CONTEMP./REGIONAL

CONTEMPORÂNEO

A arquitetura contemporânea pode ser explicada através da superação de limites que até os dias atuais eram vistos como imbatíveis, até mesmo pela falta ou pela escassez de conhecimento que hoje vem sendo explorado cada vez mais com certa ousadia de arquitetos e engenheiros que vem explorando estruturas e materiais que jamais foram vistos em décadas atrás. Quando fala-se em arquitetura contemporânea, trata-se então de uma arquitetura sem limites, onde cada vez mais necessita-se conhecimento, estudo, e sem sombra de duvidas responsabilidade. Uma obra, seja ela qual for, deve primeiramente atender exigências, e principalmente não ser evasiva aos meios naturais.Mas além desta exploração e estudo, a contemporaneidade inspira-se muito em épocas mais antigas para projetar de tal forma que seja algo esplendido para os olhos de quem vê cada edifício construído.


Arquiteto Marcio Kogan

Alem disso, a contemporaneidade está se preocupando cada vez mais com os meio naturais que foram e estão sendo explorados todos os dias, tanto para a estética quanto para a estrutura de forma irracional, o que está deixando o nosso planeta com espécies em extinção. A partir disso, devemos estar cientes, como acadêmicos e futuros arquitetos e profissionais em arquitetura, que não basta projetar, temos que criar, criar meios para que possamos desenvolver uma arquitetura que seje sustentável, e que não agrida os nossos bens naturais, e cabe a cada ser humano fazer a sua parte, quando estivermos ciente disso, e utilizarmos toda a tecnologia disponivel, ai sim, estaremos aptos a produzir arquitetura de qualidade.
A sustentabilidade está em alta tanto na arquitetura quanto no urbanismo. É uma preocupação que todos tem e que precisa ser notada a cada dia que passa, para que o desmatamento e a exploração seja feita de modo racional.
“Que se pode esperar de uma arquitetura contemporânea? Que seja realmente atual, sem anacronismos nem regressão aos tabus modernos. É natural que a arquitetura presente siga plural como a sociedade de seu tempo, abarcando desde deconstrutivos a “neomodernos”, passando por tonalidades historicistas e permissões comerciais pitorescas ou kitschs intelectualizados.


Edifício Saint Paul – Gustavo Penna

Não resta dúvida, entretanto, que merecerá ser definida contemporânea a arquitetura representativa do momento atual, retratando o patamar tecnológico e a sensibilidade estética de nosso tempo, entre outros aspectos.”


Marcio Kogan

REGIONAL

Podemos identificar em nossa arquitetura regional uma mescla e diversificadas contribuições de varias etnias, sendo elas açorianas, alemãs, italianas, austríacas entre outras.
Faz-se conclusões de que o estado de Santa Catarina, é um estado acolhedor e que de região em região sua cultura, seus hábitos, ainda possuem resquícios dos primeiros imigrantes que desfrutaram dessas terras.
Analisando dessa forma por regiões o nosso Litoral Catarinense apresenta traços culturais de base açoriana, isso por se tratar das faixas litorâneas, as quais eram as primeiras a serem desbravadas pelos colonizadores que chegassem as terras brasileiras, que fundamentam um corredor turístico-cultural de valores muito peculiares. Os açorianos desbravaram as terras de Santa Catarina no decorrer do século XVIII (1748 a 1756), localizaram-se inicialmente em 8 núcleos de colonização.
Hoje, seus descendentes se expandiram em várias direções e mantêm traços originais da cultura nos municípios de Araquari, Barra Velha, Penha, Biguaçu, Bombinhas, Camboriú, Araranguá, Criciúma, Florianópolis, Garopaba, Tijucas, Governador Celso Ramos, Içara, Imaruí, Itajaí, Itapema, Jaguaruna, Laguna, Navegantes, Palhoça, Imbituba, Porto Belo, São José, São João do Sul, São Francisco do Sul, São João Batista, Sombrio e Tubarão.


Igreja Nossa Senhora da Lapa
Florianopolis/SC


Casa Açoriana
Garopaba/SC

Do litoral, os imigrantes da segunda leva de imigrantes que desembarcaram em terras brasileiras partiram adentro ao nosso estado, desbravando as terras ainda não exploradas. Uma das culturas que aqui possuem herança é a cultura germânica, a qual deixou seus traços no espírito festivo, na fartura à mesa, na música alegre e na arquitetura.
Tendo como principais centros as cidades de Blumenau, Joinville, Pomerode e Jaraguá do Sul, a região nos transcende a uma cultura européia, com suas casas no estilo enxaimel e pequenas propriedades rurais.
Demais cidades que fazem parte do circuito: Gaspar, Timbó, Santo Amaro da Imperatriz, São Pedro de Alcântara, Brusque, São Martinho e Itapiranga.

Ainda temos os imigrantes italianos, que também desembarcaram no mesmo período dos alemães, e que desbravaram regiões alem do litoral conforme a cultura alemã, essa cultura possui receptividade e possui fortes resquícios nas cidades de Videira, Nova Trento, e já se expandiu para todo o estado.
Já na região meio-oeste do estado, encontramos o chamado Tirol Brasileiro, Treze Tílias cultiva às tradições oriundas da cultura austríaca, onde os visitantes, têm a oportunidade de conhecer o canto, a música, a dança, a comida, a indumentária e as artes tipicamente tirolesas.

Já na região oeste, destacamos a forte imigração de italianos e alemães, que a partir das primeiras décadas do século passado passaram a desbravar essas terras, trazendo consigo suas tradições, culturas, e a força de trabalho para poder construir suas casas e cravar assim, suas raízes. Tomamos a cidade de Seara/SC, localizada entre as cidades de Concórdia e Chapecó, como exemplo dessa forte cultura alemão e italiana que se instaurou em nossa região. Os primeiros colonizadores se instalaram nas terras de Seara na década de 30 e 40, donde desbravaram a forte mata, e assim, possivelmente construíram suas casas e criaram os vilarejos.


Casa da Cultura – Decada de 60
Seara/SC


Casa da Cultura – Atualmente
Seara/SC

Os colonizadores que ocuparam as terras de Seara criaram com o tempo seus vilarejos, ao qual deram o nome de Nova Milano, posteriormente se mudaria para o atual nome, Seara.
As construções eram tipicamente simples, e de características regionais, no qual o uso de madeira era indispensável, pois não se tinha conhecimento ou ate mesmo, se tornava inviável o uso de outros materiais, pois com o desmatamento das áreas, se apropriava-se da madeira assim, para a utilização nas construções das residências.

Como vemos, a arquitetura utilizada pelos primeiros moradores para a construção de suas casas era heranças da cultura italiana trazida pelos primeiros imigrantes, onde é possível a observação dos porões, os sotãs, da varanda onde a família geralmente se colocava para a recepção dos vizinhos.

É possível também analisarmos que a nossa cultura modificou-se muito com o decorrer do tempo, pois, na década de 50, era possível uma maior visualização dos moradores utilizando os espaços públicos, os moradores viviam cada lugar, tornavam os lugares agradáveis, e em dia de festas esses lugares se enchiam de pessoas para prestigiar e tornar o espaço social. Concluindo, a arquitetura seja ela qual for, alemã, italina, açoriana, austríaca, todas representam a força, e as tradições de cada povo, e sendo assim, cada qual merece o seu respeito. Conforme verificações, as construções que foram executadas pelos primeiros moradores que em Seara chegaram, ja não são encontradas, restando poucas construções remanescentes, e as que se encontram vivas ainda, sofreram fortes modificações, e não desempenham a mesma função de outrora. É o caso da Casa da Cultura de Seara, vista anteriormente, que primeiramente era o moinho e a primeira unidade do frigorifico Seara, que atualmente é a maior fonte de renda da população searaense, assim, passou para os dias atuais, a desenpenhar uma atividade totalmente diferente a sua primeira proposta, hoje passou a ser a Casa da Cultura, e ser com certeza um dos pontos de referência da cidade, fortalecendo assim as tradições trazidas pelos primeiros imigrantes, passando a desenvolver um maior vonvívio social, lugar de encontros, estudo e principalmente cultura para a população em geral. Dessa forma, concluimos, que a cultura regional, foi se adaptando as modificações atuais, e passando a desenvolver utilizações diversas, conforme as necessidades da população que delas usufruem.

Referências:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.101/99

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