sexta-feira, 18 de março de 2011

Uma Nova Academia de Coimbra - I

 Cumprida a primeira ronda de intervenções do “Academia e Sociedade”, cumpre-me felicitar os autores e todos os participantes, pelo enriquecimento cívico que proporcionaram.

Cumpre-me então iniciar, de uma forma mais directa, a discussão sobre a Academia de Coimbra. Mais particularmente, a reestruturação/remodelação/mudança que é necessário planear e implementar.

Desejo uma Academia que honre o passado, sendo arrojada a planear o futuro! Com dinâmica, com confiança, com organização e, acima de tudo, com pujança! Que seja guiada pelos valores da COMPETÊNCIA e do MÉRITO. E que, sem tretas, nos aproxime efectivamente uns dos outros, conduzindo a nossa formação social, que tão importante será no desempenho futuro da defesa dos nossos interesses pessoais/profissionais e dos interesses do país.

Dividirei esta análise por blocos. Como verão, neste primeiro tema, irei focar-me num plano geral:

1 – Uma nova organização (seja ela qual for) necessita de um grande plano/projecto de fundo. Contudo, antes de tudo isso, precisa de uma verdadeira limpeza de fundo. Não é possível implementar um projecto de mudança, tendo como responsáveis os mesmos de sempre! É necessária uma grande renovação de “caras”!
Estas pessoas devem ter qualidades facilmente reconhecíveis, não de joguinhos e de artimanhas políticas, mas sim de ALTRUÍSMO, o que implica um profundo CONHECIMENTO da Academia e da Sociedade! E isto aplica-se a todos os níveis, quer seja na Direcção-Geral da AAC, Conselho Fiscal da AAC, Conselhos Cultural, Desportivo e Núcleos e ainda no Conselho de Veteranos, mas também nos Conselhos Pedagógicos, Assembleias de Representantes, Senado e Conselho Geral da Universidade que, salvo honrosas excepções, se transformaram num ciclo vicioso do cargo pelo cargo e/ou do cargo pela Época Especial ou pelo Estatuto de Dirigente Associativo, ou apenas (e isto é que é realmente estúpido) pela vaidade.
A grande barreira é esta: são necessárias DEZENAS de pessoas para efectivar uma mudança profunda e quebrar o preconceito de ter que existir um messias, uma grande referência para todas elas.

2 – Reorganização da ligação da Associação Académica de Coimbra aos Estudantes da Universidade de Coimbra (UC), com coordenação directa da AAC e das Direcções das Faculdades: criação de um sistema de “Teia Social”, cujo centro da acção é a Direcção-Geral, estando em 2ª instância os Núcleos e, em 3ª instância, as Comissões de Curso, que seriam os representantes mais próximos dos alunos da UC e cuja actividade se poderá desenrolar a todos os níveis, sendo os mais importantes o acompanhamento pedagógico (ligação directa entre professores e alunos e promoção da qualidade dos materiais de estudo, nomeadamente da produção de Sebentas com qualidade) e as saídas profissionais. É um modelo que está a funcionar, em parte, na Faculdade de Medicina. 
O Conselho Inter-Núcleos é infuncional e por uma única questão: são demasiadas as valências que, bem discutidas, teriam que passar por este órgão para tornar esta Academia naquilo que pode ser. Portanto, teremos que criar sub-conselhos, que reúnam os representantes pelos diferentes Pelouros com o respectivo Coordenador Geral (da DG/AAC), também com um claro objectivo de responsabilização pelos cargos ocupados. Seria assim que se criaria, por exemplo, um Programa Cultural geral de toda a Academia, inversamente à desorganização de que padece há longos anos a nossa Académica.

3 – Disponibilidade da Reitoria da Universidade de Coimbra e das Direcções das Faculdades em acompanhar esta reorganização estrutural da Academia, sobretudo na ligação aos docentes e demais estruturas da casa;

4 – Debate mensal com os representantes de todas as estruturas de Ensino Superior  e do poder local da Cidade de Coimbra e reunião mensal com os representantes das juventudes partidárias, para uma colaboração de fundo e recolha das mais diversas posições políticas;

É fundamental que sejamos um centro de análise política no país! E ainda mais importante será se formos isentos e nos estabelecermos como parte integrante e central no debate público local. Esta será a chave de sucesso de uma nova dinâmica congregadora na Cidade, muito mais abrangente e com maior impacto do que o espaço universitário. A intervenção activa na política local é fundamental! A elaboração de projectos para a Cidade de Coimbra, a todos os níveis, é absolutamente necessária e exigível para uma Academia com 142 cursos (vide “Relatório de Implementação do Processo de Bolonha na UC”) e, portanto, totalmente abrangente em todas as vertentes de acção da nossa sociedade.
As manifestações deverão ocorrer em Coimbra, sendo preparadas com tempo e utilizando uma estreita relação com as Comissões de Curso. Não são necessários milhares de Euros na divulgação destas iniciativas, mas sim proximidade na organização. Deverão ser aglutinadoras de todas as problemáticas da Cidade e do país e não só dos problemas do Ensino Superior. E deverão ser acompanhadas de propostas de alternativas políticas, contrariamente ao que se passa actualmente, em que existe um vazio de intervenção activa.

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