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Gorongosa-Moçambique

A "Safari Interactive Travel Magazine" apresentou recentemente o seu número inaugural.


Por favor veja a história da Gorongosa na página 8 com o título "Ready, Steady, Gorongosa!"

http://africageographic.com//safari/#1/8



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"AFRICA'S LOST EDEN" CONQUISTA OS PRIMEIROS PRÉMIOS
NO FESTIVAL DE FILMES DE TURISMO DE BERLIM

Esta a notícia acabada de receber do director do turismo e comunicação do Parque Nacional da Gorongosa, Dr. Vasco Galante, que nos enche de alegria:

"O filme "Africa's Lost Eden", uma produção da National Geographic que conta a história do Projecto de Restauração do Parque Nacional da Gorongosa, mereceu os maiores elogios do Júri do Festival que lhe atribuíram o Prémio Ouro na categoria TV-Viagens e o Grande Prémio Diamante em todas as categorias (Vencedor Absoluto do Festival).

O Festival de Filmes de Turismo de Berlim é considerado o maior festival de filmes deste género e os seus prémios equivalem aos Óscares de Hollywood para este género de filmes.

Estes prémios e o destaque que a imprensa internacional farão do mesmo colocarão ainda mais a Gorongosa e Moçambique no mapa dos melhores e mais atraentes destinos turísticos mundiais.


Embaixador de Moçambique na Alemanha, Carlos dos Santos com o Prémio Diamante, ladeado por Michael Westhoven, Vice-Presidente da FOX-National Geographic (Alemanha), com o
Prémio Ouro e Erwin Brunner, Editor da National Geographic Magazine (Alemanha)


Diploma Comprovativo de Filme Vencedor do Festival em todas as categorias

A propósito desta notícia, recorda-se o que escrevemos sobre este filme na postagem 69 deste blogue:

"AFRICA´S LOST EDEN"
PARAISO PERDIDO DE ÁFRICA

É um maravilhoso documentário efectuado recentemente pela National Geographic Television no Parque Nacional da Gorongosa, que mostra o actual estado do famoso santuário da fauna bravia de Moçambique e que em tempos passados, nas décadas de 40 a 70, quando no apogéu das suas potencialidades faunísticas, foi considerado o mais belo de África!

Depois da sua estreia oficial no passado mês de Dezembro, na capital de Moçambique - Maputo, com a presença do Presidente da República Emílio Guebuza, tiveram lugar em Lisboa, em Janeiro último, duas outras apresentações promovidas pelo representante da National Geographic em Portugal e integradas no programa da representação moçambicana na Bolsa de Turismo de Lisboa, ambas destinadas a convidados. As postagens anteriores (66 e 67) referem-se precisamente a este acontecimento.

A sua divulgação, a nível mundial, através do célebre National Geographic Channel, foi anunciada para o próximo domingo, dia 7, pelas 20,00 horas, razão para que os muitos amigos do Parque Nacional da Gorongosa espalhados por todo o mundo estejam ansiosos por ver os progressos ali alcançados através do projecto de restauração liderado pelo milionário e filantropo americano Greg Carr.

Outros pormenores relacionados com esta notícia podem ser vistos no site do António Jorge (TóJó), que ao Parque Nacional da Gorongosa tem dedicado muita e especial atenção:

http://www.natgeo.pt/programas/o-paraiso-perdido-de-africa

Saudações amigas!

Celestino Gonçalves


Moçambique e a Gorongosa estão de parabéns por mais este grande sucesso no campo turístico com reflexos a nível mundial!

Amora-Leiria, 11 de Março de 2010

Celestino Gonçalves

NOTA: ESTA NOTÍCIA FOI INSERIDA NOS BLOGUES DO AUTOR:

http://faunabraviademocambique.blogspot.com/

http://celestinoamor.multiply.com/journal/item/46

E NOS BLOGUES MULTIPLY DE: Vila Pery/Chimoio; Pemba - Bar daTininha; NETMARES; Comunidade de Nampula; Comunidade de Inhambane; Comunidade de Maputo/Lourenço Marques; Comunidade MGM - Moçambique, Gentes & Memórias.
Colocada no novo Vila Pery/Chimoio-Gabito.
Foi ainda distribuída por 280 endereços da lista de meus contactos pessoais.

Abraços!

Celestino
Gorongosa - O Paraíso Perdido de África
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PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA E ACRENARMO



ENCONTRO EM LISBOA

Aproveitando a presença em Lisboa do director de desenvolvimento turístico do Parque Nacional da Gorongosa, Dr. Vasco Galante, envolvido nos trabalhos da representação do mesmo Parque na Bolsa de Turismo que tem estado a decorrer e terminou hoje na FIL, o presidente da Associação Cultural e Recreativa dos Naturais e ex-residentes de Moçambique, Paulo Batista, teve um encontro com este responsável com o propósito de lhe transmitir a disponibilidade da ACRENARMO de promover junto dos seus associados a divulgação deste importante santuário da vida bravia de Moçambique e, também, sugerir o estudo de possíveis formas de cooperação entre as duas instituições.

Esta louvável iniciativa do presidente da ACRENARMO, vem na sequência de uma nova política da direcção que o mesmo encabeça há pouco mais de um ano, que é a de alargar a acção da associação a um campo cada vez mais vasto de actividades, dando primazia sobretudo aquelas que permitem uma maior aproximação dos naturais e ex-residentes de Moçambique à terra onde nasceram e viveram.

Esta abordagem permitiu a ambas as partes identificar algumas das possíveis formas de cooperação, que podem ser concretizadas num futuro próximo, nomeadamente as que envolvem acções de solidariedade e dentro destas as relacionadas com as crianças das regiões periféricas do Parque, em idade escolar e que são em número de muitos milhares, praticamente todas elas carenciadas de material escolar e de roupas. Numa escala diferente, mas ainda em relação à juventude que vive no interior, o Dr. Vasco Galante enumerou casos de jovens filhos de camponeses que completaram já a 12ª classe, e muitos deles falando até inglês, que estão privados de continuar a estudar porque os seus pais não têm posses para os manter na cidade da Beira, onde há Universidade. Esses jovens, muitos deles de inteligência acima da média, estarão condenados a uma vida idêntica à dos seus progenitores, de pobreza e de carências de toda a ordem uma vez que a única entidade empregadora da região é o Parque e este já tem os seus quadros super lotados!

Uma outra área onde a ACRENARMO pode colaborar, é na mobilização de pessoas interessadas em apoiar o projecto de restauração da Gorongosa, sensibilizando-as a contribuírem com fundos para a compra de animais que é necessário serem ali reintroduzidos, como são aquelas espécies que mais foram dizimadas e cuja recuperação natural se constata não ser viável, como é o caso das Zebras, Gondongas, Elandes, Bois-Cavalo e até Búfalos. Em relação a esta última espécie, referiu o Dr. Vasco Galante, há já um caso concreto de angariação de fundos (4.000,00 €), para compra de dois búfalos, efectuada por crianças de uma escola de Braga que ficaram muito sensibilizadas depois de assistirem a uma exposição de fotografias, palestra e filmes da Gorongosa.

Foram ainda abordadas outras formas de cooperação, como cedência de fotografias e outro material informativo do Parque para exposição e distribuição pela ACRENARMO, assim como eventual apoio do Parque aos visitantes que ali forem através desta associação.

Naturalmente que este encontro foi a primeira de futuras abordagens que poderão conduzir a resultados satisfatórios para ambas as partes, considerando que o Parque Nacional da Gorongosa é um dos mais desejados locais de destino das pessoas que visitam Moçambique e, também, que a ACRENARMO (única associação de naturais e ex-residentes deste país) está empenhada em proporcionar aos seus associados, sem qualquer interesse financeiro, viagens ao país que foi berço de muitos milhares de portugueses, a maioria esmagadora dos quais preserva o grande amor por essa terra e grande amizade pelo seu povo! Ao mesmo tempo, a sua acção como coordenadora dessas viagens e também como sensibilizadora de acções de solidariedade, podem conduzir a resultados muito positivos para minorar as carências dessas crianças que vivem no interior do país, ou outras formas de apoio como acima se ventilou.

Como recem associado e admirador do projecto da actual direcção da ACRENARMO, naturalmente que patrocinei e estive presente no encontro de ontem na BTL e disponho-me a colaborar nas acções aqui referenciadas caso cheguem a bom termo as futuras conversações entre as duas partes.

Aproveitando também a presença no pavilhão de Moçambique na BTL do Embaixador deste país em Portugal, Dr. Miguel Mkaima, Paulo Batista teve um breve encontro com este respeitável diplomata a quem transmitiu a disponibilidade da ACRENARMO de colaborar com a sua Embaixada, atitude que foi muito apreciada e reciprocamente correspondida!

Seguem-se algumas fotos que registaram momentos desses encontros na BTL:


Paulo Batista, Vasco Galante e Celestino Gonçalves no pavilhão de Moçambique



Os mesmos no início do encontro ACRENARMO/PNG



Momento em que Vasco Galante mostra arquivos do Projecto de restauração do PNG



Continuação de apresentação de dados do Projecto do Parque



Paulo Batista, Dr. Miguel Mkaima (Embaixador de Moçambique), Vasco Galante e Celestino Gonçalves



Vasco Galante mostra ao Embaixador a reportagem da cerimónia de apresentação do documentário "Africa´s Lost Eden", realizada na BTL no passado dia 14



Paulo Batista troca cartões com a funcionária da Embaixada de Moçambique, Drª Filomena Malalane



Outro momento do contacto de Paulo Batista com a Drª Filomena Malalane



Celestino Gonçalves com a Drª Filomena Malalane



Paulo Batista colhendo informações junto das assistentes do Pavilhão de Moçambique



Paulo Batista, Matos Dinis (um admirador do Projecto de restauro do PNG) e Celestino Gonçalves



O consagrado músico Otis em actuação no Pavilhão de Moçambique



Momento de cultura no Pavilhão Moçambique



Saudações amigas!

Amor - Leiria, 17 de Janeiro de 2010

Celestino Gonçalves


O SALVADOR DA GORONGOSA

"Greg Carr, o multimilionário que inventou o voice mail, apresenta esta terça-feira, em Lisboa, um documentário sobre o parque natural de Moçambique, em cuja reabilitação vai investir 24,7 milhões de euros. Em Novembro de 2006, a VISÃO visitou aquela reserva e conversou com o filantropo. Leia ou releia a reportagem e veja a galeria de fotos J. Plácido Júnior 12:14 Terça-feira, 12 de Jan de 2010


Greg Carr

Um homem louro, de faces rosadas e estatura média, calcorreava o aeroporto da cidade da Beira de T-shirt desajeitada e calções. Quanto a nós, procurávamos um multimilionário, de que só sabíamos o nome. Surpresa: aquele quarentão descontraidíssimo era mesmo Gregory Carr, o filantropo que se propõe gastar 36 milhões de dólares (24,7 milhões de euros) na reabilitação do Parque da Gorongosa, 3 770 quilómetros quadrados na província de Sofala, no centro de Moçambique, que noutros tempos acolheram a maior densidade de animais em África. Ali ocorreram dos mais encarniçados combates entre as tropas do Governo da Frelimo e os guerrilheiros da Renamo, ao longo dos 16 anos de guerra civil (que terminou em 1992), a que se juntaram a caça furtiva e a fome. Resultado: grandes mamíferos dizimados em mais de 95%, e os 54 diferentes ecossistemas largamente afectados. Quando demos por ela, já estávamos a voar no helicóptero, com cinco lugares, de Greg Carr, 47 anos. Com o seu computador portátil ao colo e aberto, ao lado do piloto, ele aproveitou a breve viagem, de menos de meia-hora, para desfiar uma torrente de assuntos a dois colaboradores, através do circuito interno de som. Não escondeu a sua insatisfação quanto ao que nos pareceu ser o planeamento financeiro do projecto. Mas, chegados à Gorongosa, distribuiu alegremente guloseimas por um magote de miúdos. Naquele dia, faltou-lhe tempo para levar alguns dos catraios numa volta de "heli", como, asseguraram-nos, faz com frequência. Imagine-se aqueles filhos da pobreza extrema a sobrevoar o parque, quando, muito provavelmente, nem sequer de automóvel ainda andaram!... Puro marketing? Arriscamos a negativa. Empurrão dos Kennedy

"Não é dos que põem cá um dólar, para levar um dólar e meio", acredita um moçambicano do seu staff. A verdade é que Greg Carr ganhou a confiança de figuras como o escritor Mia Couto, 51 anos, que trabalha no projecto enquanto biólogo. Em 2004, o então Presidente da República, Joaquim Chissano, abriu as portas da Gorongosa à Fundação Carr (instituição sem fins lucrativos que Greg criou em 1999), para uma gestão a 30 anos do parque, em conjunto com o Ministério moçambicano do Turismo. Por detrás, estiveram os Kennedy. Expliquemo-nos: foi num encontro promovido pela mítica família de JFK que Greg Carr conversou com Carlos dos Santos, à época embaixador de Moçambique na ONU e um dos diplomatas africanos mais ouvidos em Nova Iorque e em Washington. "Pediu-me para ajudar na luta contra a pobreza", conta o multimilionário.Quando chegou à Gorongosa, com a sua majestosa serra, onde nascem os rios que irrigam a reserva, ficou boquiaberto: "É isto", lembra-se de ter dito. "Não preciso de ver mais nada." No acampamento de Chitengo, Greg Carr parece o homem mais convicto do mundo.

"Este parque tem potencial suficiente para ser a máquina económica impulsionadora do desenvolvimento do centro de Moçambique." É de crer no veredicto, quando vem de alguém que, acerca do seu enriquecimento precoce, singelamente nos diz: "Tive uma ideia que se chama voice mail." Já iremos à explicação do jackpot. Só para reforçar a nossa negativa quanto ao "puro marketing", diga-se já que o multimilionário vive numa tenda (os bungalows destinam-se aos turistas que começam a aparecer), com uma cama e uma casa-de-banho, e o seu duche, ao contrário do dos clientes, é de água fria e fraca pressão. Ao ritmo do sol africano, levanta-se às cinco/seis da manhã e deita-se pelas oito/nove da noite. No dia seguinte à nossa chegada, cruzámo-nos com ele em Chitengo, a caminhar de computador portátil numa mão. Demos-lhe conta do principal resultado do safari madrugador - tínhamos visto sete leoas, certamente já saciadas, porque deixaram em sossego antílopes que circulavam por perto. Ergueu os braços, a vitoriar o avistamento. Fonte de regozijo é também o progressivo regresso de elefantes ao parque. Búfalos, há-os igualmente. Recentemente, Greg Carr comprou 54 ao sul-africano Kruger Park, gastando na operação 100 mil euros. Mas a reintrodução de bichos vai continuar, pelo menos, até 2015, obrigando ao dispêndio de muito, muito dinheiro pela Fundação Carr na aquisição de animais - mais búfalos e elefantes, zebras, gnus, hipopótamos, cudos, elandes, rinocerontes... [Com os pássaros, não tem de se preocupar: existem mais de 400 espécies na reserva.] A isto somam-se 14 milhões de dólares (9,6 milhões de euros) destinados à construção de estradas, pontes, edifícios (incluindo um centro de investigação científica) e uma nova pista de aviação. Serão quatro anos a todo o vapor, até 2010, quando se realiza o Campeonato do Mundo de Futebol na África do Sul, motor de que Greg quer tirar partido para que a Gorongosa atinja, no mínimo, 50 mil visitantes/ano. De Harvard para o mundo O nosso homem é oriundo de um quase obscuro Estado no Noroeste dos EUA, Idaho, sobretudo conhecido como "terra das batatas". Na Universidade estadual do Utah, ao invés de dois dos seus seis irmãos, que ali cursaram Direito, de estatuto mais comparável ao do pai, cirurgião em Idaho Falls (cidade-natal da família), Greg tirou História, em busca dos "ideais nobres do passado". Dispensou o apoio familiar, arranjou um quarto emprestado na casa de uma velhota parcialmente cega, contra a promessa de lhe ler alto os jornais, e conseguiu um emprego nocturno num resort local. Depois, para seu próprio espanto ("Sou do Idaho, santo Deus", comenta, a propósito), foi admitido na Escola Kennedy de Governação, na Universidade de Harvard, no curso de Relações Internacionais. A sua vida deu, então, uma grande volta. Em Harvard, criou um clube de empresários com estudantes da universidade e do também mítico MIT (Massachusetts Institute of Technology). As reuniões semanais prolongavam-se pela madrugada, e as ideias para novas firmas nasciam como cogumelos. Greg Carr acabou por se aproximar mais de Scott Jones, um cérebro made in MIT. O jovem de Idaho (estamos na década de 1980), que guiava um Datsun a cair de podre, anteviu suculentas oportunidades a partir do momento em que o Governo federal quebrou o monopólio telefónico da AT&T e, do mesmo passo, pôs fim à proibição de novos serviços para os clientes. Entrou em campo a tal "ideia que se chama voice mail", a que rapidamente se seguiram o fax e o reencaminhamento de chamadas. Greg e Scott formaram a Boston Technology, e gastaram todo o Outono de 1988 a inventar um sistema de correio de voz com uma capacidade 20 vezes superior à dos então existentes. Melhor explicado: Greg arranjava investidores entre familiares, amigos e quem estivesse interessado em arriscar num produto nunca concebido; Scott tratava do software, acompanhado de uma trupe do MIT. Clientes: a Bell Atlantic e os seus 50 mil telefones residenciais.O sistema e o negócio não podiam ter corrido melhor. No momento seguinte, a Boston Technology já trabalhava para 12 das 20 maiores companhias telefónicas do mundo - dominava os mercados norte-americano e japonês, e entrava na América Latina. Num ano, as receitas passaram de 2,5 para 25 milhões de dólares (17,2 milhões de euros), e a companhia ingressou na bolsa. Greg Carr era, desde o princípio, presidente do conselho de administração e um dos principais accionistas. Até que, em 1998, a israelita Comverse comprou a Boston Technology por 800 milhões de dólares (mais de 550 milhões de euros). Aos 39 anos, o filho mais novo do cirurgião Carr, de Idaho Falls, tornava-se multimilionário. Mas quanto ganhou, exactamente? "Muito mais do que precisava", responde o felizardo, na noite de Chitengo. Okay. Dois anos antes do jackpot, Greg tivera outro golpe de asa. Com a Internet ainda na idade medieval, convenceu investidores a comprar, à IBM e à Sears, um moribundo fornecedor de serviços virtuais - a Prodigy. Esteve à frente da empresa apenas o tempo suficiente para a ressuscitar e rendibilizar. E que solução inventou ele? Virou-se para África, que a concorrência olimpicamente ignorava, e pôs o continente negro on-line. Simples.Só lhe falta procriar Moçambique ainda estava longe. Antes do país de Samora Machel, a Fundação Carr gastou fundos num Centro de Direitos Humanos, em Harvard (18 milhões de dólares/12 milhões de euros), e num museu em Idaho (2 milhões de dólares/1,3 milhões de euros). Na Gorongosa, Greg quer chegar, em 2010, a 39 milhões de euros de receitas anuais, pelo menos. Mas tem um compromisso com as populações que vivem nos limites e dentro da reserva - no mínimo, 100 mil pessoas: 20% do encaixe é para melhoramentos nas suas aldeias. Pretende criar mil empregos directos; os indirectos são incalculáveis. Também não esquece a componente de luxo, que considera essencial para a rendibilização do projecto. E, claro, leva o assunto tão a sério quanto isto: "Os objectivos que tinha anteriormente são os mesmos de agora - erguer uma organização, trabalhar com as pessoas. Gerir um parque como este é um negócio. Penso muitas vezes, aliás, em como é similar com os que tive." Telefonicamente, o secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, 42 anos, amacia-lhe a farda de executivo puro e duro. "Greg Carr reúne uma configuração muito rara: é um idealista prático e pragmático, e, ainda por cima, está disponível para usar o seu próprio dinheiro." Por isso, ao conhecê-lo, o governante de imediato arranjou maneira de o ajudar: pô-lo em contacto com o Instituto de Investigação Científica e Tropical, que possui um património único de estudos geográficos e geológicos da Gorongosa, e ainda desencantou cerca de 300 mil euros, do erário nacional, para apoiar iniciativas portuguesas adequadas ao projecto educativo que o norte-americano tem para a região.Greg Carr já conhece como poucos a Gorongosa. Quando é surpreendido por algum recanto desconhecido, manda o "heli" poisar e ordena: "Venham buscar-me daqui a três horas." E embrenha-se na selva, sempre acompanhado pelo seu inseparável braço-direito, o português Vasco Galante, 50 anos. Ao descobrir as quedas de água do rio Mussapassa, por exemplo, Vasco apanhou um enorme susto: de surpresa, o multimilionário mergulhou, vestido, sem pensar em crocodilos ou em cobras. Quanto aos régulos, os chefes das aldeias, trata-os a quase todos pelo nome.Solteiro sem "tempo para a vida pessoal", falta-lhe contribuir, como a sua mãe não se cansa de lhe lembrar, para a legião de netos - e são já 15. Quem sabe se Moçambique resolverá esse problema a Greg?

VEJA A GALERIA DE FOTOS DESTA REPORTAGEM

Nota: Link para o site do Parque da Gorongosa, onde encontra o trailer do documentário "Africa's Lost Éden", que começará a ser exibido nas televisões de todo o mundo a partir do próximo mês e, posteriormente, lançado em DVD: http://gorongosa.net/ "

(FIM DE CITAÇÃO)
(TEXTO E FOTO EXTRAÍDOS DO SITE DA REVISTA VISÃO)


Acrescentamos a este texto mais um dado: A projecção do mencionado documentário "Africa´s Lost Éden", terá uma segunda sessão na próxima Quinta-Feira, dia 14, pelas 16,00 horas, no Auditório da BTL, Pavilhão 3, na FIL.

Saudações amigas!

Amor-Leiria, 12 de Janeiro de 2009



Celestino Gonçalves