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Armas de pressão não são armas de fogo! (Portaria nº 36-DMB, de 9 de Dezembro de 1999)

Blog criado em: 19/09/2010

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sábado, 18 de setembro de 2010

Carabinas: GAMO CF-30/Air Arms S410E/Air Arms TX200 Mk.III.

(Autor Desconhecido)

Gamo CF-30

No dia em que fiz 16 anos uns vizinhos meus arranjaram uma pressão d'ar e fomos todos para o pinhal que tinha atrás da minha casa dar uns tiros a umas latas de coca-cola. Posso dizer que fiquei um tanto espantado com a minha pontaria, para mais sendo o único ali que nunca tinha pegado numa carabina de qualquer espécie.

O facto é que o dia acabou e nunca mais dei um tiro .até o dia em que, com os meus 20 aninhos recebi por engano um catálogo da Armaria Alvarez que deveria ter ido parar à caixa de correio do vizinho do lado. Resolvi ficar com o catálogo, dado que a secção das pressões d'ar me tinha cativado a atenção. A verdade é que só passados uns meses decidi que iria comprar uma carabina...o problema era descobrir qual! Tendo algumas bases de mecânica cheguei à conclusão de que uma arma de cano fixo era mais fiável em termos de precisão que uma carabina de partir o cano, e já agora se fosse potente tanto melhor dado que a intenção era a caça (não sabia na altura que esta era completamente proibida em Portugal).

Optei pela GAMO CF-30 porque era barata (na altura até achava cara!), tinha o cano fixo e era potente .comprei uma por 25 contos, no dinheiro da altura e achei por bem comprar uma mira 4x32 também da GAMO por 10 contos, fiquei um pouco espantado por ainda ter de gastar dinheiro numas coisas para montar a mira, umas montagens, por 3 contos .a isto juntou-se duas latas de chumbos oferecidos pelo armeiro e saí da loja a achar que tinha sido um abuso de dinheiro por uma pressão d'ar .mas o facto é que era a melhor pressão d'ar que já tinha visto e até tinha uma mira telescópica .wow!!!

Acabamento

O acabamento das armas deste fabricante, é verdadeiramente espantoso dado o preço médio destas e o tipo de público-alvo a que se destinam. O blueing é profundo e bem conseguido. Tem algumas peças de plástico que podem levar alguém a pensar que isso torna a arma menos robusta mas da experiência que tenho tomara muitas armas possuírem peças em metal tão capazes e resistente aos uso como as peças desta carabina.

Características gerais
Esta carabina é uma underlever (alavanca de carga da mola e situada por baixo do cano) que tem um fecho de mola tipo fechadura muito prático e simples de usar. O esforço requerido para carregar esta carabina é pequeno tendo em conta a sua potência. Quando se carrega a arma movendo a alavanca de carga, uma espécie de gaveta atrás da mira tangencial traseira sobe. Essa "gaveta" tem um buraco redondo de latão amarelo onde é introduzido o chumbo. Após a introdução do chumbo empurra-se a gaveta para baixo e fecha-se a alavanca de carga. A arma está pronta a disparar.
A descrição é muito mais complicada que a acção que ao fim de alguns tiros se torna bastante simples e rápida, no entanto aponto uma falha neste sistema: ao não haver nada que feche a gaveta quando fechamos a alavanca de carga, ocorreu por vezes esquecer-me de fechar a gaveta o que levou por várias vezes a que tivesse disparado em seco, o que numa arma de pistão-mola é sempre uma péssima ideia!

Também o facto de o chumbo não ser introduzido directamente no cano mata à nascença o propósito de uma alavanca de carga, a precisão. Durante o ciclo de tiro o chumbo é cuspido da gaveta para o cano com uma certa violência o que leva a que o chumbo seja ligeiramente deformado retirando alguma precisão à arma. Na altura não pensei nisso, pois em abono da verdade até achava a precisão da arma bastante boa .é óbvio que não percebia nada do assunto.

Coronha/ergonomia

Esta carabina tem uma coronha bastante versátil com uma almofada de rosto baixa, é de notar que esta almofada é perfeita para quem atira com a mira tangencial, mas baixa para quem usa uma mira telescópica. Possui painéis de recartilhado pouco profundos no pistolete sem grande função para além da estética. E uma chapa de coice em borracha macia e que se ajusta bastante bem ao ombro do atirador.

No geral acho a coronha desta arma e de todas as GAMO (dado que são quase todas iguais!) muito simples, robusta e funcional.

Gatilho

Há que dizer sem rodeios, os gatilhos das carabinas desta empresa são possivelmente os piores gatilhos que já experimentei em toda a minha vida. Muito pesados, longos e imprevisíveis com algum atrito à mistura. Mas são de duplo estágio o que é bom! A peça do gatilho é feito de metal prensado e nunca apreciei muito a forma deste, o facto é que ao fim de uma tarde e de algumas dezenas/centenas de tiros o dedo ficava dorido. Supostamente o gatilho é ajustável, e mexi muita vez naquele parafuso mas nunca notei diferença nenhuma no antes e no depois.

Mas nem tudo é mau neste gatilho , é bastante seguro, por mais pancadas que tenha dado na arma nunca esta disparou acidentalmente.

E a patilha de segurança é na minha opinião a melhor coisa nesta arma. É uma pequena patilha situada imediatamente à frente do gatilho. É simples de operar com o dedo do gatilho e ao contrário de algumas armas com sistemas semelhantes que para desactivar o gatilho puxa-se a patilha para trás em direcção ao gatilho e se o dedo escorregar a arma dispara, nesta, o movimento é o oposto e por isso até bastante seguro.

Tenho a dizer que se dependesse de mim todas as armas teriam um sistema deste tipo, manual e não automática, pois há situações onde uma segurança automática é redundante e até indesejável, e situada no local mais prático, à frente do gatilho permitindo desactivar a segurança apenas no momento do disparo com um movimento para a frente do dedo do gatilho.

Ciclo de tiro

Na altura achava a coisa "mais ou menos", hoje em dia diria que o recuo parece um coice de uma mula e vibra que nem um vib#$%&£ (vocês percebem a ideia não perceberam?). De facto fica-se com a impressão de que estamos na presença de uma arma potente, o que não é mentira, mas é óbvio que esta não é uma carabina fácil de dominar, é preciso muito treino e muito hábito. Fica aqui em jeito de nota de rodapé que metade do gozo de ter uma arma destas é sentir que somos capazes de domar este toiro enraivecido!

Precisão

Latas de coca-cola a 30 metros? Claro que sim! Ou mesmo a 40 ou a 50 metros? Sim!

.Agrupar decentemente a 50 metros .mmmmm, não! Grupos de 40 milímetros até aos 30~35 metros são possíveis com prática, o que torna possível para um atirador participar num evento de Field Target com uma arma destas e não fazer má figura. No entanto, (especialmente com chumbos GAMO) é enganar-mo-nos a nós próprios se pensamos que esta é uma arma de tiro ao alvo capaz de rivalizar com armas de segmentos mais elevados como uma TX200 ou uma HW97 em igualdade de circunstâncias.


Conclusão

Uma vez ouvi uma frase que se aplica na perfeição à minha situação na altura; "Apenas os pobres que são ignorantes podem ser felizes porque nunca viram mais riqueza do que aquela que possuem." E é verdade, esta carabina foi sem dúvida umas das carabinas de ar comprimido que mais satisfação me deu .até procurar na Internet outras armas do género!

É uma arma barata e como tal não se pode esperar muito dela, é fiável e divertida quanto baste, mas hoje em dia olho para trás e encaro-a como uma arma para tiro casual, e não para o tiro de precisão. No entanto sei que uma arma destas nas mãos de um atirador habituado a ela é perfeitamente capaz de espantar muito boa gente já vi isso acontecer várias vezes!

De qualquer modo continuo a ser da opinião que uma arma da GAMO pode ser uma excelente forma de introduzir alguém neste mundo.. confesso que ainda me dá bastante prazer disparar uma GAMO de vez em quando, apesar das suas falhas. Também confesso que ando com um desejo secreto de arranjar uma Gamo CFX, que é o modelo actualizado da CF-30 para atirar de um modo mais descontraído do que é habitual.

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Air Arms S410E (cal 5.5)

Durante muito tempo vivi satisfeito apenas com a minha TX-200. A verdade é que tardou o dia em que experimentei pela primeira vez uma PCP, mais precisamente uma S410E, e de repente senti algo completamente diferente ...nada! Não recuava nem vibrava, era lindo, tinha que ter uma!

Esta carabina representou um investimento de monta, para mais sendo obrigatória a aquisição de uma fonte de ar comprimido. Não dá ir com esta arma a uma estação de serviço porque a pressão a que ela opera é algumas dezenas de vezes mais alta que aquela necessária para encher um pneu.

Tratei de vender algum material que tinha para financiar esta nova carabina (a vida está difícil!), e aguentei uns mesitos... quando finalmente fui buscar a minha nova arma foi uma festa, estava completamente teso mas ninguém me tirava o sorriso da cara!

A minha impressão imediata foi a de que esta é uma carabina sólida e bem construída, mas podia estar melhor acabada, era obviamente potente, muito precisa e o carregador tornava a coisa ainda mais interessante. Pessoalmente achei esta carabina muito divertida, digam o que disserem, é muito giro ver o estardalhaço que um chumbo disparado por uma arma destas faz num alvo a 50 metros.

Acabamento

Tal como no caso da TX-200 o blueing desta carabina não me impressionou, de resto até tinha algumas marcas sem blueing no cilindro de ar, o que numa arma deste preço não é algo que ache muito aceitável, mas fui capaz de viver bem com isso sem me chatear muito.

A coronha de faia estava bem acabada com painéis de um recartilhado relativamente profundo que dão uma aderência razoável e uma estética agradável.


Características gerais

É muito comprida, mas espantosamente leve como se fosse totalmente oca, não é toda oca, mas lá que está cheia de ar, lá isso está! É relativamente bem equilibrada mas podia ser melhor se fosse um pouco mais curta, no entanto dá a sensação de ser robusta e bem construída. Vem com um carregador e um adaptador para engate rápido da fonte de ar para o cilindro de ar comprimido situado debaixo do cano.

Custou-me um bocado dar uma nota preta por uma botija de ar comprimido e o respectivo raccord (adaptador com manómetro e mangueira), mas este tipo de armas precisam de ser cheias de ar comprimido (200bar) a cada 30~35 tiros.

É uma carabina de ar pré-comprimido de alta potência, com um carregador de 10 tiros e o carregamento é feito através de uma ferrolho tal e qual como nas armas de fogo do mesmo tipo. Ao puxar o ferrolho o carregador indexa o chumbo seguinte e ao empurrar-mos o ferrolho de volta à sua posição original temos uma arma pronta a disparar. Infelizmente esta arma não possui nenhum tipo de gatilho de segurança (o ideal seria uma segurança manual), mas verdade seja dita que uma arma por mais segura que seja só é tão segura como a pessoa que a maneja.

Possui um pequeno, mas eficiente, moderador de som (não é um silenciador, apenas reduz algum do ruído) integrado no cano, e um gatilho de dois estágios bastante razoável.

É possível a compra de carregadores extra à parte mas a qualquer coisa como 45€ cada um são muito dispendiosos para aquilo que aparentam ser .parece que a Air Arms viu aqui uma oportunidade de fazer dinheiro .há armas com carregadores igualmente eficientes que não custam metade do dinheiro!

Coronha/ergonomia

Esta carabina está sem dúvida muito bem vestida, a coronha é linda e muito mais ergonómica que a da TX-200. O único defeito que lhe ponho é o de que parece um brinquedo, é muito pequenina e o fuste é pouco volumoso.

Pode ser uma questão de gosto pessoal mas depois de usar coronhas custom com coronhas mais "XL", nunca mais gostei de pegar em armas vestidas com uma coronha tamanho "S". No geral isto acontece com os atiradores que já passaram pela mesma experiência.

Gatilho

É uma unidade de duplo estágio, totalmente ajustável em força e curso do 1º e 2º estágio. No geral é um gatilho bem definido e previsível. No entanto não é perfeito, o 1º estágio não é dos mais suaves e tem que estar afinado um pouco mais pesado do que seria desejável para tiro de precisão. Mas o que de mau há no 1º estágio há de bom no 2º que é um mimo. A versão corrente desta arma, a S410EB, tem um gatilho modificado, que segundo consta, tem um 1º estágio melhorado e um 2º estágio igualmente bom.

Uma relubrificação e afinação fazem maravilhas, mas não milagres, neste gatilho. Um pouco de lubrificante de molibdénio e alguma paciência na afinação do gatilho são de facto algo que recomendo vivamente.

Ciclo de tiro

Para quem estava habituado a carabinas de pistão-mola, uma PCP é algo estranho, não se sente nada, apenas se ouve um estalo e o impacto do chumbo a ser martelado no porta-alvos, é brutal!!! Ao contrário das armas de pistão-mola, as armas de ar pré-comprimido não se tornam incontroláveis a partir de uma certa potência, o que no caso particular desta carabina, isto é essencial dado a imensa energia que esta arma imprime ao chumbo, capaz de furar uma prancha de madeira até 100metros de distância.

Após algumas sessões de tiro, habituei-me à falta de recuo da arma, mas comecei a notar que não era assim tão "morta" como isso, de resto para uma PCP esta arma sofre de uma dose generosa de muzzle-flip (o cano dá um salto e vibra durante o disparo), o que apesar de não ser comparável ao recuo de uma arma de pistão-mola, esta característica tende a estragar alguns grupos especialmente na posição sentada clássica do Field Target. No entanto é de notar que na minha opinião, a maioria dos atiradores pouco irá notar ou sequer importar-se com isso.

Como já foi referido esta carabina vem equipada de origem com um moderador integrado no cano. Não é mais silenciosa que a TX200 mas é sem dúvida mais silenciosa do que seria de esperar. Quem já ouviu o estouro de uma destas armas com o moderador retirado diz que rivaliza com uma caçadeira.

Precisão

É no mínimo muito boa, e apesar de ser notoriamente mais fácil atirar com uma carabina de ar pré-comprimido que com uma carabina de pistão-mola, a verdade é que durante algum tempo os grupos que fazia com a S410 não eram muito diferentes dos da minha TX-200. Era normal obter grupos de 25~35 milímetros a 50 metros regularmente na posição sentada clássica de FT, e quase metade disso em benchrest, o que é muito bom.


Eventualmente perdi alguma prática com a TX, mas o facto é que os grupos que fazia com a S410 pouco mudaram com o tempo, o que não me incomodou muito para ser honesto, mas o facto é que atirar com uma carabina de pistão-mola é muito mais aliciante e recompensador.

Também é digno de nota que a velocidade a que o projéctil é cuspido torna o hábito de dar descontos conforme a distância quase inútil pois a curva de tiro é muito plana, o que facilita imenso o tiro, especialmente a distâncias acima dos 50 metros. Considero esta arma capaz de fazer tiro até aos 75 metros sem grandes problemas num dia sem vento.

Em dias de vento a conversa muda completamente, o facto desta arma ser tão leve e comprida faz com que ela balance à mínima brisa, dificultando o tiro de precisão, por outro lado, o facto do chumbo de calibre 5,5mm (cal.22) ser relativamente pesado torna-o menos sensível ao vento que munição de calibres menores.

Conclusão

A verdade é que sempre me dediquei exclusivamente ao tiro de precisão, e a S410E é claramente uma arma de alta potência orientada para a caça, mas a verdade é que mesmo sem pretensões de ser campeã de tiro ao alvo, é uma arma muito bem capaz que competir de igual para igual com outras armas "de sangue puro".

É uma arma que se adequa bem ao mercado Português, para o qual, a meu ver tristemente, a potência é ainda o factor de escolha mais importante na aquisição de uma carabina de ar comprimido.

Como arma de tiro ao alvo acho-a algo excessiva já que a potência a mais não traz praticamente nenhum benefício ao atirador de precisão, à excepção da trajectória de vôo quase plana. De resto, a potência deste nível apenas leva a um muzzle-flip algo pronunciado, e a um alarmante consumo de ar, o que se traduz em mais idas à botija de ar, e mais visitas à loja de mergulho. Não que seja muito dispendioso mas torna-se chato com o tempo estar sempre a encher a dita a cada 30 tiros.

Em última análise, se a ideia é divertir-se a mandar umas sardas valentes rebentando os alvos à chumbada com toda a rapidez que uma multi-shot permite, então recomendo vivamente esta carabina.

Se procura algo mais sóbrio, e quer uma carabina apenas para tiro ao alvo, arranje algo mais apropriado, talvez de calibre 4,5mm (cal.177), e menos potente (~16ft.lbs)... quem sabe talvez até poupe uns trocos para investir numa mira melhorzita, o que nunca é dinheiro mal gasto!!!
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Air Arms TX200 Mk.III (cal 4.5)

Após alguns meses agarrado à minha GAMO CF-30, e de lhe ter ganho o gosto, lembrei-me que na Internet talvez houvesse algo sobre carabinas de ar comprimido, e não foi preciso muito até descobrir uma modalidade de tiro ao alvo com carabina de ar comprimido chamada Field Target. Logo de início vi que aquilo devia ser uma actividade interessante, e como tal procurei saber o que se fazia de Field Target em terras Lusitanas .não demorou muito até perceber que não se fazia nada, o airgunning levado de um modo sério era, e ainda é, algo um tanto obscuro, e o Field Target por e simplesmente não existia.

Mas após efectuar alguns contactos fiquei com a impressão de que havia planos para implementar a modalidade em Portugal, e como tal comecei a ponderar fazer um upgrade, procurei e encontrei a Air Arms TX200. Para quase todos os lados onde me virava todos me diziam que esta era o Mercedes das carabinas de pistão-mola, era a arma que ganhava sempre os mundiais à 10 anos seguidos. Era tudo muito bom, mas havia um problema .era cara, 105 contos na altura era um abuso para um estudante universitário com uma pequena mesada e muitas despesas. Pensei muito no assunto, mas lá me convenci de que valia a pena o esforço. No fim acabei por pedir que fosse feito o tratamento de luxo com um tunning do Jim Maccari e uma coronha custom numa data posterior.

O esforço financeiro foi tremendo, andei sóbrio e sem sair à noite durante mais tempo do que é normal para um estudante .mas ao fim de vários meses tive aquilo que queria, e verdade seja dita não dei o esforço por mal empregue.

Acabamento

Não posso dizer que neste departamento tenha alguma vez ficado particularmente impressionado, até posso dizer que foi uma desilusão achar que o blueing desta carabina estava ao mesmo nível da minha GAMO. A coronha de faia estava bem acabada e tinha quatro painéis de um recartilhado relativamente profundo que dava uma aderência razoável e uma estética agradável.

Características gerais

A primeira coisa que se nota quando pegamos numa TX é o seu peso, é de facto uma arma bem mais pesada que a maioria, mas também retiramos imediatamente a impressão de que estamos na presença de uma arma muitíssimo sólida, e solidez foi algo que nunca lhe faltou ao longo destes anos .é de facto uma arma muito robusta e bem construída.

Esta carabina é uma pistão-mola do tipo underlever (alavanca de carga da mola situada por baixo do cano) que tem um fecho de esfera muito resistente e simples de usar. No entanto gostei mais do fecho da CF-30 pois era mais fácil de utilizar e não tinha uma borracha que evitava que a alavanca de carga batesse no cano, mas que demonstrou ser muito propensa a estragar-se com o uso.

O esforço requerido para carregar esta carabina é pequeno tendo em conta a sua potência. Quando se carrega a arma movendo a alavanca de carga, uma porta na parte lateral do cilindro de compressão da arma abre expondo a traseira do cano onde o chumbo é inserido directamente.

Quando a alavanca de carga é puxada a porta abre, ouve-se um característico tá-tá-tá da segurança da porta que prende o movimento desta caso o gatilho dispare enquanto inserimos o chumbo no cano salvando os nossos dedos. No final do curso da alavanca de carga engatavam o gatilho e o botão de segurança automática. Após a introdução do chumbo carrega-se numa patilha que liberta a porta do cilindro e avança-se a alavanca de carga de volta para debaixo do cano, pressiona-se o botão de segurança, e faz-se o gosto ao dedo. O facto é que ao princípio todo este processo é um tanto confuso e demasiado laborioso para muitos mas uma pessoa habitua-se facilmente ao fim de umas dezenas de tiros. À que dizer com toda a justiça de que nunca se perde a noção de que esta é sem dúvida uma arma muito segura de utilizar.

Coronha/ergonomia

Esta carabina tem uma coronha bastante mais ergonómica e bem pensada que a da CF-30, na altura o que mais me chamou a atenção foi um pistolete muito mais bojudo e a almofada de rosto muito mais pronunciada que a da GAMO. A coronha da TX-200 não é ambidextra e a arma foi feita para ser usada exclusivamente com miras telescópicas.
Agradou-me também a sensação dada por um fuste (porção dianteira da coronha) bastante largo e pela chapa de coice em borracha macia que me pareceu muito boa, embora o acabamento pudesse ser mais cuidado para evitar umas rebarbas desnecessárias numa arma tão cara.

No geral acho a coronha desta arma, robusta e funcional .mas para ser honesto nunca gostei muito da coronha de série, nem pela estética nem pela ergonomia propriamente dita. Sempre achei que lhe faltava algo.

Numa data posterior vesti a carabina com uma coronha do tipo TG em mirto (amarelo e com uns efeitos soberbos), e pintei a acção de prateado, ficou lindíssima e bastante mais ergonómica. Mais tarde resolvi mudar-lhe o visual outra vez e vesti-a com uma coronha do tipo CS-800 e pintei tudo de camuflado, o que resultou num acabamento muito resistente e numa arma muito prática e se calhar ainda mais ergonómica.

Gatilho

No dia em que eu ouvir da boca de alguém que acha o gatilho de uma TX-200 é mau, não levará outra resposta da minha parte senão um "afinas-te isso mal" ou um "não sabes o que é bom", é por e simplesmente o melhor gatilho que já tive o prazer de sentir numa carabina de ar comprimido. É uma unidade de duplo estágio verdadeiro, totalmente ajustável em força e curso do 1º e 2º estágio. É um gatilho definido, previsível, quase perfeito!

Associado ao gatilho estava o botão de segurança automática que tinha de ser pressionado sempre que a arma era carregada e pretendia-se efectuar o disparo. Este botãozinho encontra-se num local um tanto incómodo a meu ver dado que é necessário para o atirador retirar a mão do pistolete para desactivar a segurança, segurança essa que nem sempre era activada quando o gatilho engatava. Tenho a ideia que esta dificuldade ocasional tinha a ver com o ajuste do gatilho mas nunca tentei aprofundar a questão.

Ciclo de tiro

Para quem estava habituado a uma arma de gama baixo, a TX foi um choque, no melhor dos sentidos. No disparo senti um coice quase tão forte como o da CF-30 mas havia aqui algo diferente, era rápido e não vibrava .excelente!
Claro que o facto de esta carabina em particular possuir um tunning com mola e outras peças substituídas por material de melhor qualidade e uma relubrificação mais cuidada fizeram a sua diferença, que aliás é algo notória .a meu ver foi dinheiro muito bem gasto.

É também digno de nota como esta carabina é silenciosa, é de facto a arma mais silenciosa que tive até hoje. Vem equipada de origem com um pequeno moderador incorporado no cano que reduz bastante o ruído do disparo. O tunning também ajudou ao silenciamento desta carabina dado que com melhores componentes e a relubrificação toda a vibração e atritos internos foram reduzidos ao mínimo silenciando a arma ainda mais. Do disparo apenas se ouve um "thump" muito grave e cheio de estilo!

Posteriormente experimentei algumas TX-200's às quais não foi feito o tunning e apesar de terem um ciclo de tiro menos rápido e com mais vibrações, não eram menos precisas, apenas um pouco mais difíceis de controlar.

Definitivamente recomendo o tunning sempre que possível, embora tenha a noção de que poucos o farão por acharem dinheiro deitado à rua. Fazem mal! É isso é tudo o que tenho a dizer sobre o assunto.

Precisão

Aqui é que a porca torceu o rabo, afirmo sem vergonha que a minha primeira experiência com a TX foi algo erótica, pornográfica mesmo!

Passei de uma situação na qual tentava acertar nalgumas coisas, para de repente acertar em tudo aquilo que queria. Nunca na vida tinha imaginado tal coisa. Na posição sentada, grupos de 45~50 milímetros a 50 metros eram a norma, e grupos muito menores não eram assim tão raros de encontrar entre o monte de alvos que furei nos primeiros dias de uso. Eventualmente acabei por melhorar estes valores até conseguir grupos de 25~35 milímetros a 50 metros regularmente na posição sentada clássica de FT.

Conclusão

É sem dúvida o cumprir de uma promessa. Quem ouve mundos e fundos sobre as capacidades desta arma não acaba desiludido depois de a experimentar.

Não é definitivamente uma arma para ser apreciada como ornamento mas como instrumento mecânico de alta precisão e qualidade de construção.

Estamos na presença de uma arma pesada, que torna o recuo da carabina menos pronunciado e mais controlável, equipada com um cano de competição fabricado pela Lothar Walther, nos quais os chumbos são introduzidos directamente, e um gatilho, digno do atirador mais exigente. Tudo isto contribui para tornar esta carabina numa arma com um propósito bem definido, atirar um chumbo com o máximo de precisão possível em direcção ao centro de um alvo.

Na minha opinião, para a prática do Field Target ou de qualquer outra disciplina de Tiro de Campo, no que toca a armas de pistão-mola, a TX-200 é Rainha.

3 comentários:

Anônimo disse...

tambem foi a primeira arma que eu disparei,mas eu tinha 13 anos. é muito boa

Matheus Ribeiro disse...

Gosto muito da cf-30 também amigo! É uma ótima arma!

asdfgred disse...

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