sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Falando Sobre Drogas

Com diálogo e atenção você pode evitar que seus filhos embarquem nessa perigosa onda.
Saber o que os filhos pensam sobre maconha, cocaína, crack e outros entorpecentes é uma tarefa difícil para a grande maioria das famílias. O assunto ainda é um tabu em muitos lares e a desinformação faz com que mesmo os pais fiquem inseguros sobre o que dizer a respeito. As informações que os pais têm sobre drogas são distorcidas. "Geralmente os filhos sabem mais que eles", observa o psiquiatra Sérgio Nicastri, coordenador do Pad (Programa Álcool e Drogas), do Hospital Albert Einstein. Quando o assunto é abordado, quase sempre é de modo assustador. "As drogas são apresentadas como algo demoníaco. Isso deixa pais e filhos longe de um entendimento. Cria-se um clima de guerra, onde tudo é muito terrível e ameaçador", comenta Nicastri.
Segundo ele, é importante que os pais se informem sobre as drogas antes de falar com os filhos. Dessa maneira, passarão segurança aos filhos sobre um tema que nas ruas é "vendido" como algo bom. "Não adianta evitar o assunto ou só falar que droga é ruim. Ao experimentá-la, o jovem vai sentir prazer, pelo menos no início, e passará a não acreditar mais nos pais", explica a psiquiatra Fernanda Moreira, coordenadora do setor de ensino do Proad (Programa de Orientação e Assistência ao Dependente) da Universidade São Paulo (Unifesp). Para ter efeito positivo, é preciso encarar o problema com muita franqueza e transparência. "Ser companheiro do filho e conversar sobre drogas com ele é uma maneira de detectar cedo o problema", alerta o psiquiatra. Quanto antes for diagnosticado, e com apoio dos pais, maior a chance de sucesso na recuperação.
Sinais de alerta
Algumas mudanças no comportamento do jovem devem merecer atenção especial dos pais:
- Ir mal na escola pode ser um sintoma de que ele está se envolvendo com drogas ou é somente uma fase ruim. É bom descobrir o que está havendo.
- As amizades mudaram. A nova turma parece estranha. Segundo os especialistas, não são as más companhias que levam as pessoas para a droga. As amizades se dão por afinidade. Quando os amigos já não são mais os mesmos é bom saber por quê.
O papel da família é positivo:
- Para mostrar que há diálogo, confiança e relação afetiva.
- Para ajudá-lo a estabelecer regras e evitar as situações que o levam a uma recaída.
- Para mostrar que é possível encontrar ajuda de um profissional e conseguir se tratar.
- Para mostrar como é possível se organizar numa rotina sem o uso de drogas.
O papel da família é negativo:
- Quando os pais agem como "policiais", revistando bolso, bolsa, gavetas e carteira.- Quando sabem menos sobre as drogas que o usuário.
- Quando tenta culpar os amigos ou a si mesma pelo problema.

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