terça-feira, 30 de outubro de 2007

BERNARDO DE PASSOS (Parte I)



Nasceu em S. Brás de Alportel a 29 de Outubro de 1876. Era filho de Bernardo Rodrigues de Passos (também ele republicano e anticlerical, tendo o seu funeral sido realizado de forma civil e envolto em polémica) e de Maria Joaquina Dias de Passos. Seu pai era figura importante entre os artistas algarvios e desenvolvendo também alguma actividade poética, colaborando em diversos jornais da época.

Desde muito jovem começou a colaborar em jornais locais muitas vezes utilizando pseudónimos como Bráz Brazil ou Passos Junior. Era um dos colaboradores regulares de O Povo Algarvio [semanário republicano de Loulé] e desde jovem se afirmou em defesa do Partido Republicano. Colaborou ainda na Província do Algarve, de Tavira; no Correio do Sul, de Faro, entre outros.

Destinado à vida comercial exerceu ainda funções de caixeiro no estabelecimento de João Manuel Rodrigues de Passos e de José Dias Sancho [importantes casas comerciais no Algarve]. Dedicou-se ainda à farmácia, chegando mesmo a ir a Lisboa para a farmácia de António Augusto da Silva Pratas, na rua de S. Bento, para aprender a profissão.

Regressa a S. Brás como ajudante de escrivão do Juízo de Paz e como solicitador, cargos que exerceu até ao amanhecer do regime republicano. Depois da implantação do novo regime foi Administrador do Concelho de Faro e Comissário de Polícia no Algarve. Anos depois é nomeado Chefe da Secretaria da Câmara Municipal de Faro, cargo que desempenhou até ao fim dos seus dias.

Escreveu algumas obras de poesia que estava muito impregnada da ideologia política que defendia. Publicou um panfleto anticlerical A Reacção no Algarve, em 1909. É considerado um dos principais dinamizadores do republicanismo na região algarvia, em particular na sua freguesia, S. Brás de Alportel que foi elevada à categoria de concelho após a implantação da República.

Entre as suas obras destacam-se: Adeus (1902), Grão de Trigo (1908), Portugal na Cruz (1909), Árvore e Ninho, Bandeira da República (1913) e Aldeia em Festa entre outras obras.

Morreu em Faro a 2 de Junho de 1930.

"JORNAL DE DOMINGO" E "A IMPRENSA" - HEMEROTECA




"Jornal do Domingo" e "A Imprensa" na Hemeroteca Digital

Mais dois títulos foram objecto de digitalização pela Hemeroteca Municipal de Lisboa. Um verdadeiro serviço público, aqui, à disponibilidade de um simples clique. Trata-se, agora, de dois periódicos publicados em Lisboa no século XIX, o "Jornal de Domingo" e "A Imprensa".

"Jornal de Domingo" – AnoI, nº1 (20 de Fevereiro de 1881) ao nº? (6 de Maio de 1883) -, publicado em Lisboa, Tipographia e Lytographia Casa Portugueza. Proprietário: Augusto de Sampayo Garrido. Director literário (a partir do nº 11) Pinheiro Chagas. Redactores: Eduardo Garrido, Francisco Palha, Gastão Mesnier, Pinheiro Chagas, Ramalho Ortigão, Serpa Pinto. Alguns colaboradores: Alberto Oliveira, Alberto Pimentel, Alfredo Taunay, Antero de Quental, António Ennes, Bordallo Pinheiro, Brito Aranha, Bulhão Pato, Castro Alves, Christovão Ayres, Cunha Bellem, Cunha e Sá, Delphim de Almeida, Eça de Queiroz, Fernando Caldeira, Gervásio Lobato, Gomes Leal, Gomes da Silva, Gonçalves Crespo, Guerra Junqueiro, Jayme Batalha Reis, Júlio César Machado, Latino Coelho, Luciano Cordeiro, Machado de Assis, Magalhães Lima, Rangel de Lima, Sousa Viterbo, Urbano de Castro.

"A Imprensa" - nº1 (Outubro de 1885) ao nº 72 (de 1891) - era uma "revista científica, literária e artística" quinzenal, publicada em Lisboa pela Imprensa Nacional. Direcção de Afonso Vargas (escritor e jornalista). De entre os colaboradores surgem Albertina Paraíso, Brito Aranha, César da Silva, Costa Alegre, D. João da Câmara, F. Pereira e Sousa, Gualdino Gomes, Guerra Junqueiro, João de Deus, José Pessanha, Latino Coelho, Silva Pereira. Apresenta crítica literária, contos, comentários (sobre Karl Marx ou Lassalle), desenhos e gravuras (de Lopes Mendes, Armando Pedroso, João Pedroso, Pastor, Filipe Fernandes). Curiosamente, Afonso Vargas considera o seu periódico de pendor "socialista-conservador".

J.M.M.

domingo, 28 de outubro de 2007

OBRAS COMPLETAS DE BERNARDINO MACHADO


Anunciamos aqui que a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão lançou no passado dia 5 de Outubro o primeiro volume dedicado à Ciência, das Obras Completas de Bernardino Machado.

Nesta obra presta-se particular atenção ao papel de Bernardino Machado enquanto cientista. Abordam-se temáticas ligadas à Física e à Matemática que conheceram grandes avanços na segunda metade do século XIX, sendo reeditados os seguintes textos:
- Theoria Mechanica da Reflexão e da Refracção da Luz: segundo Fresnel (1876);
- Dedução das Leis dos Pequenos Movimentos Periódicos Próprios da Força Elástica (1876);
- Theoria Mathematica das Interferencias (1876).

O caso deste último texto manifesta particular interesse porque serviu para a dissertação a concurso à Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra, as “Theses de Philosophia Natural” (1876), dissertação defendida na Universidade de Coimbra em 9 de Junho de 1876.

Ao longo dos próximos três anos devem ser lançados mais três títulos dedicados à sua actividade política, ao seu pensamento pedagógico e à publicação de alguma da correspondência deste estadista que se encontra no Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão.

O responsável por esta colecção é o professor Norberto Cunha que, com o apoio da Câmara Municipal, está a desenvolver um interessante trabalho na divulgação do papel de Bernardino Machado e na recuperação do papel da Iª República em Portugal.

[Na foto: dois netos de Bernardino Machado, Manuel Sá Marques e Aquilino Ribeiro Machado durante o lançamento da obra no passado dia 5 de Outubro de 2007.]

A.A.B.M.

sábado, 27 de outubro de 2007

EFEMÉRIDES DE OUTUBRO (Parte II)


Dia 16
1899 - Morre em Viseu o notável poeta e escritor Alexandre da Conceição.
1908 - O Dr. Bernardino Machado inicia a série de conferências de propaganda municipalista organizada pela Comissão Municipal de Lisboa.

Dia 17
1898 - Rosa Machado realiza, na Loja Liberdade de Lisboa uma conferência sobre Gomes Freire de Andrade, comemorando o aniversário da morte do 3º Grão-Mestre da Maçonaria Portuguesa.
1898 - O jornalista Baptista Machado era condenado a 20 dias de prisão por delito de imprensa.
1898 - Morre em Coimbra o director de O Conimbricense, Joaquim Martins de Carvalho.
1903 - Funda-se, em Lisboa, a Associação dos Compositores.

Dia 18
1817 - É enforcado em S. Julião da Barra, o nobre patriota general Gomes Freire de Andrade.
1898 - A Loja União Independente realiza na Associação Comercial dos Lojistas de Lisboa, uma sessão comemorativa da morte afrontosa do general Gomes Freire de Andrade, sendo conferente Alfredo Augusto César da Silva.
1897 - O Directório Republicano, eleito dias antes, elege o Dr. Manuel de Arriaga para seu presidente.
1908 - Realiza-se um comício no Samouco onde discursa o Dr. Alberto Costa.
1908 - Grande manifestação junto ao túmulo de Heliodoro Salgado.

Dia 19
1879 - o Dr. Rodrigues de Freitas é eleito deputado pelo Porto. Nestas eleições a lista republicana obtém 746 votos em 15 assembleias de Lisboa.
1890 - Funeral do propagandista e fundador do Centro Democrático, José Maria Chaves.
1908 - Morre repentinamente em Lisboa o dedicado democrata Candido Nicolau Artur Braga.

Dia 20
1865 - Nasce em Moura o Dr. Afonso de Lemos, vereador da Câmara Municipal de Lisboa.
1888 - Morre Júlio Cardoso, tesoureiro do Club Vieira da Silva, de Lisboa.
1907 - Inauguração em Aveiras de Cima da Escola Dr. Francisco Maria de Almeida Grandela.
1907 – O professor Agostinho Fortes realiza uma conferência na Associação do Registo Civil.
1907 – Realiza-se a festa do terceiro aniversário da Sociedade das Escolas Liberais a que preside o Dr. Bernardino Machado.


Dia 21
1906 - Inauguração em Lisboa (Benfica) da Escola Dr. Afonso Costa, mandada construir pelo industrial e comerciante Francisco de Almeida Grandela.

Dia 22
1854 – Nasce no Porto o professor Santos Pousada.
1881 – Morre em Viseu o jornalista João da Silva Mendes.
1893 – Grande homenagem prestada pelo Partido Republicano ao jornalista Alves Correia.
1893 - Realiza-se um grandioso comício operário no Teatro Alegria, em Lisboa.
1898 - A Loja Liberdade de Lisboa, realiza uma sessão magna para assinalar a morte de Gomes Freire de Andrade no novo templo Gomes Freire, do Grande Oriente Lusitano Unido.
1907 – Realiza-se um cerimónia de homenagem, nas Caldas da Rainha, ao Dr. Afonso Costa e Francisco Grandela.
1908 – O Mundo entrevista o Ministro da Guerra Brasileiro, o marechal Hermes da Fonseca, de passagem em Lisboa.

Dia 23
1880 - Greve dos corticeiros de Lisboa.
1880 - Em Bruxelas surge o primeiro número do semanário comunista-anarquista, "A Liberdade".
1881 – Inaugura-se em Alhandra o Centro Eleitoral Alhandrense.
1896 - Os cocheiros de Lisboa fundam a Associação "A Lusitana".
1897 – Morre em Lisboa o dedicado propagandista António Pacheco Moreira Lobo, que durante mais de 20 anos prestou relevantes serviços ao Partido Republicano.

Dia 24
1881 – Morre em Coimbra o general José Maria de Pina, que tomou parte, desde 1833 a 1847, nas campanhas pela implantação e consolidação do liberalismo em Portugal.
1881 – Inaugura-se, em Lisboa, o Clube Anselmo Xavier, na Rua do Recolhimento, 51, 1º andar.
1883 – Inicia publicação no Funchal o semanário República.
1884 - Pede a exoneração de Grão-Mestre pró-interino o general Miguel Batista Maciel.
1907 – Realiza-se a eleição da Comissão Paroquial Republicana de S. Brás de Alportel.
1908 – O administrador de Vila Franca de Xira proíbe João Chagas de ali realizar uma conferência de carácter político.

Dia 25
1850 – Nasce, em Vila Real, o professor do Instituto de Agronomia e Veterinária Alves Torgo, fundador do Centro Escolar Afonso Costa.
1903 - Sessão de homenagem a Ernesto Silva.
1908 – Grandes comícios de propaganda em Lisboa e Sobral de Monte Agraço. No primeiro discursaram Teófilo Braga, Manuel de Arriaga, Cunha e Costa, Tomás Cabreira, Miranda do Vale e José de Abreu, e no segundo Bernardino Machado, França Borges, Alberto Costa e António Bernardo.
1908 – A Associação do Registo Civil procede à distribuição no Campo Grande, em Lisboa, de um bodo a 100 pobres.
1908 – Realizam-se grandes comícios de propaganda em Palmela, Caparica, Samouco, Olivais, Barreiro, Oeiras, Caneças e Seixal.

Dia 26
1869 – Nasce em Mourão o professor Agostinho Fortes que foi vereador da Câmara Municipal de Lisboa.
1881 – Inaugurou-se em Grândola o Centro Eleitoral Republicano.
1884 – Morre no Porto o poeta e livre-pensador Ernesto Pires.

Dia 27
1905 - Uma delegação maçónica constituída por Luís Augusto Ferreira de Castro, Luís Filipe da Mata e José Maria de Moura Barata Feio Terenas vão receber o presidente francês Loubet e entregam-lhe uma mensagem. A Instituição "O Vintem das Escolas" organiza em honra do Presidente Loubet um canto coral com 1500 crianças das suas escolas, que entoam entre outros cânticos a Marselheza e vão decorados com a medalha comemorativa da visita de Loubet a Portugal e os rapazes com os seus vistosos fardamentos.
1905 – Emile Loubet, presidente da República Francesa, visitou Lisboa.
1907 – Inauguração da Escola do Centro Capitão Leitão, em Almada.

Dia 28
1840- Morre José Fontana, um dos obreiros do socialismo em Portugal.
1883 – Comício republicano para apresentação da lista dos candidatos aos cargos municipais, realizado no Chalet do Rato (Lisboa).
1885 - Morre o propagandista Francisco Ferreira da Costa.
1898 – França Borges, preso como responsável pela publicação de um artigo intitulado “Actualidade”, no jornal Lanterna, de que era director.
1906 – É eleita a Comissão Municipal Republicana de Lisboa.
1906 – O Dr. Bernardino Machado procede à entrega dos prémios aos alunos da Academia de Instrução Popular.

Dia 29
1888 – Morre em Lisboa, vitimado pela tuberculose Carlos Augusto Ramires, sócio fundador do Clube Vieira da Silva.
1908 – O Mundo recebe a comunicação de ter sido inaugurado em 14 de Julho no Pará o Centro Republicano Português, cujos primeiros corpos dirigentes são eleitos e tomam posse em 15 de Outubro.

Dia 30
1887 – Morre, em Sacavém, José Joaquim Miranda, tesoureiro da Associação Escolar 24 de Agosto de 1820.
1900 – O Jornal de Abrantes entrega a França Borges a pena de oiro adquirida por subscrição pública aberta nas colunas daquele jornal, em homenagem à luta travada na Pátria contra o jesuitismo.
1906 – Regressa a Portugal o Dr. Alves da Veiga.

Dia 31
1864 – Nasce em Almeirim o Dr. Guilherme Godinho, que em 1908 era presidente da Câmara Municipal.
1896 - O professor e irmão Diogo Rosa Machado, realiza um eloquente discurso na Loja Liberdade de Lisboa.
1898 – Entra na cadeia, a fim de cumprir uma pena de cadeia o editor de O País, Paulo da Fonseca
1901 – No Centro Escolar Dr. Afonso Costa realiza uma conferência anti-clerical o sr. Augusto José Vieira.
1901 - Realiza-se, no Porto, o I Congresso da Indústria Têxtil.
1908 - O Mundo anuncia a prisão, por seis meses, no forte da Graça, em Elvas, do militar e professor Tomás Cabreira.


Foto: o general Gomes Freire de Andrade.

[actualizado]
A.A.B.M.

D. MANUEL II E A PRINCESA AUGUSTA VITÓRIA


D. Manuel II [1889-1932] e esposa, Augusta Vitória [1890-1966: filha do príncipe Guilherme de Hohenzollern-Sigmaringen e de Maria Teresa de Bourbon, casou em 4 de Setembro de 1913 com D. Manuel II, seu segundo primo, pois eram bisnetos de D. Maria II e D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha]

J.M.M.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

CONGRESSO INTERNACIONAL COMEMORATIVO DA GUERRA PENINSULAR


A Academia Portuguesa da História, o Centro de Estudos Anglo-Portugueses, a Sociedade Histórica da Independência de Portugal e o Centro de História da Universidade de Lisboa vão realizar nos próximos dias 7-9 de Novembro de 2007, um Congresso para assinalar a passagem dos 200 anos das Invasões Napoleónicas em Portugal.

As sessões terão lugar em Lisboa na Fundação Calouste Gulbenkian, na Avenida de Berna.

Qualquer contacto ou pedido de informação deverá ser dirigido a ceap@fcsh.unl.pt ou pelo telefone 21 795 88 48.

Coordenação: Professora Doutora Maria Leonor Machado de Sousa
Centro de Estudos Anglo-Portugueses
Av. de Berna, 26-C Gab. 204
1069-061 Lisboa
Telefone: +351.21.795 88 48

A partir de 6 de Novembro de 2007 estará patente na Biblioteca Nacional uma exposição bibliográfica e iconográfica relativa à Guerra Peninsular, organizada pelos Professores António Ventura (Centro de História da Universidade de Lisboa) e Maria Leonor Machado de Sousa (Centro de Estudos Anglo-Portugueses).

Com os votos do maior sucesso para mais esta iniciativa. O programa do Congresso pode ser consultado aqui

[Post Corrigido,com o nosso pedido de desculpas pelo engano na versão inicial.]

A.A.B.M.

HISTÓRIA DE PORTUGAL OU A EDIÇÃO (DITA) DE BARCELOS


Damião António Peres [Lisboa, 1889-Porto, 1976] tirou o Curso Superior de Letras (em Lisboa), foi professor do ensino liceal (Funchal, Gil Vicente e Rodrigues de Feitas) e reitor no Liceu do Funchal, depois leccionou na FLUP e na FLUC (1931). Historiador [da expansão ultramarina] e reputado numismata, dirigiu o Arquivo Histórico da cidade do Porto. Fundou a Revista de Estudos Históricos (1924-26) e, mais tarde, participa na fundação da Revista Portuguesa de História (Coimbra, 1941). Foi, entretanto, chefe de gabinete dos Ministros de Instrução Pública (1925-27; no caso eram Leonardo Coimbra e Alfredo de Magalhães). Desempenha as funções de Director da BGUC (1940-43). Foi fundador da Academia de História e sócio efectivo da Academia de Ciências de Lisboa (1957). Damião Peres "constitui um expoente da historiografia portuguesa na época do Estado Novo, sem representar predominantemente e abertamente a ideologia ‘integralista’ ou salazarista" [António Nóvoa, in Dicionário dos Educadores Portugueses, Edição ASA, 2003 – ver biografia na p.1077-1080, que seguimos de perto]

Na Foto a edição monumental comemorativa do 8º Centenário da Fundação da Nacionalidade, da História de Portugal. Direcção literária de Damião Peres. Direcção artística de Eleutério Cerdeira. Barcelos. Portucalense Editora, 1928/1981 (data do II Suplemento 'Livraria Civilização'), 8+2 vols (suplementos), i.é, 10 vols., incluidos I e II (suplementos) e um de 'índices'.

J.M.M.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

HELIODORO SALGADO (Parte IV)


Colaborou nos seguintes periódicos:

- 1.° de Maio. Numero Único. Cooperativa Typographica, Porto, 1895.
- 14 de Julho, 1789 1889 Numero único. Typ. Guttenberg, Porto, 1889.
- Alarme (O), Diário Republicano da Tarde, Redactor Político: Heliodoro Salgado, Secretário de Redacção: José de Arriaga, Porto, 31-10-1904 a 7-09-1905.
- Alazure, Lisboa, periódico socialista, Director: Heliodoro Salgado, 1904.
- Alerta, Barcelos, Mensário de Propaganda Livre, Fevereiro a Dezembro, 1905.
- Alferes Malheiro (O). Número único. Porto, typ. da Empreza litteraria e typographica,. Sem data [1893].
- Amigo do Povo, Edição do Grupo de Amigos do Povo, Lisboa, 1904.
- Ano depois (Um). (Aos vencidos). 31 de Janeiro de 1891 - 31 de Janeiro de 1892. Porto, typ da Empreza litteraria e typographica.
- Ano depois (Um). Numero único. Porto, typ. Mendonça, 1894.
- Batalha, (A), jornal republicano radical, Lisboa, 1898.
- Carteira do viajante. Num. 3, 6.º anno. Porto, 1892.
- Combate (O), panfleto. De colaboração com Heliodoro Salgado.
- Comércio e Indústria. Ciências, Artes, e Letras: folha ilustrada, galeria biográfica contemporânea, Lisboa, 189? - 1910.
- Consagração. Numero único, dirigido por Fernão Botto Machado e Gonçalves Neves e dedicado ao Dr. Sebastião de Magalhães Lima, etc. [Sem indicação de tipografia nem de ano; provavelmente saiu da imprensa da Vanguarda, Lisboa, Dezembro de 1904].
- Debate (O), jornal republicano, Dir. João de Meneses, Lisboa, 30-03-1903 a 23-08-1904.
- Despertar (O), Porto, 13-03-1905 a 17-04-1905.
- Diário de Anúncios. Numero literário, dedicado ás vitimas sobreviventes do incêndio do Teatro Baquet do Porto. typ. Minerva, S. Miguel. Ponta Delgada - Açores, 29 de Abril de 1888.
- Discussão (A). Diário democrático da tarde, Porto, director: Alves da Veiga, 1-12-1883 a 19-02-1887.
- Evolução Parlamentar da Democracia – Na Inglaterra e em Portugal, col. Pequena Biblioteca Democrática, Lisboa, Tipografia do Comércio, 1907.
- Exposição da imprensa (A). Numero único. Publicado em comemoração do primeiro certame jornalístico que se realizou em Portugal, por ocasião das festas do IV centenário da descoberta do caminho marítimo para a Índia. Director, Alberto Bessa, Lisboa, Maio de 1898.
- Feixe de Plumas (Um). Porto, 1 de Abril de 1890. Numero único.
- Festival infantil no Palácio de Cristal.. typ. da Empresa Litteraria e Typographica, Porto. [Em beneficio dos seis orfãos, filhos de João Pinto Ferreira, vitima, com sua esposa, no horroroso incêndio do Teatro Baquet, 21 de Março de 1888. - 22 de Abril de 1888. Promovido por uma comissão de alunos menores do ginásio Lauret, e briosamente coadjuvados pelos alunos dos colégios de Nossa Senhora da Glória, S. Lazaro, Nacional, S. Carlos, escolas Académica, Moderna, Santa Maria, Orfãos, Academia de Braga, Orfãos de Braga, e os ginásios de Coimbra, Santo Tirso e Lauret, do Porto].
- Folha Nova (A), Porto, Red. Emídio de Oliveira, Tipografia. Ocidental, 23-05-1881 a 1888.
- Folha do Povo, Lisboa, Fundador: José António Ferreira; Director Político: Fernão Botto Machado; Secretário de Redacção: Heliodoro Salgado [entre 24 de Dezembro de 1900 a 14 de Outubro de 1901], 11-08-1881 a 31-12-1902.
- Geração Nova (A). Jornal de arte. Directores: Heliodoro Salgado e Julio Lobato. Número de Natal e Ano Novo, typ. Cunha & C.ª, Porto, 1895.
- Gil Braz. Quinzenário ilustrado de música, literatura, crítica, teatros, touros e sport, Lisboa, 20-04-1898 a 30-03-1904.
- Homenagem prestada a Theophilo Braga. Numero único, publicado pela Associação Escolar de Ensino Livre, Minerva Peninsular, Lisboa, 3 de Dezembro de 1899.
- José Estêvão. Numero único. Comemorativo da inauguração do monumento em Aveiro. Publicação do Clube Escolar José Estêvão, typ. da Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1889.
- Liberdade (A), Diário Republicano Académico, Lisboa, Directores: Máximo Brou e Santos Franco, 31-01-1901 a 25-05-1901.
- Lucta (A), Diário Socialista, Lisboa, Redactor Principal: José de Macedo, 01-05-1900 a 05-08-1900.
- Machina (A). Órgão dos empregados dos caminhos de ferro do Minho e Douro. Proprietário e redactor, Joaquim Ferreira Netto. Número especial, colaborado obsequiosamente por escritores distintos, para ser vendido na quermesse em beneficio do cofre da Associação de Socorros Mútuos dos Empregados dos Caminhos-de-ferro do Minho e Douro, imp. Civilização, Porto, Agosto de MDCCCLXXXXIII.
- Mundo (O), Lisboa, Director: França Borges, 16-09-1900 a 9-12-1936.
- Mutualista (O). Numero comemorativo da Associação de Socorros Mútuos dos Carpinteiros, Pedreiros e Artes Correlativas, 18 de Junho 1852 - 18 Junho 1902, Lisboa, typ. do Instituto Geral das Artes Gráficas.
- Norte (O), Porto, Dir.: Diniz Seixas e mais tarde Ribeiro Seixas, Administrador: Germano Martins, Editor: Alexandre de Barros, 21-01-1900 a 31-12-1910.
- Obra (A), semanário republicano, Lisboa, 1898
- Operário (O), Porto, Directores: João Ricardo, José Ribeiro, Bessa Carvalho, Guedes de Oliveira, 25-05-1879 a 26-2-1882.
- Pátria (A), Lisboa, Director: José Benevides e mais tarde França Borges; Administrador: João Alves Correia, 01-03-1899 a 04-09-1900.
- Pela Infância. Á Memoria de Sara de Matos. Número único. Comemorativo. Lisboa, typ. do Comércio [Sem data].
- Porto Andaluzia. Porto, 1 de Fevereiro de 1885. A imprensa portuense aos povos da Andaluzia. Imp. da Folha da Tarde, Porto, 1885.
- Portuguesa (A), Porto, Editor: Manuel Inácio Alves Pereira, 08-02-1892 a 17-01-1893.
- Pró - Justiça. Número único de homenagem a Emile Zola, Imp. de Libânio da Silva Lisboa, 1899. [Com a inscrição «Homenagem promovida pelos operários do livro em Portugal» tinha por objectivo homenagear Zola por ocasião da célere questão Dreyfus].
- Protesto Operário (O), Lisboa, 1882. Órgão do Partido Operário Socialista, 05-03-1882 a 22-04-1894.
- Protesto de sympathia á Hespanha. Imp. Moderna, Porto, 1 de Dezembro de 1890.
- Reacção (A). Publicação anti jesuítica. 1.° anno. 6 de janeiro de 1901. N.º 8. - Número comemorativo da entrada do século XX. Typ. Peninsular, Porto, 1901.
- Revista Moderna. Número extraordinário em beneficio exclusivo dos artistas do Baquet, 20 de Março de 1888.
- Século (O), Lisboa, Dir. Magalhães Lima, 04-01-1881 a 11-1983.
- Talento e arte. Homenagem á distinta actriz Emília Eduarda. Porto 2 de Maio de 1896. Numero único.
- Trabalho (O), jornal dedicado á classe operaria pela «Caixa Económica Operária». Número único. 15 de Agosto. Typ. Phenix, Lisboa, 1889.
- Vanguarda, Lisboa, Director: Magalhães Lima, 09-03-1891 a 22-10-1911.
- Voz do Operário (A), Lisboa, 11-10-1879 – ?

E certamente muitos outros de que não temos conhecimento,

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
- Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, vol. II, Coord. Eugénio Lisboa, Publicações Europa-América, 1990.
- Ferreira, David, “Heliodoro Salgado”, Dicionário de História de Portugal, vol. V, Dir. Joel Serrão, Livraria Figueirinhas, Porto, 1992.
- Pires, Daniel, Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Século XX (1900-1940), Grifo, Lisboa, 1996.
- LEMOS, Mário Matos e, Jornais Diários Portugueses do Século XX: Um Dicionário, Ariadne Editora/CEIS 20, Coimbra, 2006.
- SÁ, Victor, Roteiro da Imprensa Operária e Sindical (1836-1896), Caminho, Lisboa, 1991.
- VENTURA, António, Anarquistas, Republicanos e Socialistas em Portugal. As Convergências Possíveis (1892 -1910), Edições Cosmos, Lisboa, 2000.

[Na foto acima: Germano Lopes Martins nascido no Porto em 7 de Janeiro de 1871 e faleceu em Lisboa em 21 de Junho de 1950, político republicano, deputado, advogado, foi entre outras funções Director Geral do Ministério da Justiça e colaborador em diversos jornais como O Norte, referido neste elenco de publicações socialistas e republicanas nos finais do século XIX e inícios do século XX.]

A.A.B.M.

domingo, 21 de outubro de 2007

TERTÚLIAS DA REVISTA HISTÓRIA


Vai realizar-se no dia 23 de Outubro, pelas 18.30 h, mais uma tertúlia da Revista História. Desta vez o convidado é o Professor Doutor António Ventura, que vai apresentar algumas reflexões sobre As Invasões Francesas: - O Portugal napoleónico.

Num momento em que se assinalam os dois séculos sobre a primeira invasão (comandada por Junot em 1807) e sabendo a influência que estas invasões tiveram na vida política e social portuguesa nos anos que se lhe seguiram, é importante traçar as linhas gerais de enquadramento da época, conhecer os protagonistas, os episódios e sobretudo qual foi a reacção de um pequeno país periférico às tropas enviadas por Napoleão Bonaparte.

Mais uma iniciativa importante da Revista História, a que o Almanaque Republicano não podia deixar de se associar para divulgar junto dos seus ledores habituais, com os nossos votos do maior sucesso.

A.A.B.M.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

IN MEMORIAM JOÃO CAMOSSA [1926-2007]


João Camossa [1926-2007]

João Carlos Camossa de Saldanha era advogado e uma figura pública de grande encantamento. De raiz "anarco-comunalista" porque gostava de ser "senhor de si mesmo", professava a dissidência espiritual ou não fosse possuído de vasta e copiosa memória cultural. Era monárquico mas dos que prezam a liberdade e a vida. Repudiou sempre aqueles que, comprometidos com o salazarismo e o fascismo, eram (são) situacionistas. E, por isso, ficou cada dia mais só, esquecido, incompreendido, maltratado.

Assinou, em 1957, com um grupo de monárquicos independentes [como Francisco Sousa Tavares, Barrilaro Ruas, Manuel Megre, Rebelo Raposo, F. Vasconcellos e Sousa, J. Rebelo Vaz Pinto, Eduardo d’Orey, José Henriques Barbosa, Fernão Pacheco de Castro, Jorge Portugal da Silveira, Jorge d'Almeida Couto, Eduardo Pizarro Monteiro, José Paulo de Almeida Monteiro] um documento "de afirmação política equidistante entre o Governo e a oposição republicana" [refª Manuel Braga da Cruz, Monárquicos e Republicanos no Estado Novo, D. Quixote, 1986] e onde se assumia "distanciação" face ao regime salazarista [vidé Diário de Lisboa, 31/10/1957]. Face ao "neutralismo colaborante" da Causa Monárquica [até pelo apoio eleitoral dado à U.N.] e da assumida idolatria da CM por Oliveira Salazar, esse grupo de monárquicos dissidentes afasta-se da CM e surge organizado em listas independentes, participando no acto eleitoral de então. João Camossa foi, então, um dos candidatos. Em 1969 entram nas legislativas e, em 1973, um elemento seu integra a lista da CEUD de Lisboa. Foram proibidos de intervir nas eleições de 1973. Mantiveram relações amistosas com a chamada oposição democrática e a "ala liberal" da Assembleia Nacional.

Como nos é dito aqui, João Camossa era um "convicto militante anti-salazarista e anti-marcelista" tendo estado "implicado antes do 25 de Abril em conspirações e movimentos revolucionários”, e foi "várias vezes interrogado, torturado e preso pela PIDE". Participou, como advogado, "ao lado de Manuel João da Palma Carlos, Salgado Zenha, Abranches Ferrão, Mário Soares, Duarte Vidal, entre outros, em julgamentos efectuados no Tribunal Plenário de Lisboa".

Em Maio de 1974, aparece João Camossa na fundação do Partido Popular Monárquico, partido que preconizava no seu manifesto uma "monarquia democrática, de características análogas às das actuais monarquias do Norte da Europa".

Morreu no passado dia 17 de Outubro, em Lisboa.

Foto:"O socialista Eduardo [Edmundo !?] Pedro (à esquerda) e o monárquico João Camossa (à direita)...", in Expresso, 3/05/1997

J.M.M.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

HELIODORO SALGADO (Parte III)


Publicou os seguintes livros e opúsculos:

- Religião da Morte (A) , Biblioteca de Propaganda Social, Lisboa, s.d.
- Igreja e o Proletariado (A), Sociedade Cooperativa de Produção Tipográfica, Porto, 1888.
- John Bull, pirata. Libelo acusatório contra a Inglaterra e os seus cúmplices. Em honra do major Serpa Pinto. Em prosa, por Augusto Peixoto e Heliodoro Salgado. Livraria Económica, Lisboa, 1890. [Com o retrato de Serpa Pinto, gravado por D. Neto].
- Guerra à Inglaterra, Tipografia Moderna, Coimbra, 1890.
- Insurreição de Janeiro (A). História, filiação, causas e justificação do movimento revolucionário do Porto, Tipografia da Empresa Literária e Tipográfica, Porto, 1894.
- Através das Idades (poesia), Agência Universal de Publicações, Lisboa, 1899.
- Instrução Popular (A), Tipografia Phénix, Lisboa, 1899.
- Catecismo Liberal, Instituto Geral das Artes Gráficas, Lisboa, 1899.
- Religião e Ciência. Conferências de critica religiosa realizadas na sala da Associação Comercial dos Lojistas de Lisboa em 22 e 24 de Abril de 1903, Tipografia do Comércio, Lisboa, 1903.
- Pela Verdade. Vinte e sete anos de trabalho honesto e constante, Tipografia Bayard, Lisboa, 1903.
- Culto da Imaculada (O). Estudos críticos e históricos sobre a mariolatria, Livraria Chardron, Porto, 1905.
- Mentiras Religiosas (As), Tipografia do Comércio, Lisboa, 1906.

Na colecção Pequena Biblioteca Democrática, que Heliodoro Salgado dirigiu, publicaram-se os seguintes opúsculos em 1906:
- Os Direitos Políticos;
- Os Parlamentos;
- Evolução Parlamentar da Democracia. Na Inglaterra e em Portugal;
- Evolução Parlamentar da Democracia. Na Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Rússia.

Traduziu, entre outras, as seguintes obras:
- Malon, Benoit, O Socialismo Integral. I – História das Teorias e Tendências Gerais, Tipografia do Instituto Geral das Artes Gráficas, Lisboa, 1899.
- Malon, Benoit, O Socialismo Integral. II – Reformas Possíveis e Meios Práticos, Tipografia de «O Dia», Lisboa, 1899.
- Malvert, Ciência e Religião, Livraria Central Gomes de Carvalho Editor, Lisboa, 1903.
- Malvert, Resumo de História das Religiões, Ed. da Associação do Registo Civil, Lisboa, 1903.

[Na foto Benoit Malon(23-06-1841 a 13-09-1893), escritor e jornalista francês de origem campesina, participou no movimento da Comuna de Paris, e que se transformou num dos homens marcantes do movimento operário em França e que Heliodoro Salgado verteu para língua portuguesa em 1899.]

[em continuação]

A.A.B.M.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

HELIODORO SALGADO (Parte II)



Segundo Mayer Garção, Heliodoro Salgado "não será totalmente um esquecido", mas reconhece que ele ocupou “um lugar imerecidamente secundário no seu partido” [Mayer Garção, Os Esquecidos, Empresa Editora e de Publicidade A Peninsular, Lisboa, 1924, p. 25 a 31]. Esta situação não ocorreu, no entanto, por ocasião do seu funeral, que acabou por se tornar em mais uma manifestação de carácter político, aproveitada pelos republicanos para difundir as suas ideias.

Foi, como considerou Fernando Catroga, uma “apoteose”. Ao seu funeral, segundo as estimativas da época acorreram cerca de 40 000 pessoas, mas assistiram ao acontecimento e ao desfile cívico em sua homenagem talvez perto de 100 000 pessoas. Considerava-se portanto, uma das mais importantes cerimónias fúnebres que alguma vez tinham acontecido em Lisboa. O facto do seu funeral se ter realizado civilmente e de ter existido a suspeita de que Heliodoro Salgado teria sido envenenado, foi o suficiente para atrair uma multidão de curiosos e de defensores das suas ideias. O seu funeral apresentou uma coreografia que reproduzia, como considera Fernando Catroga, a dos cortejos cívicos e emitia um simbolismo criador de momentos de solidariedade e de comunhão entre as várias correntes e sensibilidades que coexistiam no seio do movimento republicano e anticlerical[Fernando Catroga, O Céu da Memória. Cemitério Romântico e Culto Cívico dos Mortos, col. Minerva História, Editorial Minerva, Coimbra, 1999, p. 162-164].

Nessa ocasião discursaram à beira túmulo diversas personalidades que interpretaram, em certa medida, uma aliança entre o anticlericalismo, o socialismo, o anarquismo, a Maçonaria e os republicanos mais radicais. Assim, foram oradores nessa ocasião: António José de Almeida, Sebastião de Magalhães Lima, Feio Terenas, Sá Pereira, Bartolomeu Constantino, Augusto José Vieira e França Borges. No fundo, era uma tentativa de compreender o percurso de vida e de pensamento ideológico desenvolvido por Heliodoro Salgado, dando-lhe o papel de exemplo a seguir por outros que como ele defendiam a libertação do povo da tutela da realeza, da igreja e do grande capital [Fernando Catroga, ob. cit., p. 164].

Para conhecer melhor a figura de Heliodoro Salgado sugerimos a leitura que se encontra aqui, consultar este local, prestar atenção ao que é referido neste sítio, aqui ou finalmente este texto.

Nos próximos posts tentaremos dar a conhecer, dentro das nossas possibilidades, a produção intelectual deste republicano, os livros, os opúsculos e as traduções, bem como imensa quantidade de periódicos onde encontramos colaborações suas.

[Na foto acima - Bartolomeu Constantino, operário anarquista que discursou no funeral de Heliodoro Salgado.]

[em continuação]

A.A.B.M

terça-feira, 16 de outubro de 2007

HELIODORO SALGADO (Parte I)


Nascido em S. Martinho de Bougado (Santo Tirso) em 8 de Julho de 1861. Proveniente de uma família com alguma cultura e influência local, o pai Eduardo Augusto Salgado era engenheiro e desempenhou ocasionalmente as funções de jornalista e tradutor de obras de Renan.
Estudou no Colégio dos Órfãos juntamente com o seu irmão, Ângelo, após o falecimento do pai.

Começou a desenvolver a actividade de jornalista no jornal O Operário de tendências socialistas, porque nessa altura estava inscrito no Partido dos Operários Socialistas. No final da década de oitenta do século XIX começa a aproximar-se cada vez mais das ideias republicanas a que veio a aderir próximo do Ultimato inglês de 1890. Nas eleições realizadas em Março de 1890 apresentou-se como candidato a deputado, mas obteve um resultado decepcionante. Manifestou sempre fortes preocupações sociais destacando-se como defensor da instrução popular, da melhoria das condições de vida das classes trabalhadoras e a veemência dos seus textos valeram-lhe em diversas ocasiões a prisão e a censura dos seus escritos. A primeira vez que foi detido foi em 15 de Agosto de 1891 e outras já fomos fazendo referência nas Efemérides mensais que temos vindo a publicar.

“Protótipo do proletário intelectual”[David Ferreira, Dicionário de História de Portugal, vol. V, dir. Joel Serrão, Livraria Figueirinhas, Porto, 1992, p. 425-426], Heliodoro Salgado acaba por morrer com 45 anos. Era considerado um grande orador nos comícios organizados pelos republicanos, para defender as causas dos mais fracos e injustiçados socialmente.
Considerado”um dos progenitores do anarquismo intervencionista” [António Ventura, Anarquistas, Republicanos e Socialistas em Portugal. As Convergências Possíveis (1892-1910), Edições Cosmos, Lisboa, 2000, p.193-205], manteve-se ao longo da vida um “franco-atirador” que considerava: “os partidos políticos são, como as religiões, inimigos da novidade. São improgressivos como congregações. Os seus dogmas chamam-se programas. Cada artigo do programa é um artigo de fé.”[Como estas palavras ainda hoje mostram a sua validade! Talvez ainda mais que no passado.] A dimensão e complexidade do seu pensamento pode ser acompanhado no trabalho supra referido, embora seja de destacar a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre este autor socialista, republicano e anarquista.

A partir de 1897 instala-se em Lisboa e, logo no ano seguinte, integra a Comissão Municipal Republicana de Lisboa, ainda que como suplente. Preside também ao Centro Republicano Pátria e à Assembleia-geral da Associação Propagadora do Registo Civil.
Dedicava-se à actividade lectiva de Português, Francês, Literatura, História e Filosofia em regime livre para conseguir alguns proventos para sobreviver em termos materiais.

Assumindo-se desde bastante jovem como republicano e livre-pensador. Foi iniciado na Maçonaria em 1890, com o nome simbólico de Lutero, na Loja Obreiros do Trabalho, de Lisboa, pertenceu depois às lojas União Latina, do Porto (1893) e Elias Garcia, de Lisboa (1897). Foi ainda secretário do Vintém das Escolas e redactor da respectiva publicação. Foi um dos participantes na Conferência Nacional Maçónica da Figueira da Foz em Setembro de 1906.

Desempenhou, no período final da sua vida as funções de arquivista do Directório do Partido Republicano.
Faleceu em Lisboa a 12 de Outubro de 1906.

Foto:in Fundação Mário Soares [Documentos Carvalhão Duarte]

[em continuação]

A.A.B.M

ROCHA MARTINS (FRANCISCO JOSÉ DA ...) [1879-1952]


Rocha Martins  [1879-1952]

"Jornalista, historiador e activista político que sempre se manteve monárquico liberal, opondo-se ao reconhecimento de D. Duarte Nuno, em nome do manuelismo. Apesar de colaborar com os primeiros momentos da Ditadura Nacional, chegando a assessor de imprensa de Linhares de Lima, por ocasião da Campanha do Trigo, torna-se activo oposicionista do salazarismo, nomeadamente nos artigos subscritos em A República, quando se clamava: falou o Rocha, o Salazar está à brocha" [in, Francisco José da Rocha Martins- sublinhados nossos]

J.M.M.

sábado, 13 de outubro de 2007

EFEMÉRIDES DO MÊS DE OUTUBRO


Dia 1

1858 – Funda-se em Alcântara (Lisboa), a Associação Fraternal dos Fabricantes de Tecidos e Artes Correlativas.
1871 – Fundação, em Lisboa, do Ateneu, Sociedade de Estudo e Ensino Livre, de cariz republicano.
1879 – Sai em Lisboa o 1º número do diário republicano O Suplemento.
1886 – Começa a publicar-se em Lisboa o primeiro volume da Biblioteca de Propaganda Democrática, da qual saíram 4 volumes, dirigida por Zófimo Consiglieri Pedroso.
1891 – Começa a publicar-se em Lisboa o jornal Ideia Nova, de cariz republicano.
1898Bernardino Machado é eleito Grão-Mestre honorário da Maçonaria brasileira.
1899
– São notificadas 11 querelas ao jornal republicano A Lanterna.

Dia 2
1881 - Começa a publicar-se em Lisboa o semanário republicano O Noventa e Três, dirigido por Augusto de Figueiredo.
1900O Mundo promove uma querela contra o juiz Veiga.
1906 – Faz a sua estreia parlamentar o Dr. António José de Almeida.

Dia 3
1881 – Sai em Ponta Delgada o 1º número do jornal Ventosa Sarjada
1906 – O Dr. Alexandre Braga estreia-se a discursar no parlamento.
1908 – Na Covilhã registam-se altercações, devido à realização de um congresso de Jesuítas, que provocaram reacções aos mais liberais e livres-pensadores, levando à intervenção da força armada.

Dia 4
1873 – Publica-se o último número do jornal Pensamento Social, onde colaborou assiduamente Antero de Quental.
1899 – Funda-se no Porto a Associação de Classe dos Revendedores de Jornais.
1907 – Morre, em Hamburgo, Alfredo Keil, autor da música a “Portuguesa”, escrita em 1890, após o Ultimato inglês e que se tornou o Hino Nacional com a implantação da República.
1907O Mundo publica o agravo do Dr. Afonso Costa no célebre processo dos 21.
1908 – Inauguração na Figueira da Foz do Centro António José de Almeida.

Dia 5
1872 – Morre, em Luanda, José Vieira de Castro, político e escritor que ali viveu desterrado durante alguns anos. Era um dos grandes amigos de Camilo Castelo Branco e autor de uma obra intitulada A Republica. A obra publicada por Vasco Pulido Valente, Glória, aborda o trajecto de vida trágico deste escritor.
1887 – Morre o livre-pensador José Narciso Barbosa.
1902 – Morre Miguel Baptista Fernandes, fundador do Clube João Pinto Ribeiro.
1906 – É adiado o julgamento do juiz Veiga no processo que O Mundo lhe move.

Dia 6
1907 – Realiza-se uma sessão para distribuição de prémios na Missão Elias Garcia do Vintém das Escolas.

Dia 7
1878 – Comício eleitoral realizado em Lisboa, no Teatro da Rua do Condes, para apresentação do candidato a deputado republicano, Manuel de Arriaga. Nesta ocasião o candidato expôs o seu programa político. Presidiu a este comício Ramalho Ortigão.
1898 – O Grande Oriente de Portugal (dissidência do Grande Oriente Lusitano Unido) decreta a Constituição que o deve reger.
1906 – É inaugurada em Sobral, concelho de Vila Franca de Xira, uma escola gratuita a expensas do prestimoso republicano Manuel Fernandes Pereira.

Dia 8
1817 - No Campo de Santana (hoje Campo dos Mártires da Pátria) foram enforcados os liberais portugueses por ordem de Beresford, com a concordância dos responsáveis pela regência do reino.
1864 – Nasce em Ílhavo o engenheiro Xavier Esteves, deputado pelo Porto na legislatura de 1900.
1900 – Morre em Lisboa o prestimoso jornalista republicano Sabino de Sousa.

Dia 9
1846 – Revolta no Porto onde se nomeia uma Junta Provisória do Governo do Reino, sendo esta a primeira manifestação de protesto ao golpe de estado de 6 de Outubro desse mesmo ano. Na sequência destes acontecimentos foi preso o Duque da Terceira.
1865 – Realiza-se o Congresso Social no Centro Promotor de Lisboa, com a presença de representantes de 71 associações de todo o País.
1897 – É apreendido o jornal Marselhesa.

Dia 10
1844 – Morre, em S. Miguel, Manuel António de Vasconcelos, deputado às cortes constituintes de 1837, onde se destacou pelas suas convicções democráticas.
1900 –É apreendido o jornal O Mundo.

Dia 11
1872 – Publica-se, em Lisboa, o 1º número do diário A Democracia.
1879 – Inicia publicação, em Lisboa, o semanário Voz do Operário, órgão dos manipuladores do tabaco, fundado por Custódio Brás Pacheco.
1889 – Morre em Viseu o poeta, livre-pensador e engenheiro civil Alexandre da Conceição. O seu funeral realiza-se civilmente. Era natural de Ílhavo.
1891 – Inauguração, em Lisboa, da primeira escola fundada pela Sociedade Voz do Operário.

Dia 12
1873 – Funda-se no Porto a Fraternidade Operária.
1894 – Morre, em Vila Real (Trás-os-Montes), o jornalista democrata e livre-pensador Augusto César, director do jornal O Transmontano.
1906 – Morre em Lisboa, Heliodoro Salgado, activo propagandista republicano e livre-pensador. Autor de várias obras como Culto da Imaculada Conceição e tradução de outras obras como Ciência e Religião, de Malvert. O seu corpo foi venerado nas instalações do Centro Republicano do Largo de S. Carlos.

Dia 13
1872 – É instalada no Barreiro uma secção do Partido Socialista.
1878 – Eleições gerais para deputados, em que se apresentaram três candidatos pelo Partido Republicano que obtiveram as seguintes votações:
Teófilo Braga, círculo nº 94 (Lisboa; 1º Bairro) – 434 votos.
Manuel de Arriaga, círculo nº 96 (Lisboa; 3º Bairro) – 465 votos
Abílio Roque de Sá Barreto, círculo nº 54 (Coimbra) – 622 votos.
1881 – Imponente manifestação de republicanos e livres-pensadores durante o funeral do comerciante José Alves Bebiano, conhecido republicano federal.
1882 – Cria-se a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
1895 – Celebra-se em Tomar o Congresso Socialista.
1900 – O Dr. Augusto de Vasconcelos realiza uma conferência na Associação União dos Trabalhadores, Serventes de Pedreiros e Estucadores.
1907 – É eleita a Comissão Municipal Republicana de Tavarede [???].
1907 – Realiza-se, por iniciativa da Associação do Registo Civil, uma piedosa romagem ao túmulo de Heliodoro Salgado.
1907 – O Dr. Agostinho Fortes realiza uma conferência no Centro Alexandre Braga.

Dia 14
1853 – Nasce o propagandista José Maria de Sousa.
1878 – Foi iniciado na Maçonaria portuguesa o capitão de engenharia Luís Augusto Ferreira de Castro, que depois foi Soberano Grande Comendador e Grão-Mestre.
1888 – A Sociedade Voz do Operário inaugura a sua biblioteca.
1906 – Realiza-se civilmente o funeral de Heliodoro Salgado, sendo acompanhado de grande manifestação de pesar entre a imensa multidão.
1897 – Nasce em Elvas, David Ferreira, investigador e historiador da 1ª República.
1908 – O Dr. Alberto Costa (Pad Zé) inicia no Mundo um secção intitulada Fogo Vivo.

Dia 15
1870Magalhães Lima realiza a sua primeira matrícula na Universidade de Coimbra.
1898 – O Grande Oriente Lusitano Unido autoriza a constituição de um triângulo ou Loja em Ovar.
1904 – Morre em Lisboa, o Dr. Manuel Emídio Garcia, notável escritor, jornalista e professor universitário. Autor do drama Entre Dois Fogos, onde defendia o divórcio e combatia os dogmas impostos pelos Jesuítas.
1908 – O Dr. Alberto Costa (Pad Zé) realiza uma conferência no Centro Republicano da Ajuda, subordinada ao tema Reacção e Revolução.

[Foto: O médico Simões Ferreiro e o enfermeiro Mourinho, levantando o penso ao Alberto Costa ferido na consequência dos tumultos em Lisboa, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa - Arquivo Fotográfico de Lisboa]

A.A.B.M.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

LA JEUNE RÉPUBLIQUE PORTUGAISE


La jeune république Portugaise et ses heureux papas

"La jeune république Portugaise et ses heureux papas" - In, Le Rire, 19 de Novembro de 1910 [caricatura retirada d'aqui]

J.M.M.

5 DE OUTUBRO – CONTRIBUTOS BIBLIOGRÁFICOS (Parte VI)


Relatos e Estudos:

-BEDFORD, Duchess of, “Republican Tyranny in Portugal”, Nineteenth Century, Maio 1913.
BELL, Audrey J., “Portugal under the Republic”, National Review, Fevereiro 1913.
BRISSA, José, La Revolucion Portuguesa, Editorial Mancci, Barcelona, 1911.
CULLAGH, Fr. Mac, “Portugal: The nightmare Republic”, Nineteenth Century, Janeiro 1914.
CULLAGH, Fr. Mac, “Some causes of the Portuguese Revolution”, Nineteenth Century, Novembro 1910.
CULLAGH, Fr. Mac, “The Portuguese Revolution”, Dublin Review, Janeiro 1911.
CULLAGH, Fr. Mac,” How the Carbonaria saved Portuguese Republic”, Contemporary Review, Setembro 1912.
EXPERTUS, “One year of the Portuguese Republic”, Saturday Review, Fevereiro de 1912.
EXPERTUS, “Two Months of the Portuguese Republic”, Saturday Review, Dezembro de 1910.
GUIFFARD,Alcide, La Revolucion Portuguaise. Six mois de Republique (5 de Octobre 1910-1 er. Avril 1911), Georges Crés, Paris, 1911.
HAMMOND, R. J., Portugal and Africa, 1815-1910: a study in un-economic imperialism, Stanford University Press, 1966.
LEBESGUE, Philéas, La Republique Portugaise. Le sentiment national. Les ouvriers de l`ere moderne. La République vivante, Paris, s.d.
LOPES, Artur Ribeiro, Histoire de la Republique Portugaise, Paris, 1939
LORENZO, Félix, Portugal (cinco anos de República). Impressiones de un periodista español. Prólogo de Luís López Ballesteros, director de «El Imparcial», Madrid, 1915.
MOROTE, Luís, De la Dictadura a la República. La vida política en Portugal, Madrid, 1911.[ed. portuguesa Da Dictadura à República, Lisboa, s.d.]
PABÓN, Jesus, La Revolución Portuguesa (de Dom Carlos a Sidónio Pães), Espasa-Calpe, Madrid, 1941.[ed. portuguesa, A Revolução Portuguesa, Lisboa, 1961]
POINSARD, Leon, Portugal Inconnu, Paris, 1910; ed. portuguesa Portugal Ignorado. Estudo social, económico e político seguido de um apêndice relativo aos últimos acontecimentos, Porto, 1912.
TORREND, C., “Anticlerical policy in Portugal”, Dublin Review, Janeiro 1912.
TORRIGLIA, Félix de Llanos y, Como se hizo la Revolución en Portugal, Real Academia de Jurisprudência y Legislación, Madrid, 1914.
VIVERO, Augusto; VILLA, António de la, Cómo Cae un Trono, prologo de Rodrigo Soriano, Biblioteca Renacimiento, Madrid, 1910.
WHEELER, Douglas L., "The Portuguese Revolution of 1910", Journal Of Modern History, nº 44, Chicago, 1972.
WHEELER, Douglas L., Republican Portugal. A Political history, 1910-1926, University of Wisconsin Press, 1978. [ed. Portuguesa, História Política de Portugal, 1910-1926, Lisboa, 1985]

[Na foto Philéas Lebesgue nasceu em 26 de Novembro de 1869, Neuville-Vault (Oise), França. Escritor, critico literário, ensaísta e poeta esotérico, colaborador da revista francesa Mercure de France. Foi correspondente da revista Águia e outras publicações culturais portuguesas. Era um reconhecido admirador da obra de Aquilino Ribeiro. Faleceu 11 de Outubro de 1958]

A.A.B.M.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A GREVE ACADÉMICA DE 1907


A Greve Académica de 1907: impacto na imprensa da época

A Hemeroteca Municipal de Lisboa, que tem tido o favor de nos dispensar um serviço público perfeito, principalmente no campo da digitalização de periódicos, está a expor desde o passado dia 10 uma "Mostra Bibliográfica e Documental" sobre o "impacto da Greve Académica de 1907 na imprensa" da época.

Intitulada, "Tensão na Universidade - A Greve Académica de 1907", a "Mostra Bibliográfica e Documental" irá até ao dia 31 de Outubro, no átrio e escadaria da Hemeroteca Municipal de Lisboa. Apresenta, ainda, um Ciclo de Conferências sobre o evento (que o Almanaque Republicano evocou aqui), estando já agendado a sua 1ª conferência.

Consulta on line.

J.M.M.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

5 DE OUTUBRO – CONTRIBUTOS BIBLIOGRÁFICOS (Parte V)


ESTUDOS:

- NETO, Vítor, O Estado, a Igreja e a Sociedade em Portugal (1832-1911), Imprensa Nacional Casa da Moeda,Lisboa, 1998.
- NUNES, Teresa Maria S., “Os partidos monárquicos em véspera da República”, Clio, Lisboa, N. s., vol. 7 (2002), p. 125.
- OLIVEIRA, César, O Operariado e a República Democrática (1910-1914), 2ª ed., col. Seara Nova, Seara Nova, Lisboa, 1974.
- OLIVEIRA, José Lopes de, História da República Portuguesa. A Propaganda na Monarquia Constitucional, Inquérito, Lisboa,1947.
- OLIVEIRA, Luís Henrique Gonçalves de, “A Primeira República vista na imprensa vianense: do 5 de Outubro à ditadura de Pimenta de Castro”, Cadernos Vianenses, Viana do Castelo, Nº 19 (1995), p. 201.
- OLIVEIRA, Luís Henrique Gonçalves, “A Primeira República vista na imprensa vianense: do 5 de Outubro à ditadura de Pimenta de Castro”, Cadernos Vianenses, Viana do Castelo, Nº 20 (1996), p. 253.
- OLIVEIRA, Luís Henrique Gonçalves, “A Primeira República vista na Imprensa Vianense”, Cadernos Vianenses, Viana do Castelo, Nº 21 (1996), p. 227.
- PEREIRA, Miriam Halpern, Política e Economia. Portugal nos século XIX e XX, Livros Horizonte, Lisboa, 1979.
- PERES, Damião (dir.), História de Portugal, vol. VII, Porto-Barcelos, Portucalense Editora, 1937.
- PIRES, Veiga, 5 de Outubro de 1910: proclamação da República (Comemoração do 46º Aniversário), Ed. AOV, 1956.
- PORTUGAL, Idalina, “Os arrolamentos de Outubro a Dezembro de 1910”, Leituras, Lisboa, Nº 3 (1998), p. 181.
- A Primeira República Portuguesa entre o Liberalismo e o Autoritarismo, Coord. Nuno Severiano Teixeira e António Costa Pinto, Edições Colibri/Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2000 [contém os textos das comunicações apresentadas no VIII Curso de Verão organizado pela instituição de ensino superior atrás referida].
- PROENÇA, Maria Cândida e MANIQUE, António Pedro, “Da Reconciliação à Queda da Monarquia”, Portugal Contemporâneo, Dir. António Reis, vol. I, Lisboa, Alfa, 1990, p. 397-484.
- QUEIRÓS, Vasco de Barros, A República de 5 de Outubro de 1910 a Maio de 1926 e a acção política de Tomé José de Barros Queiroz, Editorial Eva, Lisboa, 1985.
- RAMOS, A. de Jesus, “A Igreja e a Iª República. A reacção católica em Portugal às leis persecutórias de 1910-1911”, Didaskalia, vol. 13, 1983, p. 251-302.
- - RAMOS, Rui, “A ideia republicana e a história da República em Portugal”, Análise Social, nº 115, Lisboa, 1992.
- RAMOS, Rui, História de Portugal. A segunda fundação (1890-1926), (Dir.) José Mattoso, Círculo de Leitores, Lisboa, 1994.
- RAPOSO, Eduardo, “Greves dos Operários Corticeiros em Almada, Outubro de 1910 e Janeiro de 1912”, Sítios e memórias, Lisboa. S. 2, a.1, nº 2 (1997), p. 54
- RÊGO, Raul, História da República, 5 vols., Lisboa, Círculo de Leitores, 1986-1987.
- Relatório sobre a Revolução de 5 de Outubro, Pref. de Carlos Ferrão, Pub. Culturais da Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa, 1978.
- RELVAS, José, Memórias Políticas, 2 vols., Lisboa, Terra Livre, 1977.
- A República ontem e hoje, Coord. Científica António Reis, Edições Colibri/Fundação Mário Soares/Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2002 [contém as comunicações apresentadas no III Curso Livre de História Contemporânea , realizado de 20 a 25 de Novembro de 2000].
- RIBEIRO, Aquilino, Um Escritor Confessa-se, Livraria Bertrand, Amadora, s.d.
- SANTOS, Raúl Esteves dos, Quinze anos da República, Ed. da Sociedade de Instrução e Beneficência “A Voz do Operário”, Lisboa, 1945.
- SERRA, João Bonifácio, “Do 5 de Outubro ao 28 de Maio: a instabilidade permanente”, Portugal Contemporâneo, vol. II, António Reis (Dir.), Publicações Alfa, Lisboa, 1990, p. 12-84.
- SERRÃO, Joaquim Veríssimo, História de Portugal. A Primeira República (1910-1926) , 2ª ed., vol.XII, Editorial Verbo, Lisboa, 1993.
- SERRÃO, Joel, “República se chamava”, in Machado Santos, A Revolução Portugueza, Assírio e Alvim, Lisboa, 1982.
- SERRÃO, Joel, Da “Regeneração” à República, Col. Horizonte Histórico, Livros Horizonte, Lisboa, 1990.
- SERRÃO, Joel, Portugueses Somos, Livros Horizonte, Lisboa, s. d.
- SILVA, António Maria da, O Meu Depoimento. Da Monarquia a 5 de Outubro de 1910, vol. 1, Lisboa, 1974.
- SILVA, Armando B. Malheiro da, “A Escrita (Vária) da História da I República Portuguesa”, Ler história, Lisboa, Nº 38 (2000), p. 197
- TELO, António José, Decadência e Queda da Iª República Portuguesa, A Regra do Jogo, Lisboa, 1984.
- O Testamento Político de João Rosa Beatriz, Fixação e Anotação do Texto Paulo Jorge Pires e “Esboço de uma Biografia Política” por Maria João Raminhos Duarte, Edições Colibri/Câmara Municipal de S. Brás de Alportel, Lisboa, 2003.
- TRIGO, Jorge; BAPTISTA, Luís Miguel, “Joaquim Ribeiro de Carvalho - Um Republicano Convicto com Alma de Sonhador”, Vária Escrita, Sintra, Nº 7 (2000), p. 287.
- VALENTE, Vasco Pulido, “A República e as classes trabalhadoras (Outubro de 1910 – Agosto de 1911), Análise Social, vol. IX, nº 39, Lisboa, 1972.
- VALENTE, Vasco Pulido, “As duas tácticas da Monarquia (1908-1910)”, O Tempo e o Modo, nº 54-55, Lisboa, 1967.
- VALENTE, Vasco Pulido, As duas tácticas da Monarquia perante a Revolução, Lisboa, 1974.
- VALENTE, Vasco Pulido, “Crentes e conversos. A República na Província (Outubro de 1910 – Maio de 1911), Análise Social, vol. XI, nº 41, Lisboa, 1975.
- VALENTE, Vasco Pulido, O poder e o povo: a revolução de 1910, Lisboa, Dom Quixote, 1976 [nova edição Círculo de Leitores, 1999].
- VENTURA, António, Anarquistas, Republicanos e Socialistas em Portugal. As Convergências Possíveis (1892-1010), Lisboa, Edições Cosmos, 2000.
- VENTURA, António, A Carbonária Portuguesa, Cosmos, Lisboa, 2003.
- VIDIGAL, Luís, Cidadania, Caciquismo e Poder - Portugal, 1890-1916, Lisboa, col. Horizonte Histórico, Livros Horizonte, Lisboa, 1988.

NOTA: Estas são algumas das obras que chegaram ao nosso conhecimento com referências e perspectivas sobre o acontecimento de 5 de Outubro de 1910. Certamente, muitas outras existem, agradecemos que nos façam chegar informações sobre sobre estudos do evento mas em âmbitos locais ou regionais. Por vezes, os boletins municipais, as revistas dos arquivos locais, publicações pontuais, estudos de autor ficam completamente esquecidas e podem trazer contributos interessantes para esta temática. Ficamos a aguardar outros contributos e sugestões de diferentes regiões do País.

No próximo, e provavelmente último post desta sequência temática, vamos dar a conhecer alguns estudos e perspectivas sobre este assunto, mas visto por estrangeiros que deixaram relatos ou analisaram este acontecimento em Portugal.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

DO 5 DE OUTUBRO DE 1910


"Uma revolução é precisa – para arejar. Isto não é um paiz – é uma casa fechada" [João Chagas]

"Em Lisboa há o carbonario. Cada um de nós, se o não é, tem pelo menos um na família, e alguns entre as pessoas das suas relações. Pode alguém porventura dizer que não tenho um primo?" [Alfredo Mesquita]

"Eu não faço differenciações entre a revolução a retalho e a revolução por grosso, como as não posso fazer entre a granada que a peça impele, devido ao movimento de um soldado que obedece, e a bomba que o revolucionário, defendendo-se, lança serenamente – por conta própria" [José do Vale]

"De manhã até às quatro horas ouço o canhão e descargas de fuzilaria. O meu bairro tranquilo: um vizinho sacha as suas couves com indiferença" [Raul Brandão]

"Aclarava o dia, viam-se assar já operários, a rapaziada dos jornaes, as vendedeiras ambulantes que vão à praça da Figueira fazer o sortido para a sua peregrinação pelos bairros pobres, e toda essa camada negra de proletários que quase não dorme para ganhar com que morrer de fome" [Celestino Steffanina]

"- Lisboa é nossa! Exclama o Chagas.
- Se os republicanos fizessem um comício no alto da Avenida e viessem por ali abaixo, a republica estava feita! – afirma o Silva Graça.
- E o Porto e a província? – pergunto eu ao Chagas.
- Que me importa a província! Que me importa mesmo o Porto! A republica fazemo-la depois pelo telegrapho" [Raul Brandão, in Memórias]

"Atribuir ao snr. Afonso Costa o propósito de acabar com as crenças em duas gerações, como propositadamente se deturpou uma asserção sua …, seria fazer injuria ao seu alto saber, e às suas qualidades de estadista" [Eurico de Seabra]

"Nós não pensámos em ver a República proclamada em Portugal. Éramos republicanos por amor dos princípios. Idealisavamos a liberdade, como a tinham idealisado Lamartine, Michelet, Edgar Quinet, Proudhon, Victor Hugo, etc." [Magalhães Lima]

"Todos os anarchistas, todos aqueles que aspiram a um ideal de Luz esplenderosa devem convencer-se de que, sendo anarchistas, não devem viver à sombra do regime governativo, que de forma alguma podem ser aulicos da republica, como não podiam ser espiões ou paladinos da monarchia" [Francisco dos Santos Viegas]

"O 5 de Outubro não chega a ser, historicamente considerado, uma revolução. É a solução violenta de um caso económico" [Carlos Malheiro Dias]

"... o programa da Carb.[onária] P.[ortuguesa], no tocante à implantação da República (a remodelação completa e radical da Sociedade Portuguesa) não foi integralmente cumprido" [Luz de Almeida]

Fonte: Jacinto Baptista, 5 de Outubro, Arcádia, 1964

J.M.M.

domingo, 7 de outubro de 2007

5 DE OUTUBRO – CONTRIBUTOS BIBLIOGRÁFICOS (Parte IV)


ESTUDOS:

- ESTEVES, João Gomes, A Liga Republicana das Mulheres Portuguesas – uma organização política e feminista (1909-1919), Conselho Consultivo da Comissão para a Igualdade das Mulheres, Lisboa, 1992
- Exposição Comemorativa do 75º Aniversário da Assembleia Nacional Constituinte de 1911, Assembleia da República, Lisboa, 1986.

- [FERRÃO, Carlos], História da República. Edição Comemorativa do Cinquentenário da República, Editorial O Século, Lisboa, s. d., [1960].
- FERRÃO, Carlos, Em Defesa da República, Editorial Inquérito, Lisboa, 1963.
- FERRÃO, Carlos, História da 1ª República, col. Portugal Ontem, Portugal Hoje, Terra Livre, Lisboa,1976.
- FERREIRA, António Matos, “Cenário ideológico da implantação da República. Eborensia, Évora, A.16, nº 31 (2003), p. 7.
- FERREIRA, David, História Política da Primeira República Portuguesa, 2 vols., 3 tomos, Livros Horizonte, Lisboa, 1973-1981.
- FERREIRA, José Medeiros, “Mudanças de regime político e forças armadas em Portugal: o trânsito da Monarquia para a República”, Nova História, nº2, Lisboa, 1984.
- FREIRE, João, Anarquistas e Operários. Ideologia, ofícios e práticas: o anarquismo e o operariado em Portugal, 1900-1940, Porto, 1993.

- GAMA, António, “O Espaço na Revolução Republicana de 1910”, Revista de História das Ideias, vol. 7, Coimbra, Faculdade de Letras, 1985, p. 335-346.
- GARCIA, Manuela, “As luzes da República”, História, Lisboa, S. 3, a.25, nº 63 (2004), p. 14

- HOMEM, Amadeu José Carvalho, A Ideia Republicana em Portugal. O contributo de Teófilo Braga , Coimbra, Minerva, 1989.
- HOMEM, Amadeu José Carvalho, A Propaganda Republicana: 1870-1910, Coimbra, Coimbra Editora, 1990.
- HOMEM, Amadeu José Carvalho, “A Propaganda Republicana durante a Monarquia Constitucional”, História de Portugal dos Tempos Pré-históricos aos Nossos Dias (A Monarquia Constitucional), Dir. João Medina, vol. IX, Amadora, Ediclube, 1994.

- LOPES, Fernando Farelo, “Um regime parlamentarista de partido dominante”, Portugal Contemporâneo, vol. II, (Dir.) António Reis, Publicações Alfa, Lisboa, 1990, p. 85-100.
- LOPES, Fernando Farelo, Poder Político e Caciquismo na 1ª República Portuguesa, Lisboa, Col. Histórias de Portugal, Editorial Estampa, 1993.

- MARQUES, A H. de Oliveira, História da 1ª República Portuguesa (As estruturas de base), Lisboa, Iniciativas Editoriais, [1972-1979].
- MARQUES, A. H. de Oliveira, A Primeira República Portuguesa - Alguns aspectos estruturais, 2ª ed., Lisboa, col. Horizonte, Livros Horizonte, 1975.
- MARQUES, A. H. de Oliveira, Guia de História da Primeira República Portuguesa, 2ª ed., Col. Histórias de Portugal, Editorial Estampa, Lisboa, 1997.
- MARQUES, A. H. de Oliveira, Portugal. Da Monarquia Para a República, «Nova História de Portugal», vol. XI, Editorial Presença,Lisboa, 1991.
- MARTINS, Francisco José da Rocha, João Franco e o seu Tempo, Edição do Autor, Lisboa, s. d.
- MARTINS, Francisco José da Rocha, Vermelhos, Brancos e Azuis. Portugal dos nossos dias. Homens de Estado. Homens de Armas. Homens de Letras, 4 vols., Lisboa, Vida Mundial Editora, 1948, 1950, 1951.
- MARTINS, Francisco José da Rocha, D. Manuel II. História do seu reinado e da implantação da República, 2 vols, Sociedade Editora José Bastos, Lisboa, [1917 ?].
- MARTINS, Francisco José da Rocha, O Governo Provisório da República Portuguesa: crónicas e memórias políticas, 1910-1911, Inquérito, Lisboa, 1945.
- MARTINS, Francisco José da Rocha; Oliveira, Lopes de, A Revolução de 5 de Outubro de 1910, col. Cadernos Históricos, Excelsior, Lisboa, 1946.
- MEDINA, João, Machado Santos, a Carbonária e a Revolução de Outubro, Cooperativa Editora História Crítica, Lisboa, 1980.
- MEDINA, João, “O republicanismo português da propaganda à revolução ou o ódio santo”, História de Portugal dos Tempos Pré-históricos aos Nossos Dias (A Monarquia Constitucional), Dir. João Medina, vol. IX, Ediclube, Amadora, 1994.
- MEDINA, João, Oh! A República!...(Estudos sobre o Republicanismo e a Primeira República Portuguesa), INIC, Lisboa, 1990.
- MENDONÇA, Artur Ângelo Barracosa, “O Partido Republicano em Tavira nos finais da Monarquia Constitucional”, V Jornadas de História de Tavira. Actas, Clube de Tavira, Tavira, 2006.
- MENDONÇA, Artur Ângelo Barracosa, A Organização do Partido Republicano no Algarve: o caso de Loulé (1881-1910), Documento Dactilografado, Conferência realizada no Arquivo Histórico Municipal de Loulé, Loulé, 2003.
- MENESES, Filipe Ribeiro de, “A Primeira República e a Importância da Mobilização Política em Tempo de Guerra”, Estratégia, Lisboa, Nº 14 (1999).
- MÓNICA, Maria Filomena, O Movimento Socialista em Portugal (1875-1934), Lisboa, 1985.
- MÓNICA, Maria Filomena, Artesãos e Operários. Indústria, capitalismo e classe operária em Portugal, 1870-1934, Instituto de Ciências Sociais, Lisboa, 1986.
- MÓNICA, Maria Filomena, “Capitalistas e Industriais”, Análise Social, nº 99, Lisboa, 1987.
- MÓNICA, Maria Filomena, “As reformas eleitorais no constitucionalismo monárquico, 1852-1910”, Análise Social, nº 139, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, 1996, p. 1039-1084.
- MONTALVOR, Luís de (dir.), História do Regime Republicano em Portugal, 2 vols., Lisboa, Ática, 1932-35.
- MOTA, Salvador Magalhães, “O imaginário colonial na imprensa diária portuense (da monarquia para a república)”, Estudos do século XX, Coimbra, Nº 3 (2003), p. 17.

[a continuar]

A.A.B.M.

A REVOLUÇÃO REPUBLICANA DE 5 DE OUTUBRO DE 1910




"A revolução republicana - o povo em frente à Câmara Municipal aclama a proclamação da República".

Foto: Joshua Benoliel, in Arquivo Fotográfico

J.M.M.

sábado, 6 de outubro de 2007

5 DE OUTUBRO – CONTRIBUTOS BIBLIOGRÁFICOS (Parte III)


ESTUDOS:

- AIRES, Joaquim Ribeiro, “A República em Vila Real (III)”, Estudos transmontanos e durienses, Vila Real, Nº 7, 1997, p. 239
- AIRES, J. Ribeiro, “A República em Vila Real – IV”, Estudos transmontanos e durienses, Vila Real, Nº 12, 2005, p. 109
- ALMEIDA, Ramos de, 5 de Outubro de 1910: proclamação da República (Comemorações do 45º Aniversário), [s. l.], [s. n. ], 1955
- AMARAL, Augusto Ferreira do, A acalmação e D. Manuel II, Empresa Nacional de Publicidade, Lisboa, 1966.
- ARAÚJO, António de, Jesuítas e Anti-Jesuítas no Portugal Republicano, Roma Editora, Lisboa, 2004
- ARRANJA, Álvaro, “Anarco-sindicalismo e republicanismo em Setúbal, nos anos de 1910-1911”, História, Lisboa. N. s., a.20, nº 11, 1999.

- BAPTISTA, Jacinto, O cinco de Outubro, Editora Arcádia, Lisboa, 1965.
- BAPTISTA, Jacinto, «O Mundo» de 5 de Outubro de 1910, Seara Nova, Lisboa, 1966.

- CABRAL, Alexandre, Os crimes da monarquia, Lisboa, 1973.
- CABRAL, Manuel Villaverde, O Operariado nas Vésperas da República (1909-1910), col. Análise Social, Editorial Presença/Gabinete de Investigações Sociais, Lisboa,1977.
- CABRAL, Manuel Villaverde, Portugal na Alvorada do século XX, A Regra do Jogo, Lisboa,1979.
- CABRAL, Manuel Villaverde, “Situação do operariado nas vésperas da implantação da República”, Análise Social, vol. XIII, nº 50, Lisboa, 1977.
- CÂMARA, João de Sousa da, República: Heróis e Ídolos, Lisboa, [s. n.], Tip. Barbosa & Xavier, Braga, 1980.
- CARDOSO, Guilherme, “Um grupo de revolucionários de Alcabideche na 1.ª República”, Boca do Inferno, Cascais, Nº 4, 1999, p. 43.
- CASTRO, Armando de, A Economia Portuguesa. 1900-1925, Edições 70, Lisboa, 1973.
- CATROGA, Fernando, O Republicanismo em Portugal-da formação ao 5 de Outubro de 1910, 2 vols., Coimbra, Faculdade de Letras, 1991 [Nova edição na Editorial Notícias, 2000].
- CATROGA, Fernando, “O laicismo e a questão religiosa em Portugal (1865-1911)”, Análise Social, vol. XXIV, nº 100, Lisboa, 1998.
- COELHO, José Maria Afonso, “A primeira república e a igreja católica quanto à liberdade de ensino (1910-1926)”, Eborensia, Évora, A. 16, nº 31, 2003, p. 45.
- COELHO, Senra,” A Revolução Republicana e a nunciatura de Lisboa, (1910)”. Eborensia, Évora, A.8, nº 15/16, 1995, p. 55.
- Congresso A Vida da República Portuguesa (1890-1990), Lisboa, 1991, Org. Comissão Organizadora do Congresso “A Vida da Republica Portuguesa”, Lisboa, Cooperativa de Estudos e Documentação, Universitária Editora, 1991.
- CONSIGLIERI, Carlos (org.), Teófilo Braga e os republicanos, Vega, Lisboa, 1987.
- CORDEIRO, Carlos, “Regionalismo e anti-republicanismo (1910-1918). José Maria Raposo do Amaral”, Arquipélago. História, Ponta Delgada, S. 2, vol. 1, nº 2 (1995), p. 281.
- CUNHA, Afonso, ”Outubro de 1910 - Os são brasenses descem à cidade”, Anais do Município de Faro, Faro, Nº 26, 1996.

- DIAS, João José Alves, “A República e a Maçonaria (O Recrutamento Maçónico na Eclosão da República Portuguesa), Nova História – 1ª República Portuguesa, nº 2, Lisboa, Editorial Estampa, Dezembro de 1984, p. 31-73.
- DIAS, José Henrique, “Mulheres no movimento operário nos alvores da Primeira República”, Faces de Eva, Lisboa, Nº 3, 2000, p. 61.

[foto: Dr. Manuel de Arriaga]

[em continuação]

A.A.B.M.