quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Movimento Punk - Interessante História!!!

A revolta Punk !

No início dos anos 50 começa na Inglaterra um comportamento da juventude que se chamou de cultos da juventude. Um fenômeno onde grupos se reúnem através da música, do visual, interferindo socialmente e ideologicamente. Foi assim com os rockers, os mods, os hippies, os skinheads, os punks e as diversas tribos da Grã Bretanha e dos EUA. Desta forma a juventude emerge e se coloca na sociedade de forma explícita e aguda, combativa, excêntrica, influenciando todos os jovens do mundo

Foi em Browley, em 1975, um subúrbio ao norte de Londres, que se tem notícia dos primeiros punks. Em Browley foram vistos os primeiros moicanos, pessoas vestindo roupas pretas, adornos com correntes e taxas, coturnos, entre outras coisas. O ponto de encontro desses estranhos seres que circulavam pelas ruas de Browley era o Louisa's Bar, onde os primeiros punks decretaram a falência do Império Britânico.

O movimento era composto por diversos setores da juventude. Desempregados, estudantes de arte, anarquistas, e rebeldes que desprezavam as convenções da sociedade. Logo outros subúrbios como o East End e o West End estavam produzindo grupos similares que, rapidamente, tomaram conta de Londres e do mundo. Para um bando de garotos insatisfeitos, entre 14 e 18 anos, perambulando pelos subúrbios londrinos, que empreendiam toda a sua energia naquele visual estranho, violento e exótico, um caminho era inevitável. A música. Os punks pensavam em formar novas bandas de rock, onde pudessem criar uma estética diferente das grandes bandas do mainstream que ostentavam riqueza. Caras como Mick Jagger, Pete Towshend, Ian Anderson e Robert Plant não passavam de burgueses engolidos pelo show bizz americano. O rock havia perdido a sua essência rebelde e contestatória para se tornar um grande show glitter e de fantasia. Com o punk vem um som básico, rápido, visceral e poderoso.

Numa dessas turmas de subúrbio vamos encontrar um tal de Johnny Beverly, que ficaria conhecido mais tarde como Sid Vicious, Suzan Janet Dallion, Steve, Marc e Simon. Naturalmente surgiu uma banda de rock. The Banshees. O nome foi inspirado num poema de Edgard Alan Poe. Suzan mudou o nome para Siouxie Sioux. Estava dada a partida para o punk rock. Logo as salas das gravadoras eram invadidas por garotos arrogantes de cabelos espetados, roupas estranhas, levando uma fita demo com uma música diferente, caótica, rápida e mística. Enquanto isso Malcom McLarem, ex-estudante de arte, jovem, irrequieto e inteligente foi o primeiro a sacar o que acontecia em Browley e nos demais subúrbios de Londres. Resolve entrar em cena como o principal articulador do movimento punk. Recém chegado de Nova Yorque, onde trabalhou com o grupo pré-punk New York Dolls, McLarem, que tinha uma loja na King's Road, a Let It Rock, tratou de apressar a explosão. Atraiu os punks para sua loja e passou a vender, em vez de discos, roupas de couro, estranhos aparelhos, pulseiras usadas por prisioneiros e escravos. Também mudou o nome para SEX.

A Sex se tornou ponto de encontro da vanguarda punk. Steve Jones ia muito a loja. Glen Matlock trabalhava lá. Steve e seu amigo Paul Cook numas dessas noites de farra total roubaram 16 guitarras, 13 microfones e 1 amplificador da trip de David Bowie. Com esse equipamento Steve, guitarra, Paul, bateria, convocaram Glen para o baixo. Após um tempo sem vocalista acabaram pedindo ajuda para McLarem que se encarregou de colocar um tal de John Lydon, mais conhecido como Johnny Rotten. Ele nunca tinha cantado antes, mas tinha boas idéias e compunha boas letras. Depois, chegou Sid Vicious. Enquanto isso McLarem lançava uma onda de mistério sobre o grupo. Eram apenas iniciantes, mas uma aura de fascínio já se formava em torno deles. Pura encenação. Havia nascido o Sex Pistols. A primeira banda oficialmente punk do planeta. O visual punk consistia em cabelos curtos e espetados, calças e camisetas rasgadas, jaquetas de couro e nos pés, coturnos. Alfinetes, taxas, coleiras, eram usadas como adornos. Aos poucos, toda uma moda desenvolveu-se paralelamente a música.

Enquanto isso, em 1976, surge a primeira publicação punk. O fanzine “Sniffing Glue” –cheirando cola. Seu editor é Mark Perry, 19 anos. Ele assiste a um show dos Ramones, banda punk nova-iorquina, escreve uma crítica a respeito, tira 200 cópias e distribui. Corta os cabelos, faz um visual punk e investe no zine. No número 4 a tiragem já é de 1000 cópias e no 10 de 8000, com distribuição internacional. Desta forma os alicerces da cultura punk estavam espetados. E, o movimento vai crescendo, basicamente se desenvolvendo na medida em que as bandas se proliferam. The Clash, The Stranglers, The Damned, The Vibrators, The Subway Sect, Buzzcocks, Killig Joke, Heartbreakers, Siouxie and Banshees, The Jam, Generation X, são algumas delas que gravitam em torno dos Pistolls.


Em meio a apresentações bombásticas em programas de televisão e shows cheios de energia e pulsação, os Sex Pistols são a locomotiva do movimento punk. Nos EUA Ramones, Genocide, MIA, Dead Kennedys, Black Flag, SOA e as bandas pré-punks como New York Dolls, The Stooges, MC5, Creators, faziam o punk acontecer. Os Sex Pistolls gravaram seu primeiro disco, “Never Mind The Bullocks”, em 1977. No ano seguinte partem para uma série de concertos nos EUA. Cumprem parte dos shows, mas no meio da turnê desfazem a banda. A partir daí cada membro segue seu caminho. Steve Jones e Paul Cook procuram Ronald Biggs no Brasil. Sid Vicious volta para Londres antes de ir aos EUA para morrer de overdose de heroína. Johnny Rotten forma o PIL – Public Image Limited, com o qual esteve no Brasil em 1991.

Pode-se dizer que até 1980, a primeira fase do punk, a música teve uma característica de rock and roll básico e rústico. As raízes e a essência da rebeldia juvenil, a insatisfação com o establishment, com a sociedade em geral. O punk representou a revolução do subúrbio. Uma revolução urbana de contestação ao poder decadente do Império Britânico e dos valores imperialistas. Um anárquico movimento que se espalhou pelo mundo como um vírus. No Brasil as bandas pioneiras, surgidas por volta de 1980, foram Condutores de Cadáver, Pânico, 365, Inocentes, Ratos de Porão, Cólera, Excomungados, Lobotomia, etc. Tudo aconteceu como um preâmbulo dos anos 80 onde o movimento punk calcou-se no labirinto nuclear. Nos anos 80 várias bandas punks se alastram pelo mundo, entre elas, Rattus. Tervet Kardet, Varukers, GBH, Discharge , Broken Bones e Mortal Killer. Nos mesmos 80, começo dos 90, surge a frase. Punk is dead! Ao mesmo tempo punk is not dead. Grupos como o Nirvana, o Foo Fighters, o Blink 182 provam isso, apesar do inegável apelo comercial. Por aqui, atualmente tivemos um boom de grupos punk como Mukeka de Rato, Excluídos, Sujos e Malvados, entre outros. Ao mesmo tempo, besteiras sem muito nexo, bancadas pelo modo MTV de ser, como CPM 22, aproveitam o rótulo de punk, para ganhar sua grana, amparados num bem armado esquema de marketing.Grupos punks e hardcore continuam se proliferando pelo planeta. Simplesmente porque a inesgotável energia dessa música visceral, cada vez mais, se prolonga e se auto reativa. Isso, sem dúvida nenhuma, é ótimo para quem gosta de som de alma feito com honestidade. Hoje, bandas que surgiram nos anos 70 e 80, como GBH, Discharge e Exploited, voltam a cena do underground. Olhando para o futuro, com certeza, sabemos que o punk rock sempre irá se reciclar e tirar suas surpresas da manga.

TEXTO RETIRADO E PUBLICADO NA ÍNTEGRA DO SITE "DR. CHICO", Aproveitando para parabenizar pela excelente abordagem da verdadeira história de parte do movimento punk.

O BRASIL PRECISA DE UM NOVO MOVIMENTO CULTURAL!!!

5 comentários:

Pepe Luigi disse...

Olá,
Gostei do seu blogue. Muito elucidativo na especialidade.

Um abraço

Anônimo disse...

Movimento punk é como o socialismo e posteriormente o comunismo, lindo na teoria mas falil em todas as outras vertentes, pq? Bom basta ver que um dos principais punkstars dos inglesinhos os "Sex pistols" usavam todos roupinhas de grifes e tinham o seu figurinho pré-moldado por um dono de uma famosa boutique. Estranho nao, que rebelde, que movimento ideologico lindo rss!! Ai voltamos aqui, para a Latrina do Sul ops me desculpe, america do sul, mais precisamente numa lugar horrivel chamado Brasil..Brazil... Brassil..ah tanto faz é tudo porcaria mesmo ehhe, bom aqui os punks sao todos arruaceiros, matam por 40 centavos,como aconteceu recentemente em SP, capital; onde um grupo de punks assassinaram um garçom pq este nao tinha 40 centavos do troco da pizza dos punks, anti-capitalistas rss...se os punks levados da breca lá de fora nao possuem ideologia, consistencia alguma os daqui menos ainda, basta assistir o documentario "Bootinada, A Historia do Punk no BRasil" fica evidente a falta de conhecimento por partes do ganguistas...digo punks tupiniquins. Que tentaram mais uma vez copiar algum movimento supostamente "cultural" lá de fora e aqui acabou em porcaria, basta ver o quão punk foi o cpm22 e pq nao dizer do ex-anarquista William Bonner hein, meus amigos o movimento punk em si é lindo, mas um estado sem nenhum dos poderes constituidos sobra o que?? A baderna, quem vive em uma sociedade coletiva, ao menos precisa de regras, vcs conseguiriam viver, conviver uns com os outros sem nada?? Eu hein, pior que isso só o fome Zero do PT.
Fui!!

Regina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Regina disse...

ahh esqueci de dizer,tá muuuito bom o blog! ;D

Anônimo disse...

eu sou punk , e digo pra muitos punks por ai q o punk não é só visual , punk é ideologia ,,não basta vc colocar o visu sem ter cabeça sem ter consciencia