de macarrão e dois de bolacha por 290 kz. Preparei o macarrão com cebola e atum e tomei o restinho do Nederburg que estava na geladeira.
E agora vim aqui atualizar o blog.
Caiu a energia e o gerador automático funcionou direitinho. Tomara que não acabe o combustível.
Amanhã o dia promete muito traballho.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

HOJE TEREI QUE SER BREVE. AMANHÃ ACORDO MUITO CÊDO.

A segunda-feira começou como em qualquer lugar do mundo: acordei cêdo, comi uma banana-pão (é assim que a banana-da-terra é chamada aqui) frita na manteiga e sai correndo para o trabalho.

A manhã passou rápido. Capturei todo o material de cobertura da abertura da CAN, que a equipe gravou no final de semana. Fiz uma pequena pausa para fumar meu piracanjuba na laje do prédio. Na subida da escada encontro com um senhor que conheci ontem quando se preparava ali uma festa.

"- O que é isso? É liamba?"

"- Não, meu senhor, isso é tabaco."

Ele riu e segui seu caminho. E eu o meu.

Intervalo para o almoço.
Fomos caminhando até o Caçarola, o restaurante por quilo onde almocei desde que cheguei aqui.

Lá se foram 1.500 kz.

Eu ainda não me habituei com o dinheiro aqui. Me confundo com as notas e com os números elevados.



Antes de voltar ao trabalho quis procurar uma farmácia para comprar um fio-dental. Eu não vivo sem fio-dental e aspirina. (Ainda não precisei de aspirina, mas se precisar eu tenho porque trouxe do Brasil)

Segui sozinho a procurar uma farmácia, perguntando aqui e alí, até que encontrei.

Os caminhos são acidentados, o calor intenso, o trânsito insuportável, mas quando se adentra a uma portinhola singela que lhe aparece pela frente encontra-se uma ambiente inesperado: tudo novo, brilhando, ar-condicionado, gente bonita a lhe atender. Parece mágica.




Consegui meu fio-dental por apenas 623,00 Kz, cerca de 13 reais.

Depois da farmácia fui atrás do meu chipe de telefone angolano, que eu estou a procurar desde que aqui cheguei, mas que até então não havia encontrado.

Meu telefone angolano é: 935 769569



Porém, meu celular Vivo está bloqueado e não aceitou o Cartão SIM da UNITEL.

Vou ter que comprar um novo aparelho aqui.

 Eu já vi um igualzinho ao meu numa loja perto da minha casa por cerca de 1.000 kz = 90 reais.)



Foi legal a minha saída sozinho pelas ruas de Luanda. Nunca havia andado tanto desde que cheguei aqui. Demorei bastante para fazer tudo isto o que eu contei aqui. Além da caminhada ter sido longa, tanto a farmácia quanto a loja da UNITEL estavam lotadas de consumidores.




Não vou neste Grande Show, não. Peguei este folheto na loja da UNITEL só para ilustrar este blog.

Mas este cervejinha eu tomei, sim, junto com um pequeno jantar tipicamente angolano a base de peixe com molho e funge de milho branco. Como eu ainda não consegui tempo para comprar minha câmera digital vocês não vão poder ver o delicioso prato que acabei de degustar.


Bebi duas destas no restaurante e trouxe mais duas para casa. Esta que você está vendo é a terceira e eu estou cá no meu dormitório a bebê-la. Terminando aqui, vou lá embaixo buscar a quarta e, depois, dormir. Amanhã a alvorada é as 6 e agora são 22 horas.


Nossas Bandeiras

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Comentários que chegam por e-mail

Realce Edu!
Fico feliz em saber que vc está em Luanda.
Deve ser mesmo muito fixe. E os angolanos são com certeza muito giros.
Estou lendo o teu blog.
Miúdos nao são só bebes são caras de uma forma geral.
Eu tenho muitos amigos portugueses aqui em Estocolmo...
Se vc puder dê um pulo no velho continente antes de voltar para o Brasil.
Venha nos visitar na Suécia!
Adoraríamos ter vc por perto.
Beijinhos
J.
PS: Leia o Ondjaki, é um escritor angolano que vale a pena.


Oi Edu,
Muito legal mesmo o seu Blog, BARBARO !!!!!!
Vou estar em contato, vou aprender a participar, deixar comentários, etc..,
FOI O MAIOR PRAZER VISITAR O SEU BLOG E SABER DAS COISAS DAÍ,
Abraços,
G.


Muito legal seu blog!
Espero de coração que dê tudo certo prá você aí.
Grande abraço
E. (Mercearia)


Oi Eduardo,
Aqui no Brasil deram muito destaque ao ataque que a seleção de Togo sofreu na fronteira de Angola com o Congo. Vi nas reportagens que o local é ao norte, e achei muito legal vc colocar a posição de Luanda no mapa, percebemos que é no nível de Recife, mais ou menos.
Pelo jeito Angola é um barato, hein ?
Muito legal e um lugar de gente bonita !

Abraços, G.



Boas Tardes ó pá,

Gostei de falar consigo ontem deste jeito vamos ficar mais em contato do que se estivéssemos no Brasil.
O Blog tá bacana, para meu gosto (que cara chato este Alberto né) esta meio “chapa branca” você mal chegou e esta mais angolano que os angolanos... tem “viva angola” demais, aí fica difícil saber como é a fascinação ta meio ufanista.
Abs. e muito Axé

A.

Quem olha para fora sonha; quem olha para dentro acorda"

J.


Querido,espero que você esteja gostando da sua experiencia Africana.
Até quando você planeja ficar por ai?
Vou dar um jeito de te visitar e quem sabe fazer uma viajem juntos por ai...
Vai me dando noticias do seu tempo disponivel para a gente planejar.
Ja estou cheia de saudades!
Fiquei triste de não ter despedido pessoalmente.
Muitos beijos.

C.