TODO MATERIAL POSTADO EM MEU BLOG É DE CONTEÚDO PESQUISADO NA INTERNET OU DE AMIGOS QUE ME ENVIAM, AO QUAL SOU SEMPRE AGRADECIDO.
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O MEU SENTIMENTO É O DE UM GARIMPEIRO, QUE BUSCA DIAMANTES, E QUANDO ENCONTRA NÃO CONSEGUE GUARDAR PARA SI.

17/04/2010

MAFALDA

Mafalda é uma menininha Argentina de seis anos, curiosa e contestadora.
Nas épocas de crises (Ditaduras, guerra fria) ela foi praticamente uma unica voz que se tinha, para mostrar que as coisas não iam bem...sempre com um bom humor...seus comentários e idéias refletem as preocupações sociais e políticas dos anos 60,70.
Os temas preferidos são: a injustiça, a guerra, as armas nucleares, o racismo, as absurdas convenções dos adultos e, obviamente, a sopa.
As suas paixões são os Beatles, a paz, os direitos humanos e a democracia.





clic na imagem para aumentá-la

ENSINANDO OS VALORES DO SÉCULO XXI

Joaquín Salvador Lavado, é um humorista gráfico e criador de história em quadrinhos argentino, conhecido como Quino.


Seu melhor trabalho é sem dúvida a divertida e questionadora Mafalda, cujos quadrinhos foram publicados entre os anos 1964 e 1973 que filosofava e questionava sobre os problemas políticos dentro de uma visão infantil e o mundo que a cercava.

Veja essa tira de sua autoria que nos leva a refletir a respeito dos valores que norteiam as escolhas no mundo atual.Otimista por natureza, e acreditando na Educaçã transformadora, digo que por enquanto esses valores continuam...

Los valores del hombre moderno del Siglo XXI (Os valores do homem do século XXI)

Con el paso de los siglos el ser humano ha incorporado nuevo valores que se ajustan a los tiempos que corren. A continuación Quino explica cuáles son los valores que dominan al hombre moderno.








16/04/2010

FRASES DA EDUCAÇÃO 160410

“ Ensinar não é

transferir conhecimento,

 mas criar as possibilidades

para a sua produção ou

a sua construção”

Paulo Freire 
  
Pedagogia da Autonomia 

15/04/2010

DIA DO DESENHISTA

Segundo o Dicionário Aurélio, desenhista é aquela pessoa que sabe "exercer a arte do desenho", ao expressar figuras sobre uma superfície através de traços, pontos ou manchas, com a finalidade de provocar uma impressão lúdica, científica ou técnica.
Cabe ao desenhista a capacidade de trabalhar representações visuais, sob os valores da luz e da sombra, delineando os contornos de uma imagem.


A data escolhida remete ao nascimento do mestre italiano Leonardo da Vinci (em 1452), que usava o desenho como instrumento para compreender a realidade.
Porém, essa manifestação estética já se expressava desde a pré-história, quando os homens a utilizavam com um contexto tribal-religioso.
Nesse período acreditava-se que as imagens desenhadas nas cavernas e pedras possuiam alma própria e eram capazes de se tornarem reais, ou seja, o desenho estava mais ligado a um ritual místico do que a um meio de expressão.






 


 
No Brasil, dois desenhistas com seus personagens famosos se destacaram: Mauricio de Sousa e Daniel Azulay. Mauricio, "pai" da turma da Mônica, começou a desenhar ainda em criança. Mas alguns personagens da turma, como o cãozinho Bidu e seu dono Franjinha, foram criados em 1959 quando ele trabalhava como repórter policial no jornal Folha da Manhã.


No mesmo ano, ele deixa o cargo de repórter para ser assumir o de desenhista. Novas tirinhas iam surgindo e nelas novos personagens como Chico Bento, Cebolinha, Piteco e Penadinho.
Não podemos esquecer de walt disney.
DIVIRTA-SE COM O COELHO MAIS INVOCADO DAS ESTORIAS EM QUADRINHO.


ESCOLA PÚBLICA PARA OS FILHOS DOS POLÍTICOS

ESSA IRONIA PELO MENOS LAVA NOSSA ALMA  UM POUCO DESSAS CRIATURAS QUE ESTÃO NO PODER E TEM O DEVER DE MELHORAR A VIDA DE TODOS.
UMA DEMAGOGIA DE CRISTOVAM BUARQUE, MAS AO MENOS CONSTRANGE ÀQUELES QUE ELEGEMOS PARA MELHORAR A EDUCAÇÃO.
APROVADA UM ALEI DESSAS SERIA O MESMO QUE TODO POLITICO ASSINASSE UMA CARTA DE HONESTIDADE E PROPÓSITO...COISA PARA UM FUTURO MUIIIIIITO MUITO ALÉM DE NOSSO TEMPO.



Cristovam Buarque defende projeto de lei que obriga filho de político a estudar na rede pública




Após o discurso no Senado nesta segunda (6), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu, mais uma vez, seu projeto de lei que obriga filhos de autoridades, que tenham mandato eletivo, a estudarem em escola pública.



O projeto está pronto para ser votado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e foi criticado pelo presidente do colegiado, Demóstenes Torres (DEM-GO), que o julga inconstitucional.



"O argumento da inconstitucionalidade é porque dizem que é livre você colocar o filho na escola que quiser. Você é livre de não ser parlamentar, ninguém neste país é obrigado a ser candidato. Mas quando os candidatos se elegem passam a ter uma série de obrigações, como ficar dando entrevistas a vocês. Talvez eu tivesse outras coisas melhores que gostasse de fazer", afirmou o senador pedetista.



Buarque defendeu, ainda, que o projeto de lei apenas cria mais uma obrigação parlamentar entre várias outras que já existem. "Isso não é novidade minha. Ainda há pouco quase demitem uma ministra na Inglaterra porque descobriram que ela tinha um filho em escola privada", disse.



DO SITE APRENDIZ

LEI DA FICHA LIMPA

Em breve o Congresso irá votar no Projeto de Lei Ficha Limpa.

Nós temos pouco tempo para convencê-los de passar esta legislação ousada que irá mudar a política brasileira para sempre!

A Lei Ficha Limpa irá remover das eleições candidatos que cometeram crimes sérios como desvio de verba pública, corrupção, assassinato e tráfico de drogas. Vamos pressionar nossos deputados conseguindo 2 milhões de assinaturas para mostrar que se eles não votarem pela "Ficha Limpa" não votaremos neles








< ASSINE AQUI LEI DA FICHA LIMPA

AMBIENTE ALFABETIZADOR

De quem é a culpa quando uma criança não é alfabetizada?

Ana Teberosky - A responsabilidade é de todo o sistema, não apenas do professor. Quando a escola acredita que a alfabetização se dá em etapas e primeiro ensina as letras e os sons e mais tarde induz à compreensão do texto, faz o processo errado. Se há separação entre ler e dar sentido, fica difícil depois para juntar os dois.


Como deve agir o professor especialista ao deparar com estudantes de 5ª a 8ª série não alfabetizados?

Ana Teberosky - Todo educador precisa saber os motivos pelos quais a alfabetização não ocorre. Sou contra usar rótulos como alfabetizado e não-alfabetizado, leitor e não-leitor. Quando se trata de conhecimento, não existe o "tudo ou nada". Uma criança que tenha acabado as quatro primeiras séries, apesar de dominar os códigos da língua, pode ter dificuldade em compreender um texto e não estar habituada a estudar. Algumas apresentam resistência a tudo o que se refere à escola por motivos vários. Outras têm mesmo dificuldades e, por não saber superá-las ou não contar com alguém para ajudar, evitam contato com textos. Cada caso exige atenção e tratamento diferentes.



A atitude positiva do professor tem impacto na alfabetização da turma?

Ana Teberosky - Acreditar que o aluno pode aprender é a melhor atitude de um professor para chegar a um resultado positivo em termos de alfabetização. A grande vantagem de trabalhar com os pequenos é ter a evolução natural a seu favor. Se não existe patologia, maus-tratos familiares ou algo parecido, eles são máquinas de aprender: processam rapidamente as informações, têm boa memória, estão sempre dispostos a receber novidades e se empolgam com elas. Um professor que não acha que o estudante seja capaz de aprender é semelhante a um pai que não compra uma bicicleta para o filho porque esse não sabe pedalar. Sem a bicicleta, vai ser mais difícil aprender!



Os defensores do método fônico culpam o construtivismo, base dos Parâmetros Curriculares Nacionais, pelos problemas de alfabetização no Brasil. O que a senhora pensa disso?

Ana Teberosky - Para afirmar se a culpa é ou não de determinada maneira de ensinar, seria necessário ter um estudo aprofundado das práticas pedagógicas dos alfabetizadores em todo o país. Uma coisa é o que eles declaram fazer, outra é o que eles executam de fato. Quem afirma que uma forma de alfabetizar é melhor que a outra está apenas dando sua opinião pessoal já que não existe nenhuma pesquisa nessa linha. A dificuldade em alfabetizar no Brasil é histórica e já existia mesmo quando o método fônico estava na moda.



O bom desempenho de alguns países nas avaliações internacionais pode ser atribuído à utilização do método fônico?

Ana Teberosky - Não dá para comparar um país com outro, porque não é somente a maneira de ensinar que muda. Outros fatores aliás, importantíssimos influenciam no processo de aquisição da escrita, como as características de cada idioma. É muito mais fácil alfabetizar em uma língua em que há correspondência entre o sistema gráfico e o sonoro ou naquelas em que as construções sintáticas são simples, por exemplo.



O método fônico e a psicogênese da língua escrita são incompatíveis?

Ana Teberosky - A psicogênese não é método, e sim uma teoria que explica o processo de aprendizagem da língua escrita. Nesse contexto, defendemos a integração de várias práticas pedagógicas. Mas o importante é que se leve em conta, além do código específico da escrita, a cultura e o ambiente letrados em que a criança se encontra antes e durante a alfabetização. Não dá para ela adquirir primeiro o código da língua e depois partir para a compreensão de variados textos. Nós acreditamos que ambos têm de ocorrer ao mesmo tempo, e aí está o diferencial da nossa proposta.



Como o processo de alfabetização deve ser avaliado?

Ana Teberosky - O professor deve se basear no momento inicial de aprendizagem de cada aluno, verificando o que ele conquistou em determinado período. Além do mais, a avaliação passa pela análise do próprio trabalho: o professor tem condições materiais e estruturais para ensinar? Ele criou um ambiente alfabetizador favorável à aprendizagem e necessidades de usar a língua escrita?



O que é um ambiente alfabetizador?

Ana Teberosky - É aquele em que há uma cultura letrada, com livros, textos digitais ou em papel , um mundo de escritos que circulam socialmente. A comunidade que usa a todo momento esses escritos, que faz circular as idéias que eles contêm, é chamada alfabetizadora.



Nós vivemos em uma comunidade alfabetizadora?

Ana Teberosky - Cada vez menos a sociedade auxilia a alfabetização por não promover situações públicas em que seja possível a circulação de escritos, debates, discussões e reuniões em que todos sintam necessidade e vontade de usar a palavra. O individualismo vai contra a formação de leitores e escritores. Há uma tese brasileira que mostra como os sindicatos, durante sua história, desenvolveram uma cultura alfabetizadora entre seus membros. Como os líderes tinham de convencer os filiados sobre determinadas teses, buscavam informações para embasar seus argumentos, levantavam questões e respondiam às apresentadas. Os sindicalizados, por seu lado, também precisavam ler documentos, participar de reuniões, colocar suas dúvidas e opiniões para decidir.



Quais atividades o professor alfabetizador deve realizar?

Ana Teberosky - Formar grupos menores para as crianças terem mais oportunidade de falar e ler para elas são estratégias fundamentais! É preciso compartilhar com a turma as características dos personagens, comentar e fazer com que todos falem sobre a história, pedir aos pequenos para recordar o enredo, elaborar questões e deixar que eles exponham as dúvidas. Se nos 200 dias letivos o professor das primeiras séries trabalhar um livro por semana, a classe terá tido contato com 35 ou 40 obras ao final de um ano.



É correto o professor escrever para os alunos quando eles ainda não estão alfabetizados?

Ana Teberosky - Sim. A atuação do escriba é um ponto bastante importante no processo de alfabetização. O estudante que dita para o professor já ouviu ou leu o texto, memorizou as principais informações que ele contém e com isso consegue elaborar uma linha de raciocínio. Ao ver o que disse escrito no quadro-negro, ele diferencia a linguagem escrita da falada, seleciona as melhores palavras e expressões, percebe a organização da escrita em linhas, a separação das palavras, o uso de outros símbolos, como os de pontuação. A criança vê o seu texto se concretizar.



O computador pode ajudar na alfabetização?

Ana Teberosky - O micro permite aprendizados interessantes. No teclado, por exemplo, estão todas as letras e símbolos que a língua oferece. Quando se ensina letra por letra, a criança acha que o alfabeto é infinito, porque aprende uma de cada vez. Com o teclado, ela tem noção de que as letras são poucas e finitas. Nas teclas elas são maiúsculas e, no monitor, minúsculas, o que obriga a realização de uma correspondência. Além disso, quando está no computador o estudante escreve com as duas mãos. Os recursos tecnológicos, no entanto, não substituem o texto manuscrito durante o processo de alfabetização, mas com certeza o complementam. Aqueles que acessam a internet lêem instruções ou notícias, escrevem e-mails e usam os mecanismos de busca. Ainda não sabemos quais serão as conseqüências cognitivas do uso do computador, mas com certeza ele exige muito da escrita e da leitura.



É possível alfabetizar em classes numerosas?

Ana Teberosky - Depende da quantidade de alunos. Em quatro horas de aula por dia com 40 crianças, é muito difícil e eu não saberia como fazer... Seria melhor se cada sala tivesse 20, 25. Em Barcelona, estamos experimentando os agrupamentos flexíveis, que misturam grupos de diferentes níveis, com 12 estudantes e com três ou quatro professores à disposição para orientação. Existem algumas possibilidades desde que haja contribuição da gestão pública.


DA REVISTA NOVA ESCOLA

14/04/2010

CICLOS

Terminei um módulo em que a idéia é que a formação da criança em ciclos seria o supra sumo na Educação, já eu estou mais para a idéia de Pacheco.

CICLOS
É definido como “sequência renovada periodicamente”, o que, em Educação, equivale a dizer nada.
Será a repetição periódica de um sistema qualquer de organização do tempo.

Mas, naquilo que à Educação concerne, será somente mais uma diversão, que afasta as discussões do essencial e incontornável.
A imposição de padrões nunca responderá às demandas tão subjetivas e desiguais como são os dos seres humanos concretos, únicos, irrepetíveis dotados de ritmos e ciclos próprios.
JOSÉ PACHECO

13/04/2010

ÉTICA


QUANDO EU MUDO...

O MUNDO MUDA.

SEJAMOS A TRANSFORMAÇÃO

QUE QUEREMOS VER

NO MUNDO!

A HISTÓRIA DA ÁGUA ENGARRAFADA




Esse vídeo questiona o custo do uso das garrafas de plasticos utilizadas para bebermos água.

VEJA TAMBÉM -  A HISTÓRIA DAS COISAS

12/04/2010

O TOLO E O SÁBIO

O dedo aponta a lua. ..

O sábio olha a lua.

O tolo olha o dedo.

ditado zen

PEQUENOS FILÓSOFOS - O LOBO E O CÃO

Episódio da série animação Pequenos Filósofos, que mostra contos e fábulas de diferentes culturas que despertam nas crianças e jovens uma consciência a respeito da moral e seus valores.

Esta história fala sobre liberdade e dependência.


11/04/2010

O QUE É CIENTÍFICO V

Rubem Alves


Fico logo arrepiado quando ouço alguém afirmar: " Estou convencido de que..." Digo logo para mim mesmo: "Cuidado! Lá vai um inquisidor em potencial!" Convicções são entidades mais perigosas que os demônios. E o problema é que não há exorcismo que seja capaz de expulsá-las da cabeça onde se alojaram, pela simples razão de que elas se apresentam como dádivas dos deuses. Os recém-convertidos estão sempre convictos de que, finalmente, contemplaram a verdade. Daí a transformação por que passam: seus ouvidos, órgãos de audição, se atrofiam, enquanto as bocas, órgãos da falam, se agigantam. Quem está convicto da verdade não precisa escutar.



Por que escutar? Somente prestam atenção nas opiniões dos outros, diferentes da própria, aqueles que não estão convictos de serem possuidores da verdade. Quem não está convicto está pronto a escutar - é um permanente aprendiz. Quem está convicto não tem o que aprender - é um permanente ( eu ia dizer "professor". Peço perdão aos professores. O professor verdadeiro, acima de todas as coisas que ensina, ensina a arte de desconfiar de si mesmo...) mestre de catecismo. " Boca de forno! Forno! Furtarm um bolo! Bolo...". Dizia Nietzsche que "as convicções são piores inimigos da verdade que as mentiras." Estranho isso? Não. Absolutamente certo. Porque quem mente sabe que está mentindo, sabe que aquilo que está dizendo é um engano. Mas quem está convicto não se dá conta da própria bobeira. O convicto sempre pensa que a sua bobeira é sabedoria.



As inquisições se fazem com pessoas convictas. O Inquisidor não está interessado em ouvir as razões daquele que está sendo inquirido. Interessa-lhe uma coisa apenas: " As idéias dessa pessoa são iguais ou diferentes das minhas?" Se forem iguais, está absolvido. Se forem diferentes, vai para a fogueira.



As consequências mortais e paralizantes das convicções se espalham por todos os campos. É bem sabido o que as convicções religiosas fizeram na Idade Média. A igreja católica e as igrejas protestantes, convictas de serem possuidoras de verdades que lhes haviam sido diretamente reveladas por Deus, mataram nas fogueiras milhares de pessoas inteligentes e boas simplesmente pelo crime de pensarem diferente: João Huss, Savonarola, Giordano Brunno, Miguel Serveto. Galileo escapou por pouco, graças à mentira.



Mas os demônios das convicções tem atributos dos deuses: são onipresentes. Escorregam da religião. Emigram para a política. Milan Kundera, em A insustentável leveza do ser, escreveu esse parágrafo luminoso sobre a relação entre as convicções e os crimes políticos. " Aqueles que pensam que os regimes comunistas da Europa Central são obra exclusiva de criminosos deixam na sombra uma verdade fundamental: os regimes criminosos não foram feitos por criminosos, mas por entusiastas convencidos de terem descoberto o único caminho para o paraiso. Defendiam corajosamente esse caminho, executando, por isso, centenas de pessoas. Mais tarde ficou claro que o paraiso não existia, e que, portanto, os entusiastas eram assassinos."



As igrejas ditas cristãs, para proteger suas verdades se valiam de meios que elas mesmas lamentavam. "Os fins justificam os meios", alegavam. A mesma coisa pode ser dita dos governos dos ditadores, convencidos de que eles estavam a caminho do paraiso. " Que pena que temos de usar a violência! Mas são eles mesmos que nos obrigam! Querem desviar o povo da caminho verdadeiro!"



Nenhuma instituição está livre dos demônios das convicções. Nem mesmo a ciência. As instituições científicas são movidas pelas mesmas leis sociológicas, políticas e psicanalíticas que movem as igrejas e os governos. Para se entender bem as instituições científicas há de se ler Maquiavel, Freud e Foucault.



Os sacerdotes da ciência me responderão: "Peguei-te! Porque um dos dogmas centrais da ciência é que não estamos nunca de posse da verdade final. As conclusões da ciência são sempre provisórias. A ciência não tem dogmas!.



Certo, certíssimo! A ciência não tem dogmas quanto aos seus resultados. Pelo menos oficialmente, em sua declaração de intenções. Mas essa pretenção é constatada por Thomas Kuhn, autor de A estrutura das revoluções científicas . Ele afirma, baseando-se em dados históricos, que a ciência tem dogmas sim. E os seus dogmas são mantidos pelos cientistas que se agarram às suas teorias e não admitem jamais que a verdade possa ser diferente. Diz Kuhn que, frequentemente, é só com a morte desses papas que os dogmas caem do seu pedestal.



Mas, deixando isso de lado, há um dogma sobre o qual todos estão de acordo: o dogma do método. O que é o dogma do método ? Já expliquei: o método é a rede que os cientistas usam para pegar os seus peixes. E está certo: é preciso rede para pegar peixe. O dogma aparece quando se diz que real é somente aquilo que se pega com as redes metodológicas da ciência. Foi isso que fizeram com o meu augusto amigo: ele foi mostrar aos os seus amigos os pássaros que ele havia encantado tocando flauta e todos disseram: " Não foi pego com as redes metodológicas da ciência! Não é real! Não merece respeito!"



A loucura chega ao ponto do ridículo. Recebi uma carta de uma jovem que estava fazendo uma tese científica sobre minhas estórias infantis. A pobrezinha me escreveu uma carta, pedindo que eu respondesse um questionário. Ela, certamente nas mãos de um orientador científico, possuido pelo dogma do método, me colocava duas perguntas que me fizeram sorrir/chorar. Primeira pergunta: "Qual a teoria que o senhor usa para escrever suas estórias?" Segunda pergunta: "Qual o método que o senhor usa para escrever suas estórias?" Aí eu tive de contar para ela que muitas coisas nesse universo, muitas mesmo, nos chegam sem que as pesquemos com as redes da ciência.



O que dizia Picasso: " Eu não procuro. Eu encontro." As estórias são assim. A gente vai vagabundando, fazendo nada, com uma coceira no pensador, e de repente a estória chega - nas palavras do Guimarães Rosa - como a bola chega nas mãos do goleiro: prontinha. Sem teoria. Sem método. É só ir para casa e escrever. Uma coisa é certa: a estória não me chega quando estou trabalhando, quando estou procurando. E é assim que acontece com a poesia, a música, a literatura, a pintura e, inclusive a ciência. As boas idéias não são pescadas nas redes metodológicas. Não há método para se ter idéias boas. Se houvesse método para se ter idéias boas, bastaria aplicar o método que seríamos inteligentes. Frequentemente o resultado do uso do método é o oposto da inteligência. O tipo está lançando suas redes, as redes voltam sempre vazias, e ele não se dá conta dos pássaros que se assentaram no seu ombro. A obsessão com o método entope o caminho das boas idéias.



Entenderam agora a razão para essa série de crônicas com o título O que é científico ? É que eu estou preocupado com a devastação que o dogma do método pode fazer na inteligência e no caráter das pessoas, especialmente os jovens pretendentes a um lugar nos templos da ciência, coroinhas a serviço dos bispos. Na inteligência porque ele pode produzir cegueira: só é real o que cai na rede ortodoxa. (Veio-me agora uma idéia - chegou-me gratuitamente, sem método: o livro do Saramago, sobre a cegueira, não será uma parábola? Vou investigar...) No caráter porque ele pode tornar as pessoas intolerantes e inquisitoriais. Há sempre o perigo de que a ciência - coisa tão boa - se torne uma convicção religiosa, um dogma sobre a única via metodológica de se conhecer a realidade.

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