segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Adormecer com Cecília Meirelles

A vida só é possível reinventada. Anda o sol pelas campinas e passeia a mão dourada pelas águas, pelas folhas... Ah! tudo bolhas que vem de fundas piscinas de ilusionismo... — mais nada. Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada. (...)

O mote para o meu dia é este poema do Neruda

A minha amiga Mané enviou-me este poema de um poeta que eu adoro: Neruda. Ele vai-me inspirar o dia de hoje. Vou estar agarrada ao computador e a fazer arrumações de livros para os entregar e aproveitar uma nova redistribuição dos meus que são tantos, tendo em conta as estantes que o meu filho me trouxe para casa e eu meti na garagem. Vou também pensar nas viagens que vou realizar no mês de Dezembro e nas exposições que tenho de visitar com os meus alunos. Obrigada Mané.
Morre lentamente quem …
Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
Não arrisca vestir uma cor nova,
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte
Ou da chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
Não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo
Exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!
Pablo Neruda

domingo, 29 de novembro de 2009

A família vista pela minha neta mais velha











Ontem fui ver a casa nova do meu filho R. e achei-a linda, tanto a casa como a zona. Vão ficar com uma vista fabulosa e a casa vai ser decorada lentamente ao gosto deles. Fiquei contente.
As obras na casa do meu filho F.A. terminaram e ficaram muito bem, espero que a aluguem depressa, mas no sítio que é não é dificil. As obras da casa da minha filha I. começam dia 1 e a mudança para a casa nova inicia-se em Dezembro, de certeza que no Natal já está tudo como deve ser. O mês tem sido muito agitado para o Sr. Manuel, o multiusos que me ajuda em tudo cá de casa e na dos meus filhos.
Hoje houve muita movimentação, os meus filhos com filhos foram visitar-me e parecia um filme de Fellini. No andar de cima, a minha filha M. terminava uma tradução, noutra sala o meu marido mais uma nossa amiga faziam a revisão. No andar de baixo, o meu neto A.M. comia com algumas caretas o yogurte, a minha neta F. desenhava a família e a minha neta M. olhava tudo à volta procurando a figura da sua mãe. Fiz uma distribuição de colares, anéis e brincos pelas filhas e nora, alguns voltaram ao lugar habitual, outros partiram para outras casas, na saída a confusão de sempre, «onde estão os meus óculos?» «viste o meu telemóvel?» «avó este colar fica cá». Depois o meu filho F. e a minha nora deram-me uma boleia, um pouco atrapalhada porque o meu sentido de orientação é péssimo.
Fui aos anos da Pi, estavam lá umas amigas do grupo de viagens e foi divertido, se bem que ao princípio só falássemos das desgraças do nosso país. Quando cheguei a casa estive a ver os desenhos da minha neta e pasmei com a evolução tão rápida, dos riscos passou à forma e aos pormenores. Como ela cresceu.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Adormecer com António Gedeão

Todo o tempo é de poesia
Desde a névoa da manhã
á névoa do outro dia (...)

A moda é uma grande encenação


Ontem eu e a minha amiga Mané marcámos encontro na Bertrand do Chiado. Chovia a potes e lá dentro da livraria o cheiro a livros era tentador, apetecia passar uma tarde a passear por aquelas salas mas tinhamos planos e por isso saímos a correr. A mim valeu-me uma bela capa da Timberland que é muito prática principalmente nas viagens, pois além de ser bonita é impermeavel, dobra-se toda e encerra-se num saquinho que faz parte da mesma gabardine, enfim progresso.
Fomos comer a um restaurante que recomendo «O Oriente», na Rua Ivens, comida variada e vegetariana, come-se as vezes que se quiser e o buffet é muito bem confeccionado. Conversámos imenso sobre as nossas vidas e em seguida fui ver finalmente o Museu do Design, no antigo BNU.
A primeira exposição proveniente da colecção Francisco Capelo, tem peças de design muito boas, o espaço é grande e aguentam estar em cima de paletes, que são os suportes que eles arranjaram, pintados de branco, mas os trajes de moda não me parecem nada adequados estarem misturados com objectos e mobiliário de design, porquê??? Um objecto de design é para ser repetido industrialmente e servir o quotidiano e por isso ser mais barato, mas um vestido de alta costura é uma peça única, porquê juntá-los, mas mesmo assim foi a exposição de que eu gostei mais, apesar das cortinas de casa de banho onde os filmes eram projectados.
No segundo andar eu chamaria, não uma exposição de design, mas sim uma exposição de suportes, os suportes são enormes, a sala está atravancada dos mesmos e as peças perdem-se naquelas imensas tábuas de madeira forradas de pelo branco e alguns dos móveis estavam metidos dentro de umas também enormes «barracas de praia de acrílico às riscas foscas e brancas», absorvendo o espaço expositivo de uma forma que eu diria de «armazém das encomendas que chegam por barco», e as peças perdem-se lá dentro e eu não gostei nada, nem mesmo dos manequins nús em várias posições, nem percebo a mensagem. É uma exposição pretenciosa e má tecnicamente e esteticamente.
O 3º andar foi para mim uma revelação, nós que vemos na TV ou no corpo dos manequins os fatos ou mesmo nas lojas, ali com luzes e expostos com respiração pois eram observados um a um, a produção dos Manéis Alves/Gonçalves aclamados e exaltados, para mim revelaram uma má execução de bradar aos céus: bainhas pingonas, ombros e golas descaidas, cotas de malha com arrebiques em lata, e a luz revelava a fraqueza da execução e do próprio traje, não sei porquê perderam a graça, em seguida como fui à aula de desenho, falei com várias pessoas sobre isto e a minha admiração é que todas elas repararam no mesmo que eu: tecidos que de maneira nenhuma eram nobres, alguma má execução e uma beleza que só é evidente quando tem excessos de produção, o corpo, os adereços, as luzes semi - ocultas, a passarela, o estar longe das pessoas, etc. Mesmo o fato do Galiano que se vê no 1º andar e do Dior, um fato de saia e casaco pied de poule, têm que se lhe diga.
Fiquei mesmo com a ideia de que a moda é uma grande encenação e com ela ganha-se balúrdios e custa balúrdios. Que injustiça para outras profissões que salvam vidas humanas. Raros são os que têm palácios e castelos como o Valentino e outros da mesma arte??

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Ontem tive uma experiência de generosidade absoluta

Ontem tive uma experiência fantástica, uma oferta de generosidade absoluta. Uma amiga das viagens, da Associação Dr. Emanuel Correia, ofereceu-se para me vir buscar e comigo ir recolher a minha sogra que ia a uma consulta de cardiologia, com o médico que a operou no hospital Amadora Sintra. Fomos então a casa dela e em seguida fomos ao hospital, a consulta era para ser às dez mas fomos recebidos às 12h e 45m. O hospital estava um pandemónio, o excesso de pessoas a ser consultadas era demais. A morosidade era enorme . O médico o Dr. Pedro Farto Abreu é um excelente profissional e recebeu-nos muito bem. Valeu isso. As enfermeiras e técnicas de radiologia também eram muito amáveis e serenas. Gosto da maneira como tratam os doentes. Nem tudo é mau. Gostei até mais do que a experiência que tive com a tia velhota no hospital de Santa Maria na Neurologia. Cardiologia na Amadora Sintra vale a pena.
Esta amiga de seu nome Maria José além de me ajudar com a minha sogra, esperou por mim e levou-nos a casa da minha parente deixando-a lá para almoçar, pois as senhoras da Cruz Vermelha já lá estavam.
Em seguida fomos comer uma sopa e uma fruta ao Vitaminas da Centro Comercial das Amoreiras e rapidamente fui levar umas fotos que eu cá tinha, um livro emprestado e o meu livro da Vinha e do Vinho de Carcavelos a uma antiga descendente de um dono de uma das quintas de Carcavelos, que mora no Príncipe Real. Esta senhora aristocrática de uma bela linhagem é um amor de simplicidade, é um exemplo de que a nobreza de nome está ligada à nobreza de carácter. É cristã e católica no mais verdadeiro sentido da palavra e do exemplo. Tomara que todos os que se dizem desta ou daquela religião fossem assim.
Depois fomos à baixa, que é uma grande aventura em termos de trânsito, mas eu necessitava dos meus comprimidos homeopáticos e tive de os ir comprar à Farmácia homeopática do Largo de Santa Justa. Em seguida ela trouxe-me a casa e foi para casa dela em Lisboa, na Ameixoeira, pois ia ao teatro à noite.
Fiquei tão sensibilizada com esta generosidade, é muito raro alguém dedicar o dia para andar de carro de um lado para o outro, andar em hospitais, trânsitos hostis e paragens de viaturas de doidos, só para ajudar uma pessoa. Estes gestos tão raros são fantásticos, pois a maioria das pessoas andam sempre a mil e estão sempre indisponíveis.
Maria José, amiga recente e querida o seu gesto ficou marcado em mim. No meio do joio o trigo aparece brilhante e dourado e é um exemplo para todos, o que se chama «dar tempo».

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Alguns museus são como os partidos políticos.

Começo a compreender que alguns museus têm similitudes com partidos políticos. Só convidam para debates, projectos ou outros quejandos, os do grupo, aqueles que no momento são importantes por várias razões; ou porque são da mesma cor política, ou porque querem fazer currriculum ou trabalho para o mestrado ou doutoramento e eles ajudam nesse objectivo, ou porque os meios académicos ou grupos de investigação aos quais estão ligados lhes servem que nem um vestido de alta costura para as actividades que desejam desenvolver: um segundo emprego, dar aulas numa universidade, alcançar um lugar de poder em qualquer instituição, serem arguentes nas suas teses e preencherem nos seus museus actividades e projectos que depois vão descrever nessas mesmas teses.
Os museus retratam também o estado da nação. Nas instituições, os nomes dos que tomam o poder são sempre deste ou daquele grupo que gira à volta desse mesmo poder, sempre à espera de serem chamados, mesmo que dirigentes máximos nunca tenham feito um museu, mesmo que professores universitários que dão aulas de museologia, nunca tenham concebido uma única exposição.

Na parede

Ela olhou a parede e não se viu,
estavam outras e não ela,
a parede estava nua dela,
e as outras eram coloridas,
eram vibrantes e bem-queridas
e a ausência dela doeu-lhe bem fundo.

Olhou a parede e não se viu,
sentiu-se mais pobre nesse dia,
fruto das manhãs, tardes e noites enevoadas,
filhas da solidão e dos destemperos
da alma.
Por isso a parede estava nua dela.


Anad

domingo, 22 de novembro de 2009

sábado, 21 de novembro de 2009

Estávamos 11 à mesa...


Hoje iniciei os almoços de inverno já dentro de casa. Eramos 11 à mesa, com o grupo das viagens e com uma grande amiga, Laura Cesana, uma notável pintora que tem obras espalhadas pelo mundo inteiro. Ofereceu-me mais uma das suas pinturas e nela desenhou um símbolo que quer dizer «força da natureza» em cabalistica. Na dedicatória disse que este símbolo me representava. É interessante como algumas pessoas me vêem, eu sei que sou corajosa e tenho muita energia positiva, mas às vezes estou tão frágil, tal como aquele poema do Jorge Palma «Frágil /Esta noite estou tão frágil?/ Frágil /Já nem consigo ser ágil.»
A conversa fluiu e a tarde foi muito animada. São bons estes convívios, esta relação com pessoas positivas que gostam de nós. A minha filha mais velha cantou para todos e foi um momento muito emocionante. A voz dela continua linda.
Os almoços com amigos só vão ser retomados em Janeiro. Até lá há mudanças de casa de dois dos meus filhos, os dois do meio vão viver para umas casas muito bonitas, além disso vai haver apoio nas pinturas na casa da minha filha mais nova e na do meu filho mais novo, pois vai alugar uma casa de que ele é proprietário e que é pequena demais para quem tem já a família aumentada. Até ao fim do ano vai haver muito trabalho familiar pela frente.
Os festejos de Natal tal como aconteceu com a Francisca quando ela bébé, vão ser em casa dos meus filhos para as crianças não sairem à noite, mas vai ser só este ano, para o ano já andam e tudo volta ao normal e será certamente em minha casa, como é habitualmente. Conto passar a noite de Natal em casa da minha filha mais nova e o dia na casa do meu filho mais novo, no dia 26 vou para uma casa de campo que os meus cunhados têm fora de Lisboa, passar o dia com a minha sogra e a irmã dela velhota. A 27 se tudo correr bem parto para Paris e só volto em inícios de 2010, eu o meu marido e a minha filha mais velha. Vamos para casa de uma grande amiga, desanuviar um pouco, ver exposições, passear, encontrar pessoas amigas, sair um pouco deste país que está também frágil. As nomeações que têm sido feitas para cargos no âmbito da cultura é de bradar aos céus, mas não vale a pena, é melhor ir para Paris.

Acordar com Novalis

Tudo o que é belo é um ser perfeito
que a si mesmo se ilumina.

A vida não deve ser
um romance que nos é dado,
mas um romance que nós próprios construimos.

Estamos próximos do despertar
quando sonhamos que sonhamos

"Fragmentos" Novalis

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mas porque é que eu fui pedir a troca das boxes??? Porquê?

Quero ser levada por qualquer nuvem,
mesmo cinzenta ou fugaz,
quero sentar-me bem lá no alto,
sozinha e calma,
a contemplar o oceano,
a terra mãe maltratada pelos homens, poluida,
ameaçada e triste.
Quro ficar só por uma hora ou duas,
sem problemas de internet, configuração de contas de e-mail,
ou trocas de Power boxes por Zone boxes,
não quero saber de fibra óptica,
nem de outra coisa qualquer.
Estou completamente nas tintas para o progresso,
neste preciso momento.
Quero verde e sol, quero respirar ar puro para sempre,
quero o impossível, mas como diz o santo,
o Francisco de Assis, os impossíveis hoje serão os
possíveis de amanhã. Talvez assim seja.
Aguardemos a chegada dos técnicos da Zone Cabo.
Estava eu tão sossegada e fui pedir a troca de uma
tal power boxe por uma Zone boxe, se afinal são todas boxes....
Quando cheguei a casa a fibra óptica estava não sei onde,
E as boxes todas à beira de um ataque de nervos e
eu a «aposentada» é que tenho de tratar de tudo.
Bolas....

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ontem voltei à Comporta


Ontem voltei à Comporta com o meu amigo Nuno Gusmão que é o melhor designer que eu conheço em Portugal, tem uma paixão e uma humildade artística como poucos. É generoso, criativo, enfim tem todas as qualidades. Fui porque vou finalmente terminar um trabalho que começei há cinco anos, darei notícia dele e da sua evolução. Gostei de ver aquelas casa brancas, com a barra azul , ladeadas pela vala real e pela várzea. Depois de percorrermos todo o espaço e a Fabrica de Descasque, fomos aos novos escritórios da Herdade da Comporta junto da Adega. E tudo vai andando, apesar de sofrerem com os efeitos da crise anunciada. Toca a todos é claro.
No fim da visita fomos almoçar ao restaurante «A Escola», um restaurante muito bom juntamente com o «Dona Bia», que estava em obras. Bom peixe , boa carne para quem gosta e excelentes doces. Comemos um a meias, depois do linguado grelhado comido por mim, oriundo da Carrasqueira e da empada de coelho degustado pelo meu amigo e companheiro de trabalho. Continuo a afirmar, não há bom museu, nem boa exposição sem um excelente designer. Nada agora me interessa em termos museológicos ao nível da exposição e interpretação se não tiver a mão de um bom designer.
Depois fui para a minha aula de desenho livre. Desta vez o modelo estava de pé e foi difícil. Senti-me presa. A minha companheira do lado, uma jovem, desenhava maravilhosamente. Ela foi amável e achou as minhas proporções muito correctas.
No caminho de volta fui ouvindo o Portugal - Bósnia e estava enervada. Não sei porque é que os jogos de futebol me enervam tanto. Quando cheguei a casa ia espreitando de vez em quando o resultado e no final fiquei muito contente. Portugal ganhou. Gosto do Carlos Queiroz. acho que é um técnico muito competente e estou farta de alguma comunicação social do nosso país. É muito negativa e não sabem esperar. Penso que formar uma equipa de alta competição leva tempo. Vamos ver agora. Para a próxima, na África do Sul, já teremos de boa saúde e aptos os jogadores de futebol agora lesionados.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Relendo Alves Redol

Há um monólogo interior em mim, já falei disso aqui uma vez, agora como estou a ler o «Barranco de Cegos», imagino as cenas, e como a descrição das mesmas pelo Alves Redol é tão realista, é fácil compreender um pouco esta identidade ribatejana e particularmente os senhores da terra, sim porque o Ribatejo tinha latifúndios, não era só no Alentejo que os havia e tal como na Comporta para a monda e ceifa do arroz vinham sanzonalmente grupos do Algarve, no Ribatejo vinham da Beira «os chamados ratinhos». No nosso país por vezes há uma análise deturpada do sofrimento do povo no Estado Novo, nas notícias, filmes, romances e análises históricas. Parece que só no Alentejo é que houve sofrimento e servidão, com todo o respeito que eu tenho pelas gentes alentejanas, pois até tenho uma costela oriunda do meu avô materno, mas não, houve sofrimento em todo o país, desde o Norte ao Sul, em termos iguais, as atitudes é que foram diferentes perante esse sofrimento, por isso se percebe que a imigração foi maior no Norte e Centro do que no Sul, uns escolheram-na, outros preferiram ficar, aqui não há juízos de valor, há simplesmente uma constatação. Aconselho vivamente a relerem os neorealistas.

É isto mesmo que eu quero....


Sei um ninho.

E o ninho tem um ovo.

E o ovo, redondinho,

Tem lá dentro um passarinho

Novo.

Mas escusam de me atentar:

Nem o tiro, nem o ensino.

Quero ser um bom menino

E guardar

Este segredo comigo.

E ter depois um amigo

Que faça o pino

A voar...


Miguel Torga

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Chuva e mais Chuva....


O dia acordou chuvoso, as folhas caiem num ciclo de futuro renascimento, é a natureza a funcionar. Eu gosto de viver as quatro estações do ano, mas infelizmente nestes últimos anos só temos mesmo duas estações: Inverno e Verão. O planeta está ferido, doente e os governantes das grandes potências não tomam as devidas providências, nem cumprem na íntegra os acordos feitos. Sendo o homem uma criação tão perfeita e tão inteligente, não compreendo como não cuida do planeta mãe, para melhor qualidade da sua vida e dos seus descendentes. O homem afinal não é tão perfeito nem tão inteligente e é ele que decide não o ser.
Hoje chove, ontem esteve um dia bastante razoável, fui almoçar a casa de uma amiga das viagens, juntamente com outros e comemos uma excelente moqueca de camarão e docinhos maravilhosos e perigosos, mesmo assim controlei-me e não comi muito. Fomos muito bem recebidos pela Mina, uma querida amiga.
Ontem ainda conheci mais de perto uma maravilhosa criatura e o seu companheiro, que também andam de um lado para o outro nas nossas viagens. Chama-se Maria José, parece-me ser um ser muito especial e excepcional, ela e o Carlos. Depois de termos terminado o almoço e a animada conversa, levaram-me ao Colombo que é o Centro Comercial mais perto da casa do meu filho, uma das catedrais do consumo lisboeta e entrei por saída para comprar um telefone e uma lagarta daquelas que andam dez passos e aguardam que o bébé gatinhe para a apanhar, tudo da Imaginário, excelente loja de brinquedos, comprei estes mimos para dar ao meu neto Antoninho. Quando entrei na casa dele e o vi fiquei maravilhada, cresce a olhos vistos, o meu filho e a minha nora tinham uma fotografia recente do rapazinho para me darem, que já coloquei na mesa das fotos de família.
E assim se passou um fim de semana muito ocupado. Hoje vou voltar à minha aula de desenho, se a chuva o permitir, mas eu tenho que andar mesmo com chuva, não posso parar.

domingo, 15 de novembro de 2009

Pelo sonho é que vamos....





































Ontem foi um dia de passeio a Setúbal e Azeitão, com o meu grupo das viagens, eram tantos que tivemos que dividir o grupo pela parte da manhã e pela parte da tarde, ao todo foram noventa pessoas. Em Setúbal fui rever na Casa da Baia, antigo retiro da Soledade, no século XVII, situado na Avenida Luisa Todi, a exposição do Morgado de Setúbal, uma exposição deveras interessante, não pela excelência da técnica, isso não é o mais importante, mas sim pela excelência do temas abordados. Um homem do final do século XVIII, contemporâneo de Bocage e Luísa Todi, morgado, não pintou os seus pares, mas sim a gente simples do povo e os afazeres da vida quotidiana: os animais, os frutos, as cestas cheias de legumes, enfim um delírio de cor que impressiona quem os admira. Em seguida parti para Azeitão e fui ver com emoção a igreja de S. Simão, em Vila Fresca, que para mim é das igrejas mais bonitas do país, as paredes forradas de azulejos do século XVII, a planta quinhentista, os altares de talha dourada e a imaginária de terracota. Estava lé o Sr. Joaquim Afonso Fernandes que me abraçou com sinceridade comovente, trabalhámos juntos e ele é um erudito da terra, tem até um site fantástico sobre os seus escritos e descobertas: http://azeitaoanossaterra.ning.com/. É interessante como me sinto bem em Azeitão, com saudades daquele espaço e não consigo sentir o mesmo em Setúbal. Talvez as sinta quando o Museu de Setúbal/Convento de Jesus abrir.
Passámos de raspante por S. Simão Arte, onde sempre atenciosos fizeram uma demonstração da feitura artesanal dos azulejos, comprámos tortas em Vila Nogueira de Azeitão e o maravilhoso queijo cremoso, bomba calórica que eu não posso abusar. Antes tinhamos almoçado eu e o meu marido no Fernando Marisqueira. Comemos uns belos salmonetes grelhados, isso sim que saudades e senti a crise em Setúbal, um restaurante que antigamente se fazia fila à hora de almoço para comer, ontem tinha meia dúzia de pessoas e muitos empregados de mesa oriundos do leste e quem nos serviu foi um simpático lituano. Disseram-nos que o problema além da crise é a concorrência, há perto de 70 restaurantes entre a Avenida Luisa Todi e a rua que lhe está paralela para o lado do mar.
Teminámos a visita no Museu sebastião da Gama, foi bom ver a Vanda e a Fátima e o «Sebastião da Gama», o poeta que soube viver e morrer com alegria e serenidade, que encontrou Deus na Serra da Arrábida, que amou verdadeiramente as pessoas, as plantas e os animais e um excelente professor, dos mais adiantados do seu tempo em pedagogia, pois ainda hoje tem alunos que o relembram todos os anos, através de uma Associação, fazendo assim perdurar a sua poesia. Um exemplo. Li no final alguns excertos dos seus livros «Quando eu nasci», por exemplo, o poema «Serra Mãe» e «Pelo sonho é que vamos»: encontra-se em: Home / Sebastião da Gama
Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
Partimos. Vamos. Somos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Adormecer com Alberto Caeiro...

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas.
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.
Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

«Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.»


Hoje saí muito cedo de casa e bati às 9h30 à porta da minha sogra e da sua irmã, duas octagenárias que estão doentes, a minha sogra de oitenta e dois anos, recuperada de um enfarte e de um ombro partido recentemente, a irmã quase a rondar os oitenta, anda em exames para se descobrir a doença que tem, que é do foro neurológico e que lhe paraliza quase o andar.
Nestes últimos dois meses elas têm estado fechadas em casa, com o apoio das técnicas da Cruz Vermelha, que de manhã vão lavá-las e dar-lhes o pequeno almoço, ao meio - dia levam-lhes o almoço, ao fim da tarde dão-lhes o jantar e ajudam-nas a deitar. Ainda têm uma empregada que lhes faz a limpeza doméstica e lhes trata da roupa.
Durante estes meses não foram ao cabeleireiro, arranjar as unhas das mãos ou dos pés, elas que estavam a isso habituadas. Sentindo-as tristes e acabrunhadas resolvi dar-lhes uma prenda de Natal. Hoje numa cadeira de rodas a tia, e a minha sogra que felizmente pode andar, acompanharam-me a um antigo cabeleireiro da Ayer que elas conheciam, e que abriu o seu próprio negócio. De repente uma imagem atravessou-se na minha jornada, numa esquina uma senhora com um bébé num carrinho passou pela cadeira de rodas que eu transportava, era o encontro entre uma vida em flor e outra a definhar. Eros e Thanatos encontraram-se lado a lado. No cabeleireiro arranjámos o cabelo e fizemos o arranjo da unhas das mãos.
Foram três horas passadas a embelezar as idosas, depois fomos almoçar, felizmente na mesma rua do cabeleireiro, foram mais duas horas a entrar com a cadeira de rodas, a sentá-la, a cortar-lhe a comida em pequenos pedaços, a dar-lhe a bebida à boca. Depois fomos à calista arranjar os pés, mais umas tantas situações penosas de entrar e sair do prédio. Por fim levei-as a casa de táxi e o motorista foi um amor, levou-me a cadeira de rodas e ajudou-me a levá-las escada acima, felizmente moram num primeiro andar.
É tão triste o fim da vida, quando existe a doença, a tristeza e particularmente naquele caso que são pessoas muito pessimistas . Beijaram-me muito na despedida e disseram-me que eu era um anjo e eu não consegui confessar-lhes que era um anjo com cornos. Sentia-me cansada com imensas dores nos braços pelo transporte de um corpo imobilizado, para tanto lado.
Em mim existe um dilema, como tive uma vida cheia de responsabilidade profissional e familiar, sinto-me um pouco desgastada e sonhava com uma aposentação sem preocupações, claro que procuro fazer muita coisa que gosto, mas estas familiares do meu marido ficam sós se eu não as agarrar, pois tenho uma cunhada (filha de uma das idosas) com grandes responsabilidades profissionais, assim como o marido, e o meu conjugue ainda está a trabalhar a 1000 à hora. Embelezar idosas foi hoje o meu dia e elas estavam radiantes e eu quando fechei a porta sorri, mas tenho de confessar a verdade, a humanidade de que sou feita, cansada, muito cansada. Gostava de dizer como vejo em muitos blogues que tudo é lindo, maravilhoso, os passarinhos fazem piu-piu e as pessoas sentem-se gratificadas com tudo o que fazem mesmo que seja penoso, mas o que é certo é que me canso.
Se me disserem «queres ir ler um pouco para uma idosa ou idoso» eu vou com toda a alegria, actividades que não pressupõem esforços fisicos intensos, contem comigo, pois eu durante os 41 anos de vida profissional (e ainda este ano no dia da Árvore e no dezoito de Maio dia dos Museus, tive actividades com crianças e idosos) todos os anos tive múltiplas actividades com idosos, crianças, jovens, populações de diferentes etnias: africanos, ciganos, com gentes do leste e de Timor para os quais promovi um curso de ensino de português.
Agora queria ser livre, livre e não consigo ser, a minha consciência cívica impõe-me certas actividades que em termos fisicos são-me penosas. Gostava de encontrar no final de as realizar uma satisfação plena e não sinto, pelo cansaço que tenho no corpo, mas penso sempre numa frase de Teresa de Calcutá : Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Hoje vai ser um dia de meditação

Hoje vou para um grupo de meditação e oração. Além da família e amigos, terei em mente os amigos e amigas online. Necessito de parar, calar e meditar por algumas horas. Faz bem à mente.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Eu não vou parar, oié

Eu não vou parar
Podem acreditar
Vou pular, saltar, caminhar
Viajar, desenhar.
Vou ler e escrever.
Pois é, oié.

Vou encher-me deste mar que avisto
E ao qual não resisto
Vou encher os pulmões com o ar
Que entra pelas minhas janelas
Vou gostar da noite e do dia
Vou deixar que o meu corpo se encha de energia
Vou gostar
Vou gostar
E vou querer
Uma boa discussão pois então
E bailar e cantar
E rir e chorar
Pois é, oié.

Eu quero viver, viver, viver....
Quero estar com amigas e amigos verdadeiros
daqueles que nos olham nos olhos sem receio
Eu quero amar a Francisca, a Margarida e o António
E quem os fez tão bonitos e tão especiais
E os tios destes exemplares que são demais
Quero tanta coisa, pois é, oié.

Por isso agradeço todos os dias, mais um dia
de vida e de prazer e de tudo o que tenho
Que é tanto, pois é. Oié

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Uma experiência boa, outra má, outra boa e outra ainda boa e assim se passam os dias, é preciso aproveitar o que a vida nos dá.


Ontem fui com a minha neta Francisca ao Oceanário e foi uma experiência muito boa. Aquele mundo aquático e imenso impressionou a garota e ela disse-me «isto é uma televisão muito grande» e era na verdade um grande ecrã cheio de peixes das mais variadas espécies. O espaço gigantesco, a escuridão e os barulhos assustaram um pouco os seus três aninhos feitos recentemente, mas a pouco e pouco foi gostando cada vez mais do que a rodeava, de repente mesmo junto do vidro que nos separava dos peixes aparece o gigantesco peixe lua, misterioso e branco, a Francisca nem queria acreditar. Gostou imenso dos pinguins e do Eusébio e da Amália, mas senti que ficou aliviada quando saiu. Foi uma experiência para se ir repetindo a pouco e pouco, é muito importante que ela conheça o mundo que a rodeia.
Hoje fui com uma tia velhota do meu marido, que está muito doente, a uma consulta de neurologia no Hospital de Santa Maria e fiquei horrorizada com a experiência que eu vivi. Cheguei lá às 10horas, para ela ter uma consulta às 10h20m e só fui atendida às 12h50m, por um médico rodeado de alunos, ele não queria atender a idosa, porque pasmem, o colega neuro-cirugião tinha colocado na marcação da consulta, um despiste de Parkinson e ele queria que ela voltasse ao médico anterior para ele justificar o que tinha escrito. Discuti a sério com ele, como é possível que passado um ano depois de ter percorrido psiquiatras, clinicos de medecina interna, tínhamos de voltar ao princípio, sendo ele neurologista e que poderia marcar novos exames. Claro que ele a atendeu, e deu uma lição aos seus alunos, numa consulta que demorou 40m e no final marcou uma tac ao crânio. Ficou muito aborrecido comigo e eu ralada, hei-de sempre discutir com todos os profissionais de saúde pública que não respeitam os cidadãos devidamente. Imagino as pobres idosas e idosos que vão ao hospital sem companhia, como serão tratados? Que falta de compaixão.
A seguir fui com a minha amiga Mané almoçar ao japonês e que bom que foi, rimos e conversámos muito, é sempre tão bom estar com esta amiga, depois achei que ela tinha que conhecer a clínica onde eu vou para fazer tratamentos de medicina chinesa e ela fez uma boa massagem Tui-Ná, mas antes comprei uma saia no Corte Inglês, da Helena Miró, bem gira. Quando vinhamos a descer uma italiana perguntou-nos onde era o Corte Inglês. Primeiro dissemos «destra», depois «sinistra» e finalmente «destra», que afinal era «sinistra». Confusões de duas jovens aposentadas, espero que quando ela tenha chegado ao cimo da «destra», tenha olhado para a «sinistra».
Para terminar o dia fui comprar os meus medicamentos homeopáticos e depois fui à aula de desenho de nú, que tinha pensado em faltar e foi uma bela experiência, o professor disse-me que eu tinha melhorado muito, estou a treinar a mão e já se nota. Coloquei nos desenhos as datas e vou vendo a evolução. Quando eu tiver um desenho apresentável coloco-o aqui.
E assim se passaram dois dias muito agitados, com muitas coisas boas e uma má. Tirei partido de tudo e agradeci como faço todos os dias, tudo o que tenho.
Começei a reler o «Barranco de Cegos» de Alves Redol, para me preparar para a visita do dia 5 de Dezembro, ao Ribatejo, com a Comunidade de Leitores.

sábado, 7 de novembro de 2009

Castelo Branco está bem e recomenda-se.


Fomos muito bem recebidos pela Directora do Museu Francisco Tavares Proença, é uma pessoa encantadora. O museu necessita de uma profunda remodelação em termos de imagem e ela também o deseja, aguardando uma melhor ocasião. O tema do encontro foi sobre as colchas de Castelo Branco, a discussão foi muitíssimo interessante, conheci a Ana Pires que tem feito um levantamento espectacular das colchas de Castelo Branco por todo o nosso país, o trabalho de terreno é importantíssimo. A minha amiga Luísa levantou hipóteses muito interessantes e eu aprendi tanto, tanto, que fiquei muito grata à Luisinha por me ter convidado assim como à Directora do museu me ter recebido. Vou ficar a trabalhar com a Ana Pires e com a Luisa Arruda e penso que vamos fazer um excelente trabalho. A investigação é viciante e muito gratificante, descobrir dados novos, produzir um discurso novo é um dos grandes objectivos dos investigadores. Comprei um cravinho bordado com ponto de Castelo Branco e deram-me livros preciosos.
Depois de ter passado dois dias na Beira Baixa, hoje dei uma volta pelo Ribatejo, com dois elementos da direcção da Associação Cultural Emanuel Correia, associação essa que promove e realiza todas as viagens que eu faço. Hoje andámos por Samora Correia, Benavente, Vila Franca de Xira e Vialonga. Vim carregada de livros e com os olhos e ouvidos cheios de outros saberes. Esta visita preparatória do dia 5 de Dezembro vai satisfazer de certeza o grupo, farei o relatório como sempre.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Calculem no que eu me meti...




Hoje fui à Faculdade de Belas Artes assistir a uma conferência sobre «Arte e Natureza» da minha amiga Luísa, quando tudo acabou ela disse-me que tinha de ir dar aulas para o curso livre de desenho e eu curiosa, perguntei, curso livre de desenho? Toda a gente pode ir? Ela respondeu-me, claro basta fazeres uma inscrição e vens duas vezes por semana, e lá fui eu para a minha aula de desenho nú, foi uma experiência tão boa, os assistentes da minha amiga Luísa foram meus alunos no mestrado e fartaram-se de rir de agora passarem a ser meus professores. Necessitava de desenhar e foi das melhores coisas que fiz. Agora até ao fim do ano lectivo vou duas vezes por semana.


Amanhã vou para Castelo-Branco também com a Luísa, vou lá ficar quinta e sexta para uma reunião sobre o bordado de Castelo Branco, depois dou novas.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Hoje fui à Torre do Tombo


Hoje fui à Torre do Tombo, à procura de documentos sobre as minhas investigações em curso, fui com a minha jovem amiga e passámos uma tarde muito produtiva, de luvas de borracha e de máscara porque o pó e os seus adorados bichinhos alojam-se na garganta ou nos pulmões e eu não me atrevo. Quando vou para a Torre do Tambo parece que vou para a sala de operações, mas assim não tenho problemas. À saida deito fora a máscara e as luvas e sou outra pessoa. Os livros e os documentos antigos também têm a sua parte negativa. É como tudo na vida, de bom e de mau temos todos um pouco. Nos próximos meses a minha investigação divide-se entre o Arquivo dos Bombeiros de Carcavelos, a Casa dos Patudos em Alpiarça, a Torre do Tombo e a Biblioteca Nacional, mas tenho outros projectos em curso e um deles é fora do nosso país. Circular é viver.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Hoje

Hoje estou feliz .
Não porque me acontecesse
qualquer coisa de especial,
mas sinto-me feliz.
E o que é ser feliz?
Para mim, neste momento
é estar desejando o dia de amanhã
mesmo que chova.
É estar agradecida com
aquilo que tenho.
É olhar a noite e as suas
sombras com alegria.
Fecho a janela do quarto
porque me vou deitar e sorrio.
Hoje estou mesmo feliz e
cheia de esperança.
Viver é um privilégio.

Os anéis da avó....




Os anéis da avó são para a Francisca uma brincadeira fantástica, além dos livros que eu faço, como por exemplo o que está no prelo sobre Abrantes, a cuja Câmara eu não cobrei um tostão. Livros e anéis foram as brincadeiras de ontem no almoço de família.