Balanceamento de Dietas Personalizadas, Dietas Clínicas Especiais e Orientação para Dietas Caseiras, Naturais ou Complementação Natural Adequada para Cada Fase da Vida do Animal

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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Escore corporal de Cães e Gatos

Risco de obesidade



           Não podemos esquecer que cães s e gatos estão sujeitos à obesidade, tanto quanto nós humanos. Não devemos esquecer que a ração é um alimento completo e balanceado e a grande variedade de petiscos pode desbalancear a dieta e causar sobrepeso. Observe seus animais e fique atento às formas gerais dele. As figuras representam o escore corporal de cães (figura 1) e gatos (figura 2), esse escore corporal é como uma nota que se dá as formas gerais do animal onde 5 representa o mais gordo e 1 o mais magro.

           Quando a pontuação de escore for de 1 a 5, tendo como 1 o mais magro e 5 o mais gordo, o ideal é que a maioria das raças de cães apresentem a aparência geral semelhante ao escore 3, salvo algumas raças que apresentam seu ideal, particularmente, em outras categorias de escore corporal, como apresentado nas figuras abaixo.



 Figuras 1 e 2: Escore corporal de cães

         

          Para gatos é comum a pontuação de escore variar de 1 a 9, sendo 1 o mais magro e 9 o mais gordo, onde a faixa de peso mais comumente desejada para manutenção de gatos é entre 4 e 6 (Figuras 3 e 4), e quando a pontuação for de 1 a 5 pontos, o ideal é o escore 3 (Figura 5).



Figuras 3 e 4: Escore corporal de gatos com variação de pontuação de 1 a 9.

Figura 5: Escore corporal de gatos com variação de pontuação de 1 a 5.



        
             Então, cuidado com a quantidade de petiscos diários, se for necessário reduza a quanidade de ração fornecida diariamente e faça exercícios com seu bichinho!


Dra. Aline

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Nutrição Animal para conservação, não para produção

PRINCÍPIOS DE ALIMENTAÇÃO EM CENTROS DE CONSERVAÇÃO PARA ANIMAIS



1. Introdução

      Os centros conservacionistas, zoológicos e criatórios, têm hoje papel essencial na manutenção de um banco genético da biodiversidade no mundo, pois possuem, às vezes, exemplares de espécies que na natureza já se extinguiram ou estão em vias de desaparecer.

      Os zoológicos estão deixando se ser simplesmente as vitrines de animais, para contribuírem com importantes pesquisas nas áreas de reprodução, medicina, comportamento e nutrição de animais silvestres que dão grandes contribuições para a manutenção e conservação de espécies tanto in situ (como em parques ou áreas naturais protegidas por lei) quanto ex situ (isto é, fora do seu habitat natural).

      Como o objetivo destes centros de conservação não é conseguir a máxima produção dos animais, como o é nos criatórios comerciais, a manutenção destes deve ser feita de forma que se sintam o mais confortável possível. O cativeiro conservacionista ou zoológico deve oferecer condições para que os animais se mantenham saudáveis e aptos a completar todas as fases de seu ciclo vital, sendo: nascer, crescer, reproduzir e morrer. Esse mesmo principio pode ser adaptado para os animais de "Pet" pois o objetivo é o mesmo que dos centros conservacionistas, manter a saúde e a aualidade de vida dos animias durante o cativeiro. Para que estes objetivos sejam alcançados ainda existe a necessidade de muitos estudos com animais silvestres em todas as áreas das ciências biológicas, como: reprodução, medicina, comportamento, fisiologia, bioclimatologia e a nutrição.




2. A nutrição

      Existe uma deficiência na área de estudos em nutrição de animais silvestres, pois as pesquisas sempre foram concentradas em animais domésticos e buscando produção. Com as mudanças nas necessidades de mercado, de se ter uma opção silvestre no cardápio, estas pesquisas têm se voltado para as espécies com interesse zootécnico. O maior número de trabalhos com a alimentação de animais silvestres está nos hábitos alimentares. Apenas a partir da década de 80 os estudos na área de exigências nutricionais de animais silvestres se tornaram mais significativos. Devido a estas deficiências os técnicos responsáveis pelo manejo alimentar acabam tendo que extrapolar dados de pesquisas em animais domésticos para usar em animais silvestres que possuam similaridades anatômicas, comportamentais ou fisiológicas.

      A pesquisa com manejo alimentar e nutrição de animais silvestres dos centros de conservação não visa promover máxima produtividade e nem se restringe aos animais de interesse produtivo ou potencial zootécnico, pois a nutrição é uma das ferramentas chave que possibilitam manter a saúde física dos animais de cativeiro.



2. 1. Anatomia e fisiologia digestiva como ferramenta 

     O primeiro ponto anatômico a ser observado é a boca, segundo. Os lábios, os dentes (ou a ausência deles) e a língua podem nos indicar a forma de apreensão dos alimentos e como estes alimentos serão preparados para sofrer o processo digestivo, além de informar se os animais são, ou não, mais atraídos por determinados sabores, de acordo com os tipos de papilas gustativas presentes na língua, sendo importante no processo de aceitação de dietas adaptadas. A boca ainda pode nos indicar qual o tamanho, a forma e a consistência do alimento que poderá ser oferecido.




                   


  

     

      O conhecimento da anatomia e da fisiologia gastrintestinal também deve ser utilizado ao se sugerir uma dieta com algum equilíbrio para determinada espécie. Baseados em estudos com animais domésticos classifica-se os mamíferos de acordo com suas divisões estomacais: monogástrico, apenas uma cavidade estomacal e poligástrico, que possuem um estômago composto, podendo ser ruminante ou não. O número de cavidades gástricas indica o tipo de processo digestivo que ocorre ao longo do trato gastrintestinal (TGI), se existe fermentação do alimento antes da digestão química (poligástrico), ou depois (monogástricos com ceco funcional). Essas informações vão indicar o tipo de alimento que o animal está adaptado a aproveitar seus nutrientes.

      À medida que se aprofunda no conhecimento da anatomia e da fisiologia digestiva dos animais, pode-se indicar dietas com maiores graus de refinamento. Isto, contudo, não é suficiente para se fazer um balanceamento de dietas a ponto de suprir exatamente as necessidades de cada espécie. O que se procura é a máxima aproximação que permita ao animal manter suas funções biológicas e sua saúde.



2. 2. Itens alimentares e dietas



      Os estudos de hábito alimentar complementam ainda mais as informações para indicação de dietas. Neste caso, o conhecimento dos itens alimentares, em termos de composição é essencial, para se buscar alimentos que possam ser substitutos no cativeiro, sem prejuízo nutricional para o animal.

      De acordo com o hábito alimentar pode-se ter animais herbívoros, onívoros e carnívoros que são os maiores grupos, ou ainda ter grupos menores de animais frugívoros, piscívoros, insectívoros, granívoros, folhívoros, etc, de acordo com o grau de especificidade da dieta na natureza. Um bom exemplo desta diversidade alimentar na natureza é a Ordem Primates. Das menores espécies (Gênero Cebuella), às maiores (Gênero Brachyteles), a composição da dieta em vida livre varia completamente (Tabela 1). O grande desafio do trabalho em nutrição de animais silvestres está na diversidade tanto entre espécies animais, como em gêneros de itens alimentares. Superar esta diversidade significa sucesso no manejo alimentar no cativeiro.

Tabela 1. Diversidade de hábitos alimentares entre alguns gêneros de primatas neotropicais.

                        % DOS ITENS DA DIETA
                     Mat. animal¹  Frutos²   Folhas   Exsudatos³  Outros
GÊNERO
Cebuella                25            20           -             45             10

Callithrix                15            35           -             45              5

Saguinus                20            60           -              -               20

Leontopithecus      45            40           -              -               15

Callicebus             10            65           20            5                -

Alouatta                 -             68           30            -                2

Ateles                    -              90            5             -               5

Chiropotes             3             90            5             -               2

Brachyteles           10            40           40            -               10

1. Inclui vertebrados e invertebrados, 2.Inclui sementes, 3. Inclui néctar.
Fonte: AURICCHIO (1995).


     É grande a gama de itens alimentares que podem ser adaptados às dietas de animais silvestres, inclusive preparados comerciais para animais domésticos, como é o caso das rações para ruminantes, gatos, cães, cavalos e aves.

      O estudo das espécies permitirá a adaptação de frutas, legumes, sementes, carne e outros itens nas dietas dos animais e como estes alimentos serão oferecidos: picados, inteiros, com casca ou sem, na forma de papa, etc. É comum encontrar fórmulas alimentares com instruções para manejo alimentar, para algumas espécies de animais silvestres, pois, são receitas que deram certos em determinados casos, como mostrado na Tabela 2. Contudo, podem ser muitas as influências sobre o estado nutricional do animal e, uma fórmula pode não apresentar a mesma eficiência em distintos ambientes de criação.

Tabela 2. Exemplos de dietas para algumas espécies de Animais Silvestres com a sugestão de manejo alimentar.

Grupo: Primates           Exemplos: Macaco-prego,  sagüi
Alimento: Ovos, leite, frutas, pão e pequenos mamíferos
Apresentação: Ovo cozido, frutas picadas, pães em pedaços
Frequência: Duas vezes ao dia
Período: Manhã e tarde

Grupo: Edentata             Exemplos: Tatu, Tamanduá, Preguiça
Alimento: Leite, pão, carne, frutas e folhas
Apresentação: Folhas de embaúba, carne moída, frutas picadas
Frequência: Uma vez ao dia
Período: Tarde

Grupo: Rodentia               Exemplo: Capivara, Paca, Cutia
Alimento:  Capim, ração, legumes, frutas e verduras
Apresentação: Abóbora e cenoura picadas
Frequência: Uma ou duas vezes ao dia 
Período: Manhã e tarde

Grupo: Perissodactyla          Exemplo: Anta, Zebra
Alimento: Capim, milho, ração, verduras e raízes
Apresentação: Legumes e raízes picados
Frequência: Duas vezes ao dia
Período: Manhã e tarde

Grupo: Artiodactyla               Exemplo: Veado-campeiro, Veado-catingueiro
Alimento: Capim, ração, verduras, alfafa, frutas e raízes
Apresentação: Legumes e frutas em pedaços, raízes picadas
Frequência: Duas vezes ao dia
Período:  Manhã e tarde 



      O maior desafio no manejo nutricional de animais silvestres é poder oferecer as quantidades dos nutrientes necessários para manutenção do organismo saudável, principalmente de energia. Uma forma de se determinar estas quantidades é pelo cálculo da taxa metabólica basal (TMB). Para a maioria dos mamíferos placentários, não lactante nem gestante, a TMB é representada por:

70 kcal  x  PV e0,75 
onde: PV e0,75 = representa o peso metabólico dos animais;

70 kcal = representa uma quantidade mínima de energia requerida por quilo de peso metabólico para manutenção do metabolismo basal. Esta quantidade de energia pode variar de acordo com o grau de atividade desenvolvida pelo animal ou por variações significativas no seu status fisiológico, como casos de doença ou gestação.

     Com a quantidade de energia diária que o animal necessitará para se manter, parte-se para determinar as quantidades dos itens alimentares que deverão ser oferecidos por refeição. Estas devem conter, ainda, fontes do máximo possível de nutrientes, evitando-se possíveis deficiências, que ocorrem em espécies domésticas tomadas como referência por compartilharem similaridades, como já indicado anteriormente. Desta forma, apesar, da dieta não ser balanceada, de acordo com as necessidades de cada espécie silvestre, são menores as chances de se cometer erros na dieta que possam causar sintomas de deficiências.

     As revisões nas dietas para animais silvestres em centros de conservação devem ser feitas periodicamente, pois, a variedade de itens alimentares vai estar ligada também à sazonalidade e preço dos produtos. É importante conhecer as épocas de maior disponibilidade e menor preço no mercado de cada produto das dietas, para se manter programadas entregas ao longo do ano tentando manter dietas viáveis e com menor custo.



3. Manejo Alimentar e enriquecimento ambiental

      No manejo alimentar em centros de conservação pode-se adotar diferentes estratégias, de forma a usar o alimento como ferramenta anti-estresse no cativeiro e a favorecer o desenvolvimento das funções biológicas dos animais.

      Estas estratégias de fornecimento de alimento, que constituem parte do chamado enriquecimento ambiental, se dão estimulando os animais a utilizarem seu potencial para busca de alimento, e no caso de animais que possam ser re-introduzidos na natureza, treinando-os para buscar por conta própria o alimento disponível no habitat.

      Uma experiência na Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte mostrou redução na ocorrência de plumofagia entre arajubas (Guarouba guarouba) colocando-se os alimentos inteiros e/ou pendurados em cordas ao invés de simplesmente colocar os alimentos picados em bandejas, que é o trato comumente dado aos psitacídeos em cativeiro. O aumento das atividades físicas dos animais no recinto, a partir do novo manejo, estaria na origem da cura para auto-mutilação.

      Fornecer alimentos inteiros, com casca e dentro de caixas fechadas para primatas, faz com que o animal despenda tempo entretido na obtenção de alimento e pode evitar comportamentos estereotípicos, comuns a animais com dificuldades de adaptação ao cativeiro. Tornar o acesso do animal ao alimento uma tarefa complexa é uma forma de evitar o tédio do cativeiro, e de ocupá-lo com uma atividade que ele teria normalmente na natureza, obter alimento.





Dra. Aline C. Almeida
Zootecnista, Msc., Dsc.
CRMV-RJ 702/Z



Referência:
Adaptado da palestra: PRINCÍPIOS DE ALIMENTAÇÃO EM CENTROS DE CONSERVAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES,  apresentada no I Simpósio de Produção e Conservação de Animais Silvestres - SIMAS, na Universidade Federal de Viçosa, 2005. Texto original publicado nos Anais do evento.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Novo ponto de atendimento na Barra da Tijuca

                           Radiovet é um centro de diagnóstico completo, de alta tecnologia, com os recursos mais modernos para oferecer aos clínicos o melhor apoio para o diagnóstico de pequenos animais.
                           Agora conta com mais uma especialidade: a Nutrição


Av das Américas, 5777 - sl 154 Barra da Tijuca
Rio de Janeiro - CEP 22793081
Tel.: (21) 3150-3914 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A história meu 1º paciente

Bolão - Meu primeiro paciente





           SRD, nascido e criado em Volta Redonda, inseparável do seu irmão Pretinho, tinha por volta de seis anos quando começou a sofrer de um emagrecimento súbito, uma tosse persistente confundida por um tempo com algo no pulmão ou garganta. Com o aparecimento de outros sintomas, uma investigação mais aprofundada  comprovou um distúrbio cardíaco, insuficiência renal e diabetes. Este diagnóstico foi fechado em Outubro de 2001 e o veterinário responsável por ele na época estava pouco esperançoso com relação à expectativa de vida do Bolão, visto a dificuldade de se manejar 3 diferentes distúrbios com graves consequências metabólicas. Então, foi consenso que dificilmente ele passaria do Natal (dezembro de 2001)mesmo com o tratamento.
          Nesta mesma época eu cursei uma disciplina de nutrição clinica que fazia parte da grade de disciplinas do curso de mestrado fiquei encantada com as possibilidades para o Bolão e aceitei o desafio de fazer sua dieta 100% natural e caseira milimetricamente balanceada para ele e com tudo que pudesse ajudar em sua delicada situação.
           Com a dieta, que era seguida à risca, e a tabelinha dos horários remédios dele  pregado na geladeira seguimos com cuidados, com limitações, com o máximo possivel de qualidade de vida dentro da situação que ele apresentava, com muito amor e carinho, nós seguimos felizes até agosto de 2002.

           Um milagre não aconteceu, não existia cura para este caso, mas dedicação e uma dieta elaborada cuidadosamente para o caso dele melhorou sua resistência orgânica sem sobrecarregar seu debilitado metabolismo, melhorou sua qualidade de vida favorecendo o tratamento com remédios. 
           Para mim valeu a pena cada brilho no olho e cada abanadinha de rabo a mais...
           Mil bjos e obrigado p meu querido Bolão.







Dra. Aline C. Almeida




sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nutrição Clinica

Sobre Nutrição Clínica



          Com a nutrição bem feita e bem balanceada dificilmente irão ocorrer distúrbios com o parelho digestivo do animal, porém uma vez que isto ocorra a mudança da dieta, adaptando-a ao novo estado do animal é necessário. Uma dieta sozinha dificilmente irá curar a doença, dependendo de sua causa, mas esta será uma maneira de se controlar o problema. Providenciando um suporte nutricional, na maioria dos casos, aumentam-se as chances de sobrevivência, porque a dieta vai prevenir a deterioração ou tornar mais lenta a progressão da doença, evitando nutrientes que possam levar ao aparecimento de sintomas e melhorando a qualidade de vida do animal.

         Quando se faz a escolha de uma dieta para um animal doente é importante pensar no animal como um todo, isto pode ser mais importante que fazer somente a consideração nutricional. Por isso é importante conhecer o animal com o qual se está trabalhando, pois um filhote deverá ter tratamento diferente de gatos adultos, que por sua vez vai diferir de um animal idoso. Veterinários têm recomendado uma dieta clínica mais fácil de ser feita pelos próprios proprietários. Com isso fica possível a elaboração de dietas caseiras de qualidade para várias situações patológicas.

          Em algumas circunstâncias as dietas caseiras realmente são melhores, principalmente para animais que se apresentam anoréxicos ou com pouco apetite, pois o carinho dos donos, o estresse reduzido e o uso de palatabilizantes melhores tornam estas dietas mais aceitáveis.

          Quando as vísceras estão comprometidas, pode-se permitir a passagem de moléculas maiores que normalmente não passariam, piorando ou levando a lesões em outros tecidos. Neste caso a alimentação, mesmo que caseira, deve ser feita com elementos especiais que evitarão o agravamento do problema.

          Toda doença traz conseqüências para todo o organismo, porém são classificadas de acordo com seu local de origem. Diferentes distúrbios podem ocorrer no trato digestivo e algumas modificações de dietas que  podem ser facilmente cumpridas favorecem cada caso.



Dra. Aline C. Almeida
Zootecnista, Msc., Dsc.
CRMV-RJ 702/Z