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Juazeiro, Bahia, Brazil
Em todos os lugares nos pedem definições de nós mesmos. Nas redes e mídias sociais, nas escolas, até nas rodas de bate-papo com amigos ou com estranhos. A maioria das pessoas tem uma necessidade estranha de saber quem é o outro e de se auto-definir em retas perpendiculares. Quem sou, o que gosto de comer, o que gosto de ouvir, de ver, de pegar, de quem eu gosto... São perguntas muito secas, diretas, com o objetivo de definir um ser, mas que acabam por deixá-lo ainda mais vago. Por isso, quem sou eu? Sou uma eferverscência de preferências mutáveis. Mudo com facilidade e essa é a minha maios qualidade e o meu maior defeito.

segunda-feira, 16 de março de 2009

A mídia e a estética


A preocupação com o belo já estava presente na vida das pessoas em tempos passados, mas nesta época tal preocupação estava mais ligada à produção artística. Já na sociedade atual a questão anteriormente citada não está atrelada apenas à produção artística, como também às pessoas, o seu modo de vestir, de ser, de se comportar etc. o que demonstra uma maior preocupação com a estética.
Porém, um problema em torno dessa questão é a influência que a indústria cultural faz através de seus atores, cantores, apresentadores, modelos e tantos outros profissionais que atuam em áreas relacionadas à mídia, a imposição de padrões de beleza cada vez mais inatingíveis.
O que a mídia apresenta serve de regra para o julgamento do que é ou não belo o que faz com que as pessoas busquem incessantemente adequar-se aos parâmetros estabelecidos por esta. A busca constante está promovendo várias conseqüências na sociedade.
Por exemplo, segundo a ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos- o Brasil ocupa a terceira posição no ranking de consumo de cosméticos, estando atrás apenas dos Estados unidos e do Japão, em 2007. Já a SBCP - Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica constatou em pesquisa realizada entre setembro de 2007 e agosto de 2008 que são realizadas 1,2 mil cirurgias plásticas por dia, ou seja, 547 mil cirurgias nesse período. No ano de 2004, foram realizadas no Brasil 629 mil cirurgias plásticas e de reparação. Nosso país ocupa a segunda posição no ranking dos países que mais fazem cirurgias plásticas, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Entretanto, esse culto à beleza não mexe só com o corpo, mas também com o psicológico. Patologias como a bulimia e a anorexia nervosa estão cada vez mais comuns nesta sociedade, onde o bonito é somente o que a mídia mostra.
Esses índices apontam que o povo brasileiro é vaidoso o que faz com que o mercado da estética mova milhões de reais todos os anos. Essa vaidade se acentua com ação dos meios de comunicação, especialmente da propaganda, mas também com a inovação estética, citada por Wolfgang em seu livro Critica da estética da mercadoria de 1936:
No setor têxtil, na indústria automobilística, nos gêneros alimentícios, nos eletrodomésticos, livros, remédios e cosméticos, as constantes inovações estéticas transformam de tal maneira o valor de uso que o consumidor fica atordoado. Nessas circunstâncias quase não adianta insistir na perspectiva do valor de uso. Essa tendência é inevitável no capitalismo. (HAUG, 1936, p57)

Todos esses dados evidenciam a ação da indústria cultural (Adorno e Horkheimer, 1947) sobre o comportamento das pessoas no que tange à estética. Ação está que promove um sentimento de impotência e de exclusão nos que delas querem se desviar, afinal a massificação promovida pela indústria cultural rejeita qualquer tipo de posicionamento contrário a esta.

Jadnaelson

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