quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O namorar ao longo dos tempos!


Nos séculos XVII a XIX namorar não era coisa fácil!

Em nada se assemelha aos dias de hoje, assim o respeito, o decoro e a vergonha impediam as raparigas em idade casadoira, de fazerem declarações espontâneas e abertas dos sentimentos.

Como a mente das mulheres é muito fértil, imaginei o “esquema” por elas inventado, bordar um lenço com características muito especiais que serviria de elemento preponderante na conquista do namorado.

Aqui fica um pouco da história dos ditos “Lenços dos Namorados”, primeiro chamados de Lenços Senhoris (porque terão surgido no seio dos salões senhoris da época).

A sua origem remonta ao Século XVII – XVIII, aos salões senhoris da época, tendo mais tarde sido adaptados pelas mulheres do povo, que lhe conferiram características marcadamente populares.

No Século XVII – XVIII, eram as meninas da nobreza, que bordavam os lenços a ponto de cruz, com dizeres de amor e brasões de família, em tons de vermelho e preto, muitas vezes com lantejoulas.
Estes lenços eram bordados com o propósito de na hora dos bailes dos salões senhoris da época, com o lenço enfiado no cós do vestido, a rapariga deixava que o rapaz de quem gostava apanhasse o lenço e o usasse atado ao pescoço, em sinal de amor correspondido.

Em meados do século XIX raparigas em idade casadoira do povo passam a adoptar o lenço.

Assim a moça, quando estava próximo da idade de casar, com os conhecimentos de ponto de cruz, adquiridos durante a infância, confeccionava o seu lenço bordado a partir dum pano de linho fino que porventura possuía ou dum lenço de algodão que adquiria na feira, dos chamados lenços da tropa
Tendo como principais características a sua forma quadrada, as cores variadas e as quadras e simbologias que brotavam com mensagens de fidelidade, dedicação, amor e amizade...

Eram semanas ou meses de trabalho na elaboração de um lenço, que poderia marcar, ou não, o início de um namoro, consoante a reacção pública do “namorado”, isto é, conforme ele usasse ou não o lenço...

Reza a historia que após o lenço ia ter às mãos do "namorado" ou "conversado" se este o usasse por cima do casaco domingueiro, colocado ao pescoço, com o nó para a frente, era sinal de início do namoro. Em caso de amor não correspondido, o lenço seria devolvido à rapariga.

Com o passar dos tempos, algumas alterações de vulto vieram a ocorrer na concepção dos “Lenços dos Namorados” tais como a introdução de novas cores e de pontos mais fáceis de bordar.

Com esta alteração outras se impuseram no trabalho decorativo dos lenços de namorados: o vermelho e o preto inicial vai dar origem a uma grande quantidade de outras cores, e com elas novos motivos decorativos se impuseram.

A temática nestes lenços é muito variada, embora sempre relacionada com o amor, e vai desde a representação de símbolos religiosos ligados ao acto do casamento (cruz, custódia, cibório), aos testemunhos de acontecimentos marcantes em determinadas épocas, com destaque para a emigração para o Brasil, no inicio do século passado, factos que enriqueceram ainda mais a componente cultural dos “Lenços dos Namorados” ou a tropa, sendo também comum verem-se nalguns lenços cestas, cântaros e pipas bordadas numa alusão às vindimas e outros trabalhos agrícolas.

Os lenços não deixaram porém de ser ainda mais expressivos, acompanhados muitas vezes de quadras de gosto popular dedicados àquele a quem era dirigida tão grande fantasia, datas, um nome, ou outros dizeres amorosos, como a palavra amor, trocando, muitas vezes, os "vês" pelos "bês". Aliás, os lenços dos namorados ficaram conhecidos exactamente pelos seus erros, demonstrando a baixa escolaridade das mulheres do campo e que, por tradição, ainda se reproduzem.

Agora caras amigas toca a bordar!!!!!!

2 comentários:

denise disse...

nosa gostei mtu pq foi um pouco resumido e mtu bem explicado

Unknown disse...

Muito engraçado a história, mas para mim não resulta. isso é de antigamente :p
(nao sei bordar) xDD