Modelos mirins devem ter beleza e talento

Aos dois anos de idade, o modelo Apollo Pantera (que é o mister Paraíba 2007/2008 infantil) começou a desfilar e fazer comerciais para TV, hoje, aos 10 anos, já possui um currículo invejável e uma agenda de atividades muito corrida. A mesma experiência também é vivida pela companheira de reinado a miss Paraíba infantil, Carol Monteiro, que desde os cinco anos é convidada para fazer propagandas, desfiles e fotos publicitárias, além de ser repórter mirim de um programa de entretenimento apresentado, semanalmente, e tudo isso aos 11 anos. Pois é, cada vez mais cedo garotos e garotas estão entrando no mundo fascinante da moda, seja por influência dos pais, que querem apresentar ao mundo a beleza dos filhos ou pela desenvoltura nata das crianças.As mães das crianças afirmaram que em primeiro momento foram influenciadas pelos familiares e amigos a colocar os filhos na profissão de modelo, mas no decorrer dos anos a vontade dos pimpolhos foi se sobrepondo à dos pais. “Levei minha filha pela primeira vez a um concurso de beleza por influência dos amigos e parentes que achavam minha menininha linda, porém, se não fosse a vontade e o entusiasmo que ela demonstra ter pela vida de modelo já teria a retirado desse mundo, sem nenhum problema”, afirma a mãe de Carol, Suely Monteiro. A mesma coisa relata a mãe de Apollo, Claúdia Lima. “A desenvoltura do meu filho é o que faz com que ele continue trabalhando como modelo, nunca o forcei a fazer nada, a vontade de continuar participando de eventos artísticos é dele”. A mãe coruja relatou ainda que a vida de ‘top model’ que seu filho leva não influencia negativamente nos estudos, esportes e brincadeiras infantis diárias, pelo contrário, a profissão ajuda o garoto a adqüirir mais responsabilidade, amizade e respeito pelas outras pessoas. “Nunca deixei a profissão interferir na vida de Apollo, ele estuda normalmente sem precisar faltar às aulas, pratica esportes, brinca e aprende outras línguas como uma criança normal. O trabalho apenas reforça os princípios ensinados em casa como: respeito e educação para com os outros”, exemplifica a mãe.Mesmo com o sonho de continuarem a carreira e serem modelos conhecidos internacionalmente, Apollo e Carol também revelam outras aspirações futuras. “Eu pretendo estudar bastante e me tornar uma juíza federal, pois sei que a carreira de modelo um dia acaba”, revela Carol. Já Apollo pretende se tornar ator profissional e representar papéis em filmes, seriados, novelas e peças teatrais. “Quero atuar em grandes espetáculos da televisão, cinema e teatro, por isso já comecei a fazer aulas de interpretação e teatro e atuar em grandes espetáculos da cidade, como é o caso da Paixão de Cristo deste ano”, esclarece.O proprietário da agência de modelo infantil, Hits Produções, Ricardo Castro, explica que para se tornar um modelo infantil muitos fatores, além da beleza, são levados em conta. Contudo, muitos pais chegam ao estabelecimento com um entusiasmo tão grande que acabam empurrando os filhos para profissões indesejadas. “Muitos pais chegam à agência querendo encaixar a todo custo os filhos na profissão de modelo, por isso às vezes temos que conversar bastante explicando que além da beleza dos meninos, eles precisam demostrar interesse, desenvoltura e alegria no que estão fazendo. A iniciativa pode partir dos pais, mas, a vontade de continuar deve ser das crianças”, acredita.Castro afirmou também que as crianças candidatas a futuros modelos e manequins profissionais precisam passar por cursos, oficinas e técnicas de passarela e isso acaba se tornando muito cansativo para os pequenos que em muitos casos preferem brincar e se divertir. “A vida de modelo requer muita responsabilidade, dinamismo e criatividade por isso muitas crianças acabam não se encaixando no perfil da profissão e por mais que os pais insistam, elas não se adaptam à ocupação”, afirmou.