quarta-feira, 20 de junho de 2007

Revista Animax

No finalzinho dos anos noventa uma publicação Paulista fora do eixo Abril/Globo começou a se destacar no mercado dos quadrinhos. Era a revista Animax da editora Magnum. Os desenhos de anime gradativamente iam tomando o lugar dos já manjados americanos. Seguindo esta tendência, a revista Animax entra no mercado para suprir uma lacuna que as duas editoras que detinham o monopólio dos quadrinhos no Brasil estavam deixando. Mas o que mais me chamou a atenção na breve saga da revista Animax, foi o seu investimento na produção nacional. Até então produzir material de um personagem já consagrado em outro país era uma coisa quase que inédita, somente a Editora Abril fazia isto com as historinhas do Senhor Disney. A ilustração acima foi uma das tantas que enviei para que fossem avaliadas por Sergio Peixoto o então editor da revista. A esperança de ser absorvido pelo mercado de trabalho era grande, pois eles lançaram no Brasil um título da Revista do Personagem japonês Megaman com produção 100% tupiniquim. Artistas nacionais criavam os roteiros e todas as etapas da arte. eu bem que tentei enganá los, mas meu estilo realmente não era este e eu acho que eles perceberam.
Retifico...
Segundo meu grande amigo e assessor para assuntos aleatórios, Jorge Luís, http://jjorgelcp.blogspot.com/
a façanha de publicar um personagem estrangeiro com produção nacional já havia acontecido antes. Contando somente com a memória, o "googleman" lembrou de alguns casos como o da Editora Ebal que vez que outra criava umas HQs com os super heróis da Marvel (Xmen, Nick Fury...). É possível que o Fantasma também tenha ganhado uma versão brasuca.

Arghh!!!!!






....lá pelas tantas, depois de muito receber cartas e zines sobre quadrinhos, chegou em minhas mãos um Fanzine um tanto quanto diferente. Era uma publicação de Peter Baiestorf e abordava uma temática um tanto quanto exêntrica (para mim pelo menos). Peter fazia filmes de terror no melhor estilo cine trash e seu zine para mim soava como o Underground do Underground. Recebi um exemplar do Zine Arghh (este era o nome do folhetim) e tentei entrar no clima, fiz diversas ilustrações para enviar a título de colaboração. Mas acho que não fui muito feliz, pois até onde eu sei nenhuma das ilustrações foi aproveitada. Paciência, não foi a primeira e talvez não será a última. Como já dizia aquele velho "big brother": "Faz parte"!






Abaixo a filmografia de Peter Baiestorf:



Longas:
Criaturas Hediondas (1993)
Criaturas Hediondas 2 (1994)
O Monstro Legume do Espaço (1995)
Eles Comem Sua Carne (1996)
Caquinha Superstar A Go-Go (1996)
Blerghhh!!! (1996)
Bondage (1996)
Super Chacrinha e Seu Amigo Ultra-Shit em Crise Vs. Deus e o Diabo na Terra de Galuber Rocha (1997)
Gore Gore Gays (1998)
Sacanagens Bestiais dos Arcanjos Fálicos (1998)
Bagaceiradas Mexicanas em Palmitos City (1998)
Raiva (2001)
Cerveja Atômica (2003)
A Curtição do Avacalho (2006)
O Monstro Legume do Espaço 2 (2006)
Médias:
Açougueiros (1994)
Chapado (1997)
Zombio (1999)
Não Há Encenação Hoje (2002)
Palhaço TristeLongas:
Criaturas Hediondas (1993)
Criaturas Hediondas 2 (1994)
O Monstro Legume do Espaço (1995)
Eles Comem Sua Carne (1996)
Caquinha Superstar A Go-Go (1996)
Blerghhh!!! (1996)
Bondage (1996)
Super Chacrinha e Seu Amigo Ultra-Shit em Crise Vs. Deus e o Diabo na Terra de Galuber Rocha (1997)
Gore Gore Gays (1998)
Sacanagens Bestiais dos Arcanjos Fálicos (1998)
Bagaceiradas Mexicanas em Palmitos City (1998)
Raiva (2001)
Cerveja Atômica (2003)
A Curtição do Avacalho (2006)
O Monstro Legume do Espaço 2 (2006)
Médias:
Açougueiros (1994)
Chapado (1997)
Zombio (1999)
Não Há Encenação Hoje (2002)
Palhaço Triste

terça-feira, 19 de junho de 2007

Poder de Fogo

O fanzine Poder de Fogo era editado e publicado pelo grupo já citado neste blog; Visuart. Em um primeiro momento os alunos aprendiam noções básicas de histórias em quadrinhos. Todos tinham que produzir uma história de no máximo dez páginas e no mínimo quatro com livre escolha de tema. Uma vez concluído o trabalho, criávamos um zine e em regime de multirão bancávamos a publicação do mesmo. Em um segundo momento, simulava-mos a rotina de um Estudio Profissional. Trabalhava-mos em equipe com estilos,personagens e temas pré determinados. O Poder de fogo era como se fosse o trabalho de conclusão de um curso, a cada turma era lançada uma nova edição pelos alunos e supervisionada pelos professores.
Cada uma dos professores cedeu um dos seu personagens para os alunos desenvolverem. A ilustração acima é do personagem criado por Daniel HDR, o Demônio.

Panta

Live! Este é o espírito da coisa. Estava em um momento meio difícil da minha vida até que um grupo de amigos me convidaram para fazermos um trabalho juntos. Já que estavam todos com muita disposição, propuz a criação de uma revista ao invés de um Zine. Era a Panta, revista que a muito tempo eu vinha idealizando. Minha intenção neste trabalho era profissionalizar os fanzines que eu e meus amigos publicávamos. Nos reunimos, cada um com a sua especialidade e começamos a trabalhar. O resultado desta empreitada foi meio injusto, pois todos criamos bons trabalhos, mas o sonho de transformar o Zine em uma revista ficou só na vontade.
É realmente muito difícil publicar neste Brasil que tanto gosto. Tudo é muito difícil, caro, e requer uma verba de quem trabalha de graça o que acaba inviabilizando o projeto.
A ilustração acima era uma sugestão minha para a capa do zine, mas não foi escolhida pelo grupo. Preferimos um outro desenho que trazia uma mulher supostamente morta, de bruços em um pântano. Fazia mais sentido dado o nome da revista: "Panta". O único detalhe é que este nome nada tinha a ver com pântano, tratava-se de uma homenagem ao meu falecido pai, o velho Panta. É claro que eu nunca contei nada disso para ninguém, afinal de contas, o nome já havia sido aprovado mesmo.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Redentor...

Marcos Franco. Este é o cara que criou o personagem acima, Redentor um super herói baiano todo estiloso. M. Franco ficou conhecendo minha arte através de um outro fanzine e gostou o suficiente para me pedir uma colaboração. Me mandou então um roteiro de quatro páginas que trazia uma aventura do seu personagem Redentor. Nesta HQ Redentor iria enfrentar o bispo Almir Mascarenhas, nada mais nada menos que o próprio coisa ruim em pessoa! É claro que o Redentor vence a luta e manda o falso bispo de volta para os confins do inferno libertando assim as vítimas da história, os crentes que seguiam o falso profeta. Marcos Franco nunca mais me escreveu e eu não fiquei sabendo se ele chegou a publicar a história que desenhei. Se alguém souber, por favor me contem!
PS:
Pois é, quem é vivo sempre aparece, agradeço ao amigo por entrar em contato. Então com a palavra, Marcos Franco:
"Nascido e criado na cidade Feira de Santana (Bahia), em 1975, Marcos Franco, assim como muitos, iniciou a produção de HQs desde a infância. Colecionador compulsivo, consumia gibis dos mais diversos gêneros e estilos. Conseqüentemente, passou a querer cada vez mais, não se contentando somente a colecionar, mas sim produzir também. Assim, começou a criar seus próprios personagens, entre rabiscando e muitas idéias, projetando suas primeiras HQs.Após conhecer o veterano quadrinista Leônidas Grego, Marcos Franco ampliou seus próprios conhecimentos sobre a produção de HQs, principalmente através do vasto universo dos fanzines. Ao iniciar suas produções, demonstrou reais interesses na arte seqüencial, mesmo tomando ciência da tamanha dificuldade que as HQs enfrentam em nosso país.Seu primeiro fanzine editado foi o “Mutante”, em 1993. Ao lado de seu primo Teilom Lima e o amigo-irmão Cesar Trindade, o zine trazia uma HQ com o personagem título. Em 1996 surgiu o “Studio Made in Bahia”, núcleo de quadrinhos criado com o intuito de difundir os quadrinhos na cidade e revelar talentos locais. E foi o que aconteceu. Grandes talentos foram revelados, 15 no total. Após um convênio com o museu de arte contemporânea da cidade (entidade mantida pela prefeitura local), o núcleo realizou exposições e mostras de quadrinhos, resultando até mesmo na revista independente Brazuca Comics.Desde então, Marcos Franco esteve sempre em atividades, demonstrando um diferencial em seus roteiros, sempre num processo evolutivo. Já publicou em diversos fanzines no Brasil afora, inclusive em revistas independentes, como a “Impacto Fabricado no Brasil”. É autor da HQ “O Maníaco do Parque”, editada originalmente na revista independente “Crânio/Velta/Redentor”, um excelente roteiro de sua autoria, utilizando fatos reais com o universos das personagens (está disponível em versão digital através do site: www.hqfiles.hpg.ig.com.br/ezine/hqs/veltacranioredentor/vcr001.htmlda saga “Epopéia”, o maior crossover entre super-heróis brasileiros já visto, onde roteirizou em parceria de Eleniltom Freitas (pode ser acessada através do site: w http://www.comicsbr.hpg.ig.com.br/inicial.htm ); e em breve o lançamento da revista Fantasia e Ficção, programada para este ano ainda(confira a programação: www.lagartonegro.com.br/noticias_015.php) .Entre suas criações, as personagens de maior destaque são o “Redentor” (que em 2006 comemorou 10 anos de existência) e “Penintência”. Contatos com Marcos Franco: redentor.franco@bol.com.br"

Alice


Lembram do filme "Scanners - Sua mente pode destruir". Eram uns caras que conseguiam explodir algumas cabeças usando para isso somente o poder da mente. Foi partindo desta premissa que criei esta personagem, Alice, uma garota adolescente com os tradicionais problemas de sua idade. Sua única diferença em relação as demais garotas é que sem mais nem menos Alice começa a se descobrir uma tele cinética. Deixar essa menina nervosa podia ser muito arriscado pois a mesma ainda não tinha o domínio sobre a plenitude de seus poderes.
Tudo muito bonito, só que depois que eu já estava com dez páginas prontas, descobri que havia um Mangá chamado "Garota Sensitiva" e que sua história era bastante semelhante a minha. Como certamente iriam dizer que eu copiei o trabalho alheio, acabei desistindo do meu projeto. Ficou condenado a permanecer na gaveta por dez anos. Bom, a sentença acabou e hoje ele esta livre para ser apreciado por quem quiser ver, basta entrar no blog.

Esfumato

Sabe quando você é obrigado a fazer uma coisa que não gosta só para mostrar que é capaz. Pois bem, o desenho a cima é um caso destes. Tinha uma amiga que vivia me pedindo para desenha-la, mas não gosto de fazer este tipo de desenho. Não quero menosprezar o trabalho de quem faz, mas acho que há pouca arte e muita técnica nestes trabalhos. A pessoa que será o objecto da arte sempre irá querer uma traço que seja o mais próximo possível da realidade e quanto mais você consegue este objetivo, menos pessoal ficará a obra. É provável que quando conseguires alcançar a tão almejada perfeição ninguém reconhecerá o seu trabalho pois não haverá nem um toque pessoal ali, apenas técnica e isto qualquer um pode aprender com muita dedicação. Gosto sim de caricaturas, de preferência aquelas em que consigo identificar o autor somente pelo traço ou estilo. Gosto de trabalhos autorais e bastante estilizados, daqueles que você gosta ou odeia. Assim já dizia uma certa passagem bíblica: "seja frio ou seja quente, mas nunca seja morno".

Ganov...

Este é um quadrinho de uma história do Super herói Ganov. Nesta segunda aventura do personagem resolvi dar uma caprichada nos detalhes. O resultado é que comecei com um padrão que depois nem eu tive saco para dar continuidade. Acabou ficando como mais uma da série de histórias inacabadas. Para ser o antagonista desta HQ, escolhi um personagem que estava frequentando todas as mídias imagináveis no ano de 1996, o "chupa-cabras". Na minha versão o chupa-cabras era um Alien (inteligente/racional) que havia ficado na terra por algum motivo (tipo o E.T. do Spilberg) e estava perdido e com fome. Alimentava-se de animais no campo e poderia se defender muito bem caso fosse atacado. O anti herói politicamente incorreto Ganov foi lá (Interior de Santo Antônio da Patrulha) para investigar e acabou bagunçando tudo como era de costume...

1997 - Lost Highway (A estrada perdida).

Tinha um Fanzine (se eu lembrar o nome, prometo que coloco aqui) qu trazia notícias em primeira mão sobre cinema. Era muito bom e seu editor me pediu uma colaboração. Ele iria fazer uma matéria sobre o filme "1997 - Lost Highway (A estrada perdida)" de David Lynch, o mesmo cara que fez O Homem Elefante, Dunna e Twin Peaks. Só fui assistir o filme de fato anos mais tarde e diga-se de passagem, achei uma porcaria. Como fiz a ilustração sem olhar o filme, achei que ficou devendo, não ficou muito coerente pois a estrada em si não era o eixo principal do filme. Ainda assim foi aproveitada pelo amigo com destaque, pois foi capa da referida edição.

Mangá

O ano de 1997 foi um período bastante produtivo para mim. Foi a época em que fui aluno do pessoal do Visuart (Marcos Pinto, Daniel HDR, Jerônimo de Sousa, Marcelo Silveira, Jefferson Barbosa). Aprendi um bocado de coisas com estes caras. Com este aprendizado meu trabalho deixou de ser "rabiscos de fundo de sala de aula" e passou a adquirir técnicas mais profissionais. Tecnicamente falando, meus desenhos passaram a ser reproduzíveis pois comecei a usar os suportes e os materiais corretos. Foi também nesta época que descobri o Mangá, o jeito japonês de se fazer quadrinhos. O cara que mais me influenciou neste estilo com certeza foi o Marcos Pinto. Hoje é bem comum você ir até uma banca e comprar um gibi de Mangá, mas em 1997 conseguir uma revista destas carecia de um certo garimpo pelas bancas e lugares afins. Marcos Pinto era a nossa referência seja para nos orientar ou conseguir material para apreciação. O fanzine Dojinshi surgiu para suprir a necessidade de um veículo que se dispusesse a publicar o material de quem quisesse beber desta vertente. Participei de três números deste zine e foi nele que criei o "super-anti-herói" Ganov. Ganov era um super-herói búlgaro (!) que atuava no Brasil, tinha poderes de super heróis americanos e era feito no estilo Japonês. Uma porcaria. Apesar disso, suas páginas participaram de algumas exposições e sua primeira história foi publicada em mais dois zines fora o Dojinshi. O herói depressivo que sempre deixava saldo negativo em suas tentativas de ajudar o próximo até que fez um relativo sucesso.