Problemas ambientais na Atmosfera

          A poluição atmosférica
As características da atmosfera proporcionam um ambiente favorável à existência da vida. Um dos elementos fundamentais à sobrevivência humana é o ar que respiramos tal como o solo e a água; quando ele está poluído, origina problemas graves que podem desequilibrar os ambientes terrestres.
A contaminação do ar já vem do passado, desde que o Homem começou a utilizar os recursos fosseis. Mas foi nos últimos 200 anos que as alterações produzidas na atmosfera e na biosfera se tornaram mais graves. A poluição atmosférica é um problema de proporções ambientais, afectando todo o planeta e os seus habitantes.
A composição química da atmosfera está a sofrer uma modificação importante: os principais gases que a constituem (ozono e o oxigénio) mantêm-se inalterados, mas os outros gases (dióxido de carbono, metano e o dióxido de carbono) têm aumentado consideravelmente, e estes gases têm grande importância no equilíbrio térmico da Terra. A desflorestação, a decomposição do húmus no solo (desertificação), e a decomposição da matéria orgânica, provocada pelas alterações químicas que ocorrem nos lagos e pântanos contribuem também para o aumento de dióxido de carbono na atmosfera. A Europa é um continente muito industrializado, sofrendo por isso os males da poluição atmosférica.

Causas:
Actividade industrial e a circulação rodoviária: são sem dúvida os maiores responsáveis pela poluição atmosférica, embora em diferentes graus e conforme o tipo de indústrias. A indústria consome 37% da energia mundial e emite 50% de dióxido de carbono, 90% dos óxidos de enxofre e todos os produtos químicos que actualmente ameaçam a destruição da camada de ozono, além de produzir anualmente 2100 milhões de toneladas de resíduos sólidos e 338 milhões de toneladas de resíduos tóxicos, lançam grandes quantidades de gases que tornam a atmosfera pesada a quase irrespirável,  empestam o ar com gases que exalam um cheiro nauseabundo, além de provocarem profundas alterações na paisagem. Os veículos motorizados lançam
·         para a atmosfera, além dos fumos, uma infinidade de gases e outras substâncias químicas, como o monóxido e o dióxido de carbono, o dióxido de enxofre, o gás sulfuroso e os hidrocarbonetos gasosos, entre outros de grande toxicidade.
·         A expansão urbana: reflecte-se no aumento dos níveis de poluição, dado que acarreta uma intensificação do tráfego rodoviário, com grandes congestionamentos, um maior número de aquecimentos domésticos, entre outros.
·         Incêndios florestais, as queimadas, a incineração de lixos ou as pulverizações com pesticidas: são também responsáveis pela emissão de elementos poluidores do ar, nocivos.

Para este problema contribuem as características climáticas da região, a posição geográfica e os ventos dominantes.

Consequências:
- Problemas de saúde (doenças como: bronquite, enfisema, asma, cancro pulmonar);
- Aumento do efeito de estufa;
- Aquecimento global da Terra;
- Enfraquecimento da camada de ozono;
- Chuva ácida;
- Clima urbano;
- Smog.

Efeito de estufa
      Esta situação pode comparar-se aos vidros janelas de uma casa, que permitem que a luz solar ente, ilumine e aqueça a habitação, mas impedindo a saída de calor, mantendo a casa quente, a atmosfera, tal como os vidros da janela da casa, é pouco permeável e estas radiações e constitui uma espécie de barreira, dificultando a sua propagação para grandes altitudes. Uma parte é absorvida e outra é reenviada, por reflexão, para as camadas mais baixas, onde se acumula e faz elevar a temperatura. O vapor de água, o dióxido de carbono, os óxidos de azoto, o metano e as partículas sólidas e líquidas constituem os elementos fundamentais dessas barreiras, já que são eles os principais responsáveis pela absorção e pela reflexão da radiação terrestre. Este fenómeno é conhecido por efeito de estufa e atinge mais os países industrializados, por serem estes os principais emissores de dióxido de carbono. Na actualidade, assiste-se a um alargamento do problema a regiões menos industrializadas, não só devido à queima das florestas tropicais mas também a fenómenos naturais como as erupções vulcânicas. O efeito de estufa assume uma importância extraordinária para a vida na Terra, este processo é muito importante para a temperatura da Terra ou seja o equilíbrio térmico.
     Na verdade, se o calor libertado não encontrasse qualquer obstáculo á sua propagação, escapar-se-ia para as altas camadas da atmosfera ou mesmo para o espaço extra-atmosférico, o que teria como consequência um arrefecimento de tal modo intenso (sobretudo durante a noite) que tornar o nosso planeta inabitável. Esta é, portanto, a fase positiva do efeito de estufa. Mas, o aumento da quantidade de gases de efeito de estufa, com destaque para o dióxido de carbono, o metano, óxido de azoto, os clorofluorcarbonetos (CFC), o monóxido de carbono, etc. Lançados para atmosfera pelas diversas actividades humanas, sobretudo através da queima de combustíveis fosseis na indústria e nos veículos motorizados, e também pelos grandes incêndios florestais, tem vindo acentuar o efeito de estufa com o consequente e indesejável aumento da temperatura na troposfera, com consequências graves ao nível do equilíbrio térmico e ambiental do planeta e risos para o próprio Homem.

  
      Consequências:
l  Fusão dos gelos nas regiões polares;
l  Subida dos oceanos, com a submersão de áreas litorais, provocará a emigração de dezenas de milhões de pessoas;
l  Redução das áreas de cultivo e a salinização das fontes de água doce;
l  Modificações mais ou menos profundas no regime das precipitações e no ciclo natural da água;
l  Alterações climáticas que provocarão profundas alterações na fauna e na flora;
l  Avanço acelerado dos desertos para terras produtivas, o que fará aumentar a escassez de alimentos em países já hoje devasto por problemas de supernutrição e fome;

Além destas consequências directas, verificar-se-ão ainda fomes, epidemias, extinção de espécies animais e vegetais, diminuição de recifes de coral, etc.


Aquecimento global

O aquecimento global pode ser considerado um dos mais sérios desafios ambientais que a humanidade enfrenta. As suas consequências afectam os seres vivos de todas as regiões nas próximas gerações. Já não é apenas uma tendência, mas uma realidade da qual não podemos fugir, a Terra aquece a um ritmo muito superior ao que seria normal. Se é verdadeiro que ciclicamente o nosso planeta conhece alterações térmicas (alternância de períodos mais quentes ou mais frios – caso da era das glaciações), também não poderemos deixar de constatar que a intervenção do homem e das suas actividades tem vindo a agravar o problema. Assim, o aquecimento global do planeta reflecte-se de várias formas na vida do Homem. 
A temperatura aumentou cerca de 5ºC nos últimos milhares de anos, prevendo-se que aumente ainda mais 3ºC nos próximos 100 anos.
Esta subida da temperatura terá implicações muito graves:
·         Avanço dos desertos e o aumento das regiões áridas como Sahel (margens meridionais do deserto do Sara. É uma área de transição entre os climas tropicais e o clima desértico quente), afectadas por secas sucesivas;
·         Subida do nível das águas provocada pelo degelo das calotes polares, provocando por sua vez cheias, inundações que leva á submersão de regiões costeiras, assim como terrenos férteis, estâncias turísticas e importante património histórico e natural. Portugal como se situa no litoral algumas regiões costeiras ficarão submersas;
·         Alterações no ciclo normal das chuvas provocando inundações;
·         Modificações em termos agrícolas, nomeadamente resultantes da necessidade de substituição de algumas espécies por outras adaptadas às novas realidades climáticas, facto que implicará não apenas alterações de cariz económico mas também cultural, com a necessidade de introduzir novos hábitos alimentares;
·         Alargamento da área afectada pelas doenças tropicais, em consequência das migrações dos agentes contaminadores.


O Buraco do ozono
O ozono (O3) é um gás azulado da família do oxigénio e resultante da dissociação das suas moléculas, provocada por certas radiações do Sol. Cada um dos átomos resultantes dessa separação recombina-se como oxigénio molecular, originando-se assim o ozono. Este gás acumula-se na sua quase totalidade na estratosfera (12-50), formando a chamada “camada de ozono”. Esta designação refere-se apenas à zona da estratosfera, onde é maior a sua concentração, pois o ozono existe também na baixa atmosfera, embora em muito pequenas quantidades, caso contrário tornar-se-ia perigoso para a saúde do Homem e para o ambiente em geral.
     A existência da camada de ozono é vital para a vida na Terra por ser responsável pela absorção de grande parte da radiação ultravioleta (mais de 95%) e impedir que esta atinja a superfície terrestre em quantidades demasiado elevadas, o que se acontece-se  provocaria graves problemas aos seres vivos, nomeadamente:
·         Cancro da pele (sobretudo quando os seres humanos se expõem demasiado ao sol sem protecção);
·         Deformações;
·         Atrofia, raquitismo;
·         Cataratas ou mesmo cegueira;
·         Enfraquecimento das defesas imunológicas;
·         Aumento das doenças infecciosas;
·         Perturbações respiratórias nas crianças, idosos e asmáticos.
·         Nas plantas provoca a diminuição da fotossíntese (acção desenvolvida pelas plantas que consomem o dióxido de carbono e libertam o oxigénio), nos outros seres vivos como o plâncton e as plantas, surge o perigo da transformações genéticas podendo mesmo a vir a desaparecer alguns seres vivos o que provocará profundas alterações nas cadeias alimentares.

    Essa destruição é provocada por produtos químicos libertados pela actividade humana, especialmente os que contêm cloro e, em particular, os chamados clorofluorcarbonetos (CFC), gases constituídos por cloro, flúor e carbono, muito utilizados em frigoríficos, aparelhos de ar condicionado, indústria electrónica, produção de espumas sintéticas usadas no combate a incêndios, artigos de limpeza, etc.
    Os CFC sobem até à estratosfera, e aí a radiação ultravioleta separa as suas moléculas e liberta os átomos do cloro, que reagem com o ozono, destruindo-o. A diminuição da espessura da camada de ozono, fenómeno conhecido por “buraco do ozono”, facilita a passagem das radiações ultra-violeta, fazendo com que estas cheguem em maior quantidade à superfície terrestre. Actualmente, procura-se substituir os aerossóis e outros agentes emissores de CFC por elementos que não provoquem danos ambientais, tal é o perigo que a destruição da camada de ozono representa para a vida humana.

    Alterações Climáticas
     Durante as últimas décadas, o Homem tem transformado os espaços, as paisagens e a Natureza em geral. Desta forma, grande parte dos cientistas pensa que as actividades humanas estão a conseguir alterar o clima do planeta através da poluição atmosférica que provocam:
·         Aumento do efeito de estufa;
·         Destruição da camada de ozono;
·         Aumento global das temperaturas;
·         Degelo das calotes polares;
·         Subida do nível médio das águas do mar.
     Por outro lado, também a destruição das florestas tropicais que tem contribuído para as alterações climáticas e sobretudo para o avanço dos desertos.
      Toda esta cadeia de problemas põe em perigo o planeta e o próprio Homem. No entanto, esta questão não reúne ainda o consenso dos especialistas, mas o facto é que os extremos climáticos são cada vez mais frequentes.

    Alguns casos:
*      No verão de 2002, a Europa foi assolada por grandes tempestades, com destaque para a Áustria, Alemanha, Rússia, Roménia e República checa;
*      Na Ásia e noutras regiões do mundo, as tempestades torrenciais, inundações e derrocadas atingiram sobretudo a China, a Correia do sul, as Filipinas, o Nepal, o Irão e parte da Índia também no verão de 2002;
*      Em contrapartida a seca assolou metade do território dos EUA, o Vietname, grande parte da Índia, Austrália e o Norte da China.
   
     Consequências:
·         Precipitações anormalmente elevadas e cheias que provocam mortes, desabamentos de terras e elevados prejuízos materiais, nomeadamente nas habitações e na agricultura;
·         Secas que devastam colheitas e ameaçam com subnutrição e fome as populações;
·         Subida do nível médio das águas, pelo que as regiões mais próximas de grandes rios e mares serão as mais afectadas;
·         Os mosquitos da malária e da febre-amarela podem começar a atingir regiões que antes não eram afectadas;
·         A escassez da água potável, o que contribuirá para a propagação de epidemias, febres e diarreias;
·         A biodiversidade será afectada e os ambientes naturais serão muito alterados.
    El niño
    
     Um fenómeno que ocorre de 4 em 4 anos junto à costa do Peru e altera os padrões de vento, o ambiente dos seres vivos e das chuvas devido ao aquecimento acima da média. Mas também ocorre um fenómeno contrário: La niña.

     Smog    
    As contaminações atmosféricas mais graves surgem em situações de existência de nevoeiros.  A formação destes é favorecida pelos focos poluidores que aumentam o número de núcleos de condensação (poeiras e partículas diversas) na atmosfera saturada ou quase saturada.
     Forma-se, assim, uma mistura de nevoeiros e fumos, que internacionalmente ganhou a designação de smog (do inglês smoke, fumo, e fog, nevoeiro).
     As condições geográficas meteorológicas são muito importantes para o agravamento ou a diminuição do efeito da poluição do ar.
     As consequências do smog assumem particular gravidade se ocorrerem fenómenos de inversão térmica, em que a temperatura do ar junto ao solo é inferior á que se regista em altitude (situação de acentuado arrefecimento nocturno), pois nesses casos o ar não ascende e provoca a concentração dos fumos à superfície.
    Uma das situações mais graves ocorreu na cidade de Londres, no ano de 1952, devido á conjugação de vários fenómenos meteorológicos, e foi responsável pela invasão dos hospitais pelas populações, em consequência de asmas, bronquites, problemas respiratórios e cardíacos, que provocaram um acréscimo na mortalidade. 
     Processos semelhantes ocorrem em cidades como Madrid ou Atenas, pelo facto de serem pouco arejadas, e obrigam os governantes à tomada de decisões para minorar este problema, sendo estas as restrições á circulação automóvel ou estabelecimento de medidas punitivas relativamente ás emissões de fumos industriais.
   
Consequências:
  • A inversão térmica, ou seja, o aumento da temperatura durante o dia, e condições de grande arrefecimento nocturno.
  • Provoca directamente nas pessoas asma, bronquite, problemas respiratórios e cardíacos.
  • Concentracção de fumos à superficie.