domingo, 23 de maio de 2010

O humanismo na formação do Administrador

A princípio precisamos entender o papel do humanismo bem como seu conceito na formação do profissional.

Humanismo de acordo com Paviane e Dal Ri Jr (2000, apud BUSS e REINERT, 2008) tem por objetivo o desenvolvimento das qualidades do homem o que inclui a dignidade e valores e que um deve respeitar o outro.

O Humanismo engloba a filosofia as artes, bem como as línguas antigas, e estuda o comportamento do homem e toda sua complexidade individual e coletiva. Valores humanistas se relacionam com interatividade, criatividade, capacidade de opinar, assim é correto afirmar que um bom profissional precisa além do conhecimento técnico ter conhecimento humanista o que vai permitir conhecê-lo como homem e exercer valores sociais, culturais e não apenas econômico. As ciências humanas têm um papel importante, o de capacitar o homem para ser um bom profissional e um bom homem social.

A questão é: a universidade contemporânea reflete esse conceito formando técnico e homem?

De acordo com Ortega e Gasset (2000, apud BUSS e REINERT,2008) a universidade é apenas instituição que ensina o estudante a ser homem culto e bom profissional, porém isso significa limitar-se em conhecimento amplo e diversificado. Atualmente, as universidades se resumem em locais de cursos de vários níveis. A preocupação primária desta é preparar o estudante em uma determinada atividade restringindo sua capacidade de ampliar seu conhecimento como profissional humanístico, isso pode resultar em problemas sociais e pessoais. Outro problema das universidades atuais são as várias disciplinas que podem sufocar a interação, a criatividade, a comunicação dos envolvidos. De acordo com Santomé (1998, apud BUSS e REINERT, 2008), um dos grandes obstáculos da multidisciplinaridade está na falta de conhecimento amplo e cooperativo.

A especialização e a super especialização também contam negativamente para um bom profissional que se restringe em conhecimento apenas técnico, somando dificuldades, pois cega a capacidade eclética do profissional incluindo boa comunicação oral e escrita, interatividade e assim por diante.

Surge daí um ponto importante: o estudante. Infelizmente dados mostram que muitos que ingressam na faculdade tem por objetivo o diploma e não em crescer em conhecimento. Será que estudantes foram influenciados pelas universidades, ou foi o oposto? É difícil saber, mas a realidade é que o interesse pela universidade se resume em ganhar um diploma e se limitar em apenas conhecimento específico .

Segundo Buss e Reinert (2008), o interesse pela universidade fica restrito em preparar-se para uma determinada atividade e não no aprendizado amplo e humanístico. Para ser um bom profissional a formação técnica não basta, a educação abrange o conhecimento do homem como pessoa e profissional, que entenda outro homem, que tenha opinião e criatividade para elaborar soluções perante mudanças na sociedade e no mundo.

É isso que o curso de Administração visa buscar, o conhecimento humanístico. Reinert já enfatizava a necessidade de mudanças, em seu artigo “Cursos de Graduação em Administração”,a necessidade de um novo enfoque, ele alertava isso.

Desta forma, segundo o texto, o curso de administração abrangia várias matérias, porém precisava exercitar uma em especial, a formação humanista, embora fosse uma tarefa desafiadora uma vez que ela se restringia a unidade devidamente habilitada para esta formação. Daí a necessidade de uma pesquisa cautelosa para se obter resultados positivos, e assim mostrar a importância da formação humanista no curso de administração.

Os autores concluem que administração é um curso que não requer apenas conhecimentos técnicos , mas sim humanísticos, capaz de opinar , integrar, criar enfim um bom administrador, acima de tudo um conhecedor, explorador e humano.

O humanismo deve se fazer presente em todas as universidades, para que tenham profissionais que vão além de conhecimentos técnicos em seu âmbito de trabalho.

Referências:

BUSS, Ricardo; REINERT, José. O Humanismo na formação do administrador, 2008.

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