TENDÊNCIAS DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO – AGOSTO/2000.

São vários os fatores que devem ser considerados quando se pretende examinar as tendências do comércio exterior do Brasil. Em primeiro lugar, a recuperação das linhas de crédito, que se observa hoje, favorece sem dúvida as exportações, mas também as importações. Por outro lado, pode haver uma recuperação do preço das commoditeis agricolas, mas não se deve esquecer que, no primeiro quadrimestre, as vendas de soja, café suco de laranja e açucar acusaram um crescimento, em volume, de 14%, embora as receitas em dólares tenham caído 5% com a diminuição dos preços.

A própria Secretaria da Receita Federal, em seu regimento aprovado pela portaria 227 de 03/09/98, prevê em seu artigo 70 que a Divisão de Normas técnicas, DINOR, deverá I - propor a sistematização, a consolidação, o aperfeiçoamento e a atualização da legislação aduaneira; promover estudos para identificar tendências do comércio exterior e do transporte internacional e seus reflexos nas normas e procedimentos aduaneiros; elaborar atos, anteprojetos de leis e decretos e pareceres sobre a aplicação dos procedimentos aduaneiros, inclusive os relacionados com benefícios fiscais ou penalidades; proceder à revisão formal e legal das minutas de atos elaborados na Coordenação-Geral; participar de estudos e formulação de propostas de integração internacional, cooperação e assistência mútua, visando à harmonização de normas e procedimentos; e propor a adoção de procedimentos que possibilitem a uniformidade na aplicação da legislação aduaneira, tudo isso, visando a adptação a crescente evolução das tendëncias do comércio exterior.

O Brasil tem se engajado para ampliar os benefícios de sua inserção regional e internacional. para buscar uma forma de melhor enfrentar os desafios e riscos de um mundo competitivo, de aproveitar as suas oportunidades, de dar novo sentido ao objetivo comum de atrair novos investimentos, modernizar a economia, assegurar empregos melhores e mais numerosos para os nossos cidadãos e um padrão de consumo mais elevado e acessível para os nossos consumidores.

A ALCA já é uma realidade e é preciso assegurar que as novas oportunidades comerciais e de investimento a serem criadas com ela sejam usufruídas de maneira equilibrada por todos os países do hemisfério e, dentro de cada país, por todos os segmentos da sociedade, especialmente os que têm sido excluídos do processo produtivo e de consumo.

O Governo brasileiro tem ouvido os mais diferentes setores da sociedade a respeito de suas visões sobre o processo de integração hemisférica. Isso porque acredita e que somente por meio de processos abertos e transparentes de consultas com todos os atores sociais relevantes é que se pode avançar.

O Governo, através do Ministério das Relações exteriores, já admite que:

Ao observarmos o exame das tendências recentes do comércio exterior brasileiro percebemos que nossos principais parceiros comerciais têm desfrutado de um incremento exponencial em suas vendas no mercado brasileiro em conseqüência do processo de abertura comercial. As importações brasileiras cresceram mais de 157% no período 1990-96, passando de 20,7 bilhões, em 1990, para 53,3 bilhões em 1996. Ao mesmo tempo, nossas vendas ao exterior conheceram ritmo bem mais lento de crescimento, sobretudo em razão da permanência de barreiras aos nossos produtos nos principaís mercados importadores.

No entanto, será preciso um período de tempo que se estende até 2005 que será essencial para consolidar na economia brasileira os progressos em produtividade e competitividade que estão decorrendo da abertura econômica e comercial e das reformas estruturais pelas quais o país está passando. É natural que devamos contar com um período de maturação e consolidação dos avanços conseguidos até agora.

Não se poderia deixar de citar o Mercosul, que já começa a apresentar bons sinais de que seu sucesso é irreversível. Com um PIB que ultrapassa 1,1 trilhão de dólares e um mercado de mais de 200 milhões de habitantes, o Mercosul é hoje um poderoso fator de identidade e projeção internacional dos países que o integram, um catalisador da integração na América do Sul um parceiro procurado nas relações internacionais e um foco de atração de investimentos e de iniciativas diplomáticas que apenas comprovam o seu êxito e o acerto do seu projeto

É natural que os países que compõem o Mercosul o considerem uma realidade que veio para ficar, e cujo fortalecimento e consolidação só podem ser benéficos para uma iniciativa do porte da ALCA. O Mercosul é um patrimônio dos povos que o integram

Enfim, em comércio exterior, a única certeza é que sempre haveram mudança

Isto também se aplica a logistica dos transportes, observe:

Incremento do desempenho baseado no tempo.Ocrescimento da demanda será substituído pela aceleração no fluxo dentro das atuais estruturas da cadeia de abastecimento

O reabastecimento será baseado nas compras efetivas do consumidor, sendo mais rápido e flexível em função de uma combinação de práticas como a consolidação de múltiplos fornecedores, cross-docking e embarques direto das fábricas

A Implementação da Gestão Estratégica da Logística orientada para o aumento do Valor Agregado em Logística (Logistic Value Added – LVA), que indica como as ferramentas logísticas são capazes de agregar valor ao negócio.

Preve-se que o número de armazéns será reduzido, através de investimentos em tecnologia da informação possibilitando maior integração da cadeia de abastecimento e, então apoiar uma redução no inventário total. F Diante das incertezas inerentes e da probabilidade da mudança acelerada, a cadeia de abastecimento será tão flexível que será possível determinar . dia-a-dia, qual é o melhor método para obter um produto específico e onde ele precisa estar.

Customização do atendimento : Incremento nas entregas de cargas fracionadas, ao invés de cargas paletizadas. As empresas conduzirão pedidos mais frequentemente, em quantidades menores e um maior número de SKUs.

Aumento no número de entrepostos. Nos armazéns, continuará a transição da função de estocagem tradicional para um papel de transferência . Isso será facilitado pelo investimento nas tecnologias avançadas de armazenagem, como cross-docking, empilhadeiras com terminais de dados via rádio e tecnologia de codificação de barras junto com conexões EDI entre o armazém e os demais elos da cadeia de abastecimento.

A necessidade de sincronizar o abastecimento de produtos o mais próximo da demanda real do cliente será um dos fatores críticos.

 

 

 

JA