quinta-feira, 30 de junho de 2011

Engenhão. Quem paga o pato?


Como temos o hábito de esquecer as coisas bem facilmente, seria útil relembrar brevemente como foram concluídas as obras do Estádio João Havelange (Engenhão) para os jogos Pan Americanos de 2007.
O orçamento original somava 60 milhões e foi concluído por 380 milhões de reais, custeados pela Prefeitura do RJ e providencial ajuda do Governo Federal.
Houve várias discussões durante o processo de construção e mudanças no projeto original aprovado, o que em parte gerou o atraso. Outro fator relevante foi a briga na justiça com a Rede Ferroviária Federal pela desapropriação do Museu do Trem. Finalmente, as intervenções do TCU que questionaram todo o orçamento.
Porém, havia um fato grave e determinante: A data de início dos jogos era inadiável e tudo precisou ser finalizado em caráter de urgência. Novos fornecedores e empregados foram contratados de última hora. Quando lançado, parte da arquibancada não estava pronta e nem todas as cadeiras haviam sido fixadas.
Entulhos e restos da obra ainda estavam nos cantos do estádio, paredes mal pintadas e a iluminação foi testada pela primeira vez a duas semanas antes da abertura oficial.
É quase comparável aos desfiles de escolas de samba. Carros e fantasias criados para durar um dia. De perto, parecem que vão desmontar na sua mão. Mas na TV, tudo é perfeito!
Foi o caso do Engenhão. Lançou em grande estilo. Lindo e imponente. É considerado o estádio mais moderno da América Latina, construído com base nos padrões internacionais. Mas pecou nos detalhes. Foi construído às pressas. Precisava ficar pronto.
E obviamente com o tempo essas imperfeições se potencializam. O Engenhão foi licitado e hoje o Botafogo está pagando esse preço, com drenagem deficitária do gramado e sucessivas quedas de energia. O CREA-RJ enviou uma notificação e o clube tem sido alvo constante da mídia negativa em relação a manutenção do Estádio. O problema é que erro estrutural não se corrige contratando um bom engenheiro para supervisionar a rede elétrica. É necessário mexer na estrutura, refazer a obra.
Quem é o culpado? E quem paga essa conta?

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