sábado, 18 de junho de 2011

Peugeot 408 x Renault Fluence x Toyota Corolla x VW Jetta

Reunimos os atores que abrem a temporada atualizada dos sedãs médios

Peugeot 408 x Renault Fluence x Toyota Corolla x VW Jetta
A temperatura do segmento dos sedãs médios deve chegar ao ponto de ebulição em 2011. A largada foi dada pelas francesas Peugeot e Renault, que mostraram suas novidades ainda no fim do ano passado, para início das vendas em março. Agora é a vez de a VW entrar para valer nesse mercado. Ela estreia junto com a Toyota, que repaginou o veterano Corolla. Até o fim do ano, mais lançamentos se apresentam. A Honda vem com a nova geração do Civic, esperada para agosto. Depois, será a vez da GM, com o Chevrolet Cruze. E a Hyundai entra na disputa com o Elantra. A oferta nunca foi tão vasta e atraente. Há dois anos, o segmento era formado essencialmente por três modelos - Civic, Corolla e Chevrolet Vectra, que ofuscavam alguns poucos aspirantes que não chegavam a mobilizar multidões.

Em pouco tempo, o palco passou a ser ocupado por atores de boa envergadura, com motorização e conteúdo no ascendente padrão do segmento, numa saudável briga entre as marcas para oferecer o melhor custo-benefício. Em 2008, para um sedã médio se diferenciar dos demais, bastava ter duplo airbag e ABS entre os itens de série. Hoje, sem esses recursos não há negócio. Os novos modelos são equipados com quatro airbags (no mínimo), ABS e ESP, e os mais equipados contam ainda com faróis de xenônio e arcondicionado dual zone, entre outros dispositivos - e sem necessariamente custar mais.

Aqui, reunimos os primeiros quatro novos modelos a chegar, nas versões que deverão ser as mais vendidas, de acordo com as fábricas: Peugeot 408 Feline, Renault Fluence Privilège, Toyota Corolla XEi e VW Jetta Comfortline. Todas 2.0 automáticas.



4º Toyota Corolla 2.0 XEi aut.
Nos últimos tempos, o Corolla se acostumou a vencer a maioria dos comparativos de que participou. Mas agora, na metade de seu ciclo de vida (a atual geração é de 2008), ele enfrenta concorrentes com o brilho próprio da juventude. A reestilização que recebeu para a linha 2012 fez bem a seu visual, mas foi apenas cosmética, uma vez que alterou apenas a dianteira e a traseira, sem mexer na carroceria. E o primeiro sinal de defasagem surge no espaço interno, que ficou acanhado diante do oferecido pelos rivais. Todos os outros sedãs deste comparativo são maiores na cabine e na capacidade do porta-malas.

O Toyota também não disfarça os sinais do tempo no estilo do painel e em soluções como as alavancas que servem para abertura do porta-malas e do tanque de combustível - os rivais têm acionamento elétrico. O botão do piloto automático está localizado em uma alavanca acessória ao volante, detalhe que remete ao século passado. Dos quatro sedãs avaliados, o Corolla é o único que tem palhetas convencionais nos limpadores de para-brisa. Os demais têm hastes do tipo flat-blade.

Entretanto, nem tudo ficou ultrapassado no Corolla. Uma de suas principais virtudes, o bom comportamento dinâmico, continua sendo um atraente ativo. Em uma curva, o motorista não precisa negociar o tempo todo com a direção fazendo correções de trajetória: o Corolla cumpre exatamente o traçado planejado. Se o motorista abusa da velocidade, o carro dá sinais de que pode escapar. Dirigido com tranquilidade, ele proporciona uma viagem segura e confortável.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO A direção é leve e um pouco lenta. A suspensão é macia. Mas o Corolla se comporta de modo previsível. E isso é bom.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO Apesar de serem apenas quatro, as marchas estão bem escalonadas, para aproveitar a força do motor.
★★★

CARROCERIA Visualmente, o Corolla só mudou por fora. E não foi muito. O acabamento é de boa qualidade, mas simples.
★★★

VIDA A BORDO Frente aos rivais, ele é menor, internamente, e ultrapassado nos recursos a bordo.
★★★

SEGURANÇA Tem quatro airbags, ABS e EBD.
★★★

SEU BOLSO Tem três anos de garantia e, embora não anuncie, conta com tabela de preços sugeridos para os serviços das concessionárias.
★★★★




3º VW Jetta 2.0 Comfortline
O Jetta é um sedã bonito, moderno e bem construído. Seu preço também é interessante. Na versão Comfortline automática, mostrada aqui, sai por 70 005 reais, enquanto o Peugeot 408 Feline, que é o segundo mais barato do comparativo, custa 74 900 reais. Em contrapartida, frente aos rivais mais caros, o Jetta é menos equipado. Ele vem com quatro airbags e não tem ESP, nem como opcional, enquanto o 408 e o Renault Fluence contam com seis airbags e ESP de série. Em comparação ao Corolla, o Jetta não fica em total desvantagem. Ele tem controle de tração ASR, sistema que não equipa o Toyota. Mas o Corolla dá o troco porque conta com bancos de couro, ar-condicionado automático digital e piloto automático de série, itens disponíveis apenas como opcionais no VW.

O ponto fraco do Jetta está no desempenho. Quem esperava a chegada da sexta geração com a foto do modelo antigo na carteira talvez se decepcione com a versão de entrada, equipada com motor 2.0 de 120 cv. O desempenho do Jetta mostrado aqui fica aquém daquele da antiga versão, equipada com motor 2.5 de 170 cv - e muito atrás do conseguido pela nova versão topo de linha de 200 cv. O Jetta Comfortline foi o mais lento dos quatro sedãs do comparativo.

Pesa contra o Jetta a garantia de fábrica menor, de um ano mais dois somente para motor e câmbio, enquanto os demais têm três anos de cobertura integral. A VW aposta na força de sua marca no pósvenda, com fama de ter manutenção simples e menor desvalorização. Mas até aí a Toyota também goza de boa reputação.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO A direção exige esforço, a suspensão é firme e os freios, eficientes.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO O câmbio trabalha rápido, mas falta fôlego ao motor.
★★★

CARROCERIA Tem estilo bonito e moderno e supera os rivais na qualidade construtiva.
★★★★

VIDA A BORDO O acabamento poderia ter materiais de qualidade superior. É menos equipado que os rivais.
★★★

SEGURANÇA Tem ABS, EBD, ASR e quatro airbags.
★★★

SEU BOLSO Sua garantia é de um ano, mais dois para motor e câmbio.
★★★




2º Peugeot 408 2.0 Feline
Nos testes de desempenho, o 408 ficou atrás do Fluence e do Corolla e conseguiu pequena superioridade em relação ao Jetta. Seu motor não é fraco, tem 151 cv de potência. Mas é o câmbio que não ajuda. Além de ter apenas quatro marchas, falta-lhe maior vivacidade nas trocas, especialmente nas reduções. O problema era maior no 307, mas ainda existe no 408. Nas medições de consumo, o 408 também não foi bem, com médias menores que seus rivais. E, nas frenagens, foi o pior da turma. Precisou de 27,9 metros para frear de 80 a 0 km/h, enquanto o Jetta parou em 23,7 metros.

Apesar do rendimento fraco, no entanto, o 408 se redime ao apresentar a lista de equipamentos de série mais completa do comparativo. A versão Feline analisada vem com seis airbags, ESP, sensores crepuscular, de chuva e de estacionamento e teto solar, tudo de série. Ele agrada com requintes tais como para-brisa com tratamento acústico, pedais de alumínio e retrovisor interno eletrocrômico. Seu porta-malas é o único que tem molas articuladas dos dois lados, que não invadem o espaço da bagagem quando a tampa é fechada. Dono de um estilo que orgulha o dono, seu acabamento é o de melhor qualidade, no que diz respeito aos materiais.

Falando em pós-venda, a Peugeot resolveu radicalizar. Quem comprar o 408 até 30 de junho terá as três primeiras revisões na faixa, sem custo, desde que os serviços não ultrapassem o que está previsto no plano de manutenção do carro. O benefício inclui mão de obra e insumos (como lubrificantes e filtros) para as revisões de um ano ou 10 000 km, dois anos ou 20 000 km e três anos ou 30 000 km.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO A direção é direta e pesada. A suspensão é a mais esportiva do comparativo. Saiu-se mal nos testes de frenagem.
★★★

MOTOR E CÂMBIO O motor é apenas honesto. A programação do câmbio de quatro marchas não ajuda.
★★★

CARROCERIA É dele o melhor padrão de acabamento, no que diz respeito aos detalhes e aos materiais.
★★★★

VIDA A BORDO Ele trata bem os ocupantes, sendo bem equipado e espaçoso.
★★★★

SEGURANÇA
São seis airbags, ESP, ABS e ASR.
★★★★

SEU BOLSO Tem três anos de garantia mais plano de revisões grátis para quem comprar antes de 30/6.
★★★★




1º Renault Fluence Privilège
O Fluence vence este comparativo porque se sai bem em todos os aspectos considerados. Equipado com motor 2.0 16V de 143 cv e câmbio automático CVT (com seis marchas definidas), ele foi o mais rápido nos testes de desempenho, freou bem e ficou em segundo lugar nas medições de consumo (atrás do Jetta). Em relação aos equipamentos, o Fluence é quase tão bem servido quanto o 408, com seis airbags e ESP, sendo o único que vem com GPS e chavecartão, de série, e que dispõe de faróis de xenônio, entre os itens opcionais. Ele comete alguns deslizes no acabamento, como a presença de vãos irregulares entre peças e o uso de plástico de qualidade inferior nos frisos do painel e nos puxadores das portas. Mas seus bancos são revestidos de couro (série) e a forração do porta-malas é de qualidade superior no Corolla e no Jetta.

Alinhado, seu estilo é bonito e original. À primeira vista, o Fluence impressiona com seu porte que parece o de um sedã grande. E, por dentro, chamam atenção o painel e as laterais das portas, com revestimento em duas cores.

O Renault é o mais confortável dos quatro. Com a direção leve e a suspensão macia, pode ser dirigido durante horas sem cansar o motorista. Seu comportamento não é tão equilibrado e previsível quanto o do Corolla (assim como nenhum dos outros dois concorrentes, com pegada mais esportiva), mas ainda assim parece confiável.

No que diz respeito à garantia, o Fluence tem cobertura integral de três anos, revisões com preços fixos e serviço de assistência 24 horas.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO A Renault privilegiou o conforto na hora de calibrar direção e suspensão. Freia com segurança.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO O motor é bem esperto e o câmbio é cúmplice na hora de extrair o melhor rendimento.
★★★★

CARROCERIA O acabamento, em geral, é de qualidade (por dentro e por fora). O estilo foge do lugar-comum.
★★★★

VIDA A BORDO A cabine é confortável, com bom espaço interno e equipamentos.
★★★★

SEGURANÇA São seis airbags, ESP, ABS e ASR.
★★★★

SEU BOLSO Três anos de garantia, mais plano de revisões com preços fixos e assistência 24 horas.
★★★★




VEREDICTO
O Corolla tem dirigibilidade exemplar, mas sente o peso do tempo. No Jetta, sobra carro e falta motor. O 408 é bem acabado e completo, mas ficou devendo na pista. O Fluence foi o que conseguiu melhores resultados nos diferentes aspectos.




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