segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Eu tô indo pra Serra. Serra da Mantiqueira.


À todos um GRANDE e Feliz 2008 !!!


PS.: Enjoy ur lifes.
O principal é que tive uma viagem.
Tive cem em uma. Mas uma visão se projetou e talvez envolva todas as outras... Eu não sei. Eu saí desse mundo como faço... E olhei pra cá... de fora. E a perspectiva é outra.
Vivi um dos momentos sensoriais mais fortes que já tive, hoje. Ao volante.
Voltava de Itaipava e M. me sugava. Chupava meu pau.
Por quilômetros. Lento, lenta... e de um jeito... que não sei dizer.
Foi intenso desde o princípio... E isso, me ocorre agora, serve-me de... um parâmetro do que foi/houve/aconteceu.
Porque foi crescente. Crescente. Crescente. Crescente. Crescente...
Durante quilômetros.
E nos últimos... quilômetros (???)... Fui sofrendo uma expansão sensorial, uma, rsrs, sobrecarga/overload... Parte do meu corpo estava sentada ao volante... E parte, rsrsrs... Se estendia, overloaded, sobre o universo. Over-expanded.
Minha lucidez se espraiava, minha consciência se impregnava de sensações e parecia que eu me estendia em todas as direções. Era Kraftwerk tocando, rsrsrs, e eu acho que isso tem a ver com algo, rsrsrs.
Nos últimos minutos antes do gozo - ou no próprio gozo que se estendia, chegando - I realize algo.
Vivi/vi um estado de paradoxo.
Eu sentia que estava perdendo todo o controle... Era real. Seguidamente tinha que fazer ajustes ao volante. Com calma. Mas era o que tinha que fazer.
Senti uma ambigüidade interna, de volição, de sensação, de percepção... tão grande.
Porque eu estava quase perdendo totalmente o controle - e uma perda de controle maior ainda se anunciava.
E, ao mesmo tempo, um veículo enorme, um aparelho de alta complexidade, seguia num fluxo de alta complexidade... controlado por mim. A via, a velocidade, a luzes, os espelhos, a injeção de combústivel, sua quantidade na máquina... o volante... e... o som... Tudo dependia de mim... E eu... me sentia... perdendo... perdendo... perdendo... perdendo... o... controle...
Tangerine Dreams...
E eu viajei de novo.
Viajei de volta. E estou aqui.
O cabelo de minha cabeça demorou muito tempo pra "desarrepiar". Mesmo.
Meus cabelos, meu couro cabeludo, ficaram eriçados um booooooooom tempo.

PS.: Cara... Eu gozei pra caralho.

sábado, 29 de dezembro de 2007

From the lovely weird world around us... Átila Guimarães
























Lembro que uma vez fui pra Lapa...
Não essa Lapa de agora, hype, pype, sype trype e o caralho...
Acho que já estava doidão.
Cheguei e fui "consultar" os lugarzinhos infectos que eu conhecia e mimetizava com eles. Eu sentia necessidade daquela decadência e degeneração toda, toda... Me sentia... em casa... ??? (Quantos sentidos essa frase pode ter... Só a análise, rsrss)

Fiz a ronda e passei pelos piores. Lembro-me que o último - ou um dos últimos - deles era tão nojento - a atmosfera, não só o bar - que eu sinto o peso dele, mesmo anos depois...

A cena seguinte que me lembro é um lugar e uma multidão de corpos.

Havia homens, mulheres, putas e putos, travestis... E acho que um jacaré e duas cabras, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

Falando sério... que época louca, louca.

Louca.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Deus e eu, por Liane Alves

Você acredita que o Universo tenha tido um criador? E, se acredita, como se relaciona com ele? Será que você tem idéia de que a imagem interna que você tem de Deus pode influenciar sua vida, quer acredite nele ou não?
A camiseta branca bordada com strass cintilava na vitrine. Era impossível desviar o olhar da frase que ela trazia: “Who is your God?” Ou: quem é o seu Deus? Diante dessa pergunta tão inesperada numa loja de shopping, nenhuma resposta seria melhor do que o silêncio. E mais perguntas: “Quem é o Deus em que eu acredito? Quem está no lugar dele, se resolvi eleger outras prioridades na vida? Que relação tenho com ele? Íntima, distante, fria, ocasional? Ou realmente já fechei questão de que ele não existe?”
Uma hora na vida a gente vai se fazer essas perguntas seriamente, com camiseta branca chamando nossa atenção ou não. E, quando a gente fizer, vale a pena escutar o que dizem as pessoas que já fizeram - e saber algumas das respostas que elas encontraram ou, então, o que as deixou perplexas e fascinadas. Pela quantidade de livros que falam do assunto atualmente, muita gente já colocou para si mesma essas questões. A mais recente onda, por exemplo, é a dos livros escritos por cientistas especializados em neurociência, genética, matemática, física e biofísica. Eles, como outros autores que se arriscam nesse tema, revelam dados surpreendentes. E você nem imagina quanto.
Se alguém quisesse deixar Einstein irritado, era só insinuar que ele era ateu. Não só ele não se considerava ateu, como nutria uma certa antipatia por quem não acreditava em Deus (calma, se você não crê, também existem grandes nomes da ciência que vão lhe dar razão). Segundo sua biografia recém-lançada, Einstein, de Walter Isaacson, o físico alemão costumava dizer que os ateus haviam conseguido se libertar dos grilhões por não acreditarem mais num Deus infantil, mas que ainda assim sentiam o peso das correntes por não conseguir conceber a idéia de um Deus revelado na harmonia do Universo.
Era justamente a dança do cosmo, das galáxias aos átomos, que fascinava Einstein. Aquilo tudo não podia ser por acaso. A sincronia que ele conseguia vislumbrar como cientista sempre o deixou reverente. Mas vale perguntar: quem era esse Deus em que Einstein acreditava?
Não era ninguém com quem se pudesse manter uma relação pessoal, seja rezar, seja adorar. Era mais como uma Inteligência impessoal, uma Grande Mente que ressoava na música das esferas celestes, que estava presente em tudo e em todos, e de quem ninguém era objetivamente separado. Einstein, apesar de ser judeu e ter estudado numa escola católica, tinha simpatia pelas idéias budistas e essa forma não pessoal da divindade o interessava muito. Na verdade, ele enxergava o Absoluto em todas as manifestações. E aqui, junto com Einstein, chegamos a um ponto fundamental. Cada um acredita, ou deixa de acreditar, no seu Deus. Quando alguém diz que não crê em Deus, é preciso perguntar: em qual?

Onde tudo começa

A idéia que temos de Deus é formada na psique durante a tenra infância, dos 3 aos 7 anos, de acordo com o criador da Psicologia Analítica, o suíço Carl Gustav Jung. Ele foi um dos primeiros investigadores da psique a se interessar por esse assunto. Jung chamava essa idéia primordial, ou arquétipo, de Imago Dei ­ imagem de Deus. Ele afirmava que essa imagem formada na infância continua a influenciar nossa vida, ainda que, quando adultos, digamos que deixamos de acreditar em Deus. Dizia Jung que mesmo um ateu ou agnóstico usará essa imagem como ponto de referência, mesmo que seja para não crer nela. Em outras palavras, você pode até não acreditar em Deus, mas não vai se livrar desse conceito imaginário tão facilmente. A Imago Dei continuará firme e forte como uma marca indelével em sua psique. “Essa influência está sempre ali como pano de fundo para tudo o que desejamos na vida, estejamos conscientes disso ou não”, afirma o psiquiatra e psicanalista junguiano Luiz Geraldo Benetton.
E sabe como se dá o processo da formação da Imago Dei em nossa psique? Ela é construída a partir do acolhimento e do amor que tivemos de nossos pais. Portanto, afirmava Jung, Deus será, para nós, mais amoroso e próximo, ou mais rígido e distante, de acordo com o relacionamento que tivemos com nossos genitores. Há algum tempo fizeram uma pesquisa muito interessante: pediram para crianças de 5 a 6 anos de pequenos vilarejos do Leste Europeu para desenharem Deus. Elas viviam em lugares isolados e não foram expostas à mídia ou à influência de igrejas. “O mais interessante é que todas fizeram os traços de Deus com aspectos ou qualidades de seus pais”, diz Benetton. Pode-se dizer que pais amorosos e acolhedores nos ajudam a ter uma imagem mais positiva de Deus e que pais mais autoritários ou frios podem influenciar numa imagem mais punitiva ou distante.
Dependendo do caso, essas associações de infância podem ser bastante positivas. Por exemplo, o escritor Michael Cunningham, autor do romance As Horas, imagina Deus como uma mulher bondosa e negra, assim como foi sua babá. “Considero que essas imagens se formam bem cedo em nossas vidas. Quando penso em Deus, penso nela”, confessou ao cineasta Antonio Monda, que entrevistou atores, escritores e diretores de cinema para escrever o livro Deus e Eu. Para a maioria das pessoas, Deus está ligado à imagem de um ser que satisfaz nossas necessidades. Se eu quero isso, peço para Deus, se quero aquilo, ele também me dará. “Numa escala de 1 a 9 que pudesse medir a compreensão que temos de Deus, a maioria das pessoas não ultrapassaria o nível 3. O entendimento que temos do Criador é ainda de um provedor, como o pai e a mãe, que está no céu para atender às nossas vontades.”
Lembra aquelas cartas que as crianças escreviam para Deus em um livro infantil? Numa delas, uma menina de 8 anos resume bem nossa relação com o Criador. A garota escreveu: “Querido Deus, muito obrigado pelo meu irmãozinho. Mas quando rezei para o Senhor, na verdade tinha pedido um cachorro...” Muitas pessoas acham que o processo é este: a gente pede uma coisa, e o Todo-Poderoso parece que dá outra. E nos conformamos repetindo o ditado que diz que Deus escreve certo por linhas tortas.
Porém, uma pequena porcentagem das pessoas consegue ultrapassar suas necessidades infantis e amar a Deus acima de todas as coisas, isto é, acima do que possa acontecer a elas, pessoalmente. Elas encontram o sagrado não só no Universo, mas dentro de si e na sua relação com os outros.
Essa é uma boa deixa para perguntar: “Quem é Deus para mim? Um provedor? Uma inteligência cósmica? Um ser próximo e amoroso? Um estado de amor perene e impessoal?” É bom deixar isso claro antes de partir, se for o caso, para sua negação.

A linguagem de Deus

O cientista Francis Collins é o diretor responsável pelo Projeto Genoma. Ao tentar desvendar o mapeamanto genético do ser humano, foi tomado por intenso sentimento de veneração a Deus, com base no que reconheceu como sendo uma das suas mais intrincadas criações: o DNA. Escreveu ele em seu livro: “Hoje estamos aprendendo a linguagem pela qual Deus fez a vida. Estamos ficando cada vez mais admirados pela complexidade, pela beleza e pela maravilha da dádiva mais divina e mais sagrada de Deus”. Como Einstein, Francis Collins não é bobo. Seu Deus não é um homem velho de barbas brancas. Detalhista, ele resume no livro as diferentes visões históricas de Deus e como elas espelham a sociedade política, social e econômica de uma época. Com bom humor, também analisa as mais recentes concepções de Deus - por exemplo a que coloca Deus como o mais perfeito e inteligente designer do Universo. A idéia surgiu em 1991 com o livro Darwin em Julgamento, de Phillip Johnson, um profesor da Universidade de Berkeley, na Califórnia. Segundo ele, a teoria da evolução não seria suficiente para explicar a perfeição da natureza, do DNA ao universo atômico, das constelações aos microorganismos. Pois haveria uma inteligência por trás disso, a ID (Inteligent Design). Essa teoria foi abraçada por outro professor, William Dembsky, um matemático especialista em ciências da computação que analisou as probabilidades estatísticas de tanta perfeição (sim, a conclusão é que é matematicamente impossível que o Universo seja obra do acaso ou apenas da evolução).
Esse Deus criador impessoal, mas distante, me faz lembrar de um vizinho, que resumia sua relação com o Criador da seguinte forma: “É a mesma que tenho com o síndico do prédio. Sei que ele está tomando conta de tudo e, às vezes, o encontro no elevador”. Isto é, ele deixava tudo a cargo da administração geral. Nos momentos de aperto chamava o chefão para um papo. Ou então deixava por conta dos encontros fortuitos. Existe muita gente assim.

A nova onda

Ainda existem dezenas de outros conceitos sobre Deus na área científica. A tendência atual, no entanto, é o conceito do BioLogos, o Deus que “usa” a evolução para aperfeiçoar seu projeto. De acordo com essa visão, defendida pelo próprio diretor do Projeto Genoma, a criação não seria tão perfeita assim (“o que dizer do apêndice?”, pergunta). Segundo Collins, a criação é um projeto em direção à perfeição, constantemente reformulado e aperfeiçoado com base na lei da evolução. Assim, matamos dois coelhos de uma tacada só. Não se é nem só criacionista nem só darwinista, mas um pouco de cada coisa.
No Brasil, o professor-titular de neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Raul Marino Jr., também dá uma importante contribuição à discussão sobre Deus, com seu livro A Religião do Cérebro, que analisa a possibilidade de uma área cerebral responsável pelo conceito de Deus. O doutor Marino traz a pesquisa do neurocientista americano Michael Persinger, que foi capaz de isolar no cérebro a zona (o lobo temporal direito) responsável por uma sensação mística de transcedência, sensação que pode ser reproduzida em laboratórios com a estimulação de campos magnéticos transcranianos.
Outra pesquisa relatada por ele mostra que os processos místicos ou espirituais se valem das mesmas estruturas neurais do cérebro que o processo sexual, embora tenham origens diferentes (o processo sexual é acionado pelas sensações e o místico se inicia diretamente no hipotálamo). Por isso é que tantos santos descreveriam o êxtase e a sensação de união com Deus de forma tão erótica. Não é para menos, tudo acontece no mesmo meio-de-campo dentro do cérebro. Porém, longe de querer provar a não-existência do Criador com essas pesquisas, o médico traça um caminho em que elas só comprovam uma existência maior - e que se vale dos nossos processos neurológicos para se manifestar.

Deus e o solo de sax

Um incomensurável oceano de amor que habita tanto o cosmo quanto nosso coração é a matéria-prima de muitas religiões. É dele que falam os evangelhos cristãos, o Alcorão ou a Torá. É um Ser que quer a relação com suas criaturas, no nível delas, e da maneira que elas são capazes. “Esse Deus que aceita meus trancos e barrancos me interessa”, afirma a psicóloga paulista Maria Helena Monti. “Ele me parece mais real”, diz ela. É para garantir essa relação mais próxima com o sagrado que as religiões oferecem uma legião de intermediários em nossa relação com Deus: santos, anjos e arcanjos, virgens e mestres, ou a própria divindade, mas encarnada como ser humano, como Jesus ou Krishna. Se Deus é o Absoluto Supremo, os intermediários mais próximos a nós parecem compreender melhor nossas fraquezas e limites. Às vezes é mais fácil começar por eles.
Mas como realmente amar aquele que só é Amor e nos aproximarmos mais dele, com todas nossas limitações? No livro Como os Pinguins me Ajudaram a Entender Deus, o pastor americano Donald Miller dá um bom exemplo. Ele diz que não gostava de jazz por ser uma música impossível de ser definida, difícil de entender e muito distante dele mesmo - mais ou menos como o conceito que ele tinha de Deus. Até que viu um homem tocando um solo de jazz no saxofone numa esquina de sua cidade. Durante 15 minutos, o músico parecia estar completamente embevecido e extasiado com a experiência. Naquele momento, Donald Miller achou que poderia começar a gostar de jazz. “Algumas vezes você precisa ver alguém amar muito alguma coisa antes mesmo de você conseguir amá-la. É como se a pessoa estivesse lhe mostrando o caminho”, diz ele.
Hoje muitas pessoas parecem estar mostrando o caminho de como amar a Deus - sejam cientistas, teólogos, filósofos ou o músico da esquina. É só começar a prestar atenção.

Para saber mais

Livros:
• A Linguagem de Deus, Francis Collins, Gente
• A Natureza Ama Esconder-se, Shimon Malin, Horus
• A Religião do Cérebro, Raul Marino Jr., Gente
• Como os Pinguins me Ajudaram a Entender Deus, Donald Miller, Thomas Nelson Brasil
• Deus e Eu, Antonio Monda, Casa da Palavra
• Deus, um Delírio, Richard Dawkins, Companhia das Letras
• Eclipse de Deus, Martin Buber, Verus
• O Delírio de Dawkins, Alister McGrath & Joanna McGrath, Mundo Cristão
• Vivenciando Deus, Leonardo Boff, Vozes
• Einstein, Walter Isaacson, Companhia das Letras

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal, Átila. Feliz Natal.
Você tem uma vida plena e cheia de, rsrs, Vida - esse "v" é maiúsculo, vc reparou, rrsrs? -.
Te dei muitos presentes.
E te dei de volta o presente mais precioso... O Mais. O que você mais queria:
a Consciência.
Espalhe-a sobre a sua vida, e seja feliz.
Cheguei do trabalho e descansei um pouco.
Não devia ter ido ao trabalho hoje mas tive que concluir um negócio que iniciei ontem. Fechei dois negócios de ontem para hoje. Muito bom. Acho que esse vai ser um bom - ótimo...? rsrs - mês . Ainda tenho três dias para produzir, mas acho que já quebrei o meu "record", rsrs.
Na volta fui ver o Roberto, uma amizade sem preço, o maior amigo que cultivei e tenho. Não sei o tamanho de nossa amizade... só sei que é muito, muito grande. Vai além do que os meus olhos alcançam. Ele está bem, eu estou bem, e trocamos isso com alegria.
Em casa tomei um banho, escolhi uma roupa confortável, com carinho, porque gosto de fazer isso, e coloquei um perfume que me agradasse. Dessa vez foi o Yves Saint Laurent vermelho. Acho que é um dos mais clássicos perfumes para homem que há, rsrs.
Lembro fácil perfumes que gosto... De vez em quando cada um me vem a cabeça... O Hermés, o Captain, da Molineux, é fantástico, o Paco Rabane, e o que mais gosto, Água Brava, da Puig, algo de outra dimensão. Literalmente. Nacional só uso o Styletto; bom demais.
Estava com bastante fome e sai pra me levar para almoçar. Fui vendo a vida e as pessoas... Faço isso com um prazer enorme, e no caminho já tinha escolhido aonde ia comer.
Cheguei lá pensando em carnes, que gosto muito bem passadas - peço "estorricadas", rsrs - e saladas. Mas vi... uma caldeirada de frutos do mar... Uhhhhhh... Decidi de imediato dividir meu almoço em duas etapas, rsrsrs.
Devorei a caldeirada com um pouco de salada de alho poró e consumi o segundo capítulo, de carnes. Comi calma e prazerosamente.
Durante o almoço pensava, e vivia, os prazeres na vida que tenho. Calma. Consciente e amplamente. Lembro-me do sorriso da garçonete ao oferecer-me bebida e eu recusar, com um sorriso leve e cheio de vida. Meu sorriso leve. Minha vida.
Sai e a casa da Cristina estava ali, bem perto. Há tempos eu queria vê-la. Saudades.
Cristina foi minha aluna de informática. É uma querida e preciosa amiga. Uma amizade útil, como devem ser as amizades. Como devem ser as minhas amizades.
Ficamos felizes, os dois, de nos rever. Foi ótimo. Eu podia sentir e ver o quanto estávamos felizes de rever-nos depois de um bom tempo.
E fui para o cinema. Satisfeito, feliz.
Peguei o metrô que me deixa praticamente na porta do cinema e fui caminhando preocupado aonde acharia Mentos, rsrs. Meu cinema tem pipoca, coca-cola... e Mentos - dois hábitos que peguei na Inglaterra: Mentos e chocolate Kit Kat (Kit Kat é um hábito complicado de se manter... e se diluiu, rsrs). Mas pipoca depois do almoço não dá... Então procurei pelo Mentos no caminho... e sosseguei quando me lembrei que na bomboniere do cinema deveria haver.
Comprei o ingresso brincando com a bilheteira... sobre o fato deles ainda estarem ali, no Natal. Ela riu e o gerente do cinema também, acrescentando "você tá comprando ingresso...", "colocando" a culpa em mim, rsrs.
Queria ver Hitman à um bom tempo também. E sentei-me com meu Mentos no bolso, aguardando o filme começar, e às 16:32 de hoje eu estava sentado e senti uma sensação de paz, aconchego e serenidade como se a vida nesse intante... a vida me embalasse no seu seio. E assim era naquele instante. Senti uma paz profunda. E deixei aquilo se propagar pelo meu Eu, sem obstáculos e sem limites. Fiquei ali, em paz. Feliz.
E, com talvez mais do que a felicidade, paz. Paupável e tangível paz. A paz que um homem precisa e constrói. E ela estava ali, ao meu alcance. Em mim. Mais do que isso. Mais. Eu estava cheio dela. E a tratei bem, dizendo que gosto dela e que o lugar dela é dentro de mim.
Nesses momentos, que são vários, para mim, sinto... como se o tempo parasse, ou algo semelhante a isso.
Creio que construi o que tenho.
Outro dia estava no médico, e um tanto dividido entre o estar-ali e o meu horário de retornar ao trabalho que se aproximava... Relaxei e entrei em contato comigo. Serenei-me e entrei em contato com meu lado interno bom, com meu domicílio de paz. Entrei em estado de meditação, enquanto ele desenvolvia e fechava o diagnóstico. Quando ele "me chamou"- acho que ele pensou que eu tinha cochilado - de volta, eu estava num estado de paz profunda e tinha descansado.
Aprendi a meditar ao re-estruturar a minha em mente, em face de estados de crise extremos de minha mente; dor mental.
Hoje pouco o faço, mas naquela época, em algum tempo eu sabia e conseguia meditar em qualquer lugar. Pouco uso isso hoje em dia.
Mas está ao meu alcance, quando quero.
Paz.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Ontem pude atender ao convite de um amigo, e fui assistir Leolo em sua casa.
Que ocasião maravilhosa e única... Um presente da vida.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Lâmpada de Aladim, Helena Kolody

Palpitam em sua luz
Os desejos e os sonhos,
Lampeja o amanhã.

Resguardar dos ventos maus
A magia de seu lume.

Marcar
O ponto de fuga
Dos dias
Na linha iluminada do horizonte
Onde o infinito principia.

Quando tudo parecer
Perdido,
Escuro,
Avivar o fulgor da esperança
E acreditar:
Ainda vai ser!
Conversei com uma amiga ainda agora... E veio-me a mente, recordei as reflexões que fazia, quando voltava, caminhando na rua. Fui tomar um chá e comprar pasta de dentes. Comprei também um livro, Os Herdeiros de Nero.
Gosto cada vez mais de como minha mente funciona - kkkkkkkkkkkk, quando funciona. Brincadeira, rsrs... Ela funciona cada vez melhor e eu descubro bem o sentido profundo daquela frase bem popular: "queria ter a cabeça que eu tenho agora com o corpo de vinte...", rsrsrs.
Eu reflito muito, na verdade. E isso é bom.
Vinha caminhando e pensei: "Qual a diferença de estar desorientado, e esmagado, sob toneladas de água e deslizar na crista de uma onda? A habilidade de manter-se sobre uma pequena, bem pequena, superfície sólida."

É, nada mais, o que o que eu faço.

Eu me mantenho em cima da prancha e surfo na vida.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Into the Wild



02/10/2007 23:42

O livro Na Natureza Selvagem (Into The Wild) acaba de ser lançado nos EUA nos cinemas, e em breve deve aterrissar por aqui em 'terra brasilis'. O filme narra uma história real que tem todos os ingredientes de um emocionante romance de ficção. O ponto de partida ? : o corpo em decomposição de um jovem sem identidade é encontrado num lugar ermo do Alasca. Depois de muitas pesquisas, a polícia descobre que se trata de um rapaz de família rica do Leste que largou tudo para trás e se internou sozinho na natureza selvagem e gelada, acabando por morrer de inanição.
Quem era esse garoto? Por que foi para o Alasca? Por que morreu? Ao procurar responder a essas e outras perguntas, Krakauer puxa os fios de uma meada que nos leva ao coração da sociedade americana, seus sonhos, seus conflitos, suas fissuras. Chris McCandless, filho de um ex-engenheiro da NASA, termina seus estudos de graduação com brilhantismo, doa os 24 mil dólares que tinha na poupança, queima sua carteira com o resto do dinheiro, abandona quase todos os seus pertences é inclusive o velho carro que amava e some na estrada, sem nunca mais dar notícias à família. Até ser encontrado morto, dois anos depois.
ROMA (Reuters)
A busca pela liberdade leva um jovem em uma jornada de dois anos entre o Dakota do Sul e o Alasca, no novo filme de Sean Penn, "road movie" que conta a história verídica de um aventureiro de 24 anos que não retornou para casa.
Into the Wild, que foi muito aplaudido no Festival de Cinema de Roma nesta quarta-feira, acompanha a viagem solitária de Chris McCandless, que aos 22 anos, depois de concluir a faculdade, abandonou todos os confortos para entrar em contato com a natureza e viver por conta própria.
O longa também está em cartaz na 31a Mostra Internacional de São Paulo.
Equipado com o mínimo e tendo pouco conhecimento de técnicas de sobrevivência, McCandless caminhou até a vastidão desolada do Alasca, onde passou quase quatro meses antes de morrer, em agosto de 1992, aparentemente de inanição.
Sean Penn disse que espera que o filme - adaptado do best-seller Na Vida Selvagem, de Jon Krakauer - incentive os jovens a "se esforçarem para sair de sua zona de conforto".
O diretor levou dez anos para convencer a família de McCandless a autorizá-lo a fazer um filme sobre seu filho, cuja decisão de desaparecer sem deixar rastros se originou em parte de sua revolta contra seus pais e o casamento problemático que viviam.
"Acho que é necessário buscar se libertar do que as pessoas nos mandaram ser, quando estávamos crescendo, e começar a descobrir quem realmente somos", disse Penn.
"Isso é um rito de passagem importante: não levar isso ao ponto de colocar sua vida em risco de maneira insensata, mas com certeza ao ponto de fazer seu coração bater um pouco mais forte", disse ele a jornalistas.
Penn escolheu Emile Hirsch, de 22 anos, visto recentemente em Alpha Dog, de Nick Cassavetes, para o papel de McCandless, e rodou a maioria das cenas nos mesmos lugares onde a jornada real aconteceu, entre temperaturas que variavam do calor sufocante ao gelado.
William Hurt e Marcia Gay Harden fazem os pais do rapaz, e o elenco inclui um especialista no Grand Canyon, sem experiência anterior como ator, no papel de um andarilho hippie, uma das várias pessoas interessantes que McCandless encontra em sua jornada.
Pensando no futuro, Penn, que recebeu um Oscar em 2004 por sua atuação em Sobre Meninos e Lobos, disse que está mais interessado em dirigir que em atuar.
"Isso é algo que vem mudando ao longo dos anos", disse ele. "Eu me apaixonei pelo trabalho de dirigir filmes."

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Sai para jantar e ir ao cinema.

Sentei para jantar e começaram a tocar. Um grupo tocava bossa-nova.

Esperava o jantar e escutava Insensatez... Nossa. Que presente do universo.

Eu sentia as cordas do violão e a voz do cara que cantava no meu coração, meu centro.

O gerente que me atendeu foi o Eomar, sempre tão simpático e aproveitei para lhe dar Feliz Natal.

Voltei em casa para trocar de roupa. Tá esfriando. Vou sair para assistir Império dos Sonhos, Lynch. Algo me diz q vai ser um ácido.

Lynch... Vamos lá.
The Lawnmower Man

Em 1983 eu estava no auge de uma espiral.
"Auge" é um termo ambivalente nesse caso, porque eu vivia em êxtase, eu sentia essa espiral como uma espiral ascendente. Em termos sensoriais ela era.
Eu vivia num vórtice.
E o que eu sentia como um prodigioso vórtice ascendente de êxtase e sensações... era na verdade um maelström - aproveita e vai ver o que é essa porra e não enche o meu saco: tem que saber inglês.
Eu vivia em estado de aceleração contínua e minha mente era um motor sob forte aceleração, muito forte, muito forte - me dá vontade de chorar quando lembro disso -, constante, queimando óleo por todos os lados. Meus neurônios ferviam e fibrilavam. Exigidos ao máximo, ativados ao máximo, exigidos ao máximo. E essa sensação era, e é, muito real, porque tive contato com ela depois em desintoxicação, durante muito tempo. É conhecida como "sofrimento de neurônios". Os neurônios e, suas sinapses, simplesmente, chacoalham, vibram e balançam, e assim, toda a rede neural.
É irônico, relembrar que durante todo esse processo - prodígios da minha mente - eu seguia lendo muito, muito. Eu sempre li muito.
Lembro até hoje - o que em si é uma dádiva, rsrs - de ler a vida de van Gogh num átimo e num êxtase, começando pelo início de uma noite e atravessando a madrugada toda, lendo em estado de febre. Eu me lembro claramente que eu me sentia febril. Minha estimulação mental era tão grande que um dos resultados é que eu inter-penetrava o livro. Eu vivia o livro. E eu não consegui parar. Como tudo que eu fazia, e fiz, era compulsivo. Um frêmito, um esgar. Um disparo. Não havia como parar.
Eu li a vida de van Gogh numa noite, em estado febril, como se estivesse vendo um filme. Mais, como se estivesse dentro dele. E, ao final - o livro era terrivelmente bem escrito - eu sabia tudo o que van Gogh sentia.
Mas eu não conseguia ver que "vitamina" aquele liquificador estava batendo, porque diferentemente das pessoas - e de mim mesmo, hoje -, eu estava dentro, e não fora.
Em tratamento e desintoxicação, minha mente era, ainda, depositária, veículo de toda uma velocidade inercial assustadora, que, inconsciente, eu mesmo, havia imprimido. Por durante longo tempo - meses e anos - foi assim. Como uma gigantesca locomotiva, cujo motor já foi desligado, mas nem por isso "sabe", ou "cogita" em parar - sinto um arrepio, um aperto de medo no peito, quando rememoro isso.
Até eu deixá-la parar. Por si.
Por si.
E eu a desmonto e remonto, constantemente, nesse processo, como um maquinista acrobata, que, com coragem e humildade, vai, sob todo risco, reparando uma máquina em movimento. Uma máquina, sua máquina.
Porque, ao mesmo tempo em que a teme, a ama, e precisa dela.
Abri uma bolsa com correspondências que guardo...
E vi os cartões...
Em 1996/97 fui para a Europa. Estava me reconstruindo...
Eu tinha caído do céu na Terra.
Tinha saído do meu vórtice, meu redemoinho mágico e transdimensional... Mas quando eu desci... Eu estava a quilômetros da Terra, do chão. Da terra dos homens.
Saltei assim mesmo. Foi minha opção.
Para sair eu tinha que aceitar aquela queda vertiginosa de quilômetros. Desci do meu redemoinho mágico, meu vórtex transdimensional...
Meus pedaços estavam espalhados por todos os lados.
E em 1996/97 eu estava na Europa. Eu mandava postais para mim mesmo.
Foi o que vi agora. Vi os postais que mandava para mim mesmo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Até hoje quando ouço Masquerade, Basia cantando - é pura magia - lembro-me de S.
É bom para quem flanou, planava, entre as pessoas, passar a ter lembranças. Eu não queria vínculos. Não queria nem lembranças.
Deuses não tem lembranças, nem vínculos. Flutuam no etéreo, perenes, interferem quando querem, e seguem adiante.
Foi a isso que eu renunciei. A sensação de ser deus dentro do meu mundo. Descer de Asgard.
Renunciei. E me sujeitei. Talvez tenha pensado que iria escolher ao que me sujeitar, rsrs, mas vi logo - bem cedo -, que era à tudo. Eu ia me sujeitar à vida.
Ia ter massa. Silhueta. Pele. Sentimentos... E lembranças.
Até hoje quando ouço Masquerade, Basia cantando, lembro-me de S.
Lembro de nós dois naquele pequeno apartamento da Silveira Martins. Que era tão grande, cheio de nossas sensações.
Lembro-me de uma vez olhá-la dormindo e parecia que via o ser mais perfeito e angelical que poderia haver... rsrsrs
Talvez porque, naquela ocasião, a amasse tanto.
Uma vez cheguei no seu apartamento cedo e sem avisar e ela ficou louca deu chegar sem avisar... e pegar seus cabelos desarrumados, rsrs. E eu não entendi, rsrs, e demorei um tempo para entender... Não sabia, ainda, de muitos detalhes e particularidades de uma mulher. (Saberei um dia...? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk)
Eu não ligava para seus cabelos. Eu a amava.
Lembro. Eu lembro.
Lembro do cheiro de amêndoas que ela tinha e que eu sabia que não eram só as amêndoas de qualquer coisa, ou produto que ela usasse, mas sim a combinação de algo, mais o cheiro de sua pele, em que aquele cheiro de amêndoas ficava tão bem.
Como aquele cheiro de amêndoas impregnou... a mim. Ele está comigo.
Eu lembro.
Até hoje quando ouço Masquerade, Basia cantando, lembro-me de S. Nós dois quietos, bebendo da música, embriagados, dois bêbados de música. Nós dois quietos, aninhados, um no outro e naquele pequeno apartamento aconchegante do Catete, cheio de tecidos, almofadas e cheiros.
Deus não se lembra do que eu me lembro.
Eu lembro.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

rsrsrs

K. C. & The Sunshine Band...

Give It Up

Paradoxo do nosso tempo, autor desconhecido

O paradoxo de nosso tempo na história é:

Temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos;
Auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos;
Gastamos mais, mas temos menos; nós compramos mais, mas desfrutamos menos.
Temos casas maiores e famílias menores; mais conveniências, mas menos tempo;
Temos mais graus acadêmicos, mas menos senso; mais conhecimento e menos poder de julgamento;
Mais proficiência, porém mais problemas; mais medicina, mas menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos muito facilmente, ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais, raramente paramos para ler um livro, ficamos tempo demais diante da TV e raramente oramos.

Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores.
Falamos demais, amamos raramente e odiamos com muita freqüência.
Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida.
Adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não vida á extensão de nossos anos.

Já fomos à Lua e dela voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua e nos encontrarmos com nosso novo vizinho.
Conquistamos o espaço exterior, mas não nosso espaço interior.
Fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma.
Dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos.
Escrevemos mais, mas aprendemos menos.
Planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência.

Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral.
Temos mais comida, mas menos apaziguamento.
Construímos mais computadores para armazenar mais informações para produzir mais cópias do que nunca, mas temos menos comunicação.
Tivemos avanços na quantidade, mas não em qualidade.

Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta;
De homens altos e caráter baixo;
Lucros expressivos, mas relacionamentos rasos.
Estes são tempos em que se almeja paz mundial, mas perdura a guerra no lares;
Temos mais lazer, mas menos diversão;
Maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição.
São dias de duas fontes de renda, mas de mais divórcios;
De residências mais belas, mas lares quebrados.
São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável, ficadas de uma só noite, corpos acima do peso, e pílulas que fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar.
É um tempo em que há muito na vitrine e nada no estoque.

Panorama Ecológico, Roberto Carlos & Erasmo Carlos

Lá vem a temporada de flores
Trazendo begônias aflitas
Petúnias cansadas
Rosas malditas
Prímulas despetaladas
Margaridas sem miolo
Sempre-vivas quase mortas
E cravinas tortas
Odoratas com defeitos
E homens perfeitos

Lá vem a temporada de pássaros
Trazendo águias rasteiras
Graúnas malvadas
Pombas guerreiras
Canários pelados
Andorinhas de rapina
Sanhaços morgados
E pardais viciados
Curiós desafinados
E homens imaculados

Lá vem a temporada de peixes
Trazendo garoupas suadas
Piranhas dormentes
Sardinhas inchadas
Trutas desiludidas
Tainhas abrutalhadas
Baleias entupidas
E lagostas afogadas
Barracudas deprimentes
E homens inteligentes
"O Mundo é uma festa. Mas o gêlo está acabando..."

autor desconhecido

Aumento do nível do mar pode ser o dobro do previsto, diz estudo

Uma nova pesquisa internacional alerta que o nível dos oceanos pode subir duas vezes mais do que o previsto pelos cientistas do Painel Intergovernamental Para Mudança Climática (IPCC).
O IPCC indica que haverá, no máximo, um aumento do nível do mar de 81 centímetros nesse século.
Mas a pesquisa do Centro Nacional de Oceanografia da Grã-Bretanha junto com centros de pesquisa de Tübingen - na Alemanha -, Cambridge e Nova York, publicada na revista Nature Geoscience, afirma que o número verdadeiro pode chegar a mais do que o dobro proposto pelo IPCC, ou 163 centímetros.
Os cientistas analisaram o que aconteceu na Terra há 100 mil anos, a última que o planeta esteve tão quente como atualmente.
A taxa de aumento do nível dos mares é uma das incertezas nas projeções de cientistas para o futuro do planeta com o aquecimento global.
Este resultado seria a primeira documentação mais sólida a respeito das taxas nas quais o nível do mar subiu tanto naquela época.
"Vários pesquisadores já apresentaram teorias mostrando que as taxas de aumento do nível do mar projetadas por modelos em avaliações recentes do IPCC são baixas demais", disse Eelco Rohling, do Centro Nacional de Oceanografia da Grã-Bretanha, Southampton.
"Isto acontece porque a estimativa do IPCC tem como preocupação principal a expansão térmica e o derretimento do gelo de superfície, sem determinar o impacto dos processos dinâmicos das camadas de gelo."
No último estudo, os pesquisadores conseguiram fazer as estimativas ao analisarem o período interglacial entre 124 e 119 mil anos atrás - quando o clima da Terra era mais quente do que atualmente, devido a uma configuração diferente da órbita do planeta em volta do Sol.
Os pesqusiadores descobriram que a média de aumento do nível do mar foi de 1,6 metro a cada século deste período.
Este também foi o período mais recente no qual os níveis dos mares e oceanos ficaram...

Aquecimento 'pode causar extinção em massa', diz estudo

BBC BRasil
24/10/2007 - 11h51

As temperaturas globais previstas para os próximos séculos podem desencadear uma extinção em massa, de acordo com estimativas de cientistas britânicos.
Um estudo, publicado na revista científica Proceedings of The Royal Society, aponta que as temperaturas atuais estariam dentro da mesma faixa das registradas em outras fases quentes da história da Terra, em que até 95% das plantas e animais teriam morrido.
Os especialistas analisaram a relação entre clima e espécies ao longo de 520 milhões de anos e descobriram que houve uma maior biodiversidade durante os períodos mais frios do planeta.
"Esta pesquisa fornece a primeira clara evidência de que o clima global pode explicar variações dos registros fósseis de maneira simples e consistente", afirmou Peter Mayhew, da Universidade de York.
"Se os nossos resultados se aplicarem ao aquecimento que ocorre atualmente, é possível que a extinções aumentem."
A pesquisa comparou dados da biodiversidade marinha e terrestre com a temperatura da superfície da água do mar em diferentes períodos ao longo dos 520 milhões de anos.
Os estudiosos concluíram que quatro dos cinco episódios de extinção em massa ocorreram em fases quentes da Terra, em que o calor e a umidade eram predominantes.
Em um desses episódios, relataram os cientistas, ocorrido há 251 milhões de anos, foi verificada a extinção de 95% das espécies.
"Na pior das hipóteses, poderemos vivenciar o mesmo no próximo século, a algumas gerações a frente da nossa", disse Mayhew, que pretende agora investigar como as temperaturas os casos de extinção estão relacionados.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Morphine...

The Night

Acabei de assistir inteiro o show do Portishead, Live In Roseland At New York...

Experimentalismo,
Ousadia na amplitude louca dos arranjos,
Minimalismo,
Preciosismo e
Introspecção - expansão...
jornada na alma.

Senti saudade de Nova York.

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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Laranja Mecânica ganha edição especial, por Rubens Ewald Filho


Sinopse

No futuro próximo, na Inglaterra, uma gangue de jovens ataca, estupra e mata. Um deles é capturado pelo governo e passa por uma lavagem cerebral que lhe traz repulsa à violência.


Embora nunca tenha sido oficialmente proibido pela censura brasileira (que aconselhava a produtora Warner apenas a não apresentar oficialmente o filme para sua avaliação), "Laranja Mecânica" só estreou no Brasil em setembro de 1978, assim mesmo com uma cópia que havia sido feita para o Japão, com bolinhas negras para cobrir os pelos pubianos e outros lugares estratégicos. Mas representantes de Kubrick checaram a cópia e aprovaram as legendas.
O jovem Malcolm McDowell havia sido revelado pouco antes em "If" e foi idéia dele usar "Cantando na Chuva" numa cena-chave da fita. Quem prestar atenção verá uma citação de outro filme de Kubrick, "2001" (a capa do disco numa loja). Foi indicado ao Oscar de melhor filme, roteiro e direção.
A dificuldade começa pelo título, que nunca é explicado. Parece que o autor do livro original, Anthony Burgess, se inspirou numa velha expressão "cockney" (inglês popular de Londres), que dizia "fulano é doido como uma laranja de corda". Mais tarde, uma viagem pela Malásia, onde "orang" quer dizer "humano", lhe deu a idéia de fazer anagramas ("orang" - "organ" - "organizar"), chegando a uma conclusão lingüística: o ser humano, quando organizado pelo poder dominante, vira uma laranja mecânica. Por isso, também o livro e o filme utilizam vocabulário próprio. Segundo Kubrick, o filme poderia ser interpretado de três maneiras:
a) como uma sátira social sobre o emprego de condicionamento psicológico;
b) como um conto de fadas sobre a Justiça e o Castigo;
c) como um mito psicológico, "uma história construída em torno da verdade fundamental da natureza humana".
A sátira sobre o condicionamento parece clara no filme, mostrando que a sociedade se baseia no poder e nas mentiras, tanto da direita, quanto da esquerda. Em conseqüência, um homem condicionado a ser bom em todas as circunstâncias seria completamente vulnerável. Diz Kubrick: "Temos uma civilização altamente complexa, que requer uma autoridade política e uma estrutura social igualmente complexas. A idéia de destruir a autoridade para surgir a bondade natural do homem é um critério utópico e 'falacioso'. Todos os nossos esforços vão parar em mãos de desonestos, já que a culpa reside na natureza imperfeita do homem mesmo."
Assim, "Laranja" é basicamente uma parábola sobre a manipulação do homem pelo Estado. Conta a história de Alex (Malcolm McDowell), um jovem revoltado, precursor da moda punk, interessado na chamada "ultraviolência", sexo e Beethoven, que é escolhido para uma experiência de condicionamento, uma verdadeira lavagem cerebral que o torna refratário à violência, fazendo-o vomitar cada vez que se defronta com um ato violento.
O tratamento é um sucesso, embora por engano Alex fique também condicionado contra Beethoven, cuja música servia de fundo para um dos documentários usados em sua cura. E logo o herói se torna vítima da manipulação política dos Partidos. Completamente indefeso, é levado ao suicídio pela Oposição e depois utilizado pela Situação novamente.
O que o filme quer mostrar é que, no fundo, todos nós somos laranjas mecânicas, somos submetidos a lavagens cerebrais contínuas que nos condicionam e governam; às vezes de forma subliminar, a ponto de não tomarmos conhecimento delas, às vezes de maneiras mais óbvias, por meio das solicitações da sociedade de consumo.
O filme é um brado de alerta e conscientização contra isso, mas talvez tenha errado numa questão de dose, ao pedir que nos identifiquemos com um herói como Alex, desordeiro e irresponsável. A tendência do espectador é ficar a favor do governo, achando que eles fazem muito bem em transformá-lo num "bom cidadão", sem perceber a terrível violação dos direitos humanos, a violência cometida contra a individualidade, que acontece todos os dias sem que nos demos conta.
Assim, todo comportamento anti-social - de artistas, de gênios, de todos aqueles que fogem da chamada "normalidade" - seria também condicionado da mesma maneira. Esse perigo existe porque Alex é um vilão simpático e não é fácil concordar com um diretor frio como Kubrick, que o apresenta como "o homem natural, no estado que veio ao mundo, sem freios ou repressões. Quando recebe o tratamento de Ludovico, pode-se afirmar que este simboliza a neurose, criada pelos conflitos entre as restrições impostas por nossa sociedade e nossa natureza primitiva. Por essa razão, ficamos felizes quando Alex se cura".
Será mesmo que todos se alegram? Alguns nem chegam a entender direito a dimensão da cura de Alex. Essa ambigüidade é um dos problemas do filme, que provocou as opiniões mais desencontradas em toda a parte. Certas pessoas se horrorizam com sua violência, mas na verdade ela é estilizada, mostrada quase como um balé, ou pop art, nunca de forma literal. Aliás, a trilha musical é extraordinária, com obras de Elgar, Purcell, Puccini e, naturalmente, Beethoven, que dão ao filme muito de sua atmosfera. Tecnicamente, o filme abusa um pouco de grandes angulares, lentes deformantes. Mas tem um extraordinário poder hipnótico.
Na enigmática cena vitoriana final, há a busca de uma qualidade ideal, procurada por Kubrick. Diz ele: " 'Laranja' se comunica num nível subconsciente, e o público reage diante da configuração básica da história, como se fosse um sonho. E discutem o sentido da cena final. Como os outros sonhos mostravam assassinato, dor e morte, a erótica cena final sugere que ,de alguma maneira, a mente de Alex se transformou e se apaziguou". Enquanto o livro de Burgess é uma amarga sátira aos paradoxos do livre-arbítrio, o filme continua a provocar discussões. Afinal, temos que defender os que não gostam dele, se não corremos o risco de todos nós acabarmos virando "laranjas mecânicas".

Título original: A Clockwork Orange (EUA, 1971)
Diretor: Stanley Kubrick
Elenco: Malcom McDowell, Michael Bates, Patrick Magee, Adrienne Corri, Warren Clark, Anthony Sharp
Extras: disco 1 - trailer e comentários sem legenda de Malcolm Mc Dowell e Nick Redman; disco 2 - "O Tempo Não Pára: O Retorno de Laranja Mecânica"; "Grande Boliche Larbos!: O Making of"; "O Malcolm Sortudo"
Idioma: Inglês e Português 5.1
Legendas: Português e Inglês
Gênero: Drama
Duração: 136 min. Cor
Distribuidora: Warner

Quem, Átila Guimarães

.
.
Quem sou eu?

Eu sou o cara que tem nojo de seus pais, de seu país e seu deus...

Quem sou eu?

Eu sou o cara que não vai usar esse sentimento para ser melhor do que eles...

Quem sou eu?

Eu sou o cara que sabe que a criança não tem forças para sustentar esse sentimento...

Quem sou eu?

Eu sou o cara de um metro e oitenta, mente ágil e corpo esguio...

Quem sou eu?

Eu sou o cara que vai devolver a alma para essa criança.

Quem sou eu?

Eu sou essa criança.
.
.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Led Zeppelin retorna aos palcos em apresentação magistral, Patricia Rodríguez

Londres, 10 dez (EFE) 10/12/2007 - 23h16
O Led Zeppelin voltou aos palcos, nesta segunda-feira, em uma apresentação magistral, na qual não faltaram grandes clássicos da história do rock como "Stairway to Heaven" e "Whole Lotta Love".
Mesmo com uma imagem distante do visual de rebeldia que marcou o fim dos anos 60, o Led Zeppelin mostrou mais uma vez seu legado inconfundível em um majestoso retorno aos palcos. As cerca de 18 mil pessoas que lotaram o O2 Arena, em Londres, puderam ouvir mais uma vez ao vivo a voz marcante de Robert Plant, os inconfundíveis riffs da guitarra de Jimmy Page, a precisão do baixo de John Paul Jones e a bateria do jovem Jason, que soube substituir à altura o poder que seu pai, John Bonham, tinha com duas baquetas nas mãos.
O show foi uma homenagem a Ahmet Ertegun, fundador do selo americano Atlantic Records, que apostou em 1968 no potencial dos jovens britânicos que haviam acabado de formar o Led Zeppelin.
Não há dúvidas de que o Led Zeppelin era a grande estrela da noite, mas o tributo a Ertegun, que morreu em dezembro de 2006, aos 83 anos, também contou com apresentações de nomes como Bill Wyman, ex-Rolling Stone, do grupo Foreigner e de Paul Rogers, além da participação de novos nomes da música, como o cantor escocês Paolo Nutini, que interpretou músicas de Ray Charles, como "Mess Around", e Nancy Sinatra, com sua já clássica "Bang Bang".
A morte de John Bonham, após ingerir várias doses de vodca com suco de laranja, deixou um vazio irreparável que levou à dissolução do grupo.
No entanto, na noite de hoje, quase três décadas depois de sua separação, foi possível ouvir mais uma vez o inigualável timbre do Led Zeppelin. O grupo empolgou uma platéia nostálgica, que cantou durante toda a apresentação, iniciada com o clássico "Good Times Bad Times".
Jason Bonham, com a responsabilidade de assumir no palco o papel de seu pai, considerado um dos grandes bateristas da história do rock, não decepcionou e soube, como ninguém, honrar o nome de sua família.
O show do Led Zeppelin esta noite foi marcado por grandes clássicos da banda, como "Ramble On" e "Since I've Been Loving You".
Os riffs selvagens de Jimmy Page foram sentidos em "Black Dog" e "Stairway to Heaven". Esta última levou a platéia ao delírio.
Os oito minutos de "Stairway to Heaven" passaram em segundos, e a banda soube como ninguém explorar cada detalhe da música, dos acordes mais suaves até o potente som de uma bateria esmagadora, sem deixar de lado, é claro, o excepcional solo de guitarra de Page.
Durante a apresentação houve tempo ainda para a improvisação e até mesmo para uma canção que a banda nunca havia tocado ao vivo, "For Your Life". Foi neste momento, na primeira parte do show, que Plant, que conversava muito com o público, contou que "milhares e milhares de lembranças" passavam por sua mente e agradeceu pelo fato de "ter Jason no grupo".
Aclamado pelo público, o Led Zeppelin teve de voltar ao palco duas vezes mais, para executar "Whole Lotta Love" e encerrar esta excepcional reunião com o clássico "Rock and Roll".
Foram duas horas de autêntico êxtase para um grupo considerado o melhor da década de 70. Para muitos, além disso, a melhor formação de rock da história.
Eu estou emocionado e com os olhos cheios d'água...
Estou assistindo o show de ontem...

Led Zeppelin tocou uma vez mais.

É difícil colocar todos s sentimentos e lembranças em ordem... Estou extasiado. Feliz.

Alguém jamais tocará uma guitarra como Jimmy Page?
Tive um sonho estranho essa noite - como se algum sonho não fosse estranho, kkkkkk.
Eu estava na casa de uma família, que eu não conheço. Não era uma família precisa, ou que eu conhecesse. Havia uma mesa de jantar aonde as pessoas se serviam, e havia um clima de solenidade. Solenidade quase soturna, eu diria.
Nós nos detínhamos numa refeição, e uma boa parte do sonho que lembro, se desenrolava em torno disso, e a parte que mais lembro era a que nos servíamos em torno da mesa.
Era uma mesa em que as pessoas se serviam transitando em torno dela. E no ponto mais vívido servíamo-nos de sobremesa. Lembro que eu comi uma gelatina rosada e uma outra verde, com algo cremoso por cima, como se fosse leite condensado (eu adoro gelatina com leite condensado por cima). Lembro-me bem disso.
Bem... Em determinado momento o sonho, o clima do que acontecia na sala do sonho caminhava para algo que eu não sabia o que era. Mas sentia. Sentia que a atmosfera ficava mais e mais grave, mais e mais... E que algo ia acontecer.
Em determinado momento algo caiu sobre todo nós - não lembro quem estava na sala, exatamente.
Era como se a sala balançasse, mas diferente de um terremoto. E a atmosfera crescentemente pesava, e era como se o ar aumentasse seu peso sobre nós.
Nesse ponto alguém apontava para o teto.... E via-se nele a figura de... ou melhor, manchas; que formavam claramente a feição de crianças. Eram como caricaturas de corpo inteiro, de crianças. Não tenha certeza se duas, ou três. Acho que inicialmente eram duas, duas meninas. E depois havia mais um menino.
A pressão crescia, crescia o tempo todo, e já era claro que vinha das... "manchas", das crianças.
Elas estavam vivas.
Eu procurava olhar para elas, ou simplesmente resistir a pressão... Não sei.
E, em um determinado momento não suportei mais, pois de uma delas - do menino, eu creio - veio uma descarga de força psíquica sobre mim, como uma onda de choque...
E eu acordei.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Acabei de ver um recado que deixei há algum tempo para uma amiga minha:

"Deixe vir.
As coisas virem à luz.

No filme "Campo dos Sonhos" - pegue para ver, rsrsrs - uma voz, vinda do nada, diz, a primeira vez:

- Se você construir, ele virá.

E uma segunda:

- Vá mais fundo.

E uma terceira:

- Acalme a sua dor.

Se falta vc entender algo - acho q não, rsrs - veja o filme, e entenderá."

rsrs
Eu estou VIVO.

E ouvindo Macy Gray e Tina Turner, rsrs.

Cara...

Voz é isso.
Hoje eu senti tanta, tanta, tanta dor na terapia...

E era como um oceano tentando passar por um cano...

Era tanta, tanta dor precisando passar pelo meu peito... que ele parecia que ele ia explodir. Era como se meu peito fosse um túnel e todos os carros do Rio de Janeiro quisessem passar... Forçassem passagem.

Eu via claramente... que o que havia... era maior do que o meu peito. Bem maior.

Parecia que ia me explodir... ou me dilacerar...

Ou ambos.

domingo, 9 de dezembro de 2007

“Estão derrubando o céu, porque as árvores são os braços que sustentam o céu.”

padre Angelo Pansa
Indo ver Piaf.
Nessa época tive um sonho inesquecível que me apavorou e encorajou ao mesmo tempo. De noite, num lugar desconhecido, eu avançava com dificuldade contra uma forte tempestade. Havia uma bruma espessa. Ia segurando e protegendo com as duas mãos uma pequena luz que ameaçava extinguir-se a qualquer momento. Sentia que era preciso mantê-la a qualquer custo, pois tudo dependia disso. Subitamente tive a sensação de que estava sendo seguido; olhei para trás e percebi uma forma negra e gigantesca acompanhando meus passos. No mesmo instante decidi, apesar do meu temor e sem preocupar-me com os perigos, salvar a pequena luz, através da noite e da tempestade. Ao acordar, compreendi imediatamente que sonhara com o fantasma de Brocken, com minha própria sombra projetada na bruma pela pequena luz, que eu buscava proteger. Sabia que essa pequena chama era minha consciência, a única luz que possuía. O conhecimento de mim mesmo era o único e maior tesouro que possuía. apesar de infinitamente pequeno e frágil comparado aos poderes da sombra, era uma luz, minha única luz.
Esse sonho trouxe-me um grande esclarecimento: sabia agora que o meu n° 1 era quem levava a luz, enquanto que o n° 2 o seguia como uma sombra. Minha tarefa consistia em conservar a chama sem olhar para trás, em direção à vita peracta, um domínio luminoso proibido, de uma espécie diferente. Era necessário continuar contra a tempestade que procurava fazer-me recuar e entrar na obscuridade imensa do mundo, onde não se vê, nem se percebe, mais do que a superfície dos segredos insondáveis.
Memórias, Sonhos e Reflexões

Sempre, Átila Guimarães

.
.
Venha comigo,
Minha sombra
Meu demônio
Minha sombra e meu demônio

E não me tema.

Porque eu colocarei minhas mãos em sua nuca
E a trarei para mim

A reterei aí

Aqui

E, repito
Não me temas
Eu suplico

Eu garanto

A reterei aí
Aqui

Até o fim,
Quieto e calmo como um lago

Ou um cataclisma
De chamas

Até o fim
.
.
Mar de Fogo

A História de Frank T. Hopkins e Hidalgo


http://www.frankhopkins.com/biography.html

sábado, 8 de dezembro de 2007

Em 13.11.2005 > Morre ambientalista que ateou fogo no corpo durante protesto no MS, por Hudson Corrêa

13/11/2005 - 19h09 Agência Folha, em Sinop
Morreu neste domingo em Campo Grande (MS), por volta das 11h30, o ambientalista Francisco Anselmo Gomes de Barros, 65, que no sábado havia ateado fogo no corpo em meio a um protesto contra a instalação de usinas de álcool e açúcar na bacia do rio Paraguai, onde fica o Pantanal.
O projeto das usinas foi enviado à Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul em agosto pelo governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Franselmo, como era conhecido Barros, teve todo o corpo queimado e morreu na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Campo Grande.
Ele estendeu dois colchonetes em forma de cruz na calçada, ensopou-os com dois galões de gasolina e ateou fogo por volta das 12h de sábado (12). Teve queimadura em 100% do corpo, segundo informou o hospital. O protesto reunia 150 pessoas no centro da cidade.
Ao menos 15 cartas foram deixadas por Franselmo, endereçadas a familiares, a colegas ambientalistas e à imprensa.
Cartas
Na mensagem à imprensa, afirmou: "Um terço dos deputados [da Assembléia é] a favor [do projeto das usinas], um terço contra e um terço sem saber o que é. Já que não temos voto para salvar o Pantanal, vamos dar a vida para salvá-lo".
A carta também se refere, como problemas ambientais, ao projeto de transposição do rio São Francisco, tocado "no lugar da revitalização", às queimadas na Amazônia e ao contrabando de sementes de transgênicos na fronteira sul do país.
Em outra carta, ele disse: "Foi difícil tomar essa decisão de sã consciência. A minha vida sempre foi um sacerdócio em defesa da natureza. É a nossa casa e o presente maior de Deus. Se ele deu a vida por nós, eu estou dando a minha vida por ele, defendendo o futuro dos nossos filhos. [...] Continuem a luta por mim".
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a morte e ficou com os originais das cartas. Douglas Ramos, assessor jurídico da Fuconams (Fundação para Conservação da Natureza de MS), tirou cópias autenticadas.
Presidente da Fuconams, Franselmo ainda indicou em uma das cartas, segundo relato de Ramos, o diretor da entidade Jorge Gonda para assumir o cargo em seu lugar.
"A Fuconams, fundada por Franselmo, foi a primeira ONG ambiental do Estado e a terceira criada no país há 30 anos", disse Ramos. Segundo ele, a primeira luta foi proibir a instalação de usinas no Pantanal. Em 1982, o governo do Estado proibiu.
Fogo
Foi justamente a Gonda que Franselmo, durante o protesto de sábado, entregou a pasta de couro marrom que sempre carregava consigo. Dentro dela estavam as cartas. "Ele pediu ao Gonda para segurá-la e saiu", contou o presidente da Ecoa (Ecologia e Ação), Alessandro Menezes."
De repente, no meio de protesto, vimos aquele fogaréu. Não podíamos pensar que era o Franselmo. Sem saber que era ele, eu ajudei a socorrer o homem que era um tocha humana. Pegamos extintores. Uma mulher queria jogar um balde de água, eu não deixei. Cortei a roupa dele, todo distorcido. Aí chegou o Corpo de Bombeiros", relatou Ramos.
"Em seguida, uma das pessoas apontou que o homem tinha vindo de uma Kombi, e era a de Franselmo", disse Douglas. Alessandro encontrou no carro duas mochilas de onde havia saído os colchonetes. "Havia forte cheiro de gasolina", relatou.
Dentro da casa onde morava, Franselmo deixou, segundo Ramos, bilhetes com providências para a família tomar sobre assuntos pessoais como, por exemplo, o que fazer com um pilha de revistas na sala. Além de atuar como ambientalista, era jornalista e dono da revista regional "Executivo".

Em 13.11.2005 > Ambientalista ateia fogo no corpo, por Hudson Corrêa

13/11/2005 - 08h56 Agência Folha, em Sinop (MT)
O ambientalista Francisco Anselmo de Barros, 65, ateou fogo no corpo ontem em Campo Grande (MS) durante um protesto contra o projeto de instalação de usinas de álcool na Bacia do Alto Paraguai, onde fica o Pantanal, defendido pelo governo de Mato Grosso do Sul.
O protesto ocorreu no centro da cidade por volta das 12h. Barros teve 100% do corpo queimado e até 17h estava internado em estado grave na Santa Casa.
Com pelo menos um galão com combustível, supostamente gasolina, Barros molhou dois colchões colocados em forma de cruz no chão. Ele também teria despejado o líquido no corpo. Em seguida, pôs fogo.
Seu colega ambientalista Douglas Santos disse que Franselmo, como era conhecido Barros, lutou há 30 anos contra a instalação das usinas de álcool e conseguiu que o governo de Mato Grosso do Sul aprovasse lei, na década de 80, proibindo os empreendimentos na bacia do Pantanal.
Em agosto passado, o governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, apresentou um projeto na Assembléia Legislativa do Estado que, se aprovado pelos deputados, permitirá a instalação no entorno do Pantanal de usinas de álcool e de açúcar. Ainda conforme Santos, momentos antes de atear fogo no corpo, Franselmo deixou um pasta com cartas endereçadas à famílias e ambientalistas, sumindo no meio das dezenas de pessoas que faziam o protesto.
Uma delas, segundo Santos, dizia: "Foi difícil tomar essa decisão de sã consciência. A minha vida sempre foi um sacerdócio em defesa da natureza. É a nossa casa e o presente maior de Deus. Se ele deu a vida por nós, eu estou dando a minha vida por ele, defendendo o futuro dos nossos filhos. [...] Continuem a luta por mim. Anselmo".
Na avaliação do governador Zeca do PT, não haverá danos ambientais com as usinas de álcool no entorno do Pantanal.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Não temas o pavor repentino, nem a investida dos perversos quando vier.

Provérbios 3:25
"Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. Olhe cada caminho com cuidado e atenção.
Então, faça a si mesmo uma pergunta: esse caminho possui um coração? Caso afirmativo o caminho é bom.
Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma”.

Carlos Castañeda
"...Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida.
Ninguém exceto tu, só tu.
Existem, por certo, atalhos sem números e pontes, e semi-deuses que se oferecerão para levar-te além do rio, mas isso te custaria a tua própria pessoa.
Tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar.
Onde leva?
Não perguntes, segue-o..."

Nietzsche

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

The wonderful thing

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.


Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente... Bom... Apenas deixe que ela faça o seu trabalho. Sozinha.
Tente não atrapalhar, rsrs.
35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3!
P4R4BÉN5

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

"Nada estabelece limites tão rígidos à liberdade de uma pessoa quanto a falta de dinheiro."

John Kenneth Galbraith
Caralhuuu...

Ganhei quase três vezes mais dinheiro do que esperava esse mês!
"Se uma pessoa adquire a atitude correta em relação ao dinheiro, isso ajudará a endireitar quase todas as outras áreas de sua vida."

Billy Graham
Self-Portrait, 1972

Canção do dia de sempre, Mário Quintana

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
Como tomar café com leite e pão com manteiga na padaria, rsrsrs, me deixa feliz e me faz me sentir vivo.

Hoje, pela manhã, estou triste.

Sinto a tristeza saindo de mim por dois lugares: pelo meu peito... e pelos meus poros.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

"Sentir dói."

Átila Guimarães
"Pensar dói."

Átila Guimarães
Algumas pessoas amam mais seus filhos na presença dos outros.
Como eu odeio esse tipo de gente.
Eu odeio mesmo.
Eu já tive tanto ódio dentro de mim que eu chamava - chamo - essa fase e condição de "Itaipú". Porque, dizia eu, "se ódio fosse energia elétrica, eu acenderia a região Sudeste toda. Toda." Eu o sentia pulsando dentro de mim. Latejava e pulsava.
"Cavalguei" esse miúra e, dificultosamente, usei essa energia para outras coisas. Para ser o cara que eu sou hoje.
Ainda há ódio dentro de mim.
Eu gosto do ódio que sinto.
Gosto de, praticamente, tudo que há dentro de mim.
É assim.
Algumas pessoas amam mais seus filhos na presença de outras pessoas.
Eu odeio esse tipo de gente.
consciência expandida
estado de compreensão

sábado, 1 de dezembro de 2007

"As coisas como são."

Out-door do Sprite



(...) a maioria das pessoas, de um jeito ou de outro, procura poupar-se de encarar diretamente a sua mortalidade. Em vez de enfrentar a nossa mortalidade cara a cara - o quanto antes e de modo regular - muitos de nós deixamos de nos preparar de alguma maneira efetiva. Na nossa cultura que nega a morte e reverencia a juventude, não medimos esforços para evitar fazer face até aos mais insignificantes vestígios de morte. Como Ernest Becker salientou em sua obra hoje clássica, A Negação da Morte (Record, 1991), isso também pode levar-nos ao mal por variados meios sutis (no uso de bodes expiatórios, e até mesmo sacrifícios humanos visando aplacar os deuses para que eles não nos peguem).

Naturalmente associada à nossa relutância em lidar com a morte está a relutância em lidarmos com a velhice.

(...)

O caminho da saúde e da cura é o oposto ao da negação da morte. (...) Quer sejamos jovens, quer sejamos velhos, uma profunda consciência de morte acaba por guiar-nos numa senda à procura de significado. Por medo as pessoas podem agarrar-se a uma fé simplista de segunda mão, a fim de evitar pensar em suas mortes. Mas, ainda que essas religiões possam manter-nos aquecidos por um tempinho, elas, como roupas de confecção barata, não passam de enfeites. Uma religião completamente amadurecida, entretanto, começa com uma luta ativa contra o mistério da morte e, face a ela, numa busca pessoal de significado. Não se pode deixar que ninguém faça essa luta por nós. Daí o ditado: "Deus não tem netos.". Não podemos relacionar-nos com Deus por intermédio de nossos pais. Temos de descobrir o nosso significado como "filhos de Deus" num relacionamento direto com o ciclo de nascimento, morte e renascimento.

É por isso que devemos chegar a um acordo com a realidade da mudança, que requer ajustes contínuos no nosso modo de pensar e comportar-nos - e especialmente quando ficamos muito acomodados com a situação em que estamos. E mudar parece muitas vezes com morrer, com a morte. Em A Trilha Menos Percorrida, citei Sêneca dizendo, dois mil anos atrás: "Durante toda a vida temos de seguir aprendendo a viver, e o que vos surpreenderá mais ainda é que durante a vida temos de aprender a morrer." Entre outras coisas, isto inclui o medonho aprendizado para abandonarmos conscientemente o controle de nossas vidas no momentos apropriado, e finalmente entregarmo-nos a Deus.

M. Scott Peck,
Além da Trilha Menos Percorrida