29/06/2009

Mapa de possibilidades a partir da imagem de uma pichação sobre grafite


Minha escolha partiu da imagem acima retirada da revista Carta na Escola (Maio/2009). Este mapa é para tabalho interdisciplinar que faz parte de um projeto a ser executado em Agosto na escola em que leciono. Este tem por objetivo a discussão da pichação de muros e carteiras escolares.

28/06/2009

Ramificando...










A partir de um comparativo entre as imagens selecionadas, duas pequenas esculturas (ou estatuetas) produzidas no vale do Jequitinhonha por Mestre Vitalino (Caruaru-PE), e a escultura O Pensador, de Rodin, podemos seguir por vários caminhos ou ramificações, que é o objetivo do raciocínio rizomático, e um deles é a própria diferença de tratamento dado a esses objetos de arte e que pode se tornar o grande gancho para uma discussão em sala; poderão ser levantados junto aos alunos vários aspectos que irão desde os elementos formais às reflexões sócio-culturais e econômicas. Podemos instigá-los utilizando aquelas perguntas mais básicas do tipo: o que estas imagens traduzem para vocês? Qual imagem é mais agradável ou mais bonita? Por quê? Provavelmente dirão que as figuras do Mestre Vitalino lembram uma arte mais primitiva, representando cenas comuns do cotidiano e do lendário regional e irão preferir a imagem de Rodin justificando ser mais perfeita ou mais fiel à figura humana, de proporções corretas, melhor acabamento, enfim, poderão até desprezar as outras imagens por serem muito simplórias e as descaracterizarem como Arte. Daí a coisa melhora no sentido de impulsionar a discussão. Então nós ressaltamos para eles o preconceito existente com a arte popular, e que a cerâmica já foi considerada “arte menor”; podemos também traçar paralelos entre o que é arte e o que é artesanato, devemos mostrar a importância de se valorizar a cultura popular, podemos trabalhar as culturas regionais do Brasil, para que possam conhecer os diferentes elementos que as compõem em função das várias raças, ou melhor, etnias que formam o nosso povo e da própria localização geográfica. Disso, acredito, vai resultar um trabalho bastante rico, até porque vai envolver muitas questões que farão links com outras áreas de conhecimento como a geografia, história, sociologia, etc. Poderá surgir, também, a questão do valor das obras; porque Rodin, Picasso, Cézanne e outros são mundialmente conhecidos e importantes? Por que suas obras adquiriram valores astronômicos? Por que artistas brasileiros, com raras exceções, não têm toda essa projeção no cenário mundial? E assim por diante, que tipo de arte é mais próxima ou acessível a eles? Por esses caminhos iremos criando oportunidades para que conheçam o que se passa por trás do sucesso de um artista-seu processo criativo, Rodin, no caso, e saibam das dificuldades que enfrentou como a reprovação na Escola de Artes, a rejeição de suas obras que eram consideradas polêmicas, mas que chegou à consagração, conhecerão também a trajetória de dificuldades de um artista do povo, a sua realidade, a realidade da maioria dos brasileiros. Isso deve dar bastante “pano pra manga”.

imagem da Ana Laura

A imagem abaixo foi produzida pela Ana Laura...

27/06/2009

Trabalhando uma Obra de Arte



A obra escolhida foi "O GRITO", 1893, de Edvard Much que é uma obra representativa do Expressionismo, onde a intenção maior é a da expressão de uma sensação.

Pode ser trabalhada com alunos do Ensino Fundamental ou Médio.

Iniciamos a aula falando sobre Arte Moderna, a descoberta da fotografia, o movimento de Arte denominado Expressionismo, obras e pintores que fizeram parte do período e sobre a obra O GRITO de Edvard Munch, pintor que especializou-se em pintar emoções extremas como ciúme, desejo sexual e solidão onde seu objetivo era induzir uma forte emoção no espectador. Sua obra mais conhecida, "O GRITO", representa um grito de horror e de desespero. É um grito que ecoa por todo o espaço. Ele é tão assustador que toda a natureza parece se movimentar, a partir das ondas que o propagam pelo ar. Representa o medo do homen do século XX frente à desilusão causada pelas guerras, à sua impossibilidade de aceitar a destruição e à solidão do sofrimento. Neste quadro, cada linha oscila, se agita, trazendo ritmos turbulentos, sem sossego para o olho. A expressão da imagem é reforçada pelo uso de cores complementares.

A segunda parte do trabalho é dar aos alunos o texto escrito por Munch sobre a tela: "Certa noite eu caminhava por uma via, a cidade de um lado e o fiorde embaixo. Sentia-me cansado, doente...O sol se punha e as nuvens tornavam-se vermelho sangue. Senti um grito passar pela natureza; pareceu-me ter ouvido o grito. Pintei esse quadro, pintei as nuvens como sangue real. A cor uivava."

Terceira parte os alunos em duplas descrevem o que representa para eles essa cena dando uma sequencia ao texto escrito pelo pintor;

Criam uma imagem com características expressionistas que demonstrem o seu sentimento em relação ao fato relatado no texto;

Como última etapa do trabalho eles se juntam em grupos para criar um teatro sobre a cena descrita e apresentam para a turma.

Conceitos a explorar:

ARTE: A expressão através da pincelada e da cor;

A utilização de cores fortes e irreais;

A espessa camada de tinta;

Do abuso da distorção da imagem;

Do uso de linhas de contorno, provocando um maior contraste entre as cores.

Ciências: O som que reverbera.

Português: O título da obra como relato de emoções.

26/06/2009

Comentário a respeito das palavras citadas pelos integrantes do Grupo de Estudos no Encontro de 04/06/09 após a exibição do dvd: 'Quem tem medo da Arte Contemporânea?'
A arte tem acompanhado a humanidade ao longo de sua existência e acompanha a vida das pessoas em todas as epocas.
Hoje vivemos um mundo sem fronteiras permeado por midias e tecnologias,consumismo,avanços científicos jamais imaginados, estímulos e contradições que nos propiciam a experimentar maneiras de produzir e compreender a arte, o que chamamos de Arte Contemporânea.
A Arte Contemporânea então não exige compreensão para que possa ser usufruida, ela faz parte do cotidiano, é parecida com a vida, engloba uma nova proposta visual desvinculada da arte clássica convencional, onde os artistas elaboram as próprias técnicas a partir de diferentes materiais pesquisados.
Diríamos então que a Arte Contemporânea é a expressão da atual diversidade multicultural. É um processo de reflexão, percepção e criticidade contínuo, pois a Arte Contemporânea registra a vida como ela é.

25/06/2009

Temática: "Diversidade Cultural"

Imagem: "Ondina" - Walmor Corrêa - acrílica e grafite sobre tela - 1,95X1,30X3,5m - 2005 - Série: "UNHEIMLICH" - Battes College, Maine/EUA.

1.Temática: Diversidade Cultural
2. Disciplinas contempladas: História; Geografia; Ciências; Biologia; Religião; Filosofia e Artes Visuais
3. Artes: Literatura; Música; História da Arte e Artes plásticas
4. Temas transversais:
4.1. Cultura popular brasileira: folclore, tradição e religiosidade.
4.2. Identidade do povo brasileiro: formadores da cultura brasileira: portugueses; indígenas; africanos e os imigrantes.
4.3. Cultura urbana: folclore e mitos do imaginário urbano
4.4. Oralidade: resgate da memória familiar dos aprendizes; folclore familiar
5. Artistas que trabalham com a mesma temática: Mattew Barney (performance e videoarte)

A obra escolhida trata da técnica em desenho do artista: pelo contraponto lúdico entre Ciência e fantasia; e por uma inusitada costura de sentidos entre imagens e escritos. Podemos nos deixar envolver, diante da obra, de forma imediata, pelo delicado e elegante grafismo. Sua obra sempre foi eminentemente gráfica, sempre valorizou o desenho exato e suave, buscando a leveza presente na plástica taxonômica, nos compêndios de História Natural dos séculos XVIII e XIX, bem como nos trabalhos dos artistas viajantes. Os desenhos de Walmor trazem uma profunda semelhança com essa produção, que, como sabemos, primava pela precisão e pelo rigor científico, já que o material coletado e analisado sustentaria estudos acadêmicos posteriores. e tal semelhança não se percebe apenas no tratamento do traço e da superfície, mas também na forma de organização espacial. Historicamente, as imagens elaboradas com vista a uma função taxonômica apresentam características constantes, sendo as principais: 1. uso do plano frontal; 2. abolição do fundo, visto como elemento de perturbação; 3. apresentação de pelo menos três variações do objeto representado. Elementos, portanto, também presentes na poética do artista e que priorizam o ato de observação. Diversos mitos introduzidos em culturas colonizadas, ao encontrarem território fértil para se enraizar, ao encontrarem público atento e interessado em suas especificidades, acabaram se adequando e promovendo mudanças não somente de caráter social como em relação ao próprio mito. São imagens que estabelecem relações sociais em si mesma. Várias delas trafegam no imaginário brasileiro. E como seria diferente? Terra Brasilis, de crenças e raiz indígena, de presença negra de deuses vários, de miscigenações constantes, de misturas muitas, de canibalismo e de sincretismo...quão ricos são os espaços para a exortação desse imaginário! E é justamente sobre parte desse manacial que se debruça Walmor Corrêa na sua série Umnheimlich.


23/06/2009

....continuação de uma possibilidade!

Caros Amigos do Blog!
Quero esclarecer que a possibilidade de algumas aulas que expus para vocês vêm sendo trabalhados dentro de um grupo, no qual estou desenvolvendo um projeto de ensino de arte. Trata-se de senhoras que gostam de pintar e que estão interessadas também pelo conhecimento na História da Arte. Faço um trabalho voluntário no meu bairro, levando através dos meus conhecimentos teóricos e da disponibilidade de boas reproduções de imagens, um pouco do que acredito elas possam entender e acompanhar. Unimos produção à fruição nas boas tardes de sextas-feiras, lúdicas para todas.
Abraços a todos.

...uma possibilidade!

Pensando rizomaticamente....


Aldemir Marins...pode ser trabalhada esta obra em qualquer faixa etária-defino para as turmas de educação infantil em especial!
Obra: Frutas- possibilidades de trabalho...
*Pode ser iniciada uma conversa de quem gosta de frutas, assim até cada aluno trazer uma fruta diferente e fazer uma salada de frutas com degustação.
*Com a obra pode ser feita uma releitura informal, pegando assim, uma parte da mesma(recortar um xerox) e pedir pra criança continuar a composição.
*Pode ser trabalhado o que é o figurativo x abstrato.
*Cores primárias e secundárias.
*Pintura com tinta têmpera-guache.
*Relacionar com artista Cezanne- como ele pintava as frutas.
*Linhas, formas e texturas.
*Fazer uma composição tridimensional: montar sobre uma base uma cesta com frutas-definindo relevos.
São algumas idéias e sugestões! Abraços Adriana

22/06/2009

Não-Entendimento

Escolho para comentar o “Não-Entendimento” que, logo que levantado pelo grupo, me causou certa inquietação.
Como assim “Não é necessário entender” ???

Entender: Perceber pela inteligência, compreender; entender o gracejo. Conhecer, ser hábil em. Dar a entender, deixar entender, insinuar, deixar crer. Nada entender de, não conhecer, não saber apreciar. Compreender-se, pôr-se de acordo.

Depois, busquei o significado da palavra entender no dicionário. Fiquei pensando e repensando, e percebi que esse não-entendimento pode nos ser de certa forma favorável. O fato de não entendermos algo, geralmente nos desconforta, causa medo e instabilidade. Então, surge a vontade de descobrir mais sobre aquilo que nos desestabilizou.
Desejo que sejamos sempre instigados pelo não-entendimento de algo, e não, que nos afastemos do novo pelo simples desconhecimento.

Sejamos, antes de tudo, pesquisadores!

16/06/2009

Arte: vida – processo – sem fronteiras

Ao assistirmos o DVD “quem tem medo da arte contemporânea?” muitas questões surgem em relação ao que pensamos da arte contemporânea. Acredito que este é um tema repleto de possibilidades e também de dúvidas, de limites tênues, conceitos abertos, como podemos perceber pela listagem de palavras levantadas para o debate da semana aqui em nosso blog. Por mais que nos empenhemos em pesquisar e debater sobre essas palavras-proposições, não conseguiremos abarcar todo o universo de relações que podem ser construídas entre elas. Mas irei deter-me em especial em algumas delas: VIDA- PROCESSO-SEM FRONTEIRAS.
Escolhi este conjunto de palavras, pois a grande maioria das produções de arte contemporânea envolvem os conceitos que estão diretamente ligados à elas. Cada vez mais a arte está sem fronteiras em relação à vida, isso faz com que o processo seja fundamental para a constituição da obra, até mesmo ser a obra em si. Talvez essa falta de fronteiras, cada vez mais evidente entre arte e vida, seja um dos fatores que causam tanto estranhamento, e até medo, em relação à arte contemporânea. É difícil definir com precisão, mas esse imbricamento entre arte e vida é um processo que começou há um bom tempo dentro das proposições da arte, e desde o início causou muitos questionamentos. Podemos lembrar dos Ready-mades de Duchamp, passar pelas Brillo Box de Andy Warhol, e também as experiências sensoriais de Lygia Clark; os relatos de Leonilson, e podemos ainda incluir nessas propostas os objetos e mantos de Arthur Bispo do Rosário, sem contar os outros inúmeros artistas que nos colocaram diante de uma outra forma de olhar para a vida, como sendo um processo sem fronteiras. Uma vez que, todo artista, antes de ser um artista é um ser humano, que vive em constante movimento, um ser em processo.

A liberdade na arte contemporânea

A partir da leitura de uma reportagem no site do Itaú Cultural, de autoria de Luciana Veras sobre o tema "Quem tem medo da arte Contemporânea", achei interessante a conclusão da reporter que diz: "A arte contemporânea não deve ser enquadrada em conceitos anacrônicos, e sim sentida como um eco de um mundo voraz, múltiplo e vasto. Esse mundo é representado não pela verossimilhança, e sim pela liberdade. A produção atual se dirige a espectadores/fruidores/consumidores que acolhem a pluralidade e exercitam a generosidade no olhar, e oferece a quem se aproxima de uma pintura, uma instalação, um filme ou uma performance um caminho no qual os significados estão abertos e ainda em construção".
Assim como é mencionado pela jornalista, julgo a liberdade um dos aspectos mais marcantes da arte contemporânea, pois está presente desde a criação, produção, materiais usados e propostas dos artistas até a aceitação ou não das pessoas.

15/06/2009

postagem da Carla...

Arte Contemporânea x Observador

Especificar o que é arte é difícil. Se procurarmos em dicionários encontraremos várias definições, entre elas: " a capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir tais sensações ou sentimentos ... " segundo o Dicionário Aurélio.

"Os tratados em geral, dizem que arte é a atividade humana que procura o belo. Isto é, porém, um conceito vago, genérico, e nada mais claro se obteve quando se tentou substituir a palavra "belo" pela expressão "prazer estético". Tem esta expressão um caráter estritamente psicológico e não coincide com todas as possibilidades da arte e com todas as suas manifestações. Nenhuma definição conseguiu jamais, e talvez jamais consiga sintetizar este complexo fenômeno espiritual e material ao mesmo tempo" .( BARDI, P. M. - Pequena História da Arte).

A arte é criação humana que busca uma beleza relativa, e por esta razão muitas vezes não é compreendida pela maioria das pessoas.

A arte geralmente é vinculada à palavra “belo” quando na verdade deve ser “prazer estético” porque o belo para um nem sempre é para outra pessoa.

O artista do século XXI busca a reflexão do observador, procura fazer com que o observador seja um agente da história. Ele se utiliza de objetos do cotidiano para criar sua obra. Segundo Jorge Coli “A arte não isola, um a um, os elementos da casualidade, ela não explica, mas tem poder de nos fazer sentir”.

E neste contexto a arte contemporânea tornou-se complexa demais no momento que ela se apropriou de objetos do cotidiano para instigar o observador. Na maioria das vezes o observador torna-se um mero expectador que geralmente faz comentários do tipo ”Isto é Arte! Até uma criança faz”!; “Ah! Isto eu também faço!”. Porém não percebe que por trás de um trabalho contemporâneo existe uma pesquisa. Talvez ele faça este tipo de comentário porque na verdade não sabe do que se trata. É mais fácil negar o desconhecido do que admitir o não conhecimento.

A arte contemporânea, sem querer, gera medo no observador, o não-entendimento, o medo do desconhecido, medo do novo. Como ele vai dizer que gosta de algo que não consegue entender? O medo é um sentimento forte que inibe as pessoas de seguirem em frente, de arriscarem. Podemos constatar o medo do novo através do “Mito da Caverna” de Platão.

A arte contemporânea desafia nossos medos, nos questiona e nos torna agentes da história.

Um abraço a todos os amigos do Blog!

Carla Rosa

14/06/2009

...apropriação de uma imagem

Ola, pessoal.
Ainda brincando com as palavras entendo por apropriação o uso de algo que não é nosso. Por exemplo, a apropriação de uma imagem de uma obra de arte.
Mas é um assunto que eu questiono muito, pois quando nos apropriamos de uma imagem tipo, o de uma pintura, nos apropriamos da "imagem" e não da " idéia", desse ou daquele artista.
Quando fazemos o uso desta imagem, colocamos o nosso desenho, as cores que escolhemos, o nosso traço pessoal, etc. É por isso, simplesmente, que a "apropriação da imagem" de nosso gosto e sentimento a que ela nos remete, e com nossa idéias a transformamos em uma "outra imagem", a "NOSSA". Neste caso entendo que apropriar-se de uma imagem qualquer, não é apropriar-se das "IDÉIAS" de alguém.
O que me dizem sobre esse assunto? A mim ele me intriga.
Um abraço aos Amigos do Blog!

VIDA...TRANSITÓRIO...

"...as pessoas esperam da obra de arte algo diferente da vida..." disse Fernando Cocchiareli em um de seus depoimentos em DVD que assistimos no último encontro. A vida, sendo ela mais dura para uns e com maiores facilidades ou privilégios para outros, ela é igualmente transitória, efêmera, fugaz para todos. As pessoas que vivem uma realidade mais penosa quase sempre buscam uma fuga em algo que lhes dê prazer e que lhes faça esquecer um pouco a sua rotina; não querendo dizer com isso que elas procurem se deleitar com arte para esquecer a realidade da mesma maneira que algumas usam o álcool ou outras drogas como válvula de escape, não. Na verdade, a grande maioria não cultiva o hábito da apreciação de arte. Mas essas pessoas ao se depararem com objetos considerados objetos de arte querem encontrar o belo, o poético, imagens que as remetam a outros pensamentos e a outros ares que não sejam o aqui e agora. A frase de Cocchiareli me induz a pensar que um fator bastante forte (camuflado instintivamente pelo não entendimento) que leva à rejeição da arte contemporânea seja justamente por ela não se apresentar muito diferente da realidade, principalmente quando o mote é apropriação. Mas apesar de tudo isso o diálogo entre esse público que estou enfocando e a arte contemporânea existe a partir do momento em que essas imagens os incomodam e incomodam porque apontam uma relação de identidade entre esse público e essa arte, o que significa, de certa forma, um primeiro passo para uma interação.

11/06/2009

diversidade...

"O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente.
A idéia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes
ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade.
E, muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua".
A primeira coisa que me vem à mente quando ouço a palavra "diversidade" é cultura, mas também me vem a identidade, também surge nossa sociedade, e de forma mais ampla o mundo em que habitamos.
Nossa identidade é feita de diversidade racial e cultural. Somos um grande "mosaico cultural" dentro de um contexto familiar e perante a sociedade. E que maravilha sermos assim, com essa riqueza de informações, de trajetórias, de repertórios! Se planejassemos uma pesquisa, onde se fizesse um resgate das memórias familiares e folclóricas de cada aprendiz, teríamos uma riqueza de material para trabalhar durante um semestre ou mais.

adrianapropriação


10/06/2009

Apropriações e gentilezas

Sou das artes visuais, como alguns sabem. Ano passado fiz a especialização em Pedagogia da Arte, na Educação. Meu tema girou em torno de uma ação que me proponho desde 2001, aproximadamente: gentileza gera gentileza. A princípio, meu assunto não se descolava justamente das ações que sempre fiz, mas entendi que tudo girava em torno da palavra (de) gentileza e esse se tornou meu caminho. Um caminho muito feliz, aliás.
Neste momento, depois de querer para mim inúmeras frases, alguns trabalhos, objetos do cotidiano, me dei conta de quanto permito apropriar-me das coisas.
Então, como uma primeira participação neste blog, optei por colocar as fotos a seguir e a convidá-los a entrar no blog - me permita, Simone - www.apartilhadosensivel.blogspot.com. Apreciem sem moderação! E se desejarem um adesivo de gentileza, me avisem!






























09/06/2009

Pensando nas palavras...

Minha palavra é "REFLEXÃO", que significa o ato ou efeito de refletir, repercussão; meditação; ponderação; objeção; comentários; observações.

Reflexão também quer dizer atividade do espírito que reflete, que examina e compara os pensamentos: a reflexão deve preceder a ação. É também juízo, pensamento resultante dessa atividade: reflexão moral. Refletir é transmitir, mostrar, deixar transparecer: uma atitude que reflete o caráter.

EDUCAÇÃO NA PRIMEIRA INFÂNCIA - É o título de uma entrevista à jornalista Mônica Weinberg, da Revista VEJA, do dia 10/06/2009 do Sr. James Heckman, Prêmio Nobel em Economia em 2000. A entrevista é interessante e vou tentar resumi-la, nas palavras dele.

Disse ele: "Deixar de fornecer estímulos às crianças nos primeiros anos de vida custa mais caro para elas e para um país".

"Deve-se a uma série de métodos precisos para avaliar o sucesso de programas sociais e de educação".

"Quanto antes os estímulos vierem, mais chances a criança terá de se tornar um adulto bem-sucedido".

Em seus estudos, conclui que não há política pública mais eficaz do que investir na educação de crianças nos primeiros anos de vida.

Diz ele que a "razão é a economia". "A educação é crucial para o avanço de um país". Afirma que há evidências científicas de que dois tipos de habilidades têm enorme influência sobre o sucesso de uma pessoa na vida. No primeiro grupo, situam-se as CAPACIDADES COGNITIVAS - aquelas relacionadas ao QI. Entende como algo abrangente, como conseguir enxergar o mundo de forma mais abstrata e lógica. Num outro grupo, continua ele, não menos relevante coloca as habilidades NÃO-COGNITIVAS, relacionadas ao auto-controle, à motivação e ao comportamento social. Essas, diz ele, também devem ser estimuladas no começo da vida. Descobriu que elas estão relacionadas ao sucesso na escola e, mais tarde, no mercado de trabalho.

Na opinião de Heckman, deve-se "investir mais na pré-escola, no desenvolvimento das habilidades cognitivas e em progras sociais (específicos) que tenham foco na família, de modo que elas consigam fornecer incentivos certos num momento-chave. Iniciativas mínimas: conversar com os filhos, emprestar-lhe um livro".

Ressalta que a participação dos pais neste processo de aprendizagem (pais que acompanham os estudos de seus filhos), pois está provado que "a família é o fator isolado que mais explica as desigaldades numa sociedade como a nossa".

"O aprendizado é mais lento depois da primeira infância, enfatiza, que é pela ausência de incentivos que existem os indicadores ruins, como a evasão escolar, gravidez na adolescência, criminalidade e até indícios de tabagismo, sempre mais altos em sociedades incapazes de fornecer às suas crianças uma educação apropriada nos primeiros anos de vida".

Continua, dizendo que "a opção pelo ensino custa algo como um décimo do que o gasto com a segurança. O que falta são mais incentivos públicos, que os governos NÃO querem arcar.
Não importa se a criança nasce em desvantagem, numa família que não lhe oferece (por não ter condições), incentivos".

Heckman diz estar convicto de que "é preciso começar cedo, em qualquer situação. Um país como o Brasil só conseguirá realmente alcançar altos índices de produtividade quando entender que é necessário mirar nos anos iniciais. Os governantes são ineficazes e deveriam tomar decisões não com base em critérios políticos ou ideológicos, pois resulta em gente despreparada para produzir riquezas para si e para o seu país. E, sim, "decisões a partir de debates, discusões objetivas e econômicas".

"Os educadores acham que é falta de dinheiro, mas não é só isso", ressalta. Os benefícios à educação de um país, segundo ele, são: fornecer incentivos suficientes para que o talento atinja sempre o maior nível possível. "E é preciso canalizar melhor as aplicações do dinheiro para a formação de crianças em seus primeiros anos de vida, uma vez que estarão no caminho para se tornarem mais competitivos no futuro; e, assim, o país também despontar na economia mundial como faz a Coréia do Sul e a Irlanda", finaliza a entrevista.

Obs.: Caros colegas,
...preferi escrever sobre este texto hoje, porque ele me chamou muito a atenção. Convido vocês a pensar, refletir ou questionar sobre ele e as questões que ele remete, como:
O que os governantes vêem fazendo de fato pela educação deste país? E os educadores e suas responsabilidades frente as aprendizagens? As famílias estão cumprindo o seu papel nessa construção do saber de seus filhos?
Somente com o comprometimento de todos chegaremos a resultados positivos, onde o educando terá uma educação de qualidade e, um futuro melhor como cidadão amanhã.
Finalizo com um abraço a todos os Amigos do Blog!

08/06/2009

Apropriação

A apropriação é uma ação muito comum na arte contemporânea. É fazer com que uma obra, anterior, seja citada dentro de uma nova obra. Se seguirmos esse raciocínio, a apropriação já existe na arte há séculos, embora o uso do termo seja bastante atual, e foi praticada por artistas tão diversos quanto Poussin, Manet, Duchamp ou Picasso. No entanto, o uso do termo está relacionado ao momento histórico posterior às rupturas modernistas, quando a arte não buscou mais o novo e não se ocupou mais em negar o passado, mas vislumbrou a possibilidade de transitar pelo passado e presente de forma mais livre e criativa. A apropriação passou a se apresentar, então, como um conceito importante para a reflexão sobre as práticas artísticas do século XX que atualizam fragmentos de nossa memória. Um exemplo claro dessa questão é a obra de Marcel Duchamp, Mona Lisa de bigodes.
Outro artista que utiliza a apropriação, também da obra de Leonardo da Vinci é Andy Warhol, visualizada abaixo, a qual pode ser comparada a de Marcel Duchamp e a Mona Lisa que 'chora' de ' Pei-Ming': "sua obra representa a continuidade do quadro da Mona Lisa e seriam uma maneira de "responder ao convite de seu sorriso enigmático. Há ainda a Mona Lisa de Botero, rotunda como todas as suas figuras.
Dentro da arte moderna, a apropriação teve início com Marcel Duchamp, que colocou, como podemos ver, um bigode dentro de um postal da Mona Lisa. Ele não criou uma imagem, simplesmente se valeu da fama e do valor estético de uma imagem já existente – se você não conhece a Mona Lisa, ela não tem valor. Picasso e Salvador Dali também produziriam homenagens a quadros conhecidos. A chamada arte pop também se utilizaria dela, só que com elementos da cultura de massa – personagens de histórias em quadrinhos, filmes e embalagens de produtos de supermercado. A base da apropriação está em não só saber criar uma imagem diferente, mas em saber utilizar o valor já existente de uma imagem já existente. Pode ser uma sátira, uma homenagem, mas sempre usando uma imagem já existente.

Duchamp Pei Ming Andy Warhol Botero
Abraços a todos do grupo.

Arte em nossa vida!

Algumas reflexões....

Arte sem fronteiras- pode ser lida em qualquer lugar do mundo, ela é muito visual...

Liberdade- Arte é mutante- segue seus caminhos...

Entendimento- medo da arte contemporânea? ela pode ser como um vôo de avião, não é necessário entender...

Processo- tudo parte do desenho inicial, é o início do processo de criação...

03/06/2009

Conteúdo em artes

Acredito que podemos pensar sobre a proposta que o PCN aponta como sendo os conteúdos para artes:

“Assim, os conteúdos gerais do ensino fundamental em Arte são:
• a arte como expressão e comunicação dos indivíduos;
• elementos básicos das formas artísticas, modos de articulação formal,
técnicas, materiais e procedimentos na criação em arte;
• produtores em arte: vidas, épocas e produtos em conexões;
• diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura
regional, nacional e internacional: produções, reproduções e suas
histórias;
• a arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as produções
e suas formas de documentação, preservação e divulgação em diferentes
culturas e momentos históricos.”
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf

Diante dessa possibilidade de definição, nos damos conta do quanto o conceito de ‘conteúdo’ para artes é amplo e bastante flexível, nos abrindo margem para diversos focos de trabalho, cabendo à nós estabelecer as relações que poderão ser mais significativas para nossos alunos, de modo que seja construído o conhecimento acerca da arte e suas diversas formas de manifestação.

02/06/2009

O que é conteúdo em arte?

Conteúdo em arte é todo o conhecimento que se traz para sala de aula . Podendo ser um conteúdo teórico enfocando a história da arte, desde a vida dos artistas, estilos de arte, técnicas e matériais até a história social da arte e a sua importância para a cultura de um povo. Ainda pode ser um conteúdo prático, onde entra a produção e criação do aluno e também haja promoção de debates e reflexões onde entram o conhecimento e experiências do professor e a contribuição das vivências dos alunos.

01/06/2009

Bartolomeu Campos de Queirós diz que: "O mundo é um livro sem texto e nosso trabalho é o de codificar este mundo". Como podemos levar nossos alunos a essa grande viagem é o desafio. A escola deve ser um espaço gerador de desejos, lugar de compartilhar saberes e construir o que seja significativo, sem permitir que a prática caia no espontaneísmo.
O fato de termos conteúdos fixos a serem seguidos não impede que criemos atividades que julgamos necessárias e que não estejam previstas no percurso. Assim, aprender arte com sentido está associado à compreensão daquilo que é ensinado. Para tanto, os conteúdos da arte não precisam ser ensinados, obrigatoriamente, do mais simples para o mais complexo. A História da Arte não precisa ser apresenta de maneira linear. O importante é oferecer conteúdos com propostas que ensinarão ao aluno prosseguir, aprendendo por si, como aprender a pesquisar por exemplo, o que garantirá a ele poder aprender por toda a vida.