terça-feira, 15 de março de 2011

FASES DA VIDA - "NASCIMENTO"


Finalmente chegou o dia da primeira blogagem coletiva, Fases da Vida. Hoje, todos os blogs participantes irão postar sobre a primeira fase, ou seja, "Nascimento".
A proposta é que uma vez por mês, a cada dia 15, se escreva sobre uma das fases da vida, cada um da maneira que quiser e que sentir, respeitando e enquadrando o tema no perfil do seu blog.
Também quer participar? É só copiar o selinho aí em cima e começar a escrever.
Vamos lá.

                                                                    NASCIMENTO

                                                     



Falar em nascimento transporta-me para um passado maravilhoso, lindo e inesquecível. Um passado que, entretanto, é vivo e presente até hoje, pois quando me lembro não acredito que já aconteceu há mais de 11 anos: o nascimento da minha filha.Mas antes de chegar ao nascimento propriamente dito, quero contar o princípio de tudo. Como ela nasceu em mim, antes de nascer para o mundo. 
Na época eu tinha 24 anos e estava cheia de planos. Tinha acabado de me mudar para o exterior do país, juntamente com o meu namorado com quem já estava há 3 anos. Eu pensava em concluir os meus estudos e quem sabe viver na Europa por alguns anos.
Mas, a Vida tem caminhos que só ela conhece, e nem sempre o destino é aquele que idealizamos ou que julgamos ser o melhor para nós.
Foi assim que me descobri grávida aos 31 de Março de 1999. 
Tenho o teste de farmácia guardado até hoje, acreditam? O terceiro que fiz, e o único que deu positivo, pois os dois primeiros foram falsos negativos.
Confesso que de início fiquei apreensiva. Afinal, estava longe dos meus pais, e a súbita gravidez não era algo com que eles estivessem a contar. Nem eu, por sinal. Pensei em mil e uma coisas, as minhas emoções misturaram-se e até cair a ficha era como se estivesse a flutuar sobre a realidade de estar grávida.
Mas, então, quando ganhei consciência do tamanho da dádiva que Deus havia me concedido, vivi os momentos mais marcantes e importantes de toda a minha vida.
Não posso deixar de contar aqui que durante os primeiros meses eu lembrava-me da frase "gravidez não é doença" e sentia vontade de esganar quem a proferiu hehehehe. 
É que tive enjoos terríveis, de manhã, de tarde e de noite, que não passavam com remédio algum, nem nenhuma receita caseira.
Não aguentava nada no estômago, sentia fortes tonturas, e permanecer em pé, especialmente na rua, ao sol, em pleno verão europeu, que é extremamente seco, era um verdadeiro "castigo".
Como se não bastasse, por volta do 5º mês de gestação tive um descolamento da placenta que me fez perder um pouco de sangue. 
Claro que corri para o hospital com muito medo do que poderia acontecer com o milagre que crescia em mim, mas graças a Deus não foi nada de grave. Fiquei 15 dias de repouso absoluto e embora continuasse com a placenta prévia até ao 7º mês a gravidez decorria normalmente.
Lembro-me de quando comecei a comprar as coisas para o enxoval. Foram momentos únicos, e eu dispunha todas as roupinhas sobre a cama e babava sobre elas. Tudo neutro, tudo lindo, mimoso, em tons de amarelinho, verdinho, bege, branco, já que não soube até a véspera se teria uma menina ou um menino.
Para mim era indiferente, só queria que ele(a) fosse perfeito(a) e saudável.
Durante toda a gravidez engordei apenas 11 kg, ou seja, nada. Tive muita sorte. A minha barriga não era grande, nem pequena. Era linda de viver, e eu adorava exibi-la na praia, etc.
Entretanto, já estava de volta a casa. Senti muita necessidade do amparo dos meus pais, e ambos foram impecáveis comigo, os pais mais maravilhosos que alguém pode ter.
E, finalmente, chegou o grande dia. 
Finalmente, literalmente, porque a minha filha devia-se sentir tão bem aconchegada dentro de mim que passaram as 40 semanas e ... nada. 41, 42 ... e então fui a consulta de rotina, sem dores, sem o menor sinal de parto, sem a mínima dilatação, e foi aí que o meu médico me disse que eu não voltaria para casa naquele dia e que seria submetida a uma cesariana na manhã seguinte.
Eu não tinha levado nada para a clínica. Nem a mala de maternidade, as coisinhas dela, nada. Mas, teria que ficar internada para os exames prévios de preparação para a cirurgia e foi a minha mãe, e a madrinha da minha filha, que foram a casa buscar as coisas que eu já tinha preparadas.
Estava tudo bem com a minha filha, mas o líquido amniótico escasseava, o espaço tornava-se cada vez mais apertado para ela e não existindo nenhum sinal de parto, a cesariana foi a decisão do médico.
Nossa! Vocês não têm ideia de quanto eu chorei nesse dia. Queria porque queria parto normal, mas o Dr. Jorge foi categórico. Não me faria uma indução de parto. E no fim deu tudo tão certo, que quando tiver outros filhos farei cesariana por opção.
Fiz a cirurgia com anestesia raquidiana, o que me permitiu estar consciente o tempo todo. E como eu falei durante todo o processo. Acho que nunca tiveram uma parturiente tão tagarela quanto eu :)
Perguntava se tinha começado, dizia que os tubos no nariz me estavam a incomodar, pedi até para vomitar rsrsrs ... mas o momento mais lindo foi quando ouvi o chorinho da minha filha. 
Eles não ma mostraram de imediato e por isso perguntei a enfermeira que estava ao meu lado "é mesmo uma menina"? Ela confirmou com um sorriso afetuoso. 
Eu só soubera na véspera. E era mesmo uma menina. Uma menina linda, perfeita, com narizinho arrebitado. 
Recordo-me de que mal a vi naquela hora, pois levaram-na logo para pesar, lavar, essas coisas.
Depois disso, fiquei sedada naquele bloco operatório durante uma eternidade (cerca de duas horas) e só então fui levada para o quarto. 
Continuava meia grogue, e lá estava a minha filhinha linda, uma boneca, um anjo, no bercinho ao lado da cama. Eu olhava, queria olhar mais, absorver aquela visão divina, mas o efeito da sedação ainda era forte e adormeci profundamente, mesmo lutando para permanecer acordada.
Quando acordei, finalmente, tinha as pessoas que mais amo na vida ao meu lado e flores no quarto. Foi esse o momento mágico, em que olhei para a minha filha de verdade e reconheci o milagre da vida que Deus havia realizado através de mim.
Quem é mãe, sabe o quão indescritível é essa sensação. É uma emoção tão imensa, uma felicidade tão grande, um sentimento de gratidão tão poderoso que palavras não servem para expressar.
E a amamentação? Nossa, eu não imaginava como seria amamentar um filho, mas essa experiência foi a mais linda de todas. 
Amamentei durante dois anos inteiros, e foi a melhor coisa que fiz na vida pela minha filha, e por mim mesma. É muito gratificante. Aconselho e recomendo. Além de todas as vantagens para a criança, sobejamente conhecidas por todos, estabelece-se um elo de ligação entre mãe e filho que não se explica. Apenas se vive. E eu vivi isso com toda a intensidade da minha alma.
E é esta a história do nascimento da minha filha, do milagre de Deus operado em mim. 
Sou muito grata por tê-lo merecido, e hoje em dia sou a mãe mais feliz do mundo.
Obrigada, meu Deus.
Beijo na sua alma.

15 comentários:

Rydi disse...

Ai amiga que lindo!! :*), vc sabe aonde nos conhecemos né. Espero por isso até hoje. Estou apenas confiando em Deus.

bjss

Débora disse...

Oi Ridy querida :) Sei sim, e agradeço a Deus por tê-la conhecido um dia.
Amiga, sua hora vai chegar, assim como a minha vai chegar de novo :)
Um beijo meu na sua alma linda.
Angel.

Anônimo disse...

Angel querida,

Que delícia! não sabia que você estava participando desta Maravilhosa União de blogs.
Hoje já visitei tantos e fiquei impressionada com tantas histórias emocionantes.
E a sua não poderia deixar de ser.
Que linda e Maravilhosa lembrança para a sua vida.
Apesar da saudades de seus pais e por estar em outro País, tenho certeza que todos os momentos foram mágicos, especiais e inesquecíveis.
Não sei se você chegou a ler no meu blog, mas eu também tive descolamento de placenta do meu primeiro filho.
Só que eu estava no sétimo mês e tive que fazer uma cesária urgente porque estava com hemorragia e ele já estava engolindo sangue.
Pois é, passamos todas por momentos difíceis mas tenho certeza que hoje são lembranças que marcaram uma época.
Parabéns amiga pela sua postagem.
Um grande beijo em seu coração!!!

Unknown disse...

Angel.
o meu primeiro menino teve que nascer de repente, fui consultar e já fiquei internada.
quando trouxeram as roupinhas dele, meu Deus, não couberam, eram enormes.
rsrs
mas é tão bom, até hoje me lembro do nascimento dos meus dois tesourinhos.
beijos.
e parabens por ser uma mãe tão especial.

Gina disse...

Olá, Angel.
Desculpe-me não ter conferido sua participação.
Incrível como você consegue lembrar de todos os detalhes. Esse momento é tão único, tão avassalador em nossas vidas, que é impossível esquecer ou deixar de se emocionar, não é?
Grata por sua contribuição e no dia 15 de abril teremos o tema "infância".
Não deixe de nos avisar que publicou para que possamos divulgar e todos possam ter o prazer de ler também, ok?
Beijos!

orvalho do ceu disse...

Olá, Angel querida
Meu desejo de hoje é que uma chuva de bênçãos seja derramada sobre VC e outra chuva de pétalas de rosas orvalhadas...

A cada fala sua eu ia me transportando pra 38 anos atrás...
Quanta emoção nós vivemos com a ciência do exame: POSITIVO (que também fiz).... do enxovalzinho ricamente preparado... da correria à maternidade... do chorar efusivamente quando vimos nosso bebê... pela certeza de que é a melhor coisa do mundo... SER MÃE!!!
Vc nos contou, com riqueza de detalhe, e me possibilitou fazer uma contemplação da cena... foi muito lindo mesmo o nascimento da sua filhinha... pelo que senti daqui...
Seja muito abençoadda e feliz!!
A foto foi super original e diferente de todo o postado pelos demais participantes... legal!!!

Carinhos fraternos em forma de orvalho sôbre pétalas de rosas...

Uma santa e abençoada Quaresma para VC.
Bjs natalícios

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Angel. Gosto dessas blogagens coletivas, embora nunca tenha tempo para participar delas. Gostei da postagem sobre nascimento. Tem selinho para você lá no Arca. Fica em Mimos 2011. É só rolar a tela para baixo que encontrará. Espero que goste. Beijos.

Rosalino disse...

Adorável ideia de blogar em colectivo.
Deu para ler e reler alguns dos blogues que aderiram
E pensar que de facto na blogosfera tem muita gente com palavras incríveis para serem escritas e lidas.

As suas são de uma intensa profundidade ( como sempre)

Apesar de não ter esse dom de escrita.
Aproveito para poder ler quem tem.

Obrigado por mais esta postagem

Rosalino

Débora disse...

Lú, amiga, eu estive no seu blog e tentei deixei um comentário mas sem sucesso. Só dava erro. Ainda fiquei na dúvida se daria certo, mas pelos vistos não. Pode deixar que vou lá de novo.
Vi sim que também teve descolamento da placenta. Na verdade, é algo mais comum de acontecer do que a gente imagina ...
Um beijo, Lú.

Liliane, querida, todas nós somos mães especiais porque temos não só o dom de ser mães mas também o de amar incondicionalmente os nossos filhos.
Um grande beijo, minha linda.

Fiquem com Deus.

Débora disse...

Gina, não se preocupe. Tem problema, não. O importante é que estou a participar e no próximo dia 15 aqui estarei eu com o tema "infância" :)
Eu lembro mesmo de todos os detalhes, e são muitos mais, tantos que não caberiam neste post hehehehe tive que me virar para não escrever um livro rsrsrs.
Beijos mil para você, querida.

Orvalhinho :) muito obrigada pelas suas palavras super gentis. Você é um amor. Obrigada mesmo.
Beijo meu.

Débora disse...

Maria José, amiga, é verdade, nem sempre dá para participar mas esta é só uma vez por mês e além disso o tema Fases da Vida cativou-me por completo.
Obrigada pelo selinho. Vou lá buscar.
Beijo bom.

Rosalino, meu amigo, obrigada eu pela sua visita sempre tão simpática.
O seu blog é interessantíssimo e eu gosto muito de ler as coisas que escreve.
Paz e Luz.

RUTE disse...

Angel,
pois é, que aventura são os 9 meses de gravidez, o corpo mudando mês a mês, os enjoos (q eu não tive), o peso a aumentar, por mim a filhota tinha nascido ao 7ºmês, pois do 7º ao 9º o bébé só está lá a engordar (e nós também).
E depois a espera...o trabalho de parto...o tempo de hospital...a amamentação...olha, não acaba nunca. A minha já tem 13 anos!
Mas que vale a pena, VALE!
Recomendo a todas as mulheres que pelo menos uma vez na vida sejam mães.
Beijo além-mar.
Muito obrigada por seu depoimento.
Rute

Zilda Santiago disse...

Ufa amiga!enfim cheguei aqui;tô de bunda quadrada pq quero ler tds os blogs da coletiva que está linda.Beijos e para béns pela bela história.Qdo minha menina estava nos USA morri de medo que ela engravidasse lá....Beijãooooooooooooo

Luma Rosa disse...

Sua filhota não queria sair do aconchego! Imagino que deva ser uma excelente mamã - pois somente elas conseguem lembrar com riqueza de detalhes acontecimentos vividos, mesmo que tenham se passado séculos!! Parabéns pela rica participação! Beijus,

Débora disse...

Oi Rute, sim, sem dúvida, ser mãe vale muito a pena. Eu amo ser mãe e quero ser mãe novamente, em nome de Jesus.
Beijo, obrigada pela sua visita.

Zilda querida, eu ainda não consegui ler todos, mas que tá uma coisa linda, tá mesmo.
Obrigada, tá?

Luma querida, não sou perfeita, mas procuro ser a melhor mãe possível para a minha princesa, pois a maternidade é o papel mais importante que eu assumi na minha vida, com todo amor do meu coração.
Um beijo doce para você.

Paz e Luz, meninas.

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