dúvidas

1 - resolvendo a questão proposta pelo excelente aluno Pedro, 8.ª C, a Groenlândia é uma ilha que faz parte da América mas pertence à Dinamarca.
2 - retificando a questão proposta pela excelente aluna Joyce, 8.ª B- realmente, as fezes do morcego também são chamadas de guano - eu errei!!!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

9° Ano - semana 3 - 20 a 26/2

REAÇÕES DOS AFRICANOS DIANTE DO COLONIALISMO
Prestei atenção à vossa mensagem sem encontrar razão para vos obedecer. Preferiria morrer.
Se for amizade que você deseja, então eu estou pronto para ela, hoje e sempre; mas para ser seu súdito, isto eu não posso ser. Se for guerra você deseja, então eu estou pronto, mas nunca para ser seu súdito. Não caio a vossos pés, pois sois uma criatura de Deus como eu (...). Sou sultão aqui na minha terra. Vós sois sultão lá na sua. No entanto, vede, não vos digo que me deveis obedecer, pois sei sois um homem livre. Quanto a mim, não irei à vossa presença; se sois bastante forte, vinde vós me procurar.
Réplica de Machemba, chefe dos Yao, ao comandante alemão Hermann vos Wissmann, em 1880
Terra dos machemba


“Não tenho a menor intenção de ser um espectador indiferente, caso ocorra a potências
distantes dividir a África, pois a Etiópia há quatorze séculos tem sido uma ilha cristã num mar de pagãos. Dado que o Todo-Poderoso até agora tem protegido a Etiópia, tenho a esperança de que continuará a protegê-la e a engrandecê-la e não penso sequer um instante que Ele permita que a Etiópia seja dividida entre outros Estados. Antigamente, as fronteiras da Etiópia eram o mar. Não tendo recorrido à força nem recebido ajuda dos cristãos, nossas fronteiras marítimas caíram em mãos dos muçulmanos. Não abrigamos hoje a pretensão de recuperá-las pela força, mas esperamos que as potências cristãs, inspiradas por nosso Salvador, Jesus Cristo, as devolvam a nós ou nos concedam pelo menos alguns pontos de acesso ao mar”.
Menelik da Etiópia, declaração a Rainha Vitória da Grã-Bretanha, Abril 1891.


Os inimigos vêm agora se apoderar de nosso país e mudar nossa religião [...] Nossos
inimigos começaram a avançar abrindo caminho na terra como toupeiras. Com a ajuda de Deus, não lhes entregarei meu país [...] Hoje, que os fortes me emprestem sua força e os fracos me ajudem com suas orações.
Menelik da Etiópia, ordem de mobilização contra a campanha dos italianos contra seu país em 1895.
 Menelik II da Etiópia



Eu rezei e implorei a meus anciãos, assim como a Deus e aos espíritos dos meus ancestrais,
para me assistirem, me darem a verdadeira sabedoria e amor, para dirigir e governar minha nação, e imploro a você, meu bom amigo, a rezar e pedir bênçãos para seu Deus me dar vida longa e um reinado próspero e calmo, e que minha amizade com o governo de Sua Majestade possa ser mais firme e estreita que até agora tem sido, que o passado sejam águas passadas, que a nação Ashanti desperte como de um sono, que as hostilidades a deixem, que me esforce para promover a paz e tranqüilidade e a boa ordem em meu reino e restaure seu comércio, e que a felicidade e a segurança de meu povo se generalize, e assim se eleve meu reino Ashanti a uma posição próspera, substancial e permanente como uma grande comunidade de agricultores e comerciantes como nunca ocupou até agora, e que o comércio entre seu Protetorado e meu reino de Ashanti possa aumentar diariamente com beneficio para todos os interessados nele.
Prempeh I, após ser formalmente instalado no Banco de Ouro de Ashanti por ordem do governador da Costa do Ouro, 1894


Eu não estou preparado para lutar com as tropas britânicas apesar de estou (sic) para ser capturado por eles (…). Eu me renderia para assegurar as vidas e tranqüilidade de meu povo e compatriotas.
Nana Prempeh, reis dos Ashanti, explicando sua decisão de não lutar.
 Prempeh I



O deus criou o negro e o branco, cada um para herdar um território designado. Ao homem
branco concerne o comércio e o homem negro deve negociar com ele. Não deixe os negros
provocar nenhum dano aos brancos e, do mesmo modo, os brancos não devem causar nenhum dano aos negros.
Behanzin, último rei de Dahomey aos governantes europeus, 1894.

 Behanzin, rei do Benin


O Senhor estabeleceu vários reinos na terra. Então eu sei e acredito que não é nenhum
pecado ou crime eu desejar permanecer como chefe independente da minha terra e meu povo.
Hendrik Wittboi, líder Nama na África do Sudoeste aos alemães em 1894.
 Hendrik Wittboi, chefe Nama

Estou vendo como os brancos penetram cada vez mais na África; em todas as partes do meu
país as companhias estão em ação (...) É preciso que meu país também adote estas reformas, e estou plenamente disposto a propiciá-las (...) Também gostaria de ver boas estradas e boas ferrovias (...). Mas meus antepassados eram makombe e makombe quero continuar a ser.
Makombe Hanga, chefe dos Barué (Moçambique central), em 1895.

 guerreiros Makombe


Sei que os brancos querem me matar para tomar o meu país, e, ainda assim, você insiste em
que eles me ajudarão a organizá-lo. Por mim, acho que meu país está muito bem como está. Não preciso deles. Sei o que falta e o que desejo: tenho meus próprios mercadores;  considere-se feliz por não mandar cortar-lhe a cabeça. Parta agora mesmo e, principalmente, não volte nunca mais.
Declaração de Wogobo, o Moro Naba (rei dos Mossi) ao capitão Destenave, em 1895
 
 Moro Naba, o chefe dos Mossi do Burkina Fasso e seu servo

  Estes homens da cor de cabrito esfolado que hoje aplaudis entrarão nas vossas aldeias com o barulho das suas armas e o chicote do comprimento da jibóia. Chamarão pessoa por pessoa, registando-vos em papéis que (...) vos aprisionarão. Os nomes que vêem dos vossos antepassados esquecidos morrerão por todo o sempre, porque dar-vos-ão os nomes que bem lhes aprouver, chamando-vos merda e vocês agradecendo.
Exigir-vos-ão papéis até na retrete, como se não bastasse a palavra, a palavra que vem dos nossos antepassados, a palavra que impôs a ordem nestas terras sem ordem, a palavra que tirou crianças dos ventres das vossas mães e mulheres. O papel com rabiscos norteará a vossa vida e a vossa morte, filhos das trevas.
Ngungunhanhe, rei de Moçambique.
Gugunhane, o último monarca da dinastia Jamine de Moçambique






Eu vi que alguns de vocês temem ir em frente e lutar por nosso rei. Se estivéssemos nos bravos dias do passado (...) os chefes não assistiriam sentados nosso rei ser deposto sem disparar um tiro. Nenhum homem branco podia ter ousado falar com os chefes dos Achantis do modo como o governador falou com vocês esta manhã. É verdade que a bravura dos Achanti não existe mais? Eu não posso acreditar nisto. (...) Se vocês, homens achanti, não forem em frente, então nós iremos. Nós, as mulheres, iremos. Chamarei cada
companheira. Lutaremos com o homem branco. Lutaremos até que a última de nós caia no campo de batalha."
Yaa Asantewa, Rainha Mãe de Ejisu

 Rainha Asantewa



Amo o inglês. Sou filho da Rainha Vitória. Mas também sou rei em meu próprio país. Não aceitarei imposições. Perecerei antes.
Rei Cetshwayo, 1877

 Rei Cetshwayo


O camaleão chega por trás da mosca, permanece imóvel por algum tempo, então avança bem devagar, primeiro adianta uma perna e depois a outra. Por último, quando está ao seu alcance, ele lança sua língua e a mosca desaparece. A Inglaterra é o camaleão e eu sou a mosca.
Lobengula, rei dos Matabele, África do Sul
Lobengula, rei dos Matabele



Samori Touré e os franceses
Samori Touré optou por uma estratégia de con-
fronto e não de aliança. Embora recorresse igualmente à diplomacia, deu acima
de tudo destaque à resistência armada. Em 1881 já tinha feito da “parte meri-
dional das savanas sudanesas, ao longo de toda a grande floresta do oeste da
África”, entre o norte da atual Serra Leoa e o rio Sassandra, na Costa do Mar-
fim, um império unificado sob a sua incontestada autoridade.
Ao contrário do império Tukulor, o império Mandinga estava ainda numa fase
ascendente em 1882, quando se deu o primeiro embate entre Samori Touré e
os franceses. A conquista desta região também havia permitido a Touré criar
um poderoso exército, relativamente bem equipado à europeia. Estava dividido
em dois corpos: infantaria (ou sofa), que em 1887 contava com 30 mil a 35 mil
homens, e cavalaria, que na mesma época não tinha mais que 3 mil homens.
A infantaria estava dividida em unidades permanentes de 10 a 20 homens,
conhecidas como sé (pés) ou kulu (turmas), comandadas por um kuntigi (chefe).
Dez sé formavam um bolo (braço), colocado sob o comando de um bolokuntigi
.
A cavalaria estava dividida em colunas de 50 homens, chamadas sere. Os bolo,
principal força ofensiva, deslocavam -se escoltados pelos  sere. Como se tratava
de unidades permanentes, estabeleciam -se laços de amizade entre os soldados e
de lealdade para com o chefe local e Samori Touré. Este exército, portanto, não
demorou a assumir “um caráter quase nacional, em vista da sua notabilíssima
homogeneidade. Mas o que sobretudo distinguia o exército de Samori era seu
armamento e seu treinamento. Ao contrário da maior parte dos exércitos da
África ocidental, o de Samori era praticamente constituído por profissionais
armados à custa de seu chefe. Até 1876, as tropas de Samori Touré estavam equi-
padas com velhas espingardas, que os ferreiros locais eram capazes de consertar. 


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