sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O papel do educador de infância...


«Os educadores de infância são profissionais responsáveis pela organização de actividades educativas, a nível individual e de grupo, com vista à promoção e incentivo do desenvolvimento físico, psíquico, emocional e social de crianças dos 0 aos 6 anos de idade. Devido ao desenvolvimento das ciências da educação e à progressiva emancipação da mulher e sua consequente integração no mercado de trabalho, a importância desta profissão tem sido crescente nos últimos anos. Actualmente, estes profissionais complementam em grande parte a acção educativa das famílias junto das crianças, contribuindo para a descoberta da sua individualidade e estimulando a sua percepção e integração no meio envolvente.

A sua acção obedece a orientações curriculares e pedagógicas emanadas pelo Ministério da Educação e desenrola-se normalmente em instituições vocacionadas para a educação de infância, onde orientam diversas actividades relacionadas, por exemplo, com a socialização das crianças e o desenvolvimento da sua afectividade. Neste domínio, cabe-lhes ajudar as crianças a desenvolverem actividades sociais indispensáveis à sua formação pessoal e social ensinando-as, por exemplo, a interagir, conviver e cooperar com crianças da mesma idade e de idades diferentes, através de brincadeiras e actividades em grupo. Além disso, são incentivadas a falar de si e das suas necessidades, a respeitar e ajudar os outros, a desenvolver a sua capacidade crítica e a tomar decisões. Compete-lhes, igualmente, ajudá-las a adquirir competências para a vida diária e nelas criar hábitos de higiene fundamentais para uma vida saudável.

Outro domínio bastante importante da sua intervenção relaciona-se com o desenvolvimento da comunicação e da linguagem. Neste contexto, estes profissionais dão especial importância à capacidade expressiva das crianças, tanto a nível oral como gráfico, e procuram ajudá-las a articular, pronunciar com clareza e alargar o universo das palavras. Além disso, desenvolvem as suas capacidades de expressão de ideias, sentimentos e emoções e promovem o aumento da sua capacidade de atenção e concentração. Também é da sua competência levá-las a ter prazer em conversar, ouvir histórias e comunicar com outros, bem como ensiná-las a respeitar, usar e partilhar livros.

Do ponto de vista do desenvolvimento da expressão criadora, cabe aos educadores de infância proporcionar às crianças diversas actividades que lhes permitam expressar-se livremente, com criatividade e com imaginação, nas dimensões plástica, musical e corporal e, em particular, nas novas experiências do dia-a-dia. Assim, ajudam-nas a discriminar e reconhecer cores e a sentir o prazer de manipular materiais de formas, tamanhos e texturas diversas, bem como a expressar-se através de canções, danças, jogos de roda e dramatizações ou a produzir sons e ritmos com o corpo, a voz ou instrumentos musicais. Além disso, ajudam-nas a brincar ao faz-de-conta, reconhecer sons, experimentar o movimento do corpo e ganhar confiança na capacidade física própria.

O desenvolvimento intelectual é, naturalmente, outra área nuclear do seu trabalho, competindo-lhes proporcionar às crianças situações estimulantes que visem o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático e da capacidade de analisar, comparar e classificar factos, objectos e pessoas, bem como de organizar mentalmente impressões. Neste domínio, cabe-lhes, também, ajudá-las a adquirir noções de orientação e de representação do espaço, quantidade e tempo. É ainda da sua competência proporcionar às crianças o conhecimento do mundo, nomeadamente através da observação dos fenómenos da natureza, ensinando-as a respeitar o ambiente e desenvolvendo nelas, simultaneamente, valores ecológicos e de cidadania. Devem ainda favorecer a integração da criança no seu contexto cultural, promovendo o interesse pelas tradições da comunidade e o respeito pela identidade cultural, através, por exemplo, da organização de actividades de observação de acontecimentos sociais.

Para além das funções desempenhadas no âmbito da sua acção educativa, o educador de infância intervém, em termos pedagógicos, na organização do ambiente educativo da instituição onde trabalha. Neste âmbito, as suas funções incluem, entre outras, a concepção, desenvolvimento e gestão dos currículos, através da planificação educativa e respectiva avaliação e tendo em atenção o grupo de crianças e o seu meio familiar e social; a organização intencional do espaço e dos materiais, bem como a mobilização e gestão de recursos educativos, de modo a criar no estabelecimento educativo um ambiente favorável ao bem-estar e à aprendizagem das crianças; a criação e manutenção das necessárias condições de segurança, de acompanhamento e de bem-estar das crianças.
Paralelamente, cabe também aos educadores de infância coordenar outros trabalhadores (tais como auxiliares de acção educativa, vigilantes e outros profissionais associados ao trabalho pedagógico), bem como envolver os parceiros locais – autarquias, instituições locais, etc. – na criação de respostas educativas para as crianças, como, por exemplo, a organização de saídas para descobrir a região ou projectos conjuntos com outros estabelecimentos de ensino.

Por último, deve ainda o educador de infância envolver as famílias e a comunidade nos projectos a desenvolver. A cooperação com a família permite o estabelecimento de uma relação pessoal de afecto, respeito e confiança com os pais ou educadores, condição essencial para uma acção educativa participada.
Para o bom desempenho desta profissão, é obviamente indispensável não só gostar de crianças, mas também aprender a trabalhar com elas, compreendê-las e desfrutar com elas os múltiplos divertimentos e fantasias que lhes são característicos. É necessária uma clara vocação pedagógica, bem como a capacidade de saber estar com muita atenção e disponibilidade com cada uma das crianças e, simultaneamente, com o grupo no seu conjunto. Neste sentido, é necessário que estes profissionais sejam atentos e capazes de compreender as particularidades de cada criança. Ter imaginação, sentido de humor e espírito alegre incluem-se também nas características da personalidade do educador que podem constituir uma excelente mais-valia para um correcto desenvolvimento da carreira. Esta é uma profissão considerada compensadora por quem a exerce, mas também desgastante dada a atenção que as crianças exigem.»



Como futura profissional desta profissão, acho bastante relevante demonstrar a todos os cibernautas que possam passar pelo meu blogue a demonstrar todo o papel do educador de infãncia. Um dos objectivos da publicação deste artigo é principalmente abolir com a ideia que um profissional da educação da infância é apenas aquela pessoa que "muda as fraldas" !!!

Artigo retirado do site: www.dgct.msst.gov.pt/


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