História

São duas cidades, portanto, duas histórias.

A primeira cidade teve vida curta. Surgiu em 1550, foi oficializada em 8 de Abril de 1553 e chegou ao fim em 1560. Esta cidade era a Vila de Santo André da Borda do Campo, dos personagens João Ramalho, Cacique Tibiriçá e sua filha Bartira.

Uma cidade que teve pelourinho, poder constituído, atas e que ficava num ponto do atual ABC paulista. E cuja população foi transferida para São Paulo de Piratininga, dos jesuítas do Pátio do Colégio, juntamente com toda sua documentação, representada por vários livros de atas hoje arquivados em São Paulo. A Vila de Santo André da Borda do Campo deve ser lembrada por sua importância histórica no planalto e como uma referência do quinhentismo. Nada tem a ver, no entanto, com a Segunda cidade, o Município de Santo André dos dias atuais.

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Suzana Cecília Kleeb(1)

Para contar a história da região na qual Santo André está inserida, temos que retomar, de maneira sucinta, parte da história do Brasil Colonial. Nos
primeiros anos dessa história os portugueses tinham grande preocupação em defender as costas brasileiras de possíveis invasões de franceses e holandeses, pois estes dois países não compartilharam da divisão expressa pelo Tratado de Tordesilhas(2) que dividiu o Novo Mundo, a terra a ser descoberta, entre portugueses e espanhóis.

No início do século 16 os países que tivessem terras onde pudessem explorar as riquezas minerais, em especial ouro e prata, estavam à frente dos demais pois essas eram as moedas correntes, indicadoras de riqueza. Explica-se por aí o interesse pelas terras dessa vasta colônia portuguesa. Devido a vários ataques às suas terras, a partir de 1530 Portugal intensificou a colonização das costas brasileiras. Nesse contexto é enviado para cá, por ordem de D.João III, rei de Portugal, Martim Afonso de Souza(3) com a incumbência de fundar vilas para fortificar o litoral.

João Ramalho encontra Tabiriça e Bartira.

João Ramalho e um de seus filhos, neto do chefe Tibiriçá.

O cacique Tibiriçá junto de um de seus numerosos netos.

Aliada a essa história está a figura de João Ramalho (4), português que representava, nesse momento, uma porta de entrada para o contato com os índios e para a colonização, pois ele conhecia algumas tribos e conseguia se comunicar com elas.

Em contrapartida a sua ajuda, João Ramalho solicitava, desde o início, que o local em que vivia, situado acima da Serra do Mar, fosse transformado em vila. Sua petição foi negada durante vários anos, pois pretendia-se povoar o litoral e não o interior. Seu pedido foi atendido apenas em 8 de abril de 1553, quando foi criada a vila(5) pelo Governador Geral Tomé de Souza. Seu nome era Santo André da Borda do Campo.

RUINAS DE SANTO ANDRÉ DA BORDA DO CAMPO. AUTORIA : Miguel Dutra ACERVO : Museu Paulista


Nesse período, a busca de metais impulsionou as entradas para o interior e a vila foi se desenvolvendo. Os jesuítas(6), instalados em São Vicente, tinham interesse em transferir seu colégio para próximo dessa região, nos campos de Piratininga, pois havia uma grande evasão de pessoas do litoral para o interior. Tal fato ocorreu a 25 de janeiro de 1554, com a criação da Aldeia de São Paulo de Piratininga.


Dificuldades de subsistência e de proteção fizeram com que a vila de Santo André fosse transferida para São Paulo de Piratininga em 1560, através de proposta do Padre Manoel da Nóbrega ao Governador Geral Mem de Sá.

A partir de então, Santo André deixou de existir enquanto unidade administrativa, passando a ser um bairro de São Paulo. A região passou por um período de estagnação, tornando-se local de passagem entre o Porto de Santos, a capital e o interior. No entanto, já em 1561, grande parte das terras foi concedida como sesmaria a Amador de Medeiros, ouvidor da Capitania(7) de São Vicente. Boa parte dessa sesmaria foi repassada, em 1637, à Ordem de São Bento(8), formando-se ali a Fazenda São Bernardo, área atualmente ocupada em grande parte pelo município de São
Bernardo do Campo. Outra área importante de domínio dos beneditinos era a Fazenda São Caetano, doada à Ordem em 1631 pelo Capitão Duarte Machado e sua esposa Joana Sobrinha. As outras terras eram menores e foram passando por vários donos até o início do século 20, quando foram loteadas.

Monges beneditinos tomam posse das terras doadas por Duarte Machado localizadas no Tijucussú, atual São Caetano do Sul. In: Martins, José de Souza, São Caetano do Sul em IV Séculos de História.

Nesse período a atividade econômica ficou restrita à subsistência e à locação de pastagens para as tropas(9). As duas fazendas dos
beneditinos São Bernardo e São Caetano tinham uma atividade mais regular:a primeira produzia gêneros alimentícios e na segunda fabricavam-se tijolos e artefatos de cerâmica. Essas fazendas ficaram sob a propriedade
dos beneditinos até 1870, quando foram compradas pelo Estado para a
criação de colônias de imigrante(10).

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Santo André de hoje nasceu no século XIX, com a passagem da Estrada deFerro São Paulo Railway

a SPR ou Inglesa, que começou a ser construída em 1860.

Antes disso, porém, ao redor da fazenda São Bernardo foi se criando um
pequeno núcleo urbano, que mais tarde iria garantir a criação do município
de São Bernardo.
Um outro fator importante no contexto de modernização da região em meados
do século XIX, foi a instalação da ferrovia nas proximidades do Rio
Tamanduateí. Esse empreendimento visava a melhoria do transporte de
produtos agrícolas do interior para o Porto de Santos, em especial o café
que começava a ser produzido em larga escala na Província de São Paulo.
Tal situação começou a atrair indústrias que se aproveitavam das
facilidades de transporte, da disponibilidade de áreas próximas à linha
férrea e ao rio, além dos incentivos fiscais apresentados pelo município.

Construção da Estação da Luz,

Construção da Estação da Luz,


No ano seguinte, começou a ser formado o primeiro povoado do atual território de Santo André, denominado São Bernardo do século 19.

Paranapiacaba pode ter sua fase inicial dividida em três partes: 1861, data do início da formação da Vila Velha; 1862, ano em que se inicia a formação da parte alta (morro); 1898, início da formação de Vila Nova. Paranapiacaba pode ter sua fase inicial dividida em três partes: 1861, data do início da formação da Vila Velha; 1862, ano em que se inicia a formação da parte alta (morro); 1898, início da formação de Vila Nova. O atual centro histórico de Santo André nasce em 1867, a partir de um povoado formado muito lentamente ao redor da estação férrea São Bernardo, inaugurada naquele ano e que somente nos anos 30 deste século viria a se chamar Santo André.

São Bernardo do século 19.

A denominação Santo André, em alusão à antiga e desaparecida Vila de Santo André da Borda do Campo, foi retomada apenas em 1910, com a criação do Distrito de Santo André, instalado em 18 de Abril de 1911 no então denominado Bairro da Estação, hoje centro de Santo André.

O Bairro da Estação, à época da criação do Distrito de Santo André, já se destacava como o principal polo de industrialização do Município de São Bernardo. Atraía, ao mesmo tempo, fábricas de várias modalidades e um operariado vindo basicamente do interior do Estado. Também atraía muitos moradores da Vila de São Bernardo, em sua maioria italianos, interessados em melhores condições de trabalho no parque fabril que se formava. A proximidade com a estação ferroviária, as terras planas ao longo do Vale do Tamanduateí, os estímulos fiscais, a facilidades de comunicação com a Baixada Santista e Capital foram alguns dos fatores que podem explicar o rápido crescimento do parque industrial de Santo André.

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Em poucos anos, Santo André passou a ser a maior força econômica da região, seguido por São Caetano (também servido por estação ferroviária), e só depois pela Vila de São Bernardo, sede do Município. A força econômica, maior arrecadação, maior número de trabalhadores localizavam-se em Santo André. Mas a sede do Município continuaria na Vila de São Bernardo até 1938, quando um decreto estadual provocou duas mudanças drásticas: a troca do nome de Município de São Bernardo para Município de Santo André e a transferência da sede do Município também da Vila de São Bernardo para o Distrito de Santo André.

A solenidade de troca de nome e transferência de sede ocorreu no feriado de 1 de Janeiro de 1939. Durante seis anos todo o ABC se chamou Santo André. Em 1944 o então Distrito de São Bernardo (incluindo Diadema) obteve a emancipação político-administrativa, separando-se do Município de Santo André e sendo instalado em 1 de janeiro de 1945 com o nome de São Bernardo do Campo.

Em 1948 foi a vez de São Caetano, que separava-se surgindo o C de ABC, São Caetano do Sul. Em 1953 foi a vez de Mauá e Ribeirão Pires (incluindo Rio Grande, atual Rio Grande da Serra) obterem suas independências. Hoje o município de Santo André corresponde ao espaço central do antigo Bairro

Antigo bairro da Estação

Antigo bairro da Estação

da Estação, às áreas de Utinga e Capuava e à vasta área do setor de mananciais da região Sudeste da Grande São Paulo, incluindo Paranapiacaba, Campo Grande e 18 loteamentos além da represa Billings. Historicamente, somente em 1989 a Prefeitura assumiu, na prática, a área de mananciais, criando posteriormente o Escritório Regional da área de Mananciais, com sede no parque Represa Billings-gleba 2, inaugurado em 24 de Fevereiro de 1991, e sub-sede em Paranapiacaba, inaugurada em 8 de Março do mesmo ano. Santo André conseguiu, no caso de Utinga, provar que a estrada de ferro nunca rompeu o território andreense, nem o dividiu. Cruzando e acompanhando o vale do Rio Tamanduateí, os trilhos ferroviários provocaram a implantação do processo de industrialização em Santo André. As primeiras fábricas foram implantadas nos entornos da estação e as áreas próximas, de ambos os lados dos trilhos receberam os grandes loteamentos urbanos, em especial a partir dos anos 20 deste século, quando se estabelece, nitidamente, a vocação e o perfil de uma cidade moderna, industrializada e de trabalhadores. As grandes levas de imigrantes, a partir de antigos agricultores do interior de São Paulo, descobriram este espaço urbano e construíram a cidade. Inicia-se uma interação cultural que hoje pode explicar e descobrir a própria identidade da cidade. Uma interação onde a própria barreira física da estrada de ferro deixa de ser problema. Na verdade, o desenrolar histórico da cidade já mostrava esta integração até antes da construção da ferrovia. A Estrada do Oratório, via penetração em direção à Zona Leste paulistana, é uma seqüência da própria malha central de Santo André, a partir do Ipiranguinha (por onde passava o histórico Caminho do Pilar), rua Senador Fláquer (do I Grupo, hoje Museu, e o reativado Cine Theatro Carlos Gomes), rua Coronel Oliveira Lima (do ramal ferroviário que demandava a São Bernardo), rua General Glicério (que abrigou uma hospedaria dos imigrantes no fim do século XIX), rua Bernardino de Campos (dos grandes comícios dos Candidatos de Prestes, Armando Mazzo à frente), estação, avenida Antonio Cardoso e estrada do Oratório.



Estação ferroviária de São Bernardo, atual Santo André,1867.Col: RFFSA, reprodução:Museu de Santo André.



Rua Cel. Oliveira Lima, vendo-se ao fundo a Companhia Streiff,1899. Col: Euclydes Rocco, acervo:Museu de Santo André


Grupo de operários da Companhia Streff, Rua Cel. Oliveira Lima,c.déc.1920. Col:Mário Batista Canever, acervo: Museu de Santo André


A expansão industrial remonta ao final do século 19 e caracterizou-se por muito tempo por um misto de produção industrial e artesanal. As primeiras indústrias foram a Tecelagem Silva Seabra & Cia, conhecida também como Fábrica Ypiranguinha por estar sediada na região conhecida por esse nome. Foi inaugurada em 1885 e produzia brim de algodão. Esta indústria operou até a década de 1970.

Outra tecelagem instalada ainda no século 19 foi a Bergman, Kowarick & Cia que iniciou suas atividades em 1889 e fabricava casemiras. A primeira fábrica de móveis foi a Companhia Streiff de São Bernardo, inaugurada em 1897 e produzia, principalmente, cadeiras.

Fábrica de Casemiras Kowarick, situada junto á Estação, onde hoje há um supermecado,déc.de 1920.Col:Mário Batista Canever, acervo:Museu de Santo André


Funcionários da Fábrica de Casemiras Kowarick, déc. de 1920.Col:Mário Batista Canever,acervo:Museu de Santo André


Além disso, outras tecelagens menores foram se instalando no início do século 20, como a Fiação e Tecelagem Santo André (1908), a Fábrica de Tecidos de Algodão (1920), a Fábrica de Tecidos São Geraldo (1926), o Jutifício Maria Luiza Ltda (1933), entre outras. Essas empresas eram, em sua maioria, pequenos empreendimentos gerenciados por seu proprietário. Todas já desapareceram, principalmente por não conseguirem se impor às inovações tecnológicas, após a década de 1950.

Exterior da Tecelagem Zanolli e seus funcionários, localizada á Rua D. Duarte Leopoldo e Silva.Ao fundo vê-se a antiga Igreja Matriz de Santo André,1925. Col: Silvia Zanolli Brunoro Daniel, acervo museu de Santo André.

Funcionários da Tecelagem Zanolli no interior da fábrica, 1925. Col: Silvia Zanolli Brunoro Daniel, acrevo: Museu de Santo André.


O distrito de Santo Andréabrigava na década de 1930 várias indústrias importantes, possuía a Estação de São Bernardo por onde era transportada grande parte dos produtos aqui produzidos e tinha entre seus moradores vários políticos influentes. Tal situação levou à transferência da sede do município de São Bernardo para Santo André, em 1939. Toda a região do Grande ABC,composta por vários distritos, passou, então, a ser denominada pelo nome Santo André.


Fábrica Rhodiaceta ao fundo e Estrada de ferro de São Paulo Railway á frente,1930.A fábrica ainda ocupa essa área.Foto Carlos Haukal.Col:Dalvira Ribeiro Cangussú, acervo:Museu de Santo André.

Outras, porém, fundadas nesse mesmo período modernizaram-se, como a Companhia Chimica Rhodia S/A e a Companhia Brasileira de Seda Rhodiaseta.

No entanto, já na década de 1940 iniciaram-se vários movimentos emancipacionistas e os distritos foram tornando-se municípios. Em 1945 foi a vez de São Bernardo do Campo, em 1949 São Caetano do Sul e em 1953 Mauá e Ribeirão Pires. A partir de então Santo André passou a ter uma área de 174,38 quilômetros quadrados, contando com os seguintes distritos: Sede, Capuava e Paranapiacaba

Na década de 1950, além dessas mudanças, outras puderam ser sentidas no que se refere à tipologia das indústrias da região. Com os investimentos estatais e o capital estrangeiro ocorreu um crescimento no setor automobilístico, mecânico, metalúrgico e de material elétrico. Santo André passou a abrigar várias indústrias de auto-peças.

A indústria foi, então, delineando um outro perfil. A mão de obra tornou-se mais especializada e as máquinas mais produtivas. Neste momento a mão de obra deixou de ser determinante para o aumento da produção.

Na década de 1970 houve um momento de expansão e concentração da indústria na Grande São Paulo.
Foi o período denominado de “milagre econômico”. Na década seguinte o ritmo de crescimento sofreu um decréscimo, culminando com a recessão dos anos 80.

Vista de centro de Santo André, 1998. Foto: Beta Garavello. Col: PMSA, acervo: Museu de Santo André.

Nos anos 90 a produção industrial continuou desacelerada, com os incentivos fiscais voltados para outras áreas do estado de São Paulo, além das dificuldades de transporte e o custo de mão de obra. O ABC e, em especial Santo André, perdeu várias indústrias. Hoje em dia, há um grande esforço do setor público e da sociedade para a manutenção das indústrias existentes.

Além disso, tem-se observado um aumento de atividades nos setores de serviços e no comércio.
O desafio do início deste século 21 está relacionado à criação de novas alternativas para a cidade que vai se transformando, garantindo melhores
condições de vida a seus moradores.

O Aniversário de Santo André é comemorado em 08 de ABRIL.


Área da unidade territorial: 175 Km2
Latitude do distrito sede do município: -23,66389°
Longitude do distrito sede do município: -46,53833°
Altitude: 755 m

Prefeito 2005/08: João Avamileno – PT

Estimativa Populacional IBGE-2007: 667.891 hab.
(*) População Estimada
Participação FUNDEB-2007: R$ 38.019.007,07
Fundo Part. Municípios FPM-2007: R$ 24.126.254,58

Estimativa Populacional IBGE-2006: 673.234 hab.
Participação FUNDEF-2006: R$ 20.483.536,64
Fundo Part. Municípios FPM-2006: R$ 21.322.249,84

Estimativa Populacional IBGE-2005: 669.592 hab.
Participação FUNDEF-2005: R$ 17.984.164,57
Fundo Part. Municípios FPM-2005: R$ 19.427.088,43

Estimativa Populacional IBGE-2004: 665.923 hab.
Participação FUNDEF-2004: R$ 15.880.542,69
Fundo Part. Municípios FPM-2004: R$ 15.650.761,39

Resultados do Universo do Censo 2000

Valor do Fundo de Participação dos Municípios (FPM):
R$ 10.884.085,36

População residente
Total: 649.331
Homens: 313.815
Mulheres: 335.516
Urbana: 649.331
Rural: 0

População residente de 10 anos ou mais de idade
Total: 552.571
Alfabetizada: 529.664
Taxa de alfabetização: 95.9%

(2004)
Estabelecimentos de ensino pré-escolar: 243
Estabelecimentos de ensino fundamental: 202
Estabelecimentos de ensino médio: 80
Hospitais: 09
Agências bancárias: 83

Fonte: IBGE

(1) Suzana Cecilia Kleeb

-Historiadora di Museu de Santo André

(2) Tratado de Tordesilhas

– foi celebrado em 1494 em Tordesilhas, município da província de Valladolid, na Espanha. Era um acordo entre os Reis Católicos da Espanha Fernando e Isabel e o rei de Portugal, D. João II, que repartia entre os dois reinos a posse das terras descobertas e a descobrir. Delimitava asesferas de ação de Portugal e Espanha nos descobrimentos marítimos,
traçando uma linha imaginária a 370 léguas das Ilhas de Cabo Verde, no
Oceano Atlântico. As terras a leste pertenceriam a Portugal e à oeste
seriam da Espanha. Esse tratado vigorou até 1750 quando foi revogado.

(3) Martim Afonso de Souza
– nasceu em Vila Viçosa, Portugal em 1500 e morreu em Lisboa a 21 de julho
de 1564.Era filho do fidalgo Lopo de Sousa e de D. Brites de Albuquerque.
Foi militar e administrador colonial da Coroa Portuguesa.

Foi nomeado pelo rei de
Portugal, D. João III, capitão-mor da armada contra os franceses na costa
do Brasil. A armada partiu de Lisboa no dia 03 de dezembro de 1530 e em
1531 percorreu toda a costa brasileira, aportando no litoral paulista. Em
22 de janeiro de 1532 criou a Vila de São Vicente primeira vila do Brasil.

Aqui no Brasil, Martim
Afonso tinha plenos poderes, inclusive sobre a vida e a morte das pessoas,
além de distribuir terras em sesmarias, nomear oficiais de justiça, etc.
Retornou a Portugal em 1533, recebendo o título de capitão-mor do Mar das
Índias e em 1534 foi nomeado donatário da Capitania de São Vicente no
Brasil e governador da Índia de 1541 a 1545. Está sepultado no Convento de
São Francisco em Lisboa.


(4) João Ramalho –
era português, filho de João Velho
Maldonado e de Catarina Afonso de Balbode, nasceu aproximadamente em 1470
em Vouzela , distrito de Viseu, Portugal. Era casado com Catarina
Fernandes das Vacas. Foi degredado para o Brasil por delitos cometidos
enquanto era escudeiro da rainha. Não se sabe exatamente o ano em que João
Ramalho foi deixado na costa brasileira – supõe-se que tenha sido entre
1510 e 1530.

No Brasil uniu-se à índia
Bartira, posteriormente batizada como Isabel Dias. Ela era filha do
Cacique Tibiriçá, da tribo Guaianazes.

Após a fundação da vila
de Santo André da Borda do Campo, exerceu vários cargos nesta vila como:
guarda-mor, capitão, alcaide e vereador. Faleceu em 1580, sendo
provavelmente sepultado na Igreja do Colégio de São Paulo de Piratininga.


(5) Vila – Para se fundar uma vila e doar
suas terras era necessário possuir uma carta de poderes do Rei de
Portugal. A vila possuía um ordenamento jurídico-administrativo semelhante
às cidades atuais. Tinha Câmara Municipal com vereadores, almotacéis
vereadores que serviram a Câmara no ano anterior juiz, procurador,
tesoureiro, escrivão, alcaide-mor – espécie de prefeito, além do
guarda-mor – que cuidava da segurança da vila. Possuíam também um
Pelourinho.

6) Jesuítas –
ordem religiosa fundada em 1539 por Ignácio
de Loyola. Tratava-se de um grupo de características militares de combate
à Reforma. Nesse mesmo ano foi reconhecida como uma ordem católica romana
e em 1540 foi aprovada pelo Papa Paulo III. Os jesuítas chegaram ao Brasil
Bahia em 1549 e tinham como função primordial catequisar os índios, ou
seja, ensinar a religião católica e as normas de conduta moral e social
dos portugueses. Além disso, fundaram colégios, abriram estradas para o
interior do país, etc. Entre 1504 e 1604 estiveram no Brasil 174 padres,
entre eles: Manuel da Nóbrega, José de Anchieta, Leonardo Nunes e Antonio
Vieira.Foram expulsos em 1759 de Portugal e suas colônias, por
interferência do Marquês de Pombal. Em 1773 a Companhia foi extinta pelo
Papa Clemente XIV. Em 1814 a ordem foi formalmente restaurada pelo Papa
Pio VII.


(7) Capitania –
foram as primeiras divisões
administrativas do Brasil, implantadas por D.João II entre os anos de 1532
e 1536. O sistema de capitanias já era usado por Portugal em Açores,
Madeira e Cabo Verde, onde tinha dado certo. As terras eram doadas a
donatários através da Carta de Doação que estipulava a área e do Foral
que apresentava os direitos e deveres dos donatários. O intuito dessa
empreitada era colonizar a colônia com o mínimo de recursos da Coroa
Portuguesa. O Brasil foi dividido em quinze capitanias e a maioria delas
não prosperaram. As capitanias que tiveram sucesso foram a de São Vicente
e a de Pernambuco, onde houve acordos com os índios residentes naquele
lugar. Nas demais Maranhão, Maranhão (2.º quinhão), Ceará, Rio Grande,
Itamaracá, Bahia, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, São Tomé, Santo
Amaro e Santana os portugueses estavam cercados por indígenas e as casas e
canaviais eram destruídos constantemente. Tal sistema foi sendo suplantado
a partir de 1549 pelo sistema de Governo-geral, onde as capitanias
inexploradas foram retomadas e o governador-geral, com sua sede em
Salvador, passou a ser a referência política da Colônia.


(8) Ordem de São Bento
– essa ordem foi criada por volta de 529 d.C. por São Bento, nas
proximidades de Roma. A concepção dessa ordem era de que o mosteiro
deveria ser uma instituição autônoma financeira e administrativamente,
sendo os monges soldados de Cristo, tendo por chefe o abade. Na região do
ABC, os beneditinos tiveram influência desde o século 17, quando receberam
por doação terras que formariam duas fazendas: São Bernardo e São Caetano.
No final do século 19 as ordens religiosas perderam seu poder, com a
separação do Estado e da Igreja. As terras e propriedades dessas ordens
foram vendidas ao Estado ou confiscadas e essas ordens religiosas ficaram
restritas a seus mosteiros.


9) Tropas –
as tropas de mulas surgiram como meio de transporte a partir da primeira metade do século 18. Era uma resposta à ampliação do movimento comercial entre diversos pontos do Brasil e, em especial, com Minas Gerais, onde a mineração de ouro movia a economia daquele período. Foram abertas várias estradas ligando diversas localidades como, por exemplo Sorocaba São Paulo e Viamão no Rio Grande do
Sul, onde se criavam mulas, gado e cavalos. Por essas estradas eram
trazidos todos os tipos de produtos: alimentos, ferramentas, tecidos, etc.
O tropeiro passou a ser uma figura importante na integração espacial e no escoamento da produção de diferentes e distantes lugares.
Entre o Porto de Santos e São Paulo, havia uma rota que passava pela Serra do Mar através da Calçada de Lorena, inaugurada em 1792 e seguia por vários caminhos dentro da região que hoje compreende o ABC: Caminho do Pilar, do Oratório, do Vergueiro, entre outros. Com isso, a região que servia de local de pastagem e pouso para os tropeiros foi sendo povoada, permitindo a posterior criação de freguesias e vilas.


10) Colônia de imigrantes-
essas colônias foram implantadas no ABC, pelo Governo Imperial, a partir de 1877, nas antigas fazendas dos beneditinos. O intuito era de que ali se plantassem produtos agrícolas de subsistência, em apoio às grandes fazendas produtoras de café. As terras das colônias foram divididas em linhas e estas em lotes que eram entregues aos imigrantes italianos que deveriam cultivar produtos agrícolas. Com a renda gerada, poderiam abater suas dívidas com o Governo, tornando-se
proprietários das terras. No entanto, a realidade era diferente. O
descaso, as más condições de vida e a inaptidão das terras para o cultivo fizeram com que muitos imigrantes abandonassem seus lotes e buscassem no núcleo urbano outro tipo de atividade que lhes garantissem o sustento. Com isso, esse sistema de uso das terras foi abandonado pelo governo, que
passou a estimular ainda mais as grandes propriedades que queriam o
imigrante apenas como mão-de-obra barata e em larga escala, e não mais
como proprietário de um lote de terra.



  1. 25 janeiro, 2010 às 9:23

    adorei a historia de santo andré
    sempre vou ao festival

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