Capa do DVD Tommy

É dificil falar da importância da ópera rock Tommy. É difícil até mesmo falar qualquer coisa a respeito dela. Embora poucos hoje em dia a conheçam (a maioria, fãs de classic rock), o filme é um marco na história do rock e dos musicais.

Tommy surgiu inicialmente como um disco duplo de hard rock, da banda The Who, composto por Pete Townshend, que logo se tornou um sucesso. O filme foi lançado em 1975, trazendo estrelas como Elton John, Tina Tunner, Eric Clampton, Oliver Reed e Jack Nicholson (fala sério, você vai perder a oportunidade de ver um já velho Jack Nicholson na década de 70 CANTANDO?).

Eric Clapton e Marilin Monroe

Tommy é sobre um rapaz que, devido a um trauma de infância, é surdo, cego e mudo e se torna um campeão de… pinball! Coloque aí elementos psicodélicos, MUITA crítica social, ironia, sarcasmo e, claro, rock’n roll.

Eu poderia ficar horas escrevendo sobre o filme, a música, o elenco, a direção… há muito o que pode ser dito sobre Tommy. Mas deixo a análise sobre o filme para pessoas mais competentes. Você pode encontrar aqui. Quero apenas comentar sobre o motivo deste filme ser importante para mim, como público e como pretenso autor, e compartilhar essa obra com você.

O principal motivo é devido ao fato de Pete Townshend ser um gênio capaz de falar tantas coisas em tão pouco tempo. Pete é famoso por suas críticas, mas creio eu que em Tommy ele atinge seu ápice. Nada escapa. Religião, sociedade, estado, família, drogas, prostituição, vaidade, ciêmcia; tudo é criticado com acidez e sagacidade. Tommy é, acima de tudo, uma crítica ao comportamento humano em geral e a necessidade que as pessoas carregam de seguir alguém, um líder, um campeão, um messias, quem quer que traga alguma promessa de curar/salvar/redimir. Mas, curiosamente, ninguém, seja religioso ou cientista, é capaz de curar Tommy – a não ser ele mesmo!

O Pequeno Tommy

No fundo, essa é a mensagem do filme. O caminho da cura e da iluminação está dentro de cada um de nós. Isso é mostrado no filme através das cenas em que Tommy se encara diante o espelho.

Tommy também é um filme altamente simbólico. Tanto que se você deixar passar os simbolismos, você perde grande parte da mensagem e da crítica. Isso também é importante para nós, criadores, percebermos como simbolismos auxiliam a tornar uma obra grandiosa por fazerem parte do inconsciente coletivo e geralmente carregarem um significado que não poderia ser facilmente explanado de outra forma.

Há também o fator psicológico que, não poderia ser diferente devido à época, é trazido no psicodelismo. É preciso prestar atenção a isso pois na sociedade de hoje o psicodelismo pode não fazer muito sentido.

E, claro, a música de Tommy é memorável. Os integrantes da banda The Who tem participação em ótimas performances, como Keith Moon interpretando o perverso tio Ernie e o próprio Roger Daltrey como Tommy. Elton John é o Pinball Wizard, que joga uma máquina de pimball que no lugar de botões possui um teclado de piano. Eric Clapton é um padre em uma igreja que adora Merilin Monroe e promete cura aos doentes. Tina Tunner é uma prostituta que promete resolver todos os problemas com seu “ácido” – LSD para os noobs. Jack Nicholson é um médico que dispõe de todo o conhecimento atual. Oliver Reed é um diretor de acampamento que parece ser o cara mais legal, simpático e honesto do mundo – mas o subtexto demonstra o contrário. Todos eles e os demais fazem uma participação musical excelente.

Elton John - The Pimball Wizard

Isso é tudo o que posso dizer sem spoilers,  se bem que já dei alguns. Tommy é um filme que talvez não faça o seu gênero e talvez você até o odeie – mas ainda assim vale a pena conhecer. Não é sempre que se vê algo tão maluco e tão denso, profundo e complexo ao mesmo tempo.

No mais, assistam ao filme e façam suas próprias considerações.

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