sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Depressão na Família

Como ajudar alguém próximo a vencer a doença sem cair no erro de perder a própria alegria de viver
Quem sofre de depressão costuma contagiar as pessoas ao redor com suas amarguras, seu mau humor e sua desesperança. Mas são justamente os familiares que podem ajudar o deprimido a vencer a doença. "As vítimas desse mal precisam, antes de tudo, do suporte da família", diz o psicólogo Adriano Camargo, presidente da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata).
Em muitos momentos, os familiares podem se sentir pessimistas e angustiados, e até mesmo culpados. Mas, afinal, como ajudar? Se você está passando por esse problema, fique tranqüila. Selecionamos algumas dicas práticas do que você deve e não deve fazer para enfrentar essa fase de uma forma mais positiva e saudável.
Conheça os sintomas da doença
- Insônia
- Desânimo
- Choro
- Pessimismo
- Alteração no apetite
- Irritabilidade
- Sensação de cansaço ou inutilidade
- Baixa na libido
- Sentimento de inferioridade ou culpa
- Dificuldade de concentração
- Pensamento de morte ou suicídio
Atitudes que ajudam
1. Escute a pessoa deprimida. Você não precisa ter as respostas nem tentar resolver seus problemas. Apenas escute.
2. Tenha paciência. Não é fácil agüentar alguém se queixando todo dia das mesmas coisas. Mas é importante não transformar toda conversa numa discussão.
3. Ofereça seu apoio. Como ocorre com qualquer outra doença, transmitir simpatia e compreensão pode contribuir para a recuperação do paciente.
4. Entenda que depressão é doença. O desânimo e as queixas refletem um desequilíbrio químico no cérebro. Não adianta ficar fazendo graça para tentar animar a pessoa nem dizer para ela reagir. A solução depende mais de tratamento adequado do que de força de vontade.
5. Seja carinhosa! Elogie as qualidades de quem você ama! Faça com que a pessoa se sinta importante e querida.
6. Informe-se sobre a doença. Assim, ficará mais fácil compreender o que se passa com o deprimido.
7. Envolva a pessoa deprimida nas soluções de pequenos problemas diários. Isso ajudará a levantar sua auto-estima.
8. Se o caso for grave, jamais deixe a pessoa sozinha!
Erros que pioram a situação
1. Excluir a pessoa deprimida dos problemas ou discussões familiares.
2. Fazer tudo por ela. O indivíduo com depressão pode se sentir incapaz de realizar as tarefas, e aceitar algumas responsabilidades poderá aumentar sua auto-estima.
3. Criticar ou repreendê-la pelo seu comportamento depressivo. Qualquer crítica pode fazê-la desmoronar, tornando-a mais indecisa ou incapaz.
4. Tomar decisões importantes em suas vidas durante uma crise depressiva.
5. Pressionar. A pessoa deprimida pode sentir-se desmotivada ou com desejo de estar isolada. Respeite!
Não adoeça junto!
1. Reserve um tempo para você. Faça alguma coisa que lhe dê prazer e que não esteja relacionada com o paciente.
2. Pratique exercícios, coma e durma adequadamente. Você não ajudará ninguém se sua saúde ou seu ânimo se deteriorarem.
3. conserve sua rotina normal. Não reorganize sua vida ao redor da pessoa deprimida.
4. Mantenha o equilíbrio. Não se envolva muito com a doença. Mas também não ignore o problema.
5. Não se sinta responsável pela felicidade ou infelicidade de quem você ama. Lembre-se de que nem tudo depende de você.
6. Não se sacrifique em excesso. Você acabará sentindo raiva de seu ente querido, por privá-lo de sua vida normal.
"Não reconhecia minha mãe"
"Sou filha única e meus pais se separaram quando eu era bebê. A partir daí, minha mãe pediu demissão do emprego e começou a trabalhar em casa para poder cuidar de mim. Os anos passaram, cresci e, depois que passei no vestibular, comecei a ter uma vida social mais agitada. Então, ela entrou em crise. Me telefonava o dia inteiro, cobrando a que horas eu voltaria para casa, e estava sempre irritada. Meses depois, ela piorou: chorava muito, já não dormia, não comia, falava que queria sumir e em dois meses emagreceu 13 quilos. Eu me sentia muito frustrada, pois tentava ajudá-la e não conseguia. Várias vezes, ela me ligou no celular chorando, pedindo para que eu voltasse para casa, porque ela não sabia do que seria capaz... E eu voltava correndo, muito preocupada. Por fim ela acabou me expulsando de casa e fui morar numa república, sem dinheiro algum e muito triste. Eu já não reconhecia minha mãe. Há algum tempo, por orientação de meu médico homeopata, ela iniciou um tratamento para depressão com um psiquiatra e começou a tomar remédios. Apesar das várias crises que ainda sofre, está muito melhor, tem amigos evoltou a estudar. Quem vive ao lado de alguém que tem depressão sabe que se trata de uma luta diária! Não voltei mais a morar com ela, pois descobrimos que nosso relacionamento é muito melhor a distância. Voltamos a ser amigas!"

Depoimento de Melina Martins

Fernanda Cury

4 comentários:

Unknown disse...

sei la nem sei como começar minha tiaja teve depressao agora parece que esta voltando .
agora vou tentar ajuda-la..
abrigada.

Moda nao tem sexo nem idade disse...

cara meu vo ta com depressao e ta muito dificil ele fica falando que odeia as festas comemorativas e anda discutindo mto com o meu tio nao sei oq faço

Unknown disse...

meu marido está sofrendo de depressão e venho fazendo o possível para ajuda-lo ele costuma se irritar por nada grita muito com as crianças e gosta muito de ficar isolado as vezes chega em casa sem falar com ninguém ai eu já sei então deixo ele na dele é muito difício mais em nome de jesus eu creio que ele vai melhorar.a.v.

Rodrigo Monteiro disse...

Minha mãe está deprimida e sou a pessoa que mais convive com ela no dia a dia. Meus irmãos vivem se queixando para mim do comportamento depressivo dela, e muitas vezes me identifico com as queixas que eles apresentam. É um desafio diário conseguir conviver com os dois lados (família e o depressivo) de forma a não "assumir uma posição erronea sobre a doença" ou "contagiar-se pela depressão". Acredito que as dicas apresentadas aqui vão me ajudar e muito a me manter no equilíbrio necessário para apoiar minha família e minha mãe durante o tratamento desta doença! Obrigado!