quinta-feira, 2 de abril de 2009

Minas produz 450 mil litros de cerveja artesanal por mês

Graziela Reis - Estado de Minas

Jair Amaral/EM/D.A press - 23/10/07

A ideia é construir outra sede maior ou duas ou três menores, na Região Centro-Sul da cidade Theo Dimitriou, sócio da Krug Bier





O mercado da cerveja artesanal está a todo o vapor, com a expansão das marcas mineiras que estão ganhando o país, assim como a chegada de novos rótulos da bebida de qualidade aos pontos-de-vendas do estado. Esse movimento se reflete diretamente na produção. Só em Minas, a expectativa é de crescimento de 30%, este ano. O cenário é positivo e nem mesmo a crise financeira internacional chega a amargar as expectativas otimistas dos empresários.

O estado já produz cerca de 450 mil litros de cerveja artesanal por mês, engarrafada ou oferecida como chope. O número de bares, restaurantes e supermercados que aposta na novidade também está em alta. Já são mais de 80 em território mineiro e a tendência é de que não parem de se multiplicar. “Como há um movimento de expansão, esperamos também novos investimentos”, afirma o superintendente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindbebidas), Cristiano Lamego. A idéia é transformar Minas em um polo de produção da loura gelada artesanal e especial, que também já aparece em outros tons e sabores que estão caindo no gosto do apreciador da bebida. “Vamos seguir o caminho da cachaça, que também é artesanal”, reforça.

Segundo Lamego, já são oito marcas mineiras. Áustria Bier (da microcervejaria Krug Bier), Backer, Falke e Walls já são engarrafadas e produzidas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Uberbrau, de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, também é vendida em garrafas. E ainda limitadas às chopeiras há a Artesamalt, a Brusk e a Trovense, fabricadas em Capim Branco, Santa Luzia e em Contagem, também na Grande BH. “Não há muitos dados sobre o mercado. Agora é que os levantamentos começaram a ser feitos. Mas tudo indica que Minas só perde em produção para Santa Catarina”, observa o superintendente do Sindbebidas.

Marcos Michelin/EM/D.A Press

Esse mercado só não cresce mais em função dos tributos Henrique César Pires Oliveira, presidente da Acerva Mineira

Na pioneira Krug Bier, que completa 12 anos em setembro, as mudanças são muitas para este ano. Segundo o sócio Theo Dimitriou, a tendência agora é “conquistar o Brasil”. A produção da empresa já chega a 100 mil litros mensais e a alta foi superior a 100%, no último ano. No início, a cerveja engarrafada da Krug, a Áustria, era oferecida apenas na Região Metropolitana de BH. Agora, ela já pode ser encontrada também em Brasília e São Paulo, “timidamente”. Mas, a partir deste mês, os sócios dão início à uma estratégia mais agressiva nesses mercados e também no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e no interior de Minas. Como existe uma negociação em torno do ponto hoje ocupado pela microcervejaria, no Bairro Belvedere, em BH, se a venda para o investidor interessado for concretizada, os empresários vão ganhar fôlego extra para o projeto de levar a Áustria para outras regiões do país.

Theo Dimitriou admite que existe uma proposta pelo imóvel que está sendo avaliada. Mas garante que se o negócio for fechado os clientes não vão ficar sem a Krug em BH. “A idéia é construir outra sede maior ou duas ou três menores, na Região Centro-Sul da cidade”, adianta. A fábrica da Áustria fica no Jardim Canadá, em Nova Lima. De acordo com especulações do mercado, o investidor que fez a proposta pelo ponto da Krug pretende alugá-lo para a Fórmula Academia, que tem pretensões de abrir sua segunda unidade em BH. A academia, inclusive, também passa por mudanças, para se adequar aos padrões da A!Body Tech, que adquiriu o controle da marca no país no ano passado.

Objetivo é buscar novos mercados

Expansão para fora dos limites de Minas também é o caminho seguido pela Backer e pela Falke Bier. Segundo a diretora de Marketing Ana Paula Lebbos, a produção ja chega a 280 mil litros anuais. Desse total, 70% ainda ficam em Minas, mas o restante já segue pra outros estados. Para este ano, ela conta que vão lançar a versão Medieval, de receita especial e com lacre de cera na garrafa. Outra promessa é a abertura de uma nova fábrica-modelo, na região de Nova Lima, com espaço para visitação e bar para de gustação, com investimentos de R$ 3 milhões."Estamos seguindo exemplos que vêm de fora". afirma.

A Falke também tem um planejamento criterioso para conquista de novos mercados. O cervejeiro e sócio proprietário Marco Antônio Falcone conta que iniciaram a produção em 2004, com mil litros mensais. Hoje já são 10 mil litros por mês e o crescimento não deve parar por aí. A cerveja engarrafada em três versões - Estrada Real, Ouro Preto e Monasterium - já é encontrada no Rio de Janeiro, em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

Para o presidente da Associação de Cervejeiros Artesanais de Minas Gerais (AcervA Mineira), Henrique César Pires de Oliveira, o movimento de partida das empresas mineiras para outros estados é positivo. "Fortalece a cultura em torno da bebida", afirma. Em sua opinião, esse mercado ainda vai registrar por um crescimento extraordinário. "Só não cresce mais em função dos tributos que são muitos." O proprietário do Haus München, Rodrigo Ferraz também comemora a expansão das cervejas artesanais brasileiras. Suas vendas aumentaram 20% ao ano e ele acaba de criar um cardápio de bebida com divisões de marcas por estado.

Entre as cervejas especiais de outros estados que estão conquistando o mercado mineiro, a Theresópolis Gold é um exemplo.
"Minas representa 12% de nossas vendas, afirma Marco Antônio Frederico, gerente de Marketing da St. Gallen, que fica em Teresópolis (RJ). Outra marca nova no Rio de Janeiro, a Gattopardo, também promete conquistar Minas. A cerveja começou a ser produzida na capital carioca este ano, mas o proprietário, Orlando Diniz, já garante que no inicio de 2010, a cerveja vai estar em terras mineiras. "Minas será nosso segundo mercado", garante.

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