Enfermagem e Suas Teorias (Blog N. 393) Parceria: O Porta-Voz e Painel do Coronel

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Infecções Hospitalares e a Teoria Sistêmica, Ecológica e Cibernética de Enfermagem, de Rosalda Paim

Todo sistema só pode existir no ambiente.

Não existe sistema sem ambiente.

A única exceção, o único sistema sem ambiente é o Universo, a menos que se o considere finito.

Os sistemas abertos se relacionam com o respectivo ambiente, afetando-se mutuamente.

A totalidade das relações entre um sistema e o seu ambiente podem ser sintetizadas como um
conjunto de trocas que se processam entre ambos.

Por sua vez, este conjunto de trocas pode ser traduzido e sintetizado como um continuo e permanente intercâmbio de "matéria energia e informações".

O ser humano, como sistema aberto, intercambia matéria, energia e informações com o seu ambiente.

Ao sentir a necessidade da implantação de uma metodologia científica nas atividades de enfermagem e do enfermeiro e, constatar que o reducionismo que impregnava as teorias de enfermagem, até então existentes, constituía um fator impediente para a sua consecução, Rosalda Paim, construiu uma teoria de caráter mais abrangente, através do qual, a função do enfermeiro não se restringe a prestar cuidados ao corpo do doente, alcançando, também, o ambiente em que este se insere, acrescidas das relações que ocorrem entre um e outro, constituindo-se a enfermagem ecológica.

Como já nos referimos, tais relações se traduzem, necessariamente, em trocas entre o cliente e o seu entorno.

Por outro lado, demonstrou-se que a rotina das atividades hospitalares se caracterizavam pela falta de integração da equipe multiprofissional de saúde e conseqüente dispersão dos seus esforços, comprometendo a segurança do cliente, o que tornava exigível a adoção de um mecanismo integrador, ao mesmo tempo em se evidenciou que, pelas características dos seus papeis profissionais, caberia ao enfermeiro a tarefa de integração das relações do paciente com o seu entorno, como já se disse, sintetizadas como um conjunto de "trocas de matéria, energia e informações entre ambos."

Diante do exposto, foi estabelecido, entre os postulados da Teoria Sistêmica, Ecológica e Cibernética, o seguinte:

Princípio de Administração das Trocas


No sistema de saúde, a coordenação e a integração do processo de compatibilização dos intercâmbios de "matéria, energia e informações que se realizam entre o ser humano e o ambiente respectivo, constitui atribuição, predominantemente, do enfermeiro.


- O enfermeiro administra (coordena, integra, controla, avalia e reajusta) o processo de trocas de matéria, energia e informações entre o sistema humano e o ambiente, objetivando a consecução do maior nível de homeostasia ou o menor nível do seu desvio, permissível pelo seu potencial genético, história individual e social e, condições ambientais presentes, até a extinção do processo vida, além de administrar cuidados na fase inicial do pós-morte (Princípio de Extrapolação do Ciclo Vital), o que corresponde a aspecto da "Adequação do Ambiente".

- A otimização do processo comunicativo, em dupla via (troca de informações) entre o paciente e o enfermeiro constitui elemento facilitador do diagnóstico de enfermagem e da adequação da assistência de enfermagem às necessidades de cuidados apresentadas pelo paciente.

- As trocas de informações entre o ser humano e o ecossistema podem ser representadas diretamente por fenômenos físicos, químicos ou físico-químicos que constituem os sistemas signos.

- As trocas de informações intersubsistemas do organismo humano, como se exemplifica pela ação dos neurotransmissores, sendo mediadas por fenômenos físicos, químicos ou físico-químicos, constituindo verdadeiros sistemas signos.

Os estímulos sígnicos (aporte de informações e transporte de sinais) resultam no organismo, em respostas mediadas por fenômenos fisiológicos (bioquímicos e/ou biofísicos).

Vejamos, agora, a aplicabilidade do Princípio de Administração das Trocas, da Teoria Sistêmica, Ecológica e Cibernética de Enfermagem, no caso específico das Infecções Hospitalizares que constitui um fenômeno endêmico em nossos hospitais, com o que infelizmente já se acostumou, mas eis que irrompe um surto epidêmico no Hospital de Bonsucesso, fato que vem caracterizar um evidente fracasso do processo de administração das trocas entre os doentes e o ambiente,
possibilitando a invasão de microorganismos patogênicos no corpo do paciente hospitalizado (aporte de matéria), por inadequada atuação sobre o ambiente hospitalar, resultante da não aplicação do Princípio de Adequação do Ambiente, da referida teoria.

Aqui abro um parêntese para expressar que o Hospital de Bonsucesso é uma instituição muito cara e saudosa, pois ali vivi um ano inteiro, dia e noite, em 1972, realizando meu internato, como acadêmico do sexto ano de medicina, sob a orientação dos Drs. Alvariz, Sergio Miranda, da Dra Dayse e outro Dr. Sérgio, além de vários preceptores e prezados amigos, agora, com tristeza, tomei conheciment9o de que esta "residência" querida se acha assolada por uma epidemia de infecções hospitalares, inclusive com vítimas fatais.

Vejamos, a seguir, o que postula o:

Princípio de Adequação do Ambiente


Com o propósito de facilitar o equilíbrio das trocas de matéria, energia e informações entre o ser humano e o ambiente, as ações de enfermagem se exercem, também, no sentido de ajustar o meio às necessidades das pessoas.


Portanto, o enfermeiro, além de exercer suas ações no corpo do paciente (sistema humano), atua, simultaneamente (segundo o Princípio das Aões Simultâneas, da mesma teoria), também, sobre o ambiente em que o mesmo se acha inserido.


Corolários:

- A adequação dos vestimentas, do leito, dos consultórios, das enfermarias e outros elementos próximos, constituem aspectos do "Processo de Adequação do Ambiente".

- O equilíbrio do ambiente de trabalho, de lazer e outros representam detalhes do "Processo de Adequação do Meio".

- As medidas de saneamento básico e de organização e administração do sistema de trânsito constituem procedimentos de Adequação do Ambiente.

- A ação do enfermeiro no controle de infecção hospitalar, como partícipe ou não de Comissão Específica, constitui um detalhe da "Adequação do Ambiente".

- A Educação em Saúde às pessoas (sadias ou doentes), família ou comunidade; o treinamento em serviço (pessoal serviçal e de enfermagem) e a educação continuada das ações protetoras do meio ambiente hospitalar, fazem parte da função do enfermeiro no "Processo de Adequação do Ambiente".

- O equilíbrio ou desequilíbrio do ambiente, a sua adequação ou inadequação afetará as relações de trocas de matéria, energia e informações e, por esta via, contribui para assegurar as condições de homeostasia do organismo ou para provocar desvios dessa condição.

- A "Adequação do Ambiente" é um pressuposto básico para harmonia das trocas e o conseqüente equilíbrio ou homeostasia do organismo.

- As trocas de matéria, energia e informações poderão ser adequadas ou inadequadas em função da favorabilidade ou não do ambiente.

- As ações de enfermagem dispensadas à adequação do ambiente constituem medidas facilitadoras das trocas entre o organismo e o meio, capazes de contribuírem para a promoção, proteção ou restauração da homeostasia.

Os Princípios de Ação Simultânea e de Adequação do Ambiente caracterizam a Enfermagem Ecológica.


A elaboração de uma Lei Estadual sobre a criação de Comissões de Infecção Hospitalar é coerente com o Princípio de Adequação do Ambiente
da Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem, prescrevendo que os cuidados do enfermeiro transcendem o corpo do doente, para atingir o ambiente, o que caracteriza a enfermagem ecológica, proposta por Rosalda Paim.

A abrangência da teoria e a postulação de uma visão sistêmica do ser humano, da enfermagem e do ambiente, justificam a designação de sistêmica, enquanto o seu alicerce no funcionamento cibernético do organismo, dotado de inúmeros mecanismos de "feedback", justificam o advento de uma enfermagem cibernética.

Os Princípios de Administração das Trocas e o de Adequação do Ambiente, constitui uma decorrencia do:

Princípio das Ações Simultâneas


A enfermagem e o enfermeiro devem, sempre, cuidar do corpo da pessoa humana e, simultaneamente, efetuar a adequação do seu ambiente imediato. a fim de facilitar o processo de trocas de "matéria, energia e informações" entre ambos.


Corolários:

A enfermagem busca promover, preservar ou restaurar o equilíbrio do organismo humano, atuando diretamente sobre o mesmo e, simultaneamente, sobre o se u entorno, adequando-o, com a finalidade de favorecer a harmonia das contínuas trocas de matéria, energia e informações que se processam entre o homem e o ambiente:

Todas as relações do homem com o meio físico, biológico, tecnológico e social podem ser, pois, analisadas em sua dimensão ecológica.

- O meio ambiente pode e deve ser considerado como extensão do nosso próprio corpo, como já o são os instrumentos que utiliza.

- O equilíbrio do ambiente resulta, por sua vez, de nossas ações ou omissões em relação ao mesmo.

O ambiente é, pois, tudo que está situado externamente em relação ao corpo ou ao sistema considerado, isto é, tudo que nos cerca.

Na realidade, ao tomarmos em consideração um ser humano, o resto é o seu ambiente.

- Os desequilíbrios do ecossistema dificultam as condições do estado de homeostasia do organismo humano, já que inexiste descontinuidade absoluta entre o homem e o meio.

Os princípios mencionados e, seus corolários, caracterizam a Enfermagem Ecológica, expressa na Teoria Sistêmica, Ecológica e Cibernética, de Rosalda Paim, consubstanciada no


Princípio da Enfermagem Ecológica


O ser humano e o ambiente correspondem, cada qual, a um sistema, afetando-se reciprocamente, através de um processo contínuo e permanente de trocas de "materia, energia e informações" e formam, em conjunto, um sistema misto (sistema homem/ambiente) que a enfermagem não pode, nunca, abordar de maneira dissociada.


Corolários:

- O homem está intimamente interligado e interrelacionado com o ecossistema, de modo que o ambiente contíguo, imediato ao seu corpo, pode ser considerado como a própria extensão do mesmo.

- Das relações harmônicas ou inadequadas entre o homem e o ambiente podem resultar em situações equilíbrio ou de desequilíbrio para um ou outro, ou para um e outro.

- A roupa, o leito, a enfermaria, o lar, o ambiente de trabalho ou de lazer, os meios de transporte e, outros componentes ambientais, influem nas condições de equilíbrio/desequilíbrio do ser humano.

- O enfermeiro deve atentar para todas as formas de poluição do ambiente que possam resultar em intercâmbios inadequados e comprometer a homeostasia da pessoa assistida.

- Face à estreita relação do homem com o seu ecossistema, do qual depende as suas condições de homeostasia, a enfermagem atua necessária e simultaneamente, sempre, sobre ambos.


A motivo que conduziu à publicação desta postagem, foi o "gancho" proporcionado, infelizmente, pela matéria seguinte:

Superbactéria já contaminou pelo menos 40 pessoas no HGB

Flávia Junqueira e Gabriela Moreira - Extra

RIO - Laudos de exames laboratoriais feitos em pacientes do Hospital Geral de Bonsucesso, aos quais o EXTRA teve acesso, revelam que a bactéria Enterococcus faecium contaminou, pelo menos, 40 pessoas. O número pode ser ainda maior, já que os nomes constam de análise feita somente entre 1º e 10 de outubro. Na terça-feira, uma paciente de 15 anos internada no CTI com meningite e contaminada pela superbactéria morreu.

Documentos do hospital também mostram que, em setembro do ano passado, pelo menos três pacientes já haviam sido identificados como portadores da bactéria. A Enterococcus faecium é resistente ao antibiótico vancomicina, um dos mais fortes no tratamento de infecções bacterianas. A identificação dos últimos casos de contaminação levou o HGB a fechar a emergência na última quinta-feira .

" Chegamos a ter um total de 29, mas muitos já receberam alta "

A diretora do hospital, Sandra Azevedo, negou que a unidade tenha contabilizado um total de 40 pacientes contaminados. Depois de contestada, ela disse que o HGB chegou a diagnosticar 29 casos, mas parte deles já teria recebido alta. Esse número, no entanto, ainda não havia sido divulgado antes. Atualmente, segundo a diretora, 16 pacientes internados estão contaminados e outros quatro são suspeitos. Até segunda, o HGB só havia divulgado 15 casos.

- Em momento algum tivemos 40 pacientes. Chegamos a ter um total de 29, mas muitos já receberam alta. No momento, tenho 12 contaminados no quinto andar, quatro no CTI e outros quatro com fortes suspeitas, na emergência. Todos estão isolados - afirmou Sandra.

Você pode ver a reportagem completa e a reprodução dos documentos que comprovam a contaminação na edição do jornal EXTRA desta quarta-feira.


Fonte: Extra Globo

http://extra.globo.com/saude/materias/2007/10/17/298182746.asp

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Infecçoes hospitalares e o Princípio de Adequação do Ambiente da Teoria de Rosalda Paim

O episódio ou melhor a epidemia de Infecções Hospitalares, que vem ocorrendo no Hospital de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, entre outras causas, decorre da deficiente aplicação do Princípio de Adequação do Ambiente da Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem, de Rosalda Paim, mas também do mal funcionamento da Comissão de Infecção Hospitalar, enfatizada pela referida teorista, enquanto Deputada Estadual (1983/87), autora da Lei 1058/85 que disciplina a criação de comissões de infecções hospitalares.

Vejamos, primeiro, o que postula a teoria e, depois, o que prescreve a lei.

O "Princípio de Adequação do Ambiente", da referida teoria, tem o seguinte enunciado:



A fim de facilitar o equilíbrio das trocas de matéria, energia e informações entre o ser humano e o ambiente, as ações de enfermagem se exercem, também, no sentido de ajustar o meio às necessidades das pessoas.



Portanto, o enfermeiro, além de exercer suas ações no corpo do paciente (sistema humano), atua, simultaneamente (segundo o Princípio das Aões Simultâneas, da mesm teoria), também, sobre o ambiente em que o mesmo se acha inserido.



Corolários deste princípio:

- A adequação dos vestimentas, do leito, dos consultórios, das enfermarias e outros elementos próximos, constituem aspectos do "Processo de Adequação do Ambiente".

- O equilíbrio do ambiente de trabalho, de lazer e outros representam detalhes do "Processo de Adequação do Meio".

- As medidas de saneamento básico e de organização e administração do sistema de trânsito constituem procedimentos de Adequação do Ambiente.

- A ação do enfermeiro no controle de infecção hospitalar, como partícipe ou não de Comissão Específica, constitui um detalhe da "Adequação do Ambiente".

- A Educação em Saúde às pessoas (sadias ou doentes), família ou comunidade; o treinamento em serviço (pessoal serviçal e de enfermagem) e a educação continuada das ações protetoras do meio ambiente hospitalar, fazem parte da função do enfermeiro no "Processo de Adequação do Ambiente".

- O equilíbrio ou desequilíbrio do ambiente, a sua adequação ou inadequação afetará as relações de trocas de matéria, energia e informações e, por esta via, contribui para assegurar as condições de homeostasia do organismo ou para provocar desvios dessa condição.

- A "Adequação do Ambiente" é um pressuposto básico para harmonia das trocas e o conseqüente equilíbrio ou homeostasia do organismo.

- As trocas de matéria, energia e informações poderão ser adequadas ou inadequadas em função da favorabilidade ou não do ambiente.

- As ações de enfermagem dispensadas à adequação do ambiente constituem medidas facilitadoras das trocas entre o organismo e o meio, capazes de contribuírem para a promoção, proteção ou restauração da homeostasia.

Os Princípios de Ação Simultânea e de Adequação do Ambiente caracterizam a Enfermagem Ecológica.


A elaboração de uma Lei Estadual sobre a criação de Comissões de Infecção Hospitalar é coerente com o Princípio de Adequação do Ambiente
da Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem, prescrevendo que os cuidados do enfermeiro transcendem o corpo do doente, para atingir o ambiente, o que caracteriza a enfermagem ecológica, proposta por Rosalda Paim.

A abrangência da teoria e a postulação de uma visão sistêmica do ser humano, da enfermagem e do ambiente, justificam a designação de sistêmica, enquanto o seu alicerce no funcionamento cibernético do organismo, dotado de inúmeros mecanismos de "feedback", justificam o advento de uma enfermagem cibernética.


A lei supra mencionada é publicada a seguir:

Lei 1058/85, de autoria da Deputada Rosalda Paim - Cria Comissões de Infecção Hospitalar

O Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, nos termos do § 5º, do Artigo 45, da Constituição Estadual, promulga a Lei nº 1058, de 07 de novembro de 1986, oriunda do Projeto de Lei nº 594, de 1985.

LEI Nº 1058, DE 07 DE NOVEMBRO DE 1986.

DISPÕE SOBRE A INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE COMISSÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR.


Art. 1º - Os estabelecimentos hospitalares situados no Estado do Rio de Janeiro deverão dispor de Comissão de Infecção Hospitalar em permanente atividade.

Art. 2º - Da Comissão de Infecção Hospitalar participarão necessariamente:

a) O Diretor da Unidade Hospitalar ou seu representante;

b) O Diretor Administrativo ou seu representante;

c) Um membro de cada categoria profissional de nível superior em atividade no estabelecimento do grupo biomédico;

d) Um representante dos funcionários de nível médio do estabelecimento;

e) Um representante da Associação de Amigos do estabelecimento.

Art. 3º - A partir da data da promulgação desta Lei, os estabelecimentos que não satisfaçam o disposto nos seus artigos...

a) Renovar sua licença de funcionamento;

b) Receber formulários de atestados de óbitos ou de notificação de receita de entorpecentes;

c) Celebrar convênios para prestação de serviços com quaisquer órgãos de Administração direta ou indireta do Estado do Rio de Janeiro.

Parágrafo Único - Os estabelecimentos portadores de licença inicial na vigência desta Lei terão o prazo de 06 (seis) meses para adaptação às condições previstas nos artigos 1º e 2º.

Art. 4º - Ficam os estabelecimentos hospitalares da rede de Saúde do Estado do Rio de Janeiro obrigados a adquirir os antibióticos, identificados através dos antibiogramas, realizados com as amostras de material dos pacientes portadores de infecção hospitalar, para seu necessário tratamento clínico.

Art. 5º - Os Estabelecimentos Hospitalares, subordinados à Secretaria de Saúde, deverão dispor de Comissão de Infecção Hospitalar em permanente atividade.

Art. 6º - A ausência ou insuficiência de medidas controladoras de infecção hospitalar serão aplicadas as penalidades da legislação federal vigente.

Art. 7º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, 07 de novembro de 1986.

EDUARDO CHUAHY
Presidente

http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/69d90307244602bb032567e800668618/1c9a992088931ae20325654b007fc95b?OpenDocument


terça-feira, 9 de outubro de 2007

Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem

ROSALDA PAIM

Com fundamentação, principalmente, na Teoria Geral dos Sistemas, na Cibernética, na Teoria de Informações e na Ecologia e, em conhecimentos específicos das áreas de saúde e de enfermagem, formulamos os princípios da Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem que, por razões didáticas, dividimos em três grupos:

- Princípios Específicos - próprios da Enfermagem.

- Princípios Comuns - relativos às ciências de saúde e à ciência de enfermagem.

- Princípios Básicos - aplicáveis a quaisquer ramos do conhecimento científico, integrando simultaneamente, a Teoria Sistêmico-Ecológica Cibernética de Enfermagem e o quadro de referência da teoria - o Sistemismo Ecológico Cibernético.

A seguir, serão enumerados todos os princípios da teoria, mas, enunciaremos, apenas, alguns:

Princípios Específicos da Teoria Sistêmico Ecológica Cibernética de Enfermagem

1 - Enfermagem Sistêmica

2 - Enfermagem Ecológica

3 - Enfermagem Cibernética

4 - Formação Generalista

5 - Papel Integrador

6 - Delimitação Legal

6 - Principio do Processo Saúde/Doença

7 - Extrapolação do Ciclo Vital

9 - Enfermagem do Espaço Social

10 - Humanização

11 - Holismo

12 - Administração das Trocas

13 - Transferência de Negentropia

14 - Logístico

15 - Independência Nosológica

16 - Utilidade Nosológica

17 - Independentização da Assistência

18 - Cuidados Contínuos

19 - Interação e Sinergia

20 - Ações Simultâneas

21 - Adequação do Ambiente

22 - Priorização da Fisiologia

23 - Respostas às Necessidades

24 - Proteção de Barreiras

25 - Adaptação

26 - Universalidade da Assistência

27 - Assistência Individualizada

28 - Ações Simultâneas

29 - Adequação do Ambiente

Enunciamos, a seguir, alguns dos Princípios acima mencionados:

Princípio das Respostas às Necessidades

Os cuidados de enfermagem representam respostas a uma gama de necessidades básicas e específicas (sentidas ou não) do ser humano (família, comunidade), as quais variam, segundo as condições hereditárias, ambientais/ culturais, constituintes de aspectos universais e individuais das pessoas e, de situações particulares, como a faixa etária, natureza e estágio de evolução do processo saúde/doença e outras.

A fim de se prestar adequados cuidados de enfermagem ao ser humano devem ser identificadas as condições de aportes, transportes e alterações do metabolismo, deficiências de eliminações (retenções) de matéria no organismo, condições de equilíbrio energético, expressos pela normalidade ou modificações das constantes químicas e físicas que caracterizam os desvios da homeostasia, incluindo as condições do processo comunicativo da pessoa assistida.

Princípio da Universalidade da Assistência

Em virtude de características inerentes à espécie humana, todas as pessoas têm necessidades comuns de assistência de enfermagem, independentemente da nacionalidade, raça, sexo, religião, nível cultural ou outros quaisquer atributos ou fatores.

Corolário:

- Independentemente da assistência particularizada e individualizada (Especificidade da Assistência), como prescreve o Princípio seguinte, todas as pessoas devem receber cuidados genéricos (comuns a todas as pessoas).

Princípio dos Cuidados Individualizados

Em função da concorrência do seu patrimônio genético e das condições históricas e instantâneas de relações de intercâmbios com o ambiente, cada homem constitui um ser único e, por isso, necessita de assistência de enfermagem particularizada e individualizada, além daquelas devidas a todo e qualquer integrante da espécie.

Corolário:

- A assistência de enfermagem deve ser ajustada às condições culturais, faixa etária, nível sócio/econômico/educacional e estágio do processo vida, da natureza da entidade mórbida e do processo evolutivo da doença, além de outros aspectos, a critério do enfermeiro.

- A variabilidade das experiências individuais (culturais) decorrentes da Ação do Meio (Fenótipo) que atuam sobre o substrato genético (Genótipo), exige o ajustamento da assistência de enfermagem às necessidades de cada grupo social e de cada pessoa de per si, além de se considerar as necessidades comuns a todos os seres humanos.

Princípio das Ações Simultâneas

O enfermeiro, ao atuar sobre o sistema humano ou qualquer unidade por ele administrada, deverá fazê-lo, sempre e simultaneamente, sobre o ambiente respectivo, a fim de facilitar o processo de trocas de matéria, energia e informações entre ambos.

Princípio da Adequação do Ambiente

A fim de facilitar o equilíbrio das trocas de matéria, energia e informações entre o sistema humano ou qualquer outro por ele administrado e, o ambiente respectivo, as ações do enfermeiro devem ser exercidas, também, no sentido de ajustar o meio às necessidades e aos propósitos dos referidos sistemas.

Os Princípios Comuns da Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem

1 - Homeostasia do Sistema de Saúde

2 - Necessidades de Saúde

3 - Assistência preventiva

4 - Integrador do Setor de Saúde

5 - Trocas de Informações Intra Sistema Humano

6 - Facilitação das Trocas

7 - Ações Negentrópicas

8 - Abrangência do Ambiente

9 - Concorrência

10 - Equilíbrio Instável

11 - Princípio Genético-Histórico/Instantâneo

Princípio das Necessidades de Saúde

As necessidades de saúde são exigências de trocas de matéria, energia e informações entre os seres humanos e o ecossistema, cuja facilitação é atribuída ao Sistema de Saúde, com o objetivo de promover, preservar ou restaurar o maior nível de homeostasia permissível pelo seu potencial genético, história individual, fase etária e condições pessoais e ambientais atuais (intercâmbios instantâneos).

Corolários:

- A atenção às dependências em relação às necessidades de trocas de matéria, energia e informações entre o sistema homem e o ecossistema, a cargo do subsistema industrial terciário, prestador de assistência à saúde (sistema de saúde), constitui o processo assistencial de saúde.

- A assistência à saúde representa um aspecto parcial do atendimento às necessidades globais do homem.

- A assistência à saúde é um caso particular de atenção às necessidades do homem - as necessidades específicas de saúde.

Reportando-nos ao quinto princípio básico (Princípio das Dependências), podemos afirmar:

- O grau de dependência do ser humano em relação à satisfação de suas necessidades é diretamente proporcional ao nível de afastamento do ponto de otimização da homeostasia do processo de intercâmbio de matéria, energia e informações com o seu ambiente e das trocas entre seus diversos órgãos e aparelhos (trocas intersubsistências).

- O êxito do processo de promoção, preservação e restauração da saúde é diretamente proporcional à qualidade da assistência à saúde prestada pela equipe multiprofissional envolvida .

- A eficácia do processo de promoção, preservação e, restauração da saúde é diretamente proporcional à qualidade de assistência médica prestada.

- A eficácia do processo de promoção, preservação e, restauração da saúde é diretamente proporcional à qualidade dos cuidados de enfermagem prestada.

- A eficácia do processo de promoção, preservação e, restauração da saúde é diretamente proporcional à qualidade da assistência prestada pelos demais integrantes da equipe de saúde.

A assistência médica, a assistência de enfermagem e a assistência prestada pelos demais profissionais integrantes da equipe multiprofissional de saúde representam, cada uma de per si, aspecto parcial da assistência de saúde, necessitando de articulação e integração para assegurar a sua eficiência e eficácia..

A qualidade do produto final do aparelho prestador de assistência de enfermagem é uma exigência, cujo cumprimento, pode significar a diferença entre a vida e a morte, independentemente da natureza e qualidade da assistência médica prestada.

Para promover, manter ou restaurar a saúde, o homem tem necessidades: são as necessidades de saúde e, dentre estas, as necessidades de enfermagem.

As necessidades de saúde e as necessidades de enfermagem podem ser carências gerais, próprias de quaisquer situações (necessidades específicas), características de determinadas situações ou condições particulares.

As necessidades de saúde e as necessidades de enfermagem e a assistência prestada pelos demais integrantes da equipe multiprofissional de saúde são atendidas ou satisfeitas por assistência (serviços) de aparelhos que podem ser, assim, categorizadas:

- Atenção à Saúde:

- Sistema Industrial

- Subsistema Industrial Terciário ou Indústria de Prestação de Serviços

- Sub-subsistema de Saúde.

- Assistência de Enfermagem:

- Sistema Industrial

- Subsistema Industrial Terciário ou Indústria de Prestação de Serviços

- Sub-subsistema de Saúde

- Sub-sub-subsistema de Enfermagem


Princípio da Assistência Preventiva

Todo e qualquer processo assistencial à saúde deve ser considerado como atividade preventiva, atuando-se segundo os níveis de prevenção estabelecidos por Leavell & Clarkl5: Promoção da Saúde, Proteção Especifica, Diagnóstico e Tratamento Precoce, Limitação do Dano e Reabilitação, não devendo, em conseqüência, haver dicotomia entre os procedimentos de assistência de saúde de natureza preventiva e curativa.

Igualmente, não deve haver dicotomia entre a assistência de enfermagem de caráter curativo e a de natureza preventiva. O enfermeiro deve se constituir, predominantemente, em um profissional da saúde e não num profissional da doença, mas para isto se exigem conhecimentos profundos de Fisiologia, além da segurança, com que deve dominar os conteúdos das outras disciplinas ministradas nas Faculdades de Enfermagem ou em cursos de especialização e pós-graduação.

Em qualquer nível em que atue, o enfermeiro deve integrar sempre o processamento das atividades preventivas e curativas, com ênfase no enfoque de uma assistência global, “sistêmica”, holística.

As ações de enfermagem devem ser exercidas em qualquer situação, sempre e simultaneamente, quanto à promoção, proteção e recuperação da saúde.

Qualquer que seja a natureza da instituição e o nível de sua especialização, a assistência de enfermagem deve sempre ser prestada nos níveis de promoção, proteção e recuperação da saúde.

A assistência de enfermagem ao indivíduo (família, comunidade) deve ser permanente e contínua, tanto na situação de doença como na de higidez.

As ações de enfermagem, em relação ao paciente hospitalizado, devem ser ininterruptas, durante as vinte e quatro horas do dia. (Princípio da Assistência Contínua, da Teoria Sistêmico-Ecológica de Enfermagem).


Princípios Básicos da Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética


A Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem é constituída pelos Princípios Específicos que constituem o cerne da teoria, pelos Princípios Comuns às Ciências da Saúde e da Enfermagem e, integrado ainda, pelos Princípios Básicos (ou Princípios Gerais), abaixo enumerados, os quais são compartilhados com o Sistemismo Ecológico Cibernético:

1 - Universo Sistêmico

2 - Universalidade Ecológica

3 - Ecologia Sistêmica

4 - Sistemismo Cibernético

5- Paradigma Cibernético

6 - Homem Sistêmico-Cibernético

7 - Homeostasia dos Sistemas

8 - Necessidades Globais

9 - Dependências

10 - Antagonismo Negentrópico/Entrópico

11 - Negentrópico-Dialético-Cibertnético da Matéria Viva

12 - Anulação da Negentropia

13 - Tanatoteleonomia

14 - Princípio da Dialética dos Sistemas Vivos

15 - Princípio da Multicausalidade

16 - Integração Intra-sistêmica

17- Princípio da Integração entre o Sistema-Metassistemas-Ambiente

18- Auto Organização e Auto Regulação

19- Concorrência

20- Genético-Ambiental

21- Ações Simultâneas

22 - Adequação do Ambiente

23 - Evolução

Princípio das Necessidades Globais.

As necessidades globais do sistema humano (de natureza bio-psico-sócio-espirituais) podem ser referidas em termos de exigências de trocas de matéria, energia e informações entre este sistema e o ambiente, a fim de possibilitar a homeostasia de sua estrutura (física), da sua composição (química) e da sua fisiologia (físico-química) e de atingir o maior nível de integração no ecossistema, para consecução da sua teleonomia individual, da comunidade, da sociedade e, a da própria espécie humana.

Na dependência de fatores genéticos e de fatores ambientais (sócio/culturais, familiares, nível de instrução, de percepção e outros), variam as necessidades, mas, nem sempre, o homem tem consciência de suas reais necessidades e, em conseqüência, podemos afirmar:

Em razão do nível de diferenciação individual do sistema humano e das relações com o ambiente, varia a sua consciência quanto às necessidades próprias.

Podemos, então, classificar as necessidades do ser humano em necessidades sentidas e, necessidades não sentidas.

O homem é, muitas vezes, dependente de outrem para satisfazer às suas necessidades.

O ser humano tem necessidades de toda ordem. O conjunto de todas as necessidades humanas constitui as suas necessidades globais.

As necessidades globais podem ser classificadas em necessidades gerais e, necessidades específicas.

As necessidades gerais são aquelas próprias de qualquer ser humano, em qualquer situação.

As necessidades específicas são exigências peculiares a determinadas situações ou condições em que o homem se encontre, no momento.

Para atender às necessidades do homem, existe todo um complexo sistema industrial.

Conforme sua natureza, as necessidades são atendidas por determinados setores do sistema industrial, ou seja, por um ou outro de seus subsistemas.

As necessidades são satisfeitas pelas utilidades. Portanto, designamos como utilidades tudo que é capaz de satisfazer necessidades.

Todas as necessidades podem ser sintetizadas sob a rubrica de necessidades de trocas de matéria, energia e informações.

As utilidades também podem ser referidas em termos de matéria, energia e informações.

As utilidades correspondem ao produto final do sistema industrial:

primário, secundário e terciário (seus subsistemas).

Cada subsistema do sistema industrial, através do seu produto final - bens ou serviços - atende a um conjunto de necessidades que lhe são pertinentes.

Bens ou serviços representam, portanto, utilidades.

O sistema humano, para atingir seu próprio "telos", assim como o da espécie, possui um conjunto de necessidades, as necessidades globais, as quais podem ser traduzidas como necessidades de natureza bio-psico-sócio-espirituais, sendo que estas compreendem:

- As necessidades básicas e

- As Necessidades complementares.

O ser humano satisfaz suas necessidades, por si mesmo ou, na dependência de ajuda de outras pessoas e/ou de outros sistemas, segundo o:

Princípio das Dependências

O sistema humano é, em grande parte, dependente de outrem em relação à satisfação de suas necessidades de trocas de matéria, energia e informações com o ambiente.

Corolários:

- As dependências do homem, em relação às necessidades de trocas de matéria, energia e informações com o ambiente, podem ser parcial ou totalmente supridas pelos subsistemas (primário, secundário e terciário) do sistema industrial.

- As dependências do homem em relação a determinadas necessidades podem ser parcial, ou totalmente, satisfeitas por um determinado setor do sistema industrial terciário (indústria de prestação de serviços) - o sistema de saúde.

- A dependência do homem em relação à determinada necessidade pode ser parcial ou totalmente atendida ou satisfeita por um ou mais setores do sistema de saúde, como o subsistema de enfermagem.

- As dependências do homem (família, comunidade, sociedade), em relação às necessidades de saúde e as necessidades de enfermagem, podem ser caracterizadas como carências totais ou parciais e classificadas segundo os níveis de prevenção de Leavell & Clark18 (adaptado).

- Os produtos finais ("output") do processo industrial (primário, secundário ou terciário) capazes de satisfazer às necessidades do homem (bens ou serviços) são designados como "utilidades”.

- Os serviços - representam o produto final do subsistema industrial terciário ou indústria de prestação de serviços - correspondendo, pois, a utilidades.

- A assistência em saúde e os cuidados de enfermagem constituem modalidades de serviços ou utilidades produzidas pelo sistema industrial terciário (subsistema de saúde, sub-subsistema de enfermagem) e/ou, por outros sub-subsistemas do subsistema de saúde.

Ensino das Teorias de Enfermagem Baseado em Estudo de Caso - Ana Paula de Assis Sales da Silva


Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ENSINO DAS TEORIAS DE ENFERMAGEM BASEADO EM ESTUDO DE CASO.

Ana Paula de Assis Sales da Silva

Trata-se de um relato de experiência, ocorrido durante o ensino - aprendizagem das Teorias de Enfermagem no desenvolvimento da disciplina de Bases Conceituais do Cuidar no 3o semestre do Curso de Enfermagem da Universidade para Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal no município de Campo Grande – Mato Grosso do Sul, entre fevereiro e julho de 2004. Para tal, foram entregues a cada grupo de acadêmicos, constituídos de cinco membros, casos hipotéticos, baseados em aspectos clínicos e epidemiológicos da prática assistencial de diversas áreas de atuação profissional. Os casos apresentados foram da área de saúde da mulher com enfoque nos aspectos culturais do processo saúde - doença no contexto da saúde familiar indígena e a teoria proposta para a resolutividade dos problemas apresentados foi a de Madeleine Leininger; O segundo caso proposto foi de um cliente renal crônico e a teoria de enfermagem utilizada foi a de Imogene King; o terceiro caso constituiu-se de um pós-operatório de cliente na terceira idade com complicações por apendicectomia e a teoria proposta foi a de Virginia Henderson. Teve por objetivo aproximar o desenvolvimento do processo de ensino das teorias de enfermagem com a prática assistencial de enfermagem permitindo assim, que os conceitos e pressupostos das mesmas fossem internalizados e apreendidos pelos acadêmicos. Embora os casos apresentados tenham partido de uma realidade ainda não vivenciada por alguns alunos dos grupos, foi possível por meio das discussões e leituras efetuadas para a resolução dos problemas a apreensão dos conceitos e pressupostos da teoria de enfermagem. A técnica de aprendizagem baseada em estudo de caso na disciplina propiciou a elaboração de um exercício pedagógico dinâmico, onde a sistematização da assistência pode ser praticada, mesmo que de uma forma embrionária, levando-se em conta a fase de formação, ou seja, 3o semestre do curso de enfermagem. Entende-se que a utilização das teorias de enfermagem e do processo de enfermagem permite individualizar a assistência prestada, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades do autocuidado da clientela assistida. Compreende-se que as teorias são subsídios importantes na formação acadêmica, pois, permite ao aluno contemplar o ser humano sob um prisma conceitual holístico, fornecendo base para uma prática baseada em evidências cientificas.

Correspondência para: Ana Paula de Assis Sales da Silva, e-mail: lucasss@terra.com.br

Fonte:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/57cbe/resumos/665.htm

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Teorias de Enfermagem: Teoria das Necessidades Básicas e Teoria Sistêmica

"Do ponto de vista teórico, Vanda Horta translitera para a enfermagem uma parte da teoria da motivação humana do psicólogo Abraham Maslow (1908-1970) e a terminologia de necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais do padre João Mohama; para Horta, a finalidade da enfermagem é atender ou assistir o indivíduo em suas supostas necessidades humanas básicas afetadas e promover o autocuidado. Autocuidado ou cuidado de si é outra teoria de enfermagem, desenvolvida entre 1971 e 1980 pela enfermeira norte-americana Dorothea Orem." Transcrito de CORPOANÁLISE (1)

Fonte: Blog
http://cienciadocuidado.zip.net/


"Revisando e ampliando o trabalho teórico-metodológico de Vanda Horta, em 1978 é proposta a teoria sistêmica de enfermagem por Rosalda Cruz Nogueira Paim, fundamentalmente diferente da teoria das necessidades humanas básicas (NHB), usada por Horta: para Rosalda Paim é impossível a enfermagem atender às NHB dos indivíduos; mantendo-se restrita à especialidade da enfermagem hospitalar, essa teorista defende que o factível é reconhecer e atender às necessidades gerais, comuns a todas as pessoas hospitalizadas e às necessidades específicas, relacionadas à doença de cada uma delas.

Na proposta de Rosalda Paim, gerais e específicas em conjunto formam o conceito de necessidades globais ou necessidades de assistência de enfermagem." Transcrito de CORPOANÁLISE (2)

Fonte: Blog
http://cienciadocuidado.zip.net/


NOVA ENFERMAGEM

"Em 1978, revisando o pensamento de Vanda de Aguiar Horta, Rosalda Cruz Nogueira Paim conclui pelo fato de que a Teoria das Necessidades Básicas é insatisfatória para orientar os objetivos da assistência de enfermagem: propõe, embora sem superar a lógica hospitalocêntrica e biomedicocêntrica, a Teoria Sistêmica de Enfermagem e, quanto às necesssidades básicas, supera-as pelo conceito de necessidades globais, divididas em gerais e específicas.

As bases lógica, metodológica e epistemológica do pensamento tanto de Vanda de Aguiar Horta quanto de Rosalda Paim são a história da doença (campo da Antropologia Médica) e a história dos sinais e sintomas de doenças (campo da Semiologia e da Sintomatologia Médica). Talvez por isso, apesar da Teoria Sistêmica de Enfermagem (uma aplicação dos princípios da Teoria Geral dos Sistemas de Ludwig von Bertalanffy), a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) mantém-se no Brasil moldada na história da doença ou no conceito negativo de saúde e na historiografia da doença por sinais e sintomas das mesmas presentes em fragmentos do corpo." (Transcrito de EDUCAÇÃO, ENFERMAGEM E CUIDADO)

Fonte:

http://www.historiaecuidado.xpg.com.br/5.html


De Rosalda Paim:


"Inspirados em idéias de Mario Chaves, a partir do ano de 1972, redirecionamos nossos trabalhos práticos e, conseqüentemente, sua descrição, passando a utilizar a "abordagem sistêmica", sobretudo porque estes trabalhos já vinham se desenvolvendo, mais ou menos nessa linha, por influência de literatura que continha a chancela da Organização Mundial de Saúde e da Organização Pan-americana de Saúde.

Com base em nossas experiências no ensino e, nas atividades assistenciais de enfermagem, até então, ao longo de cinco lustros e, na Teoria Geral dos Sistemas, bem como em outros setores do conhecimento, elaboramos, a partir de 1969, a "Teoria Sistêmica de Enfermagem", no bojo de Tese de Livre-Docência, defendida na Pontifícia Universidade Católica (PUC), do Rio de Janeiro, em 1974."

A Teoria Sistêmica de Enfermagem foi republicada, em sua versão original, no livro "Problemas de Enfermagem Centrados nas Necessidades do Paciente", Rio de Janeiro, Luna, 1978 e, com reajustes em outros livros, de nossa autoria.

Bibliografia:

1 - PAIM, R. C. N. - Metodologia Científica e Enfermagem. - Tese de Livre Docência defendida na Pontifícia Universidade Católica (PUC), para aquisição do título de Doutor - Rio de Janeiro -1974 - Volume I: 191 p. - Volume II: 292 p.

2 - ___________. - Problemas de Enfermagem e Terapia Centrada nas Necessidades Paciente - Rio de Janeiro, Luna, 1978.

3 - __________ - A Disciplina de Enfermagem Materno-Infantil num Programa de Assistência Integrada: Ensino, Pesquisa e Extensão - Rev. Bras. Enf. 31: 417 - 422, 1978.

4 - __________ - Diagnóstico de Educação em Enfermagem - Um modelo Operativo na Área Materno-Infantil como Estratégia de Ensino - Monografia de Mestrado - Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, 1979. 363 p.

5 - ____________ - Metodologia Científica em Enfermagem - Rio de Janeiro - Ed. do Autor - 1980. 173 p.

6 - ____________ - Metodologia Científica em Enfermagem - Prefácio de Rose Marie Muraro - Rio de Janeiro. - Editora Espaço e Tempo, 1986. 211 p.

7 - ___________. - Um paradigma para a Enfermagem - Teoria Sistêmico-Ecológica - Rio de Janeiro - CDB - Gráfica & Editora - 1991. 117 p.

8 - PAIM, E. & PAIM, R.C.N. - Sistemismo Ecológico - Um Paradigma Holístico - Lambari (MG) - Informática & Editoração, 1998.

9 - PAIM, E. & PAIM, R.C.N. - Sistemismo Ecológico - Um Paradigma Holístico -2a. Edição - Lambari (MG) - Informática & Editoração, 2001. 208 p.

10 - PAIM, E. & PAIM, R.C.N. - Sistemismo Ecológico -Um Paradigma Holístico - 3a. edição - Varginha (MG) - Gráfoca Sul Mineira, 2004. 342 p.


Rosalda Paim na Internet:


http://www.google.com.br/search?q=Deputada+rosalda+paim&hl=pt-BR&pwst=1&start=20&sa=N

domingo, 7 de outubro de 2007

Wanda Horta e Rosalda Paim: Duas teoristas (brasileiras) da Enfermagem


CORPOANÁLISE (1)

CORPOANÁLISE 1 (Substratos de minicurso criado e ministrado por Carlos Roberto Fernandes na VIII Semana de Eventos das Faculdades Tecsoma, de 25 a 27/10/2005, sob o título "Semiótica do Cuidado: Nova Semiologia para a Enfermagem)

No Brasil, o primeiro modelo metodológico de processo de enfermagem (PE) foi proposto e aplicado pela teorista de enfermagem Vanda de Aguiar Horta.

Em 1965, na disciplina de Fundamentos de Enfermagem, Horta introduz um roteiro de observação sistematizada para pessoas hospitalizadas, por ela denominado histórico de enfermagem;[1] relata ter iniciado a aplicação do Histórico de Enfermagem, elaborado em conjunto com suas alunas, num estudo piloto em 1969 e que em 1971 aplicaram aquele roteiro em mais de 500 pessoas hospitalizadas.[2] Em 1979 é publicado seu livro "Processo de Enfermagem".

Processo de enfermagem (PE) é um método de resoluções de problemas de enfermagem, usado no exercício da consulta de enfermagem e cuja finalidade é a assistência de enfermagem: o PE de Vanda Horta compõe-se de Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Plano Assistencial, Prescrição de Enfermagem, Evolução de Enfermagem e Prognóstico de Enfermagem.

Vários são os modelos vigentes de PE, com variações de fases e de nomenclatura, embora todas as variações mantenham as cinco etapas tradicionais criadas pelas enfermeiras norte-americanas na primeira metade dos anos da década de 1970: Histórico, Diagnóstico, Planejamento, Implementação e Avaliação de Enfermagem.

Do ponto de vista teórico, Vanda Horta translitera para a enfermagem uma parte da teoria da motivação humana do psicólogo Abraham Maslow (1908-1970) e a terminologia de necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais do padre João Mohama; para Horta, a finalidade da enfermagem é atender ou assistir o indivíduo em suas supostas necessidades humanas básicas afetadas e promover o autocuidado.

Autocuidado ou cuidado de si é outra teoria de enfermagem, desenvolvida entre 1971 e 1980 pela enfermeira norte-americana Dorothea Orem.



[1] Horta, Vanda de Aguiar. A Observação sistematizada como base para o diagnóstico de enfermagem. Rev Bras Enferm, Rio de Jeneiro (RJ) 1971 jul/set;24(5):46-53.

[2] Horta, Vanda de Aguiar. A Metodologia do processo de enfermagem. Rev Bras Enferm, Rio de Jeneiro (RJ) 1971 out/dez;24(6):81-95.



Escrito por carlosfernandes às 23h23
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Fonte: Blog

http://cienciadocuidado.zip.net/

Notícas sobre Rosalda Paim:

http://www.google.com.br/search?q=Deputada+rosalda+paim&hl=pt-BR&pwst=1&start=20&sa=N


CORPOANÁLISE (2)

O trabalho de sistematização da assistência de enfermagem e a proposição de uma nova teoria de enfermagem, realizados por Horta, teve duas motivações, por ela mesma colocadas: falta de sistematização dos conhecimentos de enfermagem; erro de se estudar a enfermagem em função do saber e da prática médica de cuidado a determinadas doenças.[1]

No estudo do pensamento de Vanda Horta, para o trabalho de enfermagem torna-se clara a especificidade do saber e da prática de enfermagem mediante diagnóstico e assistência às necessidades humanas básicas afetadas de pessoas hospitalizadas; ou seja, a teoria de enfermagem e a metodologia do processo de enfermagem utilizadas por aquela teorista foram concebidos (para) e aplicados na especialidade de enfermagem hospitalar e não para a especialidade de enfermagem de saúde pública. Esta afirmação obviamente contradiz o trabalho coletivo realizado atualmente em Curitiba-Paraná para construção e implementação de uma nomenclatura de diagnósticos e intervenções de enfermagem na rede básica de saúde e que se utiliza do pensamento, da nomenclatura e do processo de enfermagem com Vanda Horta.

Revisando e ampliando o trabalho teórico-metodológico de Vanda Horta, em 1978 é proposta a teoria sistêmica de enfermagem por Rosalda Cruz Nogueira Paim, fundamentalmente diferente da teoria das necessidades humanas básicas (NHB), usada por Horta: para Rosalda Paim é impossível a enfermagem atender às NHB dos indivíduos; mantendo-se restrita à especialidade da enfermagem hospitalar, essa teorista defende que o factível é reconhecer e atender às necessidades gerais, comuns a todas as pessoas hospitalizadas e às necessidades específicas, relacionadas à doença de cada uma delas.

Na proposta de Rosalda Paim, gerais e específicas em conjunto formam o conceito de necessidades globais ou necessidades de assistência de enfermagem.



[1] Horta, Vanda de Aguiar.Contribuição para uma teoria de enfermagem. Rev Bras Enferm, Rio de Jeneiro (RJ) 197o jul/dez; 23(3, 4, 5 e 6):119-125.



Escrito por carlosfernandes às 23h25
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Fonte: Blog

http://cienciadocuidado.zip.net/


Leia sobre Rosalda Paim:

http://www.google.com.br/search?q=Deputada+rosalda+paim&hl=pt-BR&pwst=1&start=20&sa=N