sexta-feira, 9 de abril de 2010

[parte 13] O mundo de Sofia - Aristóteles

Enquanto sua mãe tirava uma soneca depois do almoço, Sofia desceu até se esconderijo para ver se tinha alguma novidade. Consigo levou seu envelope rosa e um torrão de açúcar pra enviar ao seu professor misterioso.

Ainda não havia nada quando chegou a seu esconderijo, mas momentos depois Sofia ouviu alguns barulhos conhecidos e Hermes surgiu em meio aos arbustos com um envelope amarelo na boca. Sofia deu o torrão de açúcar ao cachorro e o envelope rosa, então Hermes voltou à floresta.

Ao abrir o envelope, Sofia viu as folhas datilografadas e um bilhete onde seu professor diz que se a curiosidade que a motivou ir até sua cabana for a mesma para estudar filosofia, ela seria uma filósofa e tanto. Mas seu bilhete deixava claro que seu professor não tinha ficado bravo e, no final, ele dizia que não iria mais enviar os bilhetes brancos com perguntas introdutórias porque acreditava que Sofia já tinha muita coisa pra pensar e poupá-la era o mais sensato. Então Sofia começa a ler as paginas datilografadas.

Aristóteles foi o ultimo dos grandes filósofos da antiguidade. Seus traços marcantes foram a exímia facilidade em organizar as coisas e seu extremo interesse pela biologia, sendo considerado um dos primeiro biólogos da humanidade.

Filósofo e Cientista

Aristóteles (384-322 a.C.) era natural da Macedônia e filho de um médico de renome, isso já nos diz o rumo do projeto filosófico de Aristóteles, natureza viva. Veio para academia quando Plutão tinha 61 anos.

Embora discípulo de Platão, há muitas diferenças entre eles. Platão era pura razão, já Aristóteles era mais voltado aos sentidos pelo gosto à natureza. Platão era poeta e criador de mitos já Aristóteles escreve sobriamente com pormenores de uma enciclopédia. Por isso ele é considerado o grande organizador haja visto seu legado até nossos dias quando vemos as divisões das ciências e a sistematização dos estudos.

As idéias não são inatas

Aristóteles, ao contrário de Platão, não acreditava que as idéia eram inatas. Para Aristóteles não existia “formas perfeitas no mundo de idéias”. Ele acreditava que o conceito era totalmente ao contrário: nós observamos as coisas e começamos a agrupá-las automaticamente para facilitar nossa vida, então somos nós que criamos definimos as formas perfeitas com o passar do tempo. Em suma, não nascemos com as idéias natas, passamos a construí-las depois que nascemos dados que somos a única raça racional (nisso Aristóteles concordava com Platão).

Aristóteles desenvolve mais esse conceito de forma (ou modelo). Ele passa a definir “forma” como característica das coisas, não só físicas, mas também comportamentais junto com suas limitações. Ele também chama de “substância” o que compõe a coisa em si, ou seja, aquilo que se esforça pra formar o que o modelo exige.

Causas

Aristóteles também cria o conceito de “causas”. Para ele, tudo pode possuir quatro causas básicas:
  • Causa substancial ou causa material – a explicação física da coisa.
  • Causa atuante ou eficiente – a ação inerente a coisa.
  • Causa forma – são as propriedades da coisa.
  • Causa final – é o porquê da existência daquela coisa.

Lógica

Aristóteles cria a lógica para conseguir sistematizar aquilo que fazemos naturalmente, a segmentação ou organização das coisas. Veja um exemplo, os ratos fazem parte de que grupo? Ele é vivo, logo sabemos que não é mineral. Se é vivo e observamos um pouco seu comportamento, sabemos que seus filhotes nascem prontos e manam, logo é mamífero. Podemos descer o detalhamento e reagrupar os ratos em vário subgrupos, quanto nós acharmos conveniente, graças à lógica.

A escada da natureza

Baseado nessas premissas anteriores, Aristóteles começa uma classificação da natureza. Primeiro ele cria 2 grupos: os inanimados e as criaturas vivas. Ele acredita que as coisas inanimadas gradativamente progridem para coisas vivas sendo o grupo das plantas uma espécie que está entre os dois grupos. Por ultimo, Aristóteles divide o grupo das coisas vivas em animais e o homem.

Ao falar do homem, ele afirma que esse é o único com todas as capacidades dos animais somando capacidade de pensar racionalmente. A isso Aristóteles atribui a existência de uma pequena “chama divida” em cada um, colocando assim o homem no topo supremo de tudo que existe. Aristóteles se referencia a essa chama de Deus ou uma força superior, algo que colocou tudo para funcionar ou o primeiro impulsor.

Ética

Voltando ao homem, Aristóteles lança uma pergunta simples, porém muito pertinente: Do que o homem precisa para viver uma boa vida?

Então ele afirma que o homem só pode ser feliz se puder desenvolver e utilizar todas suas capacidades e possibilidades com equilíbrio em tudo que faz. Ele cunha então o “meio termo de ouro”. Exemplificando, um homem deve ser corajoso (nem covarde de mais, nem destemido de mais) ou ainda deve ser generoso (nem avarento, nem extravagante).

Política e a figura feminina

Aristóteles afirma que o homem precisa de uma sociedade pra viver, senão não é completo. A esse ser ele chama de “ser político”. Então ele cita vários modelos que poderiam dar certo (ao contrário de Platão que cunhou apenas um modelo utópico) e também mostra o lado bom e lado ruim de cada um.

Quanto a mulheres, novamente ao contrário de Platão, Aristóteles acreditava que a mulher era o homem imperfeito, faltando partes, por isso ela deveria permanecer abaixo do homem. Ele acreditava que o homem passava as características para o filho e a mulher era apenas o meio para que uma criança pudesse nascer.

Sofia, no embalo da emoção da leitura, passou a querer organizar tudo que via pela frente. Seu quarto, suas coisas... Enfim, em tudo ela exercitava sobre o que tinha acabado de ler, como, por exemplo, em um diálogo com sua mãe (que afirmou ficar assustada com tamanha profundidade da conversa). Por fim, organizou as páginas recebidas e colocadas na lata em um fichário.