Problemas Ambientais na Biosfera

Desflorestação
As florestas são o maior ecossistema terrestre, as florestas armazenam cerca de 40% do dióxido de carbono, e a desflorestação tem contribuído para o aumento de cerca de 30% de dióxido de carbono na atmosfera nos últimos 150 anos.
A destruição das florestas é um enorme atentado ambiental, pois as suas consequências atingem os ecossistemas de uma forma fatal.
Algumas actividades económicas têm sido determinantes para o processo de desflorestação.

Causas:
·         A desflorestação promovida para a obtenção de fontes de energia (madeira e carvão) e para transformação de áreas ocupadas pelas florestas em terrenos cultiváveis reduziu no passado (séculos XX e XXI) as florestas europeias e asiática em mais de 70%.
·         A agricultura de queimada acarreta um duplo impacto ambiental. As queimadas libertam uma grande quantidade de dióxido de carbono, o que vai aumentar a poluição atmosférica.
Ao retirar-se a cobertura vegetal de uma região reduz-se a quantidade de água evaporada do solo e a produzida pela transpiração das plantas (evapotranspiração), acarretando uma atenuação no ciclo das chuvas. Assim, além dos efeitos directos, pode ainda considerar-se o aumento da erosão dos solos por estes estarem desprotegidos, mas também o aumento do calor, pode destruir o húmus (nutrientes, microrganismos e pequenos animais) ainda existente – menor fertilidade dos solos.
·         O derrube da floresta tropical tem servido para o aumento das monoproduções e da agricultura de plantação.
·         A actividade pecuária intensiva e o pastoreio provocam importantes ataques nas florestas e áreas de pastagens.
·         A actividade mineira esventra o solo e facilita a erosão. Este facto é ainda agravado pela contaminação das águas, em resultado do tratamento químico do minério.
·         A extracção de madeiras e a construção de infra-estruturas, como estradas, áreas urbanas e outras.
A desflorestação é um processo que se apresenta mais avançado nos países desenvolvidos, onde a pressão sobre os recursos florestais é maior. Actualmente, por razões económicas, assiste-se à destruição das florestas nas regiões intertropicais. Este facto é muito nocivo, pois elas são os verdadeiros “pulmões” do nosso planeta e representam espaços “virgens”, que têm vindo a ser destruídos, com graves reflexos do ponto de vista ambiental.
Os incêndios representam uma grande ameaça para as florestas, sobretudo para os países cujo clima regista um período seco, como é o caso de Portugal.

Consequências:
  • Empobrecimento do ar em oxigénio;
  • Aumento da erosão e a destruição irreversível dos solos;
  • Alterações climáticas;
  • Extinção de várias espécies animais e vegetais;
  • Contributo para o aquecimento global;
  • Destruição da camada de ozono;
  • Desequilíbrio hidrológico.
Se for mantido o actual ritmo de desflorestação, uma grande parte da 50% a 90% das espécies vivas do planeta que existem nas florestas será extinta a meio deste século!

Formas de proteger as florestas:
É necessário que cada cidadão tenha um papel activo na conservação das florestas:
ü  Prevenir os incêndios;
ü  Promover a reflorestação;
ü  Recorrer á reciclagem;
ü  Haver uma gestão eficiente e controlada das florestas;
ü  Criação de parques de reservas naturais o que impede o corte e a danificação das árvores.

Só por curiosidade:
A cada minuto perde-se o equivalente a 15 campos de futebol!
A cada hora perde-se o equivalente a 900 campos de futebol!

Desertificação
Há cerca de 5 mil anos, a superfície terrestre era constituída em cerca 50% por florestas.
Nos nossos dias, essa área restringe-se apenas a 20%, prevendo-se que até ao fim do milénio baixe para 14%. Este facto é preocupante e poderá agravar problemas já existentes, tais como a erosão do solo. A destruição dos solos é, assim, uma consequência da desflorestação e a agravar-se, como mostram as actuais tendências, implicará uma redução da produtividade agrícola, o aumento das inundações e o desaparecimento de algumas espécies vegetais e animais. Esta destruição do suporte vegetal contribuirá para as alterações climáticas que, associadas ao aquecimento global da Terra, em resultado do efeito de estufa, fazem avançar os desertos, agravando o processo da desertificação.
A situação revela-se mais problemática nas orlas dos desertos quentes, que têm vindo a alargar a sua área original para regiões anteriormente cobertas por vegetação.
A região do Sahel, em África, é aquela onde este problema se coloca de forma mais preocupante, uma vez que o deserto do Sara tem vindo a progredir rapidamente, devido á destruição da floresta tropical aí existente, tendo provocado, por isso, a erosão dos solos e o desaparecimento de muitos recursos hídricos. Esta situação está a originar problemas de seca e, consequentemente, de fome e pobreza para as populações locais, já de si bastantes carenciadas em recursos alimentares, afectando a economia de países ou regiões.
A destruição das florestas á ainda resultado de técnicas agrícolas arcaicas, da exploração de madeira ou de outras iniciativas do Homem, com forte impacto ambiental, que poderão, ao ritmo actual, reduzir muito as cinturas florestais da África, da Ásia e da América.

Causas:
  • Agricultura extensiva;
  • Pecuária extensiva;
  • Desflorestação;
  • Urbanização;
  • Poluição.
Curiosidade:
Os solos nacionais são dos piores da Europa para a produção agrícola e encontram-se fortemente degradados por erros do passado: a cultura do trigo, a plantação do eucalipto em locais errados, o crescimento urbano desordenado ou o facto de os agricultores portugueses aplicarem técnicas agrícolas erradas, que acabaram por empobrecer os solos.


Formas de evitar o avanço dos desertos:
Desde 1997 que Portugal possui um programa de Acção Nacional de Combate á desertificação, cujos princípios são:

ü  Reflorestação e manutenção do solo protegido com vegetação durante todo o ano;
ü  Adequação das culturas ao tipo de solos;
ü  Estudo das particularidades de cada solo;
ü  Participação da população;
ü  Recuperação e conhecimento tradicional no que toca ás boas práticas agrícolas

Resíduos:

O lixo é uma intervenção do Homem! Todas aquelas coisas que utilizamos nomeadamente na nossa dia-a-dia, como embalagens, latas, jornais, revistas, pilhas e sacos, não são naturais, isto é, foram fabricadas pelo Homem.
Os resíduos são vulgarmente chamados de lixo.
Os resíduos são um tipo de poluição que resulta das actividades do Homem e que podem ser bastantes prejudiciais para a saúde. Podem provocar cancro e contaminar águas e solo.
O problema dos resíduos é dramático, uma vez que o seu tratamento se revela muito complexo e caro, pelos meios técnicos que envolve.
Os resíduos dividem-se em três tipos:
- Resíduos urbanos;
- Resíduos industriais;
- Resíduos tóxicos: hospitalares e radioactivos.
Resíduos urbanos – os resíduos urbanos deve-se ao desenvolvimento das sociedades e o crescimento das cidades, que fizeram aumentar assustadoramente os “lixos urbanos”.
Nos últimos 20 anos, a produção de resíduos sólidos urbanos quase triplicou nos países desenvolvidos, atingindo um valor médio de 475 quilos anuais por habitante.

Resíduos tóxicos: Entende-se por resíduo tóxico a quantidade de material ou energia não aproveitada, resultante da actividade Humana, que contém substâncias ou produtos em concentração que representam riscos para a saúde humana ou para o ambiente.
Existem dois tipos de resíduos tóxicos:
- Os resíduos hospitalares;
- Os resíduos radioactivos.


Os resíduos industriais: Estes são produzidos pelas fábricas e podem ser perigosos quando lançados sem cuidados prévio.
As indústrias poluentes devem ter instalações de tratamento de resíduos; no entanto, algumas indústrias ou não as têm ou não funcionam.
A lei determina que as indústrias que produzem resíduos também sejam responsáveis pela sua eliminação; porém, o que se verifica é que as indústrias fogem às suas responsabilidades porque, por incrível que pareça, fica-lhes mais barato pagar as multas do que tratar os resíduos.
Resíduos hospitalares:
São produzidos pelas unidades de saúde e são perigosos, porque podem ser fonte de transmissão de doenças. Cada doente num hospital produz cerca de 3 quilos de lixo hospitalar, que, como pode ser infeccioso, tem de ser incinerado para não colocar em perigo a saúde pública.
Estes resíduos são tratados de forma similar, ou seja, depositados nos oceanos ou, então, “exportados” para países menos desenvolvidos. As razões para a aceitação destes detritos assentam nas condições de subdesenvolvimento com que a generalidade destes países se confronta, motivo pela qual a preservação do ambiente não é ainda uma prioridade para estes povos. O tratamento a dar aos resíduos tóxicos no nosso país é a co-incineração ou uma política de menor produção de resíduos e queimar apenas os mais perigosos.
Resíduos radioactivos:
 Estes resíduos são perigosos, tanto pela libertação de radiações como por envenenamento das águas e solo. Estes resíduos são geralmente enterrados no subsolo dentro de contentores metálicos. Os recipientes, sujeitos a grandes pressões, podem abrir fissuras, acabando por contaminar o meio envolvente.


- Lixos nucleares: É difícil produzir tecnologias eficazes para o manuseamento e tratamento dos lixos nucleares. Deste modo, os países optam muitas das vezes pela solução aparentemente mais fácil e barata, que consiste em armazenar os resíduos tóxicos em contentores no fundo do mar, envolvidos em betão. Este processo provou não ser eficaz, pois o material de armazenamento desgasta-se com o tempo, originando fugas radioactivas que contaminam todo o ecossistema oceânico e litoral. Nos últimos anos, levadas a cabo por movimentos ecologistas como a Greenpeace contra o derrame destes resíduos nos oceanos, nos países produtores destes resíduos tentam que esse armazenamento se faça longe do seu território, procurando inclusivamente “exportá-los” para alguns países menos desenvolvidos a troco de ajudas monetárias.
Alguns países que recebem os resíduos são: o Brasil, a Argentina, México, Guiné-Bissau etc
Esgotamento dos recursos
Há 10 000 anos, a Terra tinha menos de 6 mil milhões de habitantes no total e a sua população levava uma vida simples, fazendo parte da Natureza. Hoje, há mais de 6 mil milhões de habitantes que, com o seu modo de vida, estão a destruir a Terra. O consumo dos recursos naturais é superior, em muito, à sua reposição, o que perturba o equilíbrio natural do planeta. 
 A sociedade industrial, que se implantou a partir do século XIX, alterou completamente a relação existente entre o Homem e os recursos da Terra. No século XX, em especial na segunda metade, este problema agravou-se substancialmente. A população mundial aumentou de forma bruta. Foi necessário um milhão de anos para que a população humana chega-se aos mil milhões (cerca do ano 1800); 120 anos depois, atingia os 2 mil milhões; passados 30 anos, chegava aos 3 mil milhões e em 15 anos alcançava os 4 mil milhões; por fim, para chegar aos 5 a actuais 6 mil milhões foram precisos apenas períodos de 12 anos.
Se associarmos a este crescimento demográfico, e à necessidade de garantir a sua subsistência, os avanços científicos e tecnológicos, encontraremos as principais causas da destruição dos recursos naturais da Terra nos últimos 50 anos. Nenhum local do planeta ficou imune á acção directa do Homem. Desde as grandes metrópoles (Nova Iorque, Tóquio, São Paulo), descaracterizadas e quase sem marcas do ecossistema original, até aos profundos oceanos, até aos profundos oceanos (poluídos, servindo de depósitos de lixo e atacados na sua fauna) ou às calotes glaciais e alpinas, em franco recuo por acção do aquecimento global, nada permaneceu a salvo da acção humana.
Se as causas estão identificadas e as consequências globalmente previstas, faltam sobretudo acções concretas para resolver este problema que é global para o planeta. Essas acções poderão ser:
·         Travar o crescimento demográfico é um factor essencial, já que o actual crescimento explosivo não garante uma qualidade de vida digna para todos as habitantes da Terra.
·         Retomar formas de produção alimentar, assentes em técnicas tradicionais ou em tecnologias não poluentes de forma a preservar o solo, o ar e a água e ainda garantir a qualidade alimentar.
·         Introduzir um modelo de desenvolvimento industrial, que utilize tecnologias limpas, energias não poluentes, que evite a redução de resíduos e proceda ao tratamento dos esgotos e dos lixos próprios, através de sistemas ambientalmente menos agressivos.
·         Ao nível dos transportes deverão privilegiar-se aqueles que utilizem a energia eléctrica, a energia solar ou mesmo o gás natural, em detrimento dos tradicionais, que, utilizando os combustíveis fosseis, contribuem para ao aquecimento global.

Extinção de espécies
Desde que a vida começou na Terra, há cerca de 3500 milhões de anos, poderão ter existido no nosso planeta mais de 500 milhões de espécies de plantas e animais que, ao longo dos anos foram desaparecendo devido às alterações do meio ambiente.
Um quarto dos mamíferos que habitam a Terra pode ficar extintos dentro de 30 anos, segundo o relatório do Programa das Nações Unidas onde destaca que a diversidade biológica está em perigo, com 1130 das mais de 4000 espécies de mamíferos e 1183 das 10 000 espécies de pássaros observados a correrem risco de extinção dentro de três décadas, algumas espécies estão a extinguir-se mais rápido do que seria natural.
Entre as espécies em perigo contam-se o rinoceronte - negro africano, o tigre siberiano e o leopardo - amur asiático, o lince, a foca monge – mediterrânea, gorila da montanha, panda gigante, o lobo, camelo bactriano, chita, elefante africano, bisonte americano, etc.
Os graves atentados contra o meio ambiente, como são a população dos oceanos e cursos de água ou a destruição das florestas provocam inevitavelmente consequências nefastas junto da fauna e da flora pertencentes a esses ecossistemas.
Quando uma floresta é arrasada, não se destrói apenas o filtro natural do ar, mas também as espécies animais e vegetais que nela existem e que, deste modo, podem desaparecer para sempre.
No caso das florestas tropicais e equatoriais, extraordinariamente ricas do ponto de vista de flora e da fauna (entre 60% e 80% das espécies existentes), a sua destruição tem sido responsável pela extinção de muitas espécies, facto que está na base da perda de material genético, diminuindo, por esta via, a biodiversidade do planeta.
Os caçadores são os principais responsáveis pelo desaparecimento de muitas espécies nomeadamente a baleia, o elefante, ou do rinoceronte, os motivos são quase sempre de carácter económico.
Causas:
  • Poluição dos ecossistemas aquáticos e terrestres;
  • Destruição dos habitats;
  • Tráfico ilegal de espécies vivas;
  • Caça furtiva e o contrabando de partes do corpo dos animais caçados;

Exemplo:
A caça furtiva ao elefante produz um comércio clandestino de peças de marfim e as penas das aves e as peles dos mamíferos são muito apreciadas pelas industrias de moda e decoração.

Curiosidade:
Na serra do Gerês, todos os anos são capturadas e mortas centenas de víboras com o único propósito de se lhes tirar a cabeça, que irão servir de amuletos.

 
“Extinção de espécies

Antes do século XIX, extinguia-se uma espécie animal por ano, mas nos últimos 100 anos estamos a perder a nossa vida selvagem a um ritmo de várias espécies por dia!”

O Grande Livro da Natureza (adaptado)
Formas de evitar a extinção de espécies
- Criar parques naturais, espaços onde os animais vivem em liberdade, a par de um melhor ordenamento de território;
- Impedir a utilização de animais selvagens para os mais diversos fins;
- Sensibilizar a população para integrar as associações defensoras do património natural e humano, ambientalistas ou protectoras dos animais;
- Reduzir os níveis de poluição;
- Aumentar a reciclagem e a reutilização dos mais diversos materiais;
Promover a aquacultura, de modo a preservar espécies piscícolas ameaçadoras, como sucede com o bacalhau;
- Limitar a caça.