quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A Idéia Editorial e seus fumetti bizarros

Em 1980, em quase toda banca de jornal, lá no fundo junto com as “revistinhas de sacanagem”, você se deparava com alguma publicação de quadrinhos eróticos da Idéia Editorial. Era um material muito interesante, originalmente publicadas na Itália pela Edifumetto.
As edições eram volumosas e bem cuidadas, com capas pintadas, bonitas de se ver. Os desenhos, sempre em preto e branco, sofriam com um estilo acadêmico meio monótono, mas mesmo assim razoáveis.
Os diversos títulos variavam do conto de fadas malicioso ao terror. As histórias eram recheadas de sexo e devassidão para todos os gostos e, invariavelmente, violentas. Na França, onde também foram publicadas, algumas chegaram a ser censuradas. Aparentemente, nenhuma idéia era demasiadamente grosseira ou de mau gosto para a equipe de produção dessas revistas.
Branquela (Biancaneve, no original), a Branca de Neve versão fumetti, era uma das mais divertidas. Dá para imaginar o que acontecia nas histórias... Orgia de Branquela com os anões, a rainha má em uma missa negra e até uma impagável cena de Branquela transando com Chapéuzinho Vermelho.
Já as histórias do Conde Dinho, passavam-se nos anos 30 e narravam as terríveis aventuras de Jimmy Wallestein, um milionário que ocultava o rosto deformado e odioso sob uma máscara. Apesar do que as ilustrações das capas sugerem, não se tratava de horror sobrenatural, mas de um monstro cruel e sádico, que caçava criminosos impiedosamente, aplicando sua justiça violenta a qualquer custo.
Na linha de terror propriamente dito, tínhamos Zora e Vampi, vampiras sedentas por sangue e algo mais; além de Morcego Negro. Provavelmente, o mais notável entre estes títulos de terror foi Frígida, uma morta ninfomaníaca que matava ou mutilava seus parceiros sempre que tentava ter relações sexuais. Talvez a (anti) heroína mais bizarra de todos os personagens que mencionei aqui.
Zarro, “o mascarado traçador”, era um espadachim que, além de combater a injustiça e a opressão tinha o hábito de desenhar um “Z” nas bundas das mulheres; e Playcolt, um espião internacional igualzinho ao Alan Dellon, capaz de coisas que deixariam o 007 vermelho de vergonha.
Como eu já disse, o bom-gosto não era o forte dessa revistas, portanto, se você é um leitor exigente não perca tempo procurando por elas. Porém, se você é um daqueles que tem uma curiosidade mórbida por bizarrices, vale a pena conhecer esse material.

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