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PBL – Problem Based Learning

Mesmo tendo sido criado no final dos anos 60, o Ensino Baseado em Problemas é uma metodologia inovadora de ensino. Isto porque para a sua implantação nos cursos superiores, seja necessária uma mudança de cultura. Além disso, o paradigma professor-aluno, perpetuado ao longo dos anos em todas as escolas ao redor do mundo, torna-se uma das principais barreiras de entrada para que esta metodologia possa ser implantada com sucesso nas instituições de ensino superior.

O PBL (Problem Based Learning) é uma metodologia de ensino baseada em problemas. Esta metodologia busca, principalmente, tirar o aluno de uma postura passiva fazendo com que tenha uma maior participação no processo e aprendizagem uma vez que a solução não será fornecida pelo professor. Cabe ao professor criar o ambiente propício para que o aluno consiga chegar às soluções dos problemas apresentados.

A dinâmica das aulas é bastante diferenciada em relação a do ensino tradicional. Por vezes se faz desnecessária a divisão do curso por meio da chamada “grade de disciplinas” o que muito se discute que pelo fato de ser uma “grade”, ela prende ou amarra os estudos de uma forma que não permita o aluno se desenvolver em relação à sua capacidade exploratória e criativa. Nesse sentido os programas baseados em PBL possuem um formato mais aberto de ensino fazendo com que o aluno tenha um papel mais ativo no seu processo de aprendizado, e por isso estes programas têm obtido um grau de motivação e assimilação de conteúdos e conceitos mais elevados em comparação com o ensino tradicional.

Um problema para se introduzir o PBL em cursos pré-existentes é que para que este estudo seja efetivo, é necessário que os professores envolvidos tenham um perfil adequado. Este perfil envolve a capacidade de dialogar com os alunos, resolver conflitos, clareza nas suas exposições, capacidade de conduzir um assunto de forma que o aluno chegue às suas conclusões e não por uma imposição do professor, entre outras competências e habilidades.

O perfil de professor tradicional, habituado com suas aulas expositivas com projetor de slides e tal, é bastante frequente na comunidade acadêmica e corporativa. Estes professores se colocaram em uma zona de conforto na qual suas disciplinas se encontram apostiladas, amparadas por uma bibliografia consagrada e a metodologia utilizada em sala de aula normalmente se apresenta de forma expositiva e em um dado momento os alunos são submetidos a uma prova a qual possui toda a responsabilidade de testar seus conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina. Estas aulas são exaustivamente repetidas e fatalmente será alvo de descontentamento por parte dos alunos. Esta forma de ensinar pressupõe que todo o conteúdo da disciplina por ser medido por meio de perguntas e respostas escritas em um pedaço de papel. Além disso, é muito bem aceita a postura passiva dos alunos em sala de aula os quais anotam todas as informações que os professores lhes fornecem. Este tipo de relação nem sempre possui uma aplicação dos conceitos adquiridos ou mesmo uma reflexão mais aprofundada sobre o tema.

Desta forma a metodologia do PBL vem de encontro com a forma tradicional de ensino no sentido de que o professor não mais fornecerá informações aos alunos mas sim apresentará questionamentos pertinentes aos alunos de forma que estes estejam sempre guiados por desafios possíveis de serem vencidos. Com isso o aluno deixa de ter a postura passiva e passa a ser o principal responsável pelo sucesso de seu aprendizado. Desta forma é importante que o professor tenha o perfil adequado para ao mesmo tempo: demonstrar domínio dos conteúdos sendo trabalhados e ter a capacidade de propor cenários elaborados e motivadores para que os alunos tracem suas trilhas de aprendizado de forma independente. Cada aluno possui a sua própria dinâmica no aprendizado e assim poderá segui-la de forma adequada para a produção de conhecimento.

Neste contexto o papel do professor exige uma atuação muito comprometida. Isto porque o aluno não possui mais a receita tradicional em que o professor apresenta todo o conteúdo a ser trabalhado e depois verifica o quanto os alunos conseguiram assimilar, mas é comum que novas situações apareçam ao longo das realizações das aulas tornando uma diferente das outras. O professor deve conseguir gerenciar todo este conteúdo sempre com passos a frente das discussões para que possa conduzir os estudos por meio de situações e cenários para o objetivo do curso.

A avaliação do aluno é muito mais ampla, pois não se trata mais de perguntas e respostas, mas sim uma condução progressiva de estudos de problemas e propostas de solução em um contexto tal que se torna evidente o aprendizado do aluno tanto para o professor quanto pelo próprio aluno. O aluno possui a consciência de suas novas capacidade e habilidades no tratamento dos conceitos durante o curso o que o torna muito mais motivante e efetivo.

Com isso espero ter apresentado de forma sucinta o assunto do ensino baseado em problemas e que este texto seja um possível ponto de partida para nossa discussão.

Prof. Dr. Maurício Nacib Pontuschka
Coordenador Acadêmico da BankRisk
mauricio.tuska@bankrisk.com.br