quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Filme: "Cinema Paraíso"

Durante cerca de três aulas de Psicologia procedemos ao visionamento do filme: "Cinema Paraíso" e debatemos alguns momentos mais relevantes no âmbito do tema: "A memória".

Ficha Técnica:
Título original: Nuovo Cinema Paradiso
Lançamento: 1988 (Itália)
Direcção:Giuseppe Tornatore
Actores:Antonella Attili, Enzo Cannavale, Isa Danieli, Leo Gullotta.
Duração: 123 min
Género: Drama


SINOPSE 
Esta obra-prima do relaizador Giuseppe Tornatore é um olhar nostálgico sobre a vida de um jovem na Itália do pós-guerra e o seu fascínio pelo cinema, tendo vencido o Oscar para o Melhor Filme Estrangeiro e o Grande Prémio do Júri do Festival de Cannes. 'Alfredo está a morrer'. Esta notícia surpreendeu o realizador de sucesso Salvatore (Jacques Perrin), levando-o a relembrar a sua infância e o tempo que passou na sala de projecção do cinema da sua vila, Cinema Paraíso.
Alfredo (Philippe Noiret), proprietário do cinema e projeccionista, foi um amigo inseparável do pequeno Salvatore, conhecido por 'Toto', à medida que este crescia na sua terra natal, uma vila devastada pelos horrores da guerra. O cinema oferecia fantasia e evasão ao habitantes da pequena vila, fazendo esquecer a dura realidade da fome e da pobreza.
Cinema Paraíso é um filme inesquecível e um maravilhoso tributo ao cinema que marcou uma geração inteira de espectadores. 
............................................................................................................................
............................................................................................................................

Analisemos então todo o conteúdo do filme...
O filme "Cinema Paraíso" fala sobre o cinema, a sua evolução, mostra como se constrói amizades fortes e verdadeiras, retrata a infância, sobre os sonhos para o futuro, às vezes, ou muitas das vezes não realizados, acabando por ser um filme que toca e retrata os sentimentos humanos, portanto um filme universal e intemporal.

No filme, Totó, a personagem principal, quando já adulto recebe um telefonema a informar que o seu amigo Alfredo faleceu, a partir dessa informação desenrola-se um conjunto de recordações.

O protagonista relembra a infância na sua cidade Natal e em especial do Cinema Paraíso, onde ele sempre ia e vivia em companhia do projectista Alfredo bem mais velho, o que mostra uma amizade, respeito mutuo que hoje em dia é raro existir entre uma criança e um adulto.
Totó recorda coisas que havia pensado ter esquecido, são coisas que ficaram armazenadas na memória a longo prazo, embora ele não tivesse consciência que muitas dessas recordações ainda estivessem tão claras na sua cabeça.
Quando Totó regressa à sua terra natal encontra várias pessoas que ele conhecia mas com as mudanças que o tempo lhes causara, recorrendo às capacidades da memória mesmo diferentes Totó conseguia identifica-las.
Por outro lado através da memória episódica a personagem volta a ter presente os acontecimentos vividos por ele num momento e num local determinado, como é possível ver no seguinte video:


O filme também retrata a tristeza e a afinidade que o protagonista tinha com o "Cinema Paraíso" ao vê-lo pronto a ser demolido, pois encontrava todo o seu passado naquele sitio.
Para além das questões da memória também é retratado um sentimento muito forte de Totó pela sua paixão de infância, o seu primeiro e único verdadeiro amor, este amor marcou a sua vida e recorda-se de diversos momentos como o que está presente no seguinte video:



Ao recordar a sua história de amor que pelo visionamento do filme nós conseguimos aperceber que foi um dos momentos mais marcantes da sua vida pois só sentimentos verdadeiros merecem o sacrifício que ele fez que é retratado no video seguinte:



O protagonista acaba por reencontrar Helena, a sua paixão, na sua terra natal, mostrando assim a força de um sentimento que durou durante muitos anos de ausência e do qual o protagonista se abstraia talvez para não sofrer mais.
O filme encontra-se cheio de simbologia acabando assim por cada espectador lhe atribuir diferentes significados.


A questão da memória levanta-nos muitas duvidas sobre a nossa existência, é através dela que nós conseguimos compor a nossa história e a conclusão que é possível tirar é que o Passado afecta o nosso presente e que o Presente condiciona o Futuro, por exemplo as pessoas que por algum motivo perdem a memória ficam irremediavelmente limitadas, não têm passado e a sua existência é-lhes desconhecida, para elas não têm história.
O ser humano tem tendência a querer esquecer aquilo que considera não ser importante e a querer preservar na memória aquilo que considera relevante na sua vida, mas na verdade acaba por ser o nosso cérebro a fazer a selecção de todo o tipo de informação.
Por exemplo muitas vezes queremos tentar esquecer os momentos menos bons e eles continuam sempre presentes, relembramo-nos deles de uma forma involuntária, já com os bons muitas vezes tentamos preserva-los e eles desaparecem.
Cada ser humano reage à mesma situação de forma diferente, cada um teve as suas experiências no passado e isso leva-o a ter comportamentos diferentes.
A memória acaba assim por ser algo complexo que o ser o humano não consegue atingir o seu pleno conhecimento pois cada vez se levantam mais questões.






Redigido por: Rita Sádio

Um comentário: