quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O Jogo

O jogo funciona para a criança como um «espaço intermediário« entre a fantasia e a realidade, servindo como meio de aprendizagem e conhecimento do mundo exterior, permitindo-lhe uma construção de identidade sólida. Assumindo um papel de grande importância na construção da personalidade e definição de valores.

O facto do jogo estar presente no desenvolvimento do indivíduo e intervir directamente no processo de socialização, indica que este é uma parte integrante da cultura e uma das características incontornáveis da sociedade.

O jogo começa desde muito cedo a ser parte integrante da vida e do desenvolvimento da criança, mas essa importância e preponderância não termina com o crescimento, continuando até ao fim da vida a constituir um factor importante para a estabilização da personalidade e como actividade lúdica, lazer e competição. Chateu (1967: 16) afirma que «é pelo jogo que crescem a alma e a inteligência».

Mariovet (1998) apud Huizinga define o jogo como sendo «uma acção ou ocupação livre, que se desenvolve dentro de uns limites temporais e espaciais determinados, segundo regras absolutamente obrigatórias, assim como livremente aceites».

Guimarães (2005), durante o Seminário «Motricidade e Educação», citando, primeiro, Piaget, e depois Callois, divide o jogo em duas perspectivas (Psicológica e Sociológica):
Perspectiva Psicológica (Piaget)
Jogos Funcionais
Jogos Simbólicos
Jogos de Regra
Perspectiva Sociológica (Callois)
Competição – AGON
Acaso – ALEA
Simulacro – MIMICRY
Vertigem – ILYNX

O jogo é o movimento gerado pelos intervenientes e a capacidade destes em assumirem comportamentos diferenciados na sociedade, na procura da concretização de objectivos pessoais e da vitória. Além de estimular todas as dimensões da personalidade o jogo, possui uma grande variedade de funções (sentir; comunicar; descobrir; competir; arriscar; motivar; brincar; expressar; experimentar; cooperar). É uma actividade regulada que gera o comportamento individual ou de grupo, e que causa comportamentos contraditórios.

O facto de jogar, permite a entrada num «novo mundo» que possibilita nunca morrer e mergulhar numa fantasia criada por quem joga, levando o jogador a desfrutar dos sentimentos de liberdade e obtendo por momentos uma nova vida.

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