sábado, 29 de maio de 2010

O que são fósseis?

Normalmente é quando se dá a deposição de sedimentos que ocorre o enterramento de organismos que poderão originar fósseis. Nos casos em que ocorre boa preservação das evidências orgânicas, reunem-se geralmente quatro condições:
- enterramento rápido;
- com sedimentos finos;
- em ambiente marinho;
- o organismo contém partes duras.



Mas afinal o que são fósseis?

Os fósseis são vestígios de seres vivos ou da actividade biológica, tais como ossos ou pegadas, que tenham existido no nosso planeta num determinado momento. Um dos factores que favorecem a fossilização é a junção de partes duras dos seres e a sua inclusão com sedimentos finos. Existem os fósseis de idade que são fósseis que permitem a datação dos estratos em que se encontram inseridos. Existem ainda os fósseis de fácies que são os fósseis que permitem inferir o ambiente de fossilização da rocha em que se encontram.




Tipos de fósseis:

Somatofósseis: Fósseis provenientes de restos somáticos (=partes do corpo) dos seres. Exemplos deste fósseis são fósseis de dentes, folhas, troncos, carapaças, etc.

Icnofósseis: Fósseis que mostram actividade biológica dos seres. Exemplo destes são as pegadas, de túneis e galerias que eram utilizadas como habitação, excrementos, entre outros.

Fósseis de idade: Quanto menor tiver sido o tempo em que uma dada espécie existiu, mais fácil se torna definir a idade dos sedimentos onde está incorporada. Assim, os melhores fósseis de idade são aqueles que resultam de organismos que viveram durante um curto período da história da Terra. O facto de uma dada espécie ter existido num curto período de tempo permite datá-la com uma certa precisão e consequentemente os sedimentos onde ficou preservada. Exemplo: Trilobite ou Amonite

(Trilobite)

Fósseis de facies: Actualmente, cada espécie tem o seu habitat. Como é o caso dos peixes que só vivem em água embora os e água doce tenham diferentes características dos fósseis de água. Tal como actualmente no passado também existiram espécies com um habitat muito restrito, este tipo de fósseis (que viveram em condições muito restritas) caracterizam muito bem as condições ambientais em que os sedimentos se formaram. Por outro lado, os fósseis de organismos que viveram em condições ambientais muito latas (viveram por exemplo, em ambientes quentes e em ambientes frios), não servem para caracterizar o ambiente em que o sedimento se formou. Por este motivo não são bons fósseis de fáceis. Exemplo:

(Amonite que também é um bom fóssil de fácies)

Existem também fósseis particularmente mais importantes que outros, como:

Fósseis de transição:Em paleontologia, dá-se o nome de forma ou fóssil de transição a um organismo conhecido apenas do registo fóssil que combina características dos seus descendentes e antecessores evolutivos. Estes fósseis são conhecidos popularmente como elos perdidos da evolução, embora o termo seja pouco preciso em termos científicos, uma vez que a evolução das espécies é mais complexa que uma simples cadeia onde há um elo em falta. De fato, a grande maioria dos fósseis de transição não é antecessora direta de formas atuais. Tendo em conta que a evolução das espécies é um processo contínuo, todos os organismos vivos num dado momento representam formas transicionais, mas algumas são particularmente importantes para perceber a relação filogenética entre grupos distintos.
A existência de formas de transição foi postulada pela primeira vez por Charles Darwin no seu livro
A Origem das Espécies, publicado numa altura em que a paleontologia dava os seus primeiros passos enquanto ciência. A ausência de fósseis de transição conhecidos era um grande obstáculo à teoria da evolução, reconhecido pelo próprio Darwin. Dois anos mais tarde, porém, foram descobertos fósseis de Archaeopteryx, numa formação geológica alemã, que combinavam as penas e asas de aves com mandíbulas e cauda de réptil. Nas décadas seguintes, a existência de fósseis de transição foi confirmada por mais descobertas, em particular pelos estudos do paleontólogo Othniel Charles Marsh, que reconstruiu a evolução dos equídeos com base em várias formas transicionais.Os Tetrápodes mais antigos foram descobertos na parte oriental da Gronelândia por uma expedição dinamarquesa, em 1929. Datam da última fase do período devoniano. Dois géneros concentraram a atenção dos investigadores da maior época dos tetrápodes – o Ichthyostega e o Acanthostega. (Transição Peixe-Réptil)



Fósseis vivos

Fósseis vivos são pertencentes a grupos biológicos que, no passado geológico da Terra, foram muito mais abundantes e diversificados que na actualidade.

Frequentemente, a expressão "fóssil vivo" é também utilizada informalmente para qualificar organismos de grupos biológicos actuais que são morfologicamente muito similares a organismos dos quais há conhecimento apenas do registo fóssil.

Exemplos de "fósseis vivos"


Um dos exemplos mais conhecidos de "fósseis vivos" são os celacantos actuais (espécies Latimeria chalumnae e L. menadoensis), um grupo de peixes.
Até à descoberta nas águas do canal de Moçambique, junto às ilhas Comores, de um exemplar vivo que foi atribuído à espécie nova Latimeria chalumnae, em 1939, os celacantos só eram conhecidos do registo fóssil, sendo os mais recentes datados do Cretácico, com mais de de 65 milhões de anos de idade.

Outro exemplo bem conhecido é o do ginkgo (Ginkgo biloba), uma espécie de árvores.

Outro ainda é o do Nautilus e do Allonautilus, dois géneros de cefalópodes representados na actualidade por cerca de meia-dúzia de espécies. O grupo a que estes géneros pertencem, os nautilóides (subclasse Nautiloidea), encontra-se representando na actualidade apenas por estes dois géneros, mas foi um elemento muito importante dos ecossistemas marinhos, por exemplo, do Paleozóico inferior, possuindo registo fóssil abundante e diversificado (com muitos géneros e espécies diferentes).

Há que salientar que, apesar de espécies da actualidade poderem estar, também, representadas no registo fóssil recente, estes "fósseis vivos", apesar de morfologicamente muito similares aos seus parentes conhecidos do registo fóssil remoto (do Cretácico, no final do Mesozóico, por exemplo, no caso dos celacantos), não pertencem, exactamente, às mesmas espécies. Ou seja, não são a mesma entidade biológica.

Mitologia científica e utilidade do conceito de "fóssil vivo"

A expressão "fóssil vivo" há muito que, entre o público em geral, caiu no domínio da "mitologia científica" e é tão popular e utilizada de modo tão indiscriminado que, muitas vezes, é usada apenas para designar organismos actuais com aspecto invulgar e que por isso parecem, aos olhos do leigo, "primitivos" ou, usando outra expressão trivial e desprovida de qualquer significado científico, "pré-históricos".

Alguns autores defendem que o conceito de "fóssil vivo" em contextos científicos e educativos deveria, pura e simplesmente, ser abandonado por não ser minimamente objectivo, nem útil, na abordagem de temas paleontológicos ou evolutivos.


Processos de fossilização:

Mumificação (ou conservação): Este é o mais raro processo e divide-se em:

    Total - Quando a totalidade do ser é envolvido em materiais impermeáveis (resina ou gelo, por exemplo), conservando assim o estado do corpo em que foi coberto.
    Parcial – Quando as parte duras do ser (carapaças, conchas, por exemplo) se agregam às rochas onde se fossilizam e resistem à decomposição.

Mineralização (ou petrificação): Substituição gradual da matéria orgânica do ser por matéria mineral mantendo as suas características físicas. Ocorre quando o organismo é coberto de forma rápida por sedimentos logo após a morte ou após do processo de deterioração. O grau de perfeição da fossilização é determinado pelo grau de deterioração em que o organismo se encontrava quando foi coberto de sedimentos, sendo que pode até ser apenas constituído por esqueleto quando o grau de deterioração era elevado. Quando coberto por sedimentos, estes irão compactar-se acabando por formar rochas.
Moldagem: Consiste no desaparecimento do ser vivo ficando apenas o molde do mesmo na rocha. Podem ser:

     -Molde externo: quando a marca deixada na rocha é a do exterior do ser, sendo que essa parte exterior desaparece.
     -Molde interno: Quando a marca existente na rocha é a do interior do ser, pois os sedimentos penetraram o ser, fazendo a parte interna do ser desaparecer.


Marcas: Processo de fossilização mais abundante que consiste no vestígio deixado pelos seres. Exemplos: pegadas ou ovos de animais.


Os fósseis trazem-nos registos importantes relacionados com o nosso passado longinquo.
Foram estes que suportaram teorias (como a teoria Darwinista), representando bases fortes no Evolucionismo. São também eles que nos têm dado respostas como "De quem descendemos?".
Este é um episódio do documentário "À descoberta do nosso mais antigo ancestral", que nos pode dar uma brisa do quão importante é a descoberta de um fóssil.

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