quinta-feira, 21 de maio de 2009

Os Índios Botocudos



          Quando os primeiros europeus chegaram ao Brasil, encontraram alguns grupos indígenas que destacavam-se pelo uso de grandes discos de madeira nos lábios e nas orelhas. Esses índios viviam em uma área que ia do sul da Bahia ao sul do Espírito Santo. Foram chamados inicialmente de "Aimorés". Depois de algum tempo, devido ao uso de seus adornos, foram rebatizados pelos portugueses de "Botocudos".
         Os Botocudos não constituiam um grupo indígena único. Eram índios de diferentes etnias com algumas características em comum: como o uso dos botoques e o semi-nomadismo. Sobre o genérico nome "botocudo" eram conhecidos os índios das etnias PojixáJiporok, NaknenukNakrehéEtwetKrenak, entre outras... Os botocudos foram caçados de forma vil e cruel pelos portugueses e os únicos sobreviventes são os Krenak, que vivem hoje no norte de Minas Gerais e não usam mais os antigos botoques. Os não-índios desencorajavam o uso dos botoques à medida que iam conquistando esses povos.

        Os ornamentos dos Botocudos eram feitos da madeira extraída da árvore "Barriguda" (Bombax ventriculosa). Depois de cortada, a madeira era desidratada no fogo o que a tornava leve e branca. Era comum que o botoque fosse pintado com riscos geométricos. Somente os homens esculpiam os botoques, mesmo aqueles usados pelas mulheres. As orelhas das crianças eram furadas aos 7 anos de idade mais ou menos e os lábios um pouco mais tarde. Os botoques implantados inicialmente eram pequenos e aumentavam de tamanho gradativamente.
        Os Botocudos contavam que esses adornos eram uma indicação de seu herói-cultural, chamado Marét-Khamaknian. Ele vivia no céu, era muito alto, tinha cabelos vermelhos e um enorme pênis. Foi ele quem ensinou toda a cultura aos Botocudos. O herói atendia aos pedidos da comunidade mas também enviava castigos na forma de tempestades e na morte, provocada por uma flecha invisível que atingia o coração dos índios. Marét-Khamaknian vivia com uma mulher chamada Marét-Jikki (a velha Jikki), mas o casal não se dava muito bem e suas brigas eram a explicação para as diferentes fases da lua.

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